A banda gaúcha de rock Roudini e Os Impostores já tem bastante cancha. Formada em 2008 entre Passo Fundo e Porto Alegre, já fizeram mais de 200 shows com um repertório repleto de Beatles, Rolling Stones e toda a onda britânica e blueseira. A banda é uma figura conhecidíssima no cenário, principalmente em Passo Fundo, palco da maioria de suas apresentações. As festas de rock com a Roudini e Os Impostores foram muitas e nunca deixaram a desejar. É por isso que a banda já está consagrada na cidade com um repertório extenso e que raramente se repete.
Mas quem são Roudini e Os Impostores?
Estamos falando de uma banda com raízes do puro country norte-americano e da invasão britânica sessentista, altamente influenciada por The Band, Wilco, Beatles, Oasis e Black Crowes. Os “Roudini e Os Impostores” são: Gustavo Leal (vocal e guitarra), Otávio Cruz (baixo), Jefferson de Conto (bateria) e Bruno Philippsen (teclado). O Gustavo Leal acredita que a banda só passa a existir quando apresenta um material autoral, próprio. E é por isso que vamos apresentar agora a nova face desta banda que passou anos tocando covers no Rio Grande do Sul e fez de Passo Fundo uma espécie de Hamburgo.
A Chuva
O primeiro single do ainda não lançado álbum de estreia da Roudini e Os Impostores é a canção “A Chuva”, composição de Gustavo Leal, Otávio Cruz e Thiago Peruzzo. A música, com a participação especial de Luciano Leães no piano, remete em todos sentidos à fase final da carreira dos Beatles, principalmente no solo George Harrison à la Something, quando os instrumentos deixam a guitarra em primeiro plano ao mesmo tempo que a acompanham com extrema maestria. O clipe da música foi gravado na zona sul de Porto Alegre, em um sítio no bairro Belém Novo. Foi produzido pela banda e pela produtora Creativa, e dirigido por Wagner Santin.
Faça uma pausa no texto para assistir o clipe de “A Chuva”, logo abaixo. Compartilhando este link nas redes sociais você recebe por e-mail o link para download do single.
Como bom single, há um belíssimo Lado B. A música “Frio na Cidade” iniciada lentamente ao piano, cresce e termina ao mesmo modo britânico do Lado A. Particularmente vejo uma influência gigantesca de Paul McCartney nas linhas de baixo, tanto no lado A quanto no lado B. O Hofner que Otávio usou na gravação e usa nos shows só reforça essa ideia. O final da música nos faz lembrar de Don’t Look Back in Anger, do Oasis, ótima referência diga-se de passagem.
Eu sugiro que pressionem o play enquanto leem o resto da matéria. Abaixo o soundcloud da banda com as composições lançadas.
E o disco?
Eldorado, o primeiro disco da banda, é tão bem produzido e completo que parece que a Roudini já atingiu a maturidade e carrega alguns bons anos de estúdio nas costas. Não é uma regra, mas geralmente as bandas iniciam ou com trabalhos mais crus ou mais homogêneos, para mais tarde registrar baladas e composições com arranjos sofisticados. Da safra contemporânea do rock podemos citar bons exemplos que iniciaram dessa forma, como Strokes, Arctic Monkeys, Jet, Cachorro Grande, Black Keys e o finado, mas que ainda voltará um dia, Oasis. A própria Cachorro Grande, a melhor banda brasileira de rock da atualidade, só ousou registrar uma baladona no terceiro disco – o ótimo e dançante Pista Livre, de 2005 – com a música que impulsionou a carreira da cachorrada no cenário nacional, “Sinceramente”. Outro exemplo é a obra-prima do Jet, o Shine On, que só foi lançado após um álbum que possui suas baladas, mas que é puramente caracterizado por um hard-rock “acdciano”, o também ótimo Get Born.
Além do single “A Chuva” e do lado B “Frio na Cidade”, músicas com boas influências britânicas tanto nos arranjos quanto na masterização, a banda carrega consigo aquela levada de country raiz em canções como “Antes do sol se esconder” (com Tchê Gomes no pedal steel e Luciano Leães no piano), “O Andarilho”, “Tanta Solidão” e “Maria Fumaça”. Anda por lados mais modernos e radiofônicos como “Número 5” e “Por baixo dos meus olhos”, conta com o experimentalismo de “No céu um Zepelim” e o tango rockeiro de “Vôo do Norte” (com Homero Luz nos backing vocals). Outras duas finíssimas baladas completam o álbum: “Até a metade do caminho” e “Eldorado”, a longa e emocionante faixa-título que encerra o disco. Quem conhece as baladas do Black Crowes, como “She talks to Angels” e “Sister Luck” entenderá a mensagem.
O álbum foi gravado em Porto Alegre, no Studio Rock, o mesmo santuário que concebeu o excelente álbum dos Locomotores, em 2008. Eldorado foi produzido pela própria banda e por Paulo Arcari, ex-baterista do TNT e atualmente na Tenente Cascavel. A gravação foi pensada para deixar o som mais “das antigas”, “mais similar ao som das bandas que a gente gosta e se baseia”, disse Leal. É por isso que Eldorado teve a sua base gravada ao vivo em uma mesa Manley analógica de 16 canais. Esse é o grande fator que faz com que o som seja menos artificial. Outro trunfo da banda foi o local escolhido para a masterização. Foi feita em Nashville, Tennessee, por Russ Ragsdale, que já masterizou álbuns de gente grande como Muddy Waters, Buddy Guy, Bob Dylan e Traveling Wilburys.
O lançamento do disco será em em novembro, próximo ao Mississippi Delta Blues Festival, de Caxias do Sul. Falando nisso, a Roudini foi pré-selecionada para tocar no festival. Então se você quer ver a banda em Caxias do Sul, ou simplesmente ajudá-la a participar do festival, curta a foto na fanpage do festival. Um evento da magnitude do MDBF precisa de boas atrações e a Roudini entra neste quesito com justiça e folga.
Festa de Lançamento
A Roudini e Os Impostores fará o lançamento do single e clipe de “A Chuva”, em Passo Fundo, no Velvet, dia 13 de setembro. A festa é apresentada pelo La Parola, em parceria com a loja Valentine e o nosso comparsa Eu Escuto. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos na Valentine (Rua Paissandú, 1011, sala 3) por 20 reais. Quem curtir a foto da banda na fanpage do MDBF paga só a metade do preço (o link está aqui). Será rock’n’roll a noite inteira. Ótima oportunidade para acompanhar o recente trabalho autoral de uma das grandes bandas de rock do país. O disco que chegará em novembro confirmará este status. A banda Blunt, que recentemente lançou o single “Terceiros”, será responsável pelo show de abertura.
Update:
Esqueça aquela festa de lançamento do clipe descrita acima. Já passou, quem foi foi. O disco já foi lançado e o show de lançamento do álbum também já aconteceu. Foi no dia 5 de dezembro, no Teatro do SESC, em Passo Fundo. O vídeo que encerra essa matéria é a prova.
Mas o álbum, que é independente, continua disponível e pode ser adquirido em formato digital via Amazon ou iTunes e em formato físico na Loja Valentine, Café Americana ou com a banda, depois de shows ou via facebook.
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