Pedro Arantes, jovem diretor de 28 anos. Entrevistou uma penca de gente e transformou no documentário O Riso dos Outros, exibido na TV Câmara e disponível na íntegra no youtube. Com o produto final pronto, tem alimentado a discussão entre os limites do humor. São só 51 minutos de filmes. Bem aproveitados.

O documentário tem a participação de personalidades como Laerte (gênio), André Dahmer (malvados), Jean Wyllys (deputado federal), Rafinha Bastos (popstar) e Danilo Gentili (adolescente), que discorrem sobre o papel do humor na sociedade. Um grupo defende que o humor deve ser transgressivo, enquanto outro define que o importante é só o riso. Humor imbecil, humor cabeça. Adjetivem como quiserem, mas o humor tem seus subgêneros.

Censura. Preconceito. Liberdade de expressão. Politicamente correto. Os assuntos mais abordados no documentário são justamente os mais polêmicos. Fica muito claro que o humor machuca muita gente, mas talvez nem tanto quanto agrada. Isso causa um embate entre os defensores da minoria e as vozes da maioria. Como, por exemplo, o preconceito dito existente em piadas de loira, mulher, negro, gay, pobre e o escambau. Parte de quem conta? Ou de quem ri? O humor, por mais brincadeira que seja, tem sido levado a sério por ativistas das mais diferentes causas do país.

Em suma, o documentário é basicamente dividido entre o pessoal que utiliza o humor para formar uma opinião crítica e o pessoal do stand-up comedy brasileiro (ou sua maioria, para não generalizar), que acredita que uma piada é só uma piada, puro entretenimento com o único intuito de provocar o riso, não a ofensa.

A linha entre o humor e o ridículo é tênue. Assistindo ao documentário percebemos que os melhores estão caminhando brilhantemente sobre ela, enquanto os outros são ou sérios demais ou imbecis demais.