James Gandolfini não morreu

Em 19 de junho de 2013, James Gandolfini foi vítima de um ataque cardíaco e parou de viver, aos 51 anos. Deixou seu nome na história ao eternizar o grande Tony Soprano, sua melhor interpretação, mas não parou por aí.

Como grandes outros atores, morreu enquanto ainda trabalhava, deixando um material póstumo. The Drop é o filme do ator a ser lançado após a sua morte. É um thriller que narra a frustrada tentativa de Bob (Tom Hardy) de se manter longe da vida do crime. Bob é um bartender que trabalha com seu primo Marv (James Gandolfini) e ambos são ex-detentos. A direção é de Michaël R.Roskam e o filme ainda tem a participação de Noomi Rapace e Matthias Schoenaerts.

O roteiro é inspirado no conto Animal Rescue, do escritor Dennis Lehane, autor de outras histórias de sucesso que também foram levadas ao cinema: Sobre Meninos e Lobos (2003), Medo da Verdade (2007),  e Ilha do Medo (2010).

Assista abaixo aos dois trailers do filme. A estreia nos cinemas está marcada para 12 de setembro deste ano.

http://youtu.be/2-toIO3Iokw

http://youtu.be/hUErOS31KZw

Você sabe o que está bebendo?

Não importa o que você servir, Vessyl irá identificar o líquido. Não estamos falando aqui de nenhum deus ou mágico que possua esse poder. Vessyl é, na verdade, o copo mais inteligente do planeta.

Será que seus hábitos de bebida seriam os mesmos se você soubesse exatamente a quantidade de nutrientes que cada bebida possui? O Vessyl possui um visor que, além de reconhecer qualquer bebida que seja servida, mostra dados importantes sobre o que você está bebendo.

De acordo com o seu criador, Justin Lee, o copo é inteligente o bastante para identificar até mínimas diferenças entre uma bebida e outra, como entre um café mais forte e um mais fraco. O Vessyl reconhece o nível de cafeína e também mede índices de açúcar, proteínas, calorias e gordura de qualquer bebida, seja industrializada ou caseira. Ellis Hamburguer, jornalista do The Verge, testou o copo com uma dúzia de bebidas e diz que o produto acertou tudo com precisão.

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Outra característica do Vessyl é que ele identifica os seus hábitos e informa o quão hidratado você está durante o dia. As informações são enviadas a um aplicativo desenvolvido para smartphone e são baseadas de acordo com o peso e a altura de cada um.

Aproveitando tempos em que tudo é smart, como celular, televisão, relógio, geladeira, cadeados e muito mais, o copo inteligente é um auxílio eficaz no controle de ingestão diária de água e dietas. O copo tem uma bateria interna e vem com um carregador. Uma hora de carga garante um funcionamento entre 5 e 7 dias.

O Vessyl ainda não foi colocado no mercado. Está em pré-venda pelo site oficial por 99 doletas. Após seu lançamento, previsto para o início de 2015, o preço subirá para 199 doletas. Só não esqueça de adicionar tradicionais valores de frete e futuros tributos de importação.

Confira o vídeo do copo abaixo:

http://youtu.be/lu4ukHmXKFU

OK Go lança mais um clipe inusitado. Assista ‘The Writing’s On The Wall “

A banda é famosa por inovar, mas muito mais em vídeos do que na música. Não seria diferente dessa vez. The Writing’s On The Wall, novo clipe do OK Go mostra uma sequência de ilusões de ótica realizada um único take. O vídeo foi filmado em um set de gravação, no Brooklyn, Nova York e não possui computação gráfica. Para os mais de 4 minutos de vídeo atingirem o resultado pretendido foram necessárias 50 tentativas e três semanas de ensaio.

The Writing’s On The Wall é uma música presente no álbum Hungry Ghosts, que tem previsão de lançamento para 14 de outubro de 2014. Assista ao clipe abaixo:

O OK Go foi formado em 1998 e atingiu o sucesso mundial em 2006. Adivinha como? Por meio de um vídeo. O clipe de Here It Goes viralizou em todos os cantos do planeta. No Brasil, foi veiculado até no Fantástico. Curioso, pois por mais que os clipes reúnam milhões de visualizações, a música da banda, sem os vídeos, não se expande.

De qualquer forma, o quarteto é um grande destaque internacional na produção de clipes musicais, não poupando inovação e criatividade. O mesmo aconteceu em End Love This Too Shall Pass. Relembre e assista abaixo aos outros bons clipes do OK Go:

Here It Goes Again

End Love

This Too Shall Pass

10 Clássicos de Paul McCartney

clássicos de paul mccartney

Ex-beatle, ex-Wings, 3 divórcios na conta, membro do império britânico, produtor musical, compositor, cinematográfico, ativista de direitos humanos, pai, empresário. Já sabe de quem estamos falando, né? Sir James Paul McCartney, mas pode chamar só de Paul.

Para continuar homenageado a existência de um dos baixistas mais amados desse mundo, além da seleção de 9 versões de suas músicas que foram regravadas por outros artistas e da seleção de 72 fotos que você já viu aqui no La Parola, agora ouça uma seleção de dez clássicos de Paul McCartney que fizeram história nos mais de 55 anos de carreira desse ídolo!

Maybe I’m Amazed

“Maybe, I’m amazed at the way you love me all the time, and maybe I’m afraid of the way I love you. Maybe, I’m amazed at the way you pulled me out of time” essa é, sem dúvidas, na minha concepção, uma das músicas mais belas escritas e um dos maiores clássicos de Paul McCartney.

Essa faixa foi feita para Linda McCartney, o amor da vida deste romântico, quando os Beatles estavam se separando e ela dava um suporte realmente incrível para Paul.

Digna de começar a playlist!

http://youtu.be/cm2YyVZBL8U

Hi, Hi, Hi

E por falar em Paul e Linda e já no fim dos Beatles, o casal se juntou ao baterista Denny Seweill e ao guitarrista Denny Laine, formando assim Paul McCrtney & Wings.

Paul abandonou as drogas há alguns anos, mas na época, adorava usar os ilícitos como inspiração de suas canções. Com esta faixa não foi diferente! “Hi, Hi, Hi” foi banida, na época pela BBC por suas referências ao uso de drogas e por suas conotações sexuais.

Polêmico, mas bem original!

No More Lonely Nights

Nem só de sucesso se faz a carreira de Sir. McCartney. “No More Lonely Nights” foi uma das faixas que somavam a trilha sonora do filme Give My Regards to Broad Street, escrito e atuado por ele.

A trilha entrou pros Top 10 americanos e ingleses do ano de 84. Já o filme só vê críticas negativas desde então.

A faixa, entretanto, contou inclusive com a participação do guitarrista David Gilmour, do Pink Floyd.

https://www.youtube.com/watch?v=BxYpsB_jdH8

Blackbird

Blackbird foi uma das faixas cantadas por Paul a primeira vez em que pisou num palco brasileiro, em 1990, num show no Maracanã que somou cerca de 184 mil pessoas. Sir. é famoso por canções compostas sob protesto. E essa é uma das que ficaram registradas como um dos melhores clássicos de Paul McCartney.

Esta não foi diferente. Inspirada nos conflitos raciais americanas, Paul conta que tinha em mente uma mulher negra e seu sofrimento cotidiano, e não um pássaro.

“Aqueles eram os dias do movimento dos direitos civis, que nos importávamos apaixonadamente, então era realmente uma canção de mim para uma mulher negra enfrentando esses problemas”, afirmou em uma entrevista.

Something

Dono de fortes emoções nos fãs brasileiros, em todos os shows de Paul é possível ouvir e ler relatos de vários acontecimentos inesperados que aumentaram a admiração pelo grande talento deste homem.

De autoria de George Harrison, as versões ao vivo que o Sir tem feito nos shows podem ser consideradas um dos maiores clássicos de Paul McCartney. Mesmo sendo uma adaptação, tem todo o valor!

Em 2011, como pode ver no vídeo abaixo, foi uma das vezes em que Paul fez uma versão de Something, em um show no Engenhão – Rio de Janeiro – e dedicou a George. Começou com banjo, enquanto ao fundo eram exibidas imagens dos dois. Imagina ao vivo?

http://youtu.be/r-plvzKNzTY

Numb/Encore e Yesterday

E se engana fortemente quem pensa que com mais de 70 anos Paul é um tradicional cantor e compositor que fica quietinho com seu instrumento no palco.

