“Se você está fazendo algo em que se sente completamente confortável, provavelmente se deve ao fato de já tê-lo feito antes. Ou alguém já fez isso primeiro. Então não existe muito sentido fazer novamente. Sempre entre nos projetos incrivelmente difíceis que provavelmente vão te arruinar.”
Alan Moore
Na última sexta-feira 13 foi lançada uma pequena parte do documentário “The Ten Rules of Colaboration”. Produzido pela White Rabbit Films em associação com Latitude, o documentário traz uma imagem intrigante do processo colaborativo entre o mago Alan Moore e o fotógrafo Mitch Jenkins, que já realizaram o fantástico curta Jimmy’s End (veja o making of também) e ainda tem muitas outras cartas na manga. O filme dirigido Elizabeth Stopford vai ser exibido no Latitude Festival de 2014, mas segura aí um pequeno resumo incluindo Fight Club, cowboys, xícaras de chá e viagens ao Tibet.
#1 Nunca fale sobre do Clube da Luta – Precisa explicar?
#2 A não ser que eu seja o “cowboy”, eu não brinco – Se não for jogar pra ganhar, não jogue! Apenas se meta em áreas e projetos que possa estar entre os melhores.
#3 Não existe “eu” em um time, mas também não existe “você” em uma ditadura – É na verdade um jogo de linguagem, não existe “I” (eu) em “team” (time) mas, ao mesmo tempo, não tem “U” (você) em uma “dictatorship” (ditadura). Em resumo diz respeito a respeitar espaços, gerenciar os egos e equilibrar as decisões entre os extremos.
#4 Um cavalo cenográfico é mais do que a soma de sua cabeça e rabo – Um cavalo de pantomima é aquele em que duas pessoas vestem-se como cavalo, um sendo a cabeça outro a traseira. Um grupo de colaboração é muito maior que a mera soma de suas partes.
#5 Vocês devem celebrar suas diferenças a não ser que elas se relacionem a espécies – Para se ter uma parceria bem sucedida são necessárias habilidades diferentes, isso não é novidade, Moore e Jenkins aqui falam de como respeitar essa diferença. Moore cita aqui um exemplo de “Ratos e Homens” do John Steinbeck, por isso a ressalva “a não ser que elas se relacionem a espécies”
#6 Mantenha seus amigos próximos e seus inimigos em uma masmorra – Acabe com toda a pressão externa desnecessária e afaste palpiteiros do projeto “kill them all!”
#7 Ir longe demais é sempre a melhor escolha – Aqui se aplica a citação no início do post, volta lá e dá uma nova lida.
#8 Vocês devem sempre sincronizar suas drogas – Se vocês gostam das mesmas drogas a colaboração fica bem mais fácil. Chá, sempre chá, não tente nada diferente (talvez acompanhado com biscoitos).
#9 Colaboradores devem ser comprometidos ou, ao menos, analíticos – Cada um deve dar o máximo de si mas isso não quer dizer colocar tudo que você tem em um único projeto.
#10 Você deve se manter sempre em uma base de contagem decimal – Keep it simple. Não existe progresso sem simplicidade.
Não confie nesse texto, veja o vídeo! Pra terminar, uma regra não numerada do velho barbudo de Northampton que precisamos mencionar é que, acima de tudo, as “relações humanas comuns são mais importantes do que qualquer êxito no mundo artístico” então tenha paciência com seus pares e também a coragem de jogar tudo para o alto quando um projeto ameace uma boa amizade.
Siga La Parola:
http://facebook.com/LaParolaOnline
http://twitter.com/LaParolaOnline