Se existe uma banda que personifica a montanha-russa do rock, carregando excessos, quedas brutais e retornos triunfais (além de literalmente ter uma montanha russa como atração da Disney), esse grupo é o Aerosmith.
Com mais de 150 milhões de álbuns vendidos, dezenas de hits no topo das paradas e cinco décadas de estrada, o quinteto de Boston atravessou gerações, conquistou prêmios e deixou sua marca em praticamente todos os cantos da cultura pop.
Mas por trás de cada riff de Joe Perry e de cada grito rasgado de Steven Tyler existe uma história de superação, caos criativo e reinvenção. O Aerosmith não apenas sobreviveu ao tempo: ele ajudou a moldar a própria ideia de “banda de rock americana”.
Uma breve história do Aerosmith: década por década
Os anos 1970 – nascimento dos Bad Boys from Boston
O Aerosmith surgiu em 1970, quando Steven Tyler (vocais), Joe Perry (guitarra), Tom Hamilton (baixo), Joey Kramer (bateria) e Brad Whitford (guitarra base) se juntaram em Boston.
O primeiro álbum, Aerosmith (1973), apresentou Dream On, uma das músicas mais emblemáticas do grupo, mas foi só com Toys in the Attic (1975) e Rocks (1976) que a banda explodiu. Faixas como Sweet Emotion e Walk This Way consolidaram o som pesado, com influência do blues, que definiria a identidade da banda.
Nessa época, o Aerosmith ganhou o apelido de Bad Boys from Boston por seu estilo rebelde, shows intensos e, claro, pela fama de excessos. No fim da década, no entanto, os mesmos excessos começaram a cobrar seu preço: drogas, brigas e desgaste entre os membros minaram a energia criativa.
Os anos 1980 – queda e renascimento
O início dos anos 80 foi turbulento. Joe Perry deixou a banda em 1979 após conflitos com Steven Tyler, e Brad Whitford seguiu o mesmo caminho em 1981. O Aerosmith seguiu com substitutos — Jimmy Crespo e Rick Dufay — mas a química nunca foi a mesma.
O grupo lançou Rock in a Hard Place (1982), um álbum que, apesar de momentos inspirados, não conquistou público nem crítica. A banda parecia destinada ao esquecimento.
O ponto de virada veio em 1984, quando Perry e Whitford retornaram. Pouco depois, em 1986, o Aerosmith foi catapultado de volta ao mainstream com a regravação de Walk This Way ao lado dos rappers do Run-DMC. Essa colaboração não apenas revitalizou a carreira do grupo, como também abriu caminho para a aproximação entre rock e hip hop.
Em 1987, Permanent Vacation trouxe hits como Dude (Looks Like a Lady), Angel e Rag Doll. Dois anos depois, Pump (1989) consolidou o retorno com faixas icônicas como Love in an Elevator e Janie’s Got a Gun. O Aerosmith estava oficialmente de volta.
Os anos 1990 – a era dos videoclipes e mega-hits
Se os anos 70 deram ao Aerosmith respeito, e os 80, redenção, os 90 trouxeram superstardom global.
O álbum Get a Grip (1993) vendeu mais de 20 milhões de cópias e gerou hinos como Cryin’, Crazy e Amazing. A estratégia da banda foi clara: investir em videoclipes cinematográficos, estrelados por atrizes como Alicia Silverstone e Liv Tyler (filha de Steven Tyler). Esses clipes dominaram a MTV e trouxeram uma nova geração de fãs.
Em 1998, o Aerosmith alcançou um dos maiores feitos de sua carreira com I Don’t Want to Miss a Thing, tema do filme Armageddon. A balada não só liderou a Billboard como apresentou a banda para milhões que nunca tinham escutado um álbum deles.
Foi também nessa década que a banda colecionou Grammys e se firmou como o maior grupo de rock americano em vendas.
Os anos 2000 – experimentação e altos e baixos
Os anos 2000 foram mais irregulares. Just Push Play (2001) trouxe o single Jaded, que teve bom desempenho, mas o álbum foi recebido com críticas mistas.
Ainda assim, o Aerosmith se manteve em evidência com turnês massivas e colaborações. O grupo também apostou em trilhas sonoras e coletâneas, como O, Yeah! Ultimate Aerosmith Hits (2002).
Problemas de saúde começaram a pesar, especialmente para Steven Tyler, que enfrentou cirurgias na garganta e no quadril. Ainda assim, o grupo resistiu, sempre sustentado pela força de seus clássicos.
Os anos 2010 em diante – legado e despedida
Em 2012, a banda lançou Music from Another Dimension!, o primeiro álbum de estúdio em mais de uma década. Apesar de críticas mornas, o trabalho mostrou que o Aerosmith ainda tinha fôlego criativo.
Nos anos seguintes, a banda focou em turnês mundiais, celebrando sua carreira. Em 2019, o grupo inaugurou uma residência em Las Vegas, chamada Deuces Are Wild, que se tornou um dos shows mais comentados da cidade.
Em 2023, o Aerosmith anunciou a turnê Peace Out: The Farewell Tour, marcada como a despedida oficial dos palcos. Foi um momento agridoce: fãs celebraram a longevidade da banda, mas também lamentaram o fim de uma era.
Discografia do Aerosmith
- Aerosmith (1973)
- Get Your Wings (1974)
- Toys in the Attic (1975)
- Rocks (1976)
- Draw the Line (1977)
- Night in the Ruts (1979)
- Rock in a Hard Place (1982)
- Done with Mirrors (1985)
- Permanent Vacation (1987)
- Pump (1989)
- Get a Grip (1993)
- Nine Lives (1997)
- Just Push Play (2001)
- Honkin’ on Bobo (2004)
- Music from Another Dimension! (2012)