Em 2006, Sir. surpreendeu ao subir ao palco junto ao Linkin Park e Jay-Z, numa versão pout-pourri de Numb, Encore e Yesterday. Sério, sem palavras!

http://youtu.be/Ogsr_MUK6kA

Here Today

Sem dúvidas, uma das músicas mais tristes de toda a trajetória dos Beatles e das carreiras de cada um é Here Today.

Paul e John estavam brigados há quase cinco anos quando McCartney recebeu a ligação de Yoko Ono dizendo que o marido havia sido baleado por um fã.

A história conta que, depois de um mix de emoções assustador que Paul sofreu, tudo que ele conseguia fazer era pegar uma caneta e escrever.

Foi quando saiu o trecho “And if I say I really knew you well, what would your answer be? And if I say I really loved you, and was glad you came along…”.

Live and Let Die

Escrita ainda na fase de Paul McCartney & Wings, a canção foi composta por Paul e Linda, e faz parte da trilha sonora do oitavo filme da série 007, “Com 007 Viva e Deixe Morrer”, lançado em 1973.

Recentemente, uma pesquisa feita com ouvintes das rádios 5 Live e Radio 2 BBC do Reino Unido elegeram esta faixa como sendo a melhor de toda a série de 007.

Além disto, foi regravada pelo Guns ‘N’ Roses e relançada em 1991.

My Brave Face

A música faz parte do oitavo álbum solo de estúdio de Paul, “Flowers in the Dirt”.

Este foi o passo quase que decisivo na carreira solo dele, já que ele estava se preparando para sua primeira turnê mundial desde quando ainda era membro dos Wings, anos antes.

A faixa foi o maior sucesso do disco e foi uma das últimas a ficarem em primeiro lugar nas rádios Inglesas.

The simplest things set me off again and take me to that place where I can’t find my brave face”.

http://youtu.be/h85OGkCaKIg

Appreciate

Em 2013, o cantor lançou o álbum “New”, uma vitória depois do susto em que a saúde de Paul deu nele e em todos os fãs ao redor do mundo. É recente, mas por que não considerar já um dos grandes clássicos de Paul McCartney?

Para gravar o clipe, Sir. convidou o robô Newman para estrelar a canção “Appreciate”.

Me diz se esse “senhorzinho” parece ter mais de 70 anos? Parabéns, Sir!

9 covers de Paul McCartney que vale a pena conhecer

Para quem é fã, é indiscutível que as versões originais escritas por Paul McCartney são superiores a qualquer cover que exista. Compartilho da mesma opinião. No entanto, Paul é tão renomado no ramo artístico que vários músicos do alto escalão já regravaram algumas de suas canções.

É uma honra para qualquer artista ter composições regravadas por músicos do calibre de Marvin Gaye, Aretha Franklin e Ray Charles. E a recíproca é verdadeira, claro.

Paul McCartney conseguiu esse feito. Se tornou um modelo. Yesterday, por exemplo, é a música mais regravada da história. Segundo o Guinness Book, mais de três mil versões da música já foram registradas por outros artistas, como Frank Sinatra, Bob Dylan, Aretha Franklin, Marianne Faithfull, Marvin Gaye, Ray Charles, Elvis Presley, Plácido Domingo e Roupa Nova. Nessa lista, optei pela versão sensacional de Marvin Gaye.

Além de ter suas composições cantadas por outras vozes, Paul também fez o mesmo. O álbum Run Devil Run, lançado em 1999, é composto por três canções próprias e doze covers. Em 2012 gravou um álbum similar. Kisses on the Bottom é composto por duas músicas inéditas e outras doze covers.

São  muitas músicas de Paul McCartney que foram regravadas. Procurei selecionar algumas que, em minha opinião, são as mais bem executadas por artistas que já possuem um certo nome. Existem várias versões de bandas menores no cenário mundial que também são bastante agradáveis, mas deixarei isso para uma próxima lista, talvez. A propósito, altamente recomendados são dois álbuns covers dos Beatles gravados por bandas brasileiras de forma independente: Um tributo ao Álbum Branco, gravado em 2008, e Sargento Pimenta, em 2007.

Enfim, aí está a lista. São grandes músicas, boa audição!

Faces – Maybe I’m Amazed

http://youtu.be/ge29Ae5IuSc

Marvin Gaye – Yesterday

Aretha Franklin – Eleanor Rigby

Jack White – Mother Nature’s Son

http://youtu.be/-BXV1_D5eXA

Billy Joel – Back In The U.S.S.R.

Guns N’ Roses – Live and Let Die

Foo Fighters – Band On The Run

Ray Charles – Let It Be

Nancy Wilson – My Love

http://youtu.be/KCgu6hFogsk

72 Grandes Momentos de Paul McCartney em Fotos

Não é necessário apresentar a vocês Sir James Paul McCartney. Completando 72 anos de idade em 2014, o ex-Beatle é responsável por emocionar milhões de pessoas ao redor do planeta com suas composições.

Paul é um compulsivo pelo palco. Mesmo com a dissolução dos Beatles, jamais deixou de tocar. Com os Wings, com sua banda solo ou com outros músicos, Macca sempre esteve lá, fazendo o que melhor sabe: emocionar e animar grandes públicos com seu talento ímpar.

Na primeira metade de 2014, assustou os fãs. Uma infecção viral o transportou dos palcos para o hospital, obrigando o músico a adiar alguns shows na Ásia. Bem, o susto passou e a infecção também. Paul já prometeu que em julho irá retomar a sua turnê.

Septuagenário, poderia estar esquecido, mas não. Paul continua atual e recebendo destaque da mídia, do público e da crítica. Seu último álbum, New, é uma massagem nos tímpanos, como foi divulgado aqui pelo La Parola.

Para homenagear um dos meus músicos preferidos, selecionei 72 fotografias do queridão hospedadas no tumblr e reorganizei aqui. Parece muito, mas é Paul. E Paul não cansa nunca. Parabéns, ídolo!

Update: Todas as fotos estão hospedadas em microblogs pessoais no tumblr, e com o passar do tempo algumas podem, naturalmente, sair do ar.

 

Estádio em Berlim transmite jogos da Copa e torcedores levam sofás para o gramado

A Copa do Mundo está acontecendo em 2014 no Brasil e todos estavam certos quando diziam que os olhos do planeta estariam voltados ao país sede.

Nos cinco continentes, no google, no twitter, nos bares e na mídia o assunto mais comentado é a Copa do Mundo. E isso certamente se estenderá até o seu desfecho, em meados de julho. Ou seja, por mais que o local seja o Brasil, a Copa está no planeta inteiro.

E existe um estádio na Alemanha que está abrigando a Copa do Mundo também. O An der Alten Försterei, na capital Berlim, foi todo adaptado para os alemães acompanharem aos jogos em um telão. O estádio, casa do 1. FC Union Berlin, pequeno time da liga alemã, foi literalmente transformado em uma sala de estar, já que é possível levar o seu próprio sofá para o meio do gramado.

O espaço foi limitado a 750 sofás, que foram sorteados ainda antes do início da competição. Quem não conseguiu espaço dentro do gramado pode sentar em um dos 12 mil lugares disponíveis nas arquibancadas e acompanhar aos jogos em uma telona de 700 polegadas. Sabe qual o valor da entrada? Nada!

Os alemães entendem como ninguém o conceito de conforto em estádios. Ademais, a população tem gostado e acompanhado os jogos no estádio em peso. Confira algumas imagens abaixo:

PS: Na real, a primeira é um vídeo, mas só a primeira.

Arctic Monkeys – Assista ao clipe de Snap Out Of It

Era certo que AM, último trabalho dos Arctic Monkeys, seria um trabalho que resultaria em vários singles e vários vídeos. E depois de R U Mine?, Do I Wanna Know?, Why’d You Only Call Me When You’re High?, One For The Road e Arabella, a nova música de trabalho escolhida pelo quarteto foi Snap Out Of It. O single ganhou um clipe, dirigido por Focus Creeps, a mesma mente por trás do vídeo de One For The Road e outros da banda.

Lançando o sexto single, os Arctic Monkeys comprovam que fizeram um álbum bem sólido, um dos melhores do ano de 2013 com folga. O vídeo de Snap Out Of It é protagonizado pela banda e pela atriz Stephanie Sigman. Assista abaixo:

Lembrando que a banda confirmou mais uma vinda ao Brasil. Os Arctic Monkeys farão dois shows por aqui no mês de novembro: dia 14 em São Paulo e dia 15 no Rio de Janeiro.

Cante um Conto, Conte uma Canção!

