Antes uma prática comumente associada a gerações mais velhas, o crochê vem se tornando uma prática popular entre os jovens da geração Z. Essa tendência comportamental pode ser observada nas redes sociais, inundadas de tutoriais e vídeos feitos por jovens e adolescentes sobre como se iniciar no hobby.
Com uma preocupação crescente sobre ‘procurar seu próprio estilo e autenticidade’, ao mesmo tempo que preserva o meio ambiente, a geração Z encontrou no crochê uma maneira de criar peças autorais e artesanais. Além disso, a prática ainda serve como uma maneira de buscar o bem-estar cotidiano longe das telas.
Ainda que esteja ganhando novos adeptos em 2024, o crochê é uma prática milenar que serve não apenas como forma de expressão e descompressão, mas também como sustento para muitos que têm a tecelagem como profissão.
O surgimento do crochê
As origens do crochê são incertas, com estimativas de seu surgimento datadas na pré-história e no início das civilizações, como uma forma de produção de vestimentas masculinas voltadas para práticas de caça e pesca.
No entanto, a técnica do “crochê no ar”, que utiliza apenas linha e agulha, nasceu na França, em meados do século XIX, quando uma mulher chamada Riego de La Branchardière desenhou e divulgou mais de 100 modelos de padrões de crochê, que poderiam ser replicados por mulheres no mundo inteiro. Essa é a técnica utilizada até os dias de hoje.
Por ser comumente praticado por mulheres francesas de classes baixas, o crochê era malvisto e considerado uma versão barata de rendas e bilros luxuosos utilizados pela nobreza da época. A popularização do crochê entre todas as classes apenas se deu a partir da Rainha Vitória, da Inglaterra, que fez da prática um de seus hobbies, e, assim, influenciou a nobreza europeia.
Desde a sua popularização, no século XIX, o crochê se tornou um hábito transmitido entre gerações como uma forma de renda, diversão, bem-estar e tempo de qualidade com a família. Por exigir poucos e simples materiais e possibilitar a criação das mais diversas peças, a prática conquista novos seguidores a cada dia, especialmente com a alta disponibilidade de conteúdos virtuais atualmente.
Como iniciar no crochê?
Para aqueles que nunca tiveram contato com trabalhos manuais ou formas de tecelagem antes, essa dúvida é muito comum. Isso porque é fácil encontrar tutoriais e receitas na internet, porém pode ser difícil se deparar com explicações básicas sobre os materiais e as possibilidades de criação, por exemplo.
O primeiro passo para quem deseja iniciar do zero no crochê é pensar nos objetivos da prática. Se a motivação para aprender um novo hábito é encontrar uma forma de relaxamento ou produzir peças para si próprio, vídeos de tutoriais e receitas gratuitas podem ajudar bastante. Já para quem deseja se tornar profissional um investimento maior pode ser necessário.
Para começar no hobby, é preciso entender como funcionam os pontos-base do crochê. Entendendo um pouco melhor sobre eles, a dica é investir em uma agulha de tamanho médio – que será aproveitada na produção de peças depois – e um barbante básico e confortável, para treinar os pontos o máximo que puder.
Depois desse treinamento, já é possível buscar por peças simples e pequenas, que não exijam muitas trocas de cores ou diferentes pontos. É preciso lembrar que começar um novo hobby pode ser muito desafiador, e, se o objetivo é mantê-lo por bastante tempo, é preciso começar devagar.
Além dessas dicas, é preciso também buscar por perfis e canais de crochê que ensinem bem e publiquem peças que atendam aos gostos de cada um. Dessa forma, existe sempre a motivação para aprender novas técnicas e produzir novas peças.