Integrantes do Aerosmith
O quinteto clássico permanece intacto:
- Steven Tyler – vocais, gaita, piano
- Joe Perry – guitarra solo
- Brad Whitford – guitarra base
- Tom Hamilton – baixo
- Joey Kramer – bateria
Ex-integrantes
Poucos músicos passaram pelo Aerosmith fora do núcleo principal:
- Ray Tabano – guitarra (1970-1971)
- Jimmy Crespo – guitarra (1979-1984)
- Rick Dufay – guitarra (1982-1984)

Prêmios e conquistas
O Aerosmith é uma das bandas mais premiadas da história do rock:
🏆 Grammy Awards – 4 vitórias, incluindo Janie’s Got a Gun e Livin’ on the Edge.
🏆 MTV Video Music Awards – 10 prêmios, impulsionados pelos clipes dos anos 90.
🏆 American Music Awards – 6 troféus.
🏆 Billboard Music Awards – 4 vitórias.
🏆 Boston Music Awards – 16 prêmios, mostrando o reconhecimento local.
🏆 Rock and Roll Hall of Fame – induzidos em 2001.
🏆 Songwriters Hall of Fame – Steven Tyler e Joe Perry foram homenageados em 2013.

O legado cultural
O Aerosmith não é só música. Eles influenciaram moda (com o estilo exagerado de Steven Tyler), cinema (Armageddon), televisão (MTV nos anos 90) e até videogames (Guitar Hero: Aerosmith).
Além disso, foram uma das primeiras grandes bandas a colaborar com o hip hop, abrindo caminho para fusões entre gêneros.
Sua marca registrada é a longevidade. Poucas bandas conseguiram se reinventar tantas vezes sem perder a essência.
Em 2025 e ainda tem Aerosmith: É o EP One More Time, com Yungblud
Bem, estamos em 2025 e o Aerosmith acaba de anunciar um novo trabalho com músicas inéditas. Trata-se do EP One More Time, em parceria com o cantor Yungblud.
O EP será lançado no dia 21 de novembro e será precedido pelo novo single My Only Angel – confira uma prévia abaixo: