New York City: dois artistas, duas estreias, dois rivais e um único palco. Birdman, de Alejandro González Iñárritu, demonstra muitas semelhanças com Cisne Negro, de Darren Aronofsky, em termos de enredo, personagens e imagens.
A descrição acima é a prerrogativa que o filmmaker Miguel Branco usou para editar um curto vídeo híbrido entre as duas produções. Chamado de “Blackbird”, em alusão óbvia aos dois filmes, Branco encontra cenas bastante semelhantes entre as duas peças.
Se você já viu os dois filmes, entenderá as referências. Tanto Michael Keaton (em Birdman) como Natalie Portman (em Cisne Negro) possuem esquizofrenia, estão em Nova York para apresentar um espetáculo e vivem em conflitos com seus rivais de palco (Edward Norton, em Birdman; Mila Kunis, em Cisne Negro).
Birdman foi vencedor do Oscar de melhor filme, fotografia, diretor e roteiro original. Já Cisne Negro levou apenas o prêmio de melhor atriz, pela atuação de Natalie Portman.
Assista ao vídeo acima para entender as semelhanças e o ponto de vista.
A cantora Björk divulgou um clipe que poderíamos chamar de um tanto excêntrico, mas vindo da islandesa, não surpreende.
O belo clipe de “Lionsong”, música presente no recente álbum “Vulnicura”, é introduzido por um coração batendo e depois dá espaço a uma performance artística de Björk, em um figurino característico de seu último trabalho. O vídeo foi dirigido por Inez e Vinoodh. Assista:
Dentre as dezenas de passagens quase bíblicas que o Led Zeppelin deixou para a posteridade, uma em especial sempre me iluminou. No tema Folk, ”Going To California”, Robert Plant profetiza: someone told me there’s a girl out there with love in her eyes and flowers in her hair. Hoje em dia já é de conhecimento global que essa mulher com a flor no cabelo é Joni Mitchell, uma das maiores influências de Page e seu comparsa para os insights folkeados do dirigível Zeppeliano.
Só que depois de tantos anos, eis que surge a pergunta: Se ”Going To California” tivesse sido composta nos anos 2000, quem seria a inspiração para as ideias à base de marola hippie de Robert? Depois de ver o que a Joss Stone fez sob o palco do Citibank Hall em São Paulo, nesta noite de quarta-feira, não tenho nem dúvida de que todo o Led Zeppelin cairia de amores pela britânica, que mesmo não usando flores em suas madeixas louras, fez mais do que isso: Jogou uma leva de girassóis para a plateia. Creio que não só Plant ficaria orgulhoso, mas também o reverendo Van Gogh se sentiria tocado pela música desta belíssima cantora.
Desde de 2008 que o sopro de boa música chamado Joss Stone faz uma brisa em nossa país. Todo ano o povo brasileiro tem duas certezas: A primeira é que os impostos aumentarão, já a segunda é que Joss tocará aqui outra vez. Só que diferentemente das outras tours, onde a britânica estava divulgando discos atuais, o ano de 2015 marca os shows da musa em nosso país por seu caráter de experimentação, já que grande parte do conteúdo cantado nesta noite é oriundo de seu próximo disco, ”Water For Your Soul”, trabalho que verá a luz do dia no segundo semestre deste ano.
Só que antes de nosso povo receber esses novos temas com grande excitação, e claro, provar de sua grande qualidade e mudança no som habitual, tivemos o número de abertura, e mais uma vez fui surpreendido com um belo pocket de aquecimento. Com o show principal previsto para às 21:30, grande parte do público não esperava nenhum ato de abertura, mas às 20:00 a Cubana Lena Burke subiu ao palco e nos mostrou toda a força de sua cozinha cubana, swingada e em formato de power trio.
Foto: Rafael Koch Rossi / T4F
Durante exatos 60 minutos (a também loira) mostrou toda a força do caldeirão de ritmos caribenhos e espantou os presentes pela qualidade de sua voz. Cantando em espanhol e interagindo bastante com a platéia, Burke apresentou sua cozinha mais clássica e melancólica e soube intercalar algumas lindas baladas com momentos de mais balanço. Sua banda em especial chamou bastante minha atenção, o baixista fazia um groove bastante profundo e o som de seu instrumento beirava um fretless, mas não era o caso, isso sem mencionar a batera que além de muito coesa batucava uma percussão de excelente qualidade.
Depois de praticar o espanhol com um vozeirão digno da atração posterior, Lena saiu do palco bastante aplaudida e deixou a pista livre. Logo depois, fazendo valer sua pontualidade britânica, Joss entrou no palco… E daí pra frente foram cerca de 2 horas e meia de muito som. Primeiro a senhorita pontuou que seria uma noite diferenciada e que ouviríamos grande parte de seu novo material, depois a jukebox rolou solta e transformou o Citibank Hall em teatro para peças da Motown, com reposição de slaps e Wah-Wah com delay Jamaicano.
Foto: Rafael Koch Rossi / T4F
Fiquei bastante impressionado com as luzes e com a banda. Primeiro que contrariando grande parte dos grandes músicos que passam pelo Brasil, a cantora não possui uma banda ”step”, quem acompanha sua carreira conhece seus músicos de apoio e sabe da qualidade absurda de todos os envolvidos, e uma vez mais isso deu o tom para a noite. Contando com bateria, baixo, guitarra, duas backing vocals, uma dupla de trompete-saxofone (relembrando os Brecker Brothers), dois andares de tecladadeira e um belo órgão gospel, Joss nos mostrou grande parte de seu novo disco e me surpreendeu (positivamente), pelo pesadísimo flerte rasta Reggae Roots.
Rolou medley de Bob Marley com ”Bad Boys”, jam com Parliament e a mítica ”Mothership Connection”, e Jay Hawkins com o mítico blues de negras notas, ”I Put A Spell On You”, tema que quase me colocou de joelhos. O show foi fantástico, melhor ainda justamente pelo fato de apresentar novos temas e impressionante pelo nível de exatidão que a banda da senhorita estava se apresentando, era visível que tratava-se de uma noite importante, e de fato foi assim.
São momentos como o de hoje que me fazem escrever de música. Quando tenho a oportunidade de ver um show onde o sentimento é a base, tal qual nesta noite, sei que sou um privilegiado por poder ouvir as notas ao vivo, onde o som realmente acontece. Momento onde seu néctar é absolutamente puro e se mistura com a energia do ambiente, segundos que nos fazem bater o pé no balanço do som, sentir o dub ou simplesmente se derreter com uma voz que parece até de mentira.
Foto: Rafael Koch Rossi / T4F
É impressionante ver como uma mulher magrinha