No próximo ano, Miles Davis completaria 100 anos. O trompetista que reinventou o jazz mais de uma vez agora terá sua obra relida, reeditada e reposicionada para novas gerações.

Isso porque a Reservoir Media, empresa independente de direitos musicais, fechou um acordo com o espólio de Davis para adquirir 90% de seus direitos de publicação e da renda sobre seu catálogo.

Os valores não foram revelados oficialmente, mas estima-se que o negócio tenha ficado entre 40 e 60 milhões de dólares. Além disso, a empresa dividirá com a família o controle sobre o nome e a imagem do artista.

O plano: Miles Davies para sempre

A Reservoir já anunciou uma agenda robusta para o centenário em 2026:

  • 🎬 Um filme biográfico sobre o romance entre Davis e a cantora francesa Juliette Gréco (produção de Mick Jagger incluso no pacote);
  • 🎺 Uma turnê internacional da banda M.E.B., formada por antigos parceiros musicais do trompetista;
  • 🎶 Uma série de shows especiais no SFJazz Center, em São Francisco, previstos para março.

Não é só um negócio. É uma estratégia de preservação da memória — e de expansão da influência de Miles para um público que talvez nunca tenha ouvido Kind of Blue, mas que pode encontrar o artista via playlists de streaming ou trilhas sonoras de cinema.

Um catálogo em boas mãos?

A Reservoir já administra catálogos de nomes como Snoop Dogg, Joni Mitchell e Sheryl Crow, além de ter sido responsável por devolver o acervo completo do De La Soul ao streaming em 2021, após a compra da Tommy Boy Records. A experiência mostra que a empresa tem histórico de reativar legados com inteligência digital.

E como lembrou Vince Wilburn Jr., sobrinho de Miles:

“Com a Reservoir, há respeito pela música, pelo estilo e pelo impacto cultural de Miles. Esse acordo nos dá a chance de elevar o legado dele de novas maneiras.”

A missão agora é fazer com que um artista que sempre foi à frente de seu tempo continue soando como novidade.