Na cidade holandesa de Spijkenisse (não faço ideia de como se pronuncia) foi criada uma montanha de informação, cultura e conhecimento. A Book Mountain é uma obra do ateliê MVRDV, aberta desde 2012 na pequena cidade de 70 mil habitantes, na região metropolitana de Rotterdã.
O planejamento foi resultado de um estudo de como trazer a literatura às ruas e ao espaço físico, uma vez que ebooks, tablets, smartphones e outros facilidades tecnológicas móveis têm dividido – e, às vezes, levado vantagem – o espaço com o tradicional e cheiroso papel. A solução encontrada pela MVRDV foi uma biblioteca pouco usual, que simulasse uma montanha e, de certa forma, uma escalada intelectual. De certo é mais prazeroso ler quando o ambiente é confortável, ainda mais se iluminado por luz solar e com mais de 15 mil opções de leitura.
A montanha de estantes de livros é guarnecida por uma estrutura piramidal de vidros. Em uma área total de 9.300 metros quadrados, há três vias de circulação na montanha. Uma via com escadas em espiral, que contém livros organizados alfabeticamente até o topo da montanha. Outra via contendo dois elevadores e duas escadas, que fazem também a ligação entre os diferentes níveis (um piso comercial, um piso para revistas e jornais, um piso para livros infantis, um piso para a literatura em geral, um piso de pesquisa e um piso histórico). Por fim, há também um mezanino, com rampas construídas especialmente para cadeirantes.
Mesmo com essas vias de circulação pré-determinadas, todos os corredores e plataformas estão em união por meio de uma rede de escadas, permitindo que os visitantes subam e desçam da montanha por diversos itinerários. Em determinado nível, há uma contínua rota de 480 metros. Esse trajeto culmina em uma sala de leitura e um café, com vistas panorâmicas através da estrutura de vidro transparente que envolve o ambiente.
Além da biblioteca, a montanha possui salas de reuniões, escritórios, um auditório, uma loja e um centro de educação ambiental. Adjacentemente à Book Mountain, a MVRDV construiu um “bairro literário”, que nada mais é que um vilarejo inspirado nas tradicionais fazendas holandesas, com 42 casas unidades de habitação social, estacionamento e um espaço público de integração comunitária.
Confira abaixo as fotos do projeto:
Fotos: © Jeroen Musch
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