No dia 14 de setembro de 1983, Amy Jade Winehouse deu seu primeiro choro sem ao menos imaginar o quanto acompanharia os momentos de aflições de admiradores por todo o mundo.
Uma das maiores vozes que cantariam amores mal-sucedidos, a cantora conquistou um espaço entre as grandes estrelas, e ainda hoje brilha para todos que buscam letras profundas e vocais libertários.
A vida exposta de Amy Winehouse
Conhecida como uma mente e um coração atormentados, Amy Winehouse teve suas aflições expostas diversas vezes por revistas sensacionalistas, e mais recentemente por um documentário bastante premiado. Para quem deseja conhecer a artista mais a fundo, são vários os materiais que oferecem momentos íntimos em família, entre amigos, além de entrevistas que ficariam esquecidas se Amy não tivesse passado pela vida de uma maneira tão turbulenta.
Seus primeiros passos em direção à música começaram muito cedo. Em 2003 ela teve seu debut, “Frank”, já conquistando o respeito dos críticos apesar de vendas pouco expressivas. Seria apenas o primeiro passo, visto que alguns anos mais tarde ela desenvolveria um estilo próprio, retirado das ruas do criativo bairro de Camden Town, e criando espaço para sua obra mais notória: Back to Black.
Lançado em 2006, seu segundo álbum foi catapultado ao topo dos charts com a música “Rehab”, que fez milhões de pessoas cantarolarem as ideias de Amy sem sequer conhecê-la. Depois disso, sua ascensão ao estrelato só a fez alcançar ainda mais prêmios e paradas mundiais.
Algo não ia bem
No entanto, mesmo com tanto sucesso, Amy Winehouse ainda se via envolvida em um relacionamento abusivo, imersa no consumo de drogas lícitas e ilícitas, o que a fazia um alvo fácil para os tabloides. A vida íntima da cantora passou a chamar mais atenção do que sua própria arte, afastando-a de seu objetivo principal: não apenas cantar soul, mas cantar com a alma.
Em uma passagem pelo Brasil, a cantora apresentava problemas para cantar suas próprias letras, além de parecer relapsa. Em seu hotel no Rio de Janeiro, no bairro de Santa Teresa, a recomendação da produção era clara: esvaziar o quarto de Amy de qualquer acesso a bebidas alcoólicas, mostrando que a cantora já não tinha qualquer controle no consumo dessas substâncias.
“Agora eu sou uma estrela”
No início do show Trem Azul, Elis Regina lia um texto de Fernando Faro para trazer toda a dramaticidade que ela deseja. O poema era finalizado com a frase “agora eu sou uma estrela”. A morte de Amy Winehouse, no dia 23 de julho de 2011, com a simbólica idade de 27 anos, não deve jamais ofuscar o brilho que ela emanou – e emana – na música mundial.
Após muitos anos com a música britânica sem ocupar um lugar de destaque no mundo, principalmente entre as vozes femininas, Amy chegou ao cenário musical levando frescor, personalidade e autenticidade.
Seu estilo continua sendo imitado por diversas pessoas ao redor do globo. Os lugares por onde ela passou foram marcados pela sua presença, e as próximas gerações continuarão descobrindo suas letras melancólicas e vocais poderosos – como aconteceu com outros grandes ícones, como John Lennon, Janis Joplin, Kurt Cobain e outros.
Além disso, mesmo com uma vida breve, Amy deixou diversos registros e outros materiais que continuam a ser editados por sua gravadora e chegam ao mercado como itens póstumos de alta qualidade. Seu pai, que também é músico, leva em suas turnês o repertório da filha, ao mesmo tempo que convida cantores de sucesso para homenageá-la nos palcos – no Brasil, a representante para essa honraria foi a diva Elza Soares.