
Estamos a apenas alguns dias do Carnaval, que em 2025 acontece do dia 1º a 4 de março, mas os brasileiros claramente estão entrando na folia desde já. De acordo com um levantamento realizado pela Agência Conversion, as buscas online por “bloquinhos pré-Carnaval” aumentaram 120% nas últimas semanas, indicando um interesse crescente da população pelos eventos que antecedem a celebração principal.
Todos os anos, o Carnaval é responsável por movimentar milhões na economia brasileira. O setor de turismo é amplamente beneficiado durante esse período, já que tanto brasileiros quanto estrangeiros visitam diferentes estados do país, a fim de aproveitar a folia.
Não menos importante, o Carnaval é uma festa tipicamente brasileira, sendo um dos 52 bens culturais classificados como Patrimônio Cultural do Brasil. Apesar de a sua origem ter raízes coloniais, foi o povo brasileiro que transformou a data em tudo que ela é hoje: uma grande celebração à diversidade cultural do país.
De onde veio o Carnaval?
O Carnaval foi trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses por volta do século XVII. A princípio, a festa se resumia a uma brincadeira chamada de entrudo, que era bem popular em Portugal. A prática podia ser resumida a uma espécie de zombaria pública, em que as pessoas molhavam ou sujavam pedestres com recipientes cheios de líquido.
Por motivos óbvios, o entrudo não era apreciado por todos – especialmente pela elite, que condenava a balbúrdia nas ruas. Em uma longa campanha de ressignificação do Carnaval, a alta sociedade conseguiu eliminar o entrudo gradativamente. No século XIX, a celebração passou a adotar um novo direcionamento, com muita música e dança, assim surgindo as primeiras marchinhas.
Foi só no século XX que aconteceram os primeiros desfiles, de início somente com carros de luxo da elite carioca. As primeiras escolas de samba começaram a surgir no fim dos anos 1920 e, a partir dali, o Carnaval que conhecemos passou a tomar forma. Foi só por volta de 1980 que a celebração se consolidou do jeito que estamos acostumados: desfiles das escolas, trios elétricos, bloquinhos de rua e mais.
Pluralidade brasileira
O que realmente torna o Carnaval especial no Brasil é sua pluralidade cultural. A celebração é famosa em todos os estados do país, mas cada um a pratica com suas próprias particularidades. Dependendo da região, é possível testemunhar danças típicas, trajes diferenciados e detalhes que não vemos em outros lugares.
Na cidade de Olinda, em Pernambuco, temos os famosos bonecos de Olinda, que enfeitam as ruas com sua alta estatura e simpatia. Já em Recife o direcionamento é outro: danças como o frevo e o maracatu tomam conta da folia. Esse é apenas um exemplo de como o Carnaval pode ser praticado de diferentes formas – mesmo se passando no mesmo estado.
Os bloquinhos são uma parte fundamental do todo, com uma importância equivalente aos tradicionais desfiles. São nesses espaços que as pessoas se reúnem para festejar, transformando as ruas das cidades com uma energia contagiante. Hoje em dia, os primeiros bloquinhos já começam algumas semanas antes do Carnaval, tamanha a popularidade da ocasião.
Movimentação econômica
Do ponto de vista econômico, os bloquinhos também são fundamentais. A estimativa é que o Carnaval de 2025 movimente cerca de R$ 12 bilhões na economia nacional, com um aumento de 2,1%, em relação ao ano passado. Esses números consideram tudo relacionado a uma viagem, incluindo hospedagem, consumo, etc.
O Carnaval também costuma ser o período em que o país recebe mais turistas de outros países. Em 2024, foram quase 834 mil estrangeiros visitando o Brasil no mês de fevereiro, e as expectativas para 2025 seguem altas, visando um aumento de aproximadamente 4,8%, o que superaria o recorde estabelecido em 2018.