Quem tem mais de trinta anos certamente se lembra das populares fitas K7. Elas eram muito mais baratas que o vinil e o CD, e ainda possibilitavam criar uma coletânea só com nossas músicas favoritas, misturando artistas, estilos e gêneros musicais. Algo que outros formatos, na época, não permitiam.

E foi inspirado pelas fitas K7 – não por acaso uma delas figura na capa da obra – que o escritor goiano (e trintão) Israel Teles escreveu a obra Letra & Música, e-book que reúne contos baseados em canções, todas cuidadosamente escolhidas pelo autor.

A ideia surgiu com o objetivo de unir duas paixões de Israel: a música e a literatura:

A inspiração precisa movimentar-se com liberdade, e é sempre interessante quando uma mídia guia e influencia outra (Israel Teles)

Para ele, tanto a literatura quanto a música, apesar de utilizarem forma e conteúdo de maneiras diferentes, partem do mesmo objetivo: contar uma história. No entanto, enquanto a literatura se utiliza de um enredo, de uma estrutura narrativa, e de personagens previamente definidos, a música faz uso da melodia, da composição, e das variações de notas que seguem a letra da canção.

E se partem do mesmo objetivo, literatura e música também alcançam a mesma finalidade. Por esta razão, a música pode ter múltiplos significados, e cada um que a ouvir interpretará determinada canção de uma maneira muito específica e particular – tal e qual acontece com a literatura. A mesma música e o mesmo livro serão compreendidos e decodificados por cada ouvinte e por cada leitor a partir de suas próprias crenças e experiências.

O fato é que não se faz música e literatura sozinho – e Israel Teles sabe disso muito bem. Sem alguém para receber e reinterpretar a visão do artista, a arte encerra-se em si mesma, e não gera resultados e nem reflexões, nascendo e morrendo sem sair do lugar.

Assim, há um espaço cativo para o leitor (e para o ouvinte também) nas páginas virtuais de Letra & Música. É a partir desta identificação entre o produtor e o consumidor de arte que se dá o milagre da multiplicação de significados. Quem lê precisa sentir-se parte da história; precisa ser, de alguma forma, tocado e provocado pelo texto. Da mesma forma, quem ouve determinada música precisa se enxergar nela, seja em sua melodia, em sua letra, em seu ritmo. Sem identificação, não há relação.

Por esta razão, Israel foi bastante eclético no momento de escolher as músicas nas quais seus contos seriam inspirados: encontramos na obra desde sertanejo de raiz, representado por Tião Carreiro e Pardinho; rock pesado, com Faith No More, e o inclassificável e belo Cordel do Fogo Encantado, entre muitos outros.

O autor conta que a inspiração para a produção dos contos não veio apenas das letras das canções, mas de suas harmonias, notas, batidas, e de determinadas palavras perdidas em sua composição. Também, é claro, da bagagem cultural do próprio escritor, e de situações que viveu ou presenciou, e que de alguma forma marcaram sua produção artística e literária, e o tornaram quem é.

O mais bacana é que, ao final de cada conto, há links e informações a respeito da música em questão, permitindo que o leitor conheça mais e melhor os artistas citados na obra.

Porém, engana-se quem pensa que Israel é somente um amante da música; o autor é músico também. A canção que consta no vídeo de divulgação da obra chama-se “Você Se Vai”, e foi composta pelo autor em parceria com Flor de Araújo.

Lançado em português e inglês, o e-book pode ser adquirido nas lojas da Apple, Amazon, Barnes & Noble, Google, Kobo, Samsung, Livraria Cultura e IBA.

Leitores interessados em adquirir, ou saber mais sobre a obra, podem acessar o site do autor: www.israelteles.com.br.

E é por todas estas razões que o e-book Letra & Música deve ser lido, ouvido e sentido por quem entende desta relação íntima e vitoriosa entre contos e canções, entre letras e melodia, entre literatura e música.

Afinal, a diferença entre contar e cantar é tão pequena, que é praticamente imperceptível.

Game Of Thrones: George R. R. Martin comenta o final da 4ª temporada

Mais uma temporada de Game Of Thrones chegou ao fim. Durante o quarto ato da versão televisiva das ‘Crônicas de Gelo e Fogo’ as tradições foram mantidas, o que significa que muitas – e importantes – mortes aconteceram.

Grande parte dessas mortes ocorreram de maneira surpreendente. Isso credencia a série ao imprevisível. Mais uma vez. Em tempos de Copa do Mundo, pode-se dizer que é mais fácil acertar o vencedor entre Costa de Marfim e Grécia do que acertar quem vai sobreviver até o final da próxima temporada – ou próximo livro. O sexto livro será lançado ainda em 2014 e há a possibilidade de a história terminar apenas no oitavo.

Para comentar o sensacional final da quarta temporada, a EW conversou com o dono da história toda. A entrevista abaixo foi traduzida pelo sempre pertinente Game Of Thrones BR e CONTÉM SPOILERS.

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EW: Então, quando Tyrion sobe para confrontar seu pai, o que ele está pensando em fazer? Apenas ter uma conversa com ele?

George RR Martin: Eu não acho que ele está pensando sobre isso nesse momento.Ele é um nada. Ele perdeu tudo. Ele vai ser contrabandeado para algum lugar em segurança, mas o que diabos é que ele vai fazer lá? Ele perdeu sua posição na Casa Lannister, ele perdeu sua posição na corte, ele perdeu todo o seu ouro – que é a única coisa que o sustentou durante toda a sua vida. Todas as desvantagens que ele teve por ser um anão, ele não tem o tipo de habilidade física para ser um cavaleiro, mas ele tinha a grande vantagem de um nome antigo e poderoso e todo o ouro que ele poderia querer para comprar todas coisas – incluindo seguidores como Bronn e outras pessoas para defendê-lo. Agora que ele perdeu tudo isso e ele também descobriu que Jamie – o único parente que ele amava incondicionalmente e o protegia, estava sempre ao seu lado – desempenhou um papel neste evento traumático de sua vida, a traição final. Ele está tão ferido que ele quer machucar outras pessoas, é um capricho quando ele percebe onde está e que a apenas alguns degraus está um aposento que já foi seu, e que agora seu pai usurpou dele. Assim, ele sobre para ver seu pai. Eu não acho que ele sabe o que ele vai dizer ou fazer quando ele chegar lá, mas uma parte dele se sente compelido a ir. E claro, em seguida, encontramos Shae lá, o que é um choque adicional para ele, mais uma facada na barriga.

Lembro-me de um dos sentimentos que eu tive ao ler o que acontece em seguida, estava tão chateado que Tyrion foi falsamente acusado, e então ele vai em frente e comete esses assassinatos. Há um certo pesar, porque queremos que todos saibam e gostem dele como nós gostamos, mas agora ele está condenado e isso nunca vai acontecer depois de suas ações naquela noite.

Acho que às vezes as pessoas são empurrados muito longe, às vezes as pessoas quebram. Eu acho que Tyrion chegou nesse ponto. Ele passou pelo inferno, ele enfrentou a morte de novo e de novo, ele foi traído por todas as pessoas das quais ele tentou cuidar, das quais ele tentou ganhar aprovação. Ele está tentando ganhar a aprovação de seu pai durante toda a vida. E, apesar de suas dúvidas, ele se apaixonou por Shae, entregou o seu coração para ela. Ele só chega a um ponto onde ele não pode mais fazer isso. Eu acho que as duas ações são bastante diferentes, embora eles ocorram em sequência. Ele está furioso com Lorde Tywin porque ele descobriu a verdade sobre sua primeira esposa e o que aconteceu com ela, e Tywin continua chamando-a de prostituta – o que ela é, pela lógica de Lorde Tywin. Lorde Tywin está convencido de que uma vez que ele não ama Tyrion, então ninguém pode amar Tyrion. Então, obviamente, ela é uma garota de classe baixa que está apenas tentando trazer o anão para a sua cama, porque ele era um Lannister, para que ela pudesse se tornar uma senhora e ter dinheiro e viver em um castelo e tudo isso. Então, basicamente é o equivalente a ser uma prostituta – ela está apenas fodendo pelo status e ele está tentando ensinar a Tyrion uma lição a esse respeito. E assim ele continua usando a palavra “prostituta”, que é como jogar sal em sua ferida, e Tyrion lhe diz para não fazer isso, para não dizer essa palavra novamente. E ele diz a palavra novamente e nesse momento, o dedo de Tyrion apenas empurra o gatilho.

