O que queremos?

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Admito, muitas vezes eu também vejo só o que é bonito e pouco leio. Provavelmente você viu a tira acima, se sentiu intimidado e começou a ler. Ou, você simplesmente não deu importância e passou para as imagens que estão no fim do texto. Neste caso, vamos aproveitar para falar mal da sua mãe, da sua camiseta ridícula fora de moda, do jeito que você senta quando está navegando na internet, do seu comprometedor histórico do navegador e que você ainda mantém o orkut ativo, mas não fala isso pra ninguém.

Quem me conhece sabe que eu divago. Quem não me conhece, ficou sabendo agora. Começando o texto então:

No final do ano passado “descobri” um meme novo que chovia compartilhamentos. A cada hora que passava alguém compartilhava na minha timeline uma sucinta tira em 4 atos chamada “O que queremos?”. Achei engraçadíssimo e utilizei da ideia para adaptar ao La Parola. Veja abaixo.

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A ideia da tirinha é simples e abre um leque para infinitas adaptações. No primeiro ato uma espécie de líder brava “O que queremos?”. Seus seguidores, no segundo ato clamam o objetivo. O terceiro ato volta para o líder que faz a pergunta “E como/quando/onde queremos?” ou variações. E a tirinha finaliza com uma resposta preguiçosa, irônica ou crítica, sempre com bom humor.

Mas não é só graça. Embora pareça, a página não é humorística, mas crítica. A página foi criada para complementar a pós-graduação de Francine Grando, bacharel em filosofia com especialização em comportamento sócio-cultural. Desde 2012 no ar, a página tem hoje 389 mil likes no facebook. Algo grande para um despretensioso objeto de estudo. A página é administrada por Francine Grando, 26 anos, gerente de marketing, e Maia Ferrari, 25 anos, designer.

“A página não é de humor e sim de crítica social, mostrando onde erramos. Ela se torna engraçada por causa da ironia em mostrar nossos erros. Acabamos rindo das bobagens que fizemos e só nos damos conta quando vimos algo tipo essa página”, explicou Francine.

A intenção da “O que queremos?” não é ter 1 milhão de curtidas e sim mostrar e apontar nossos erros e trabalharmos para um “mundo melhor”, partindo da teoria que cada um fazendo sua parte podemos mudar algo.

O meme não foi criado do zero. É uma adaptação de um desenho da artista Allie Brosh. A “moça”, que está mais para a “criatura”, erguia os braços para comemorar o término das tarefas domésticas. Com o aumento da popularidade, a página resolveu registrar a marca, mas encontrou um empecilho. A ilustradora não permitiu o uso do desenho, o que foi facilmente contornado pela designer Maia Ferrari, que o modificou, substituindo a vassoura por um taco de baseball. Ficou muito melhor, realmente.

Apesar da comercialização de produtos, a administração da página não se apropria das receitas. O lucro é repassado para algumas entidades e ONG’s que as administradoras apoiam. Até o dia de hoje (26/03) foram vendidas em torno de cem camisetas.

Adaptações

Assim como eu me apropriei do meme e readaptei para um outro propósito, inclusive mudando completamente o sentido do original, a tira “O que queremos?” é frequentemente editada e disseminada por outras pessoas na internet.

Da mesma forma da tirinha bipolar, segundo a Francine, isso às vezes é bom, mas às vezes não. Bom, obviamente pela divulgação, principalmente quando os créditos são repassados para a página original. Já a parte maléfica da história é quando empresas (sim, empresas) utilizam a ideia para a divulgação de seus produtos e nem sempre pagam os direitos de imagem. A página solicita valores para repassar às instituições beneficiadas, igualmente como fazem com a venda de camisetas.

Na página cuidamos muito para não expressar o que nós administradoras pensamos, trabalhamos o senso comum, o coletivo, e não nossa opinião pessoal. Acontece muito de eu postar coisas que eu particularmente não concordo, mas é um caso que ocorre e preciso postar.

Para saber mais sobre a página basta digitar o nome no google. Como “O que queremos?” é uma frase facilmente encontradas em diversos textos pelos mecanismos de busca, os resultados são gigantescos (mais de 17 milhões). Porém, os principais resultados para a busca são justamente respectivos à página criada por estas duas moças.

Para curtir a página, acesse: facebook.com/oquequeremos.

Fique agora com uma pequena compilação de “O que queremos?”:

Exemplo de tirinha lógica e engajamento social da página
Exemplo de “tirinha lógica” e engajamento social da página
Exemplo de tirinha lógica e engajamento social da página
Exemplo de “tirinha lógica” e engajamento social da página

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