Uma coisa importante que ele aprendeu desde a sua juventude, porque é muito a filosofia de Lorde Tywin – é que você não faz ameaças e em seguida, deixa de realizá-las. Se você ameaça alguém e em seguida, eles desafiam você, e você não realiza, então quem é que vai acreditar em seus ameaças? Suas ameaças tem que carregar peso. E isso é ensinado a Tyrion por toda a sua vida. Assim, quando seu pai diz a palavra, o dedo empurra a besta, a decisão de uma fração de segundo, e está feito.Isso vai assombrá-lo. Tywin era seu pai e vai continuar a persegui-lo, provavelmente para o resto de sua vida.

Com Shae, é algo muito mais deliberado e de certa forma uma coisa mais cruel. Não é a ação de um segundo, porque ele está estrangulando-a lentamente e ela está lutando, tentando se libertar. Ele poderia deixar ela ir a qualquer momento. Mas a sua raiva e seu sentimento de traição é tão forte que ele não para até terminar o que é provavelmente a obra mais vil que ele já fez. É o grande crime de sua alma junto com o que ele fez com sua primeira esposa, abandonando-a depois da pequena demonstração de Lorde Tywin. Agora para os padrões de Westeros, isso quase nem seria um crime “Então um Lorde matou uma prostituta, grande coisa.” Ele não seria punido por isso mais do que quaisquer outros Lordes e cavaleiros que tratam as mulheres de origem humilde, prostitutas e servas com desprezo usando-as e descartando-as. Isso não é nada para o mundo, mas é novamente algo que vai assombrá-lo, ao passo que o ato de matar o pai é algo de enorme consequência, algo que está além dos limites, pois nenhum homem é tão amaldiçoado quanto um patricida.

Sibel Kekilli (Shae) e o Dono de Tudo.
Sibel Kekilli (Shae) e o Dono de Tudo.

Certo, e há também a surpresa com a hipocrisia de Tywin quando ele encontra Shae em sua cama. Será que Tywin sabia que ela era uma prostituta [no livro isso não está claro]? Ou que ele simplesmente não se importa?

Oh, eu acho que Tywin sabia sobre Shae. Ele provavelmente descobriu que ela era a mesma seguidora do campo de batalha que ele expressamente disse: “você não vai trazer aquela prostituta para a corte”, e que Tyrion desafiou ele novamente e trouxe aquela prostituta para Porto Real. Quanto ao que precisamente aconteceu aqui, isso é algo que eu realmente não quero falar sobre, porque ainda há aspectos desse momento que eu não revelei e que serão revelados em livros posteriores. Mas o papel de Varys em tudo isso também é algo a ser considerado.

Também vale a pena mencionar que Shae é um dos personagens que foram significativamente alterados em relação aos livros para a série. Eu acho que [David Benioff e Dan Weiss] escreveram uma Shae muito diferente, e um símbolo para Sibel Kekilli – a garota incrível que interpretou o papel. Shae é muito mais sincera em suas afeições para Tyrion. Isso é quase contraditório, mas com a Shae na série de TV, você pode dizer que ela realmente tem sentimentos verdadeiros por Tyrion – ela o desafia. A Shae nos livros é apenas uma prostituta manipuladora que não faz por Tyrion mais do que ela faria por qualquer outro, mas ela é muito compatível, como um pequena gatinha sexy na adolescência, alimentando todas as suas fantasias; ela está com ele apenas pelo dinheiro e status. Ela é tudo que Lorde Tywin pensou sobre a primeira esposa de Tyrion e que ela realmente não era. Portanto, há muitas camadas de complexidade acontecendo aqui. Elas são a mesma personagem, mas também são personagens muito diferentes, e eu acho que isso vai levar a consequências diferentes na série em relação aos livros.

Foi difícil como autor matar dois de seus principais vilões, Joffrey e Tywin, no terceiro livro?

Eu não sei como responder a algumas destas questões. O processo de escrever para mim vem de uma parte diferente do cérebro do que o racional. Eu não sei se eu vejo tudo isso como apenas direito/esquerdo, mas eu não sento e tomo decisões como: “Sim, eu preciso de uma decisão aqui, eu preciso de alguma coisa lá.” Eu defino os personagens em movimento, eu defino a história em movimento, e eles me levam a determinados lugares. É certo que, às vezes, eles me levam até um beco sem saída e eu penso, “Isso não vai dar certo, eu realmente chego a um beco às vezes e eu tenho que voltar atrás e mudar isso.” Mas às vezes eles me levam a lugares muito poderosos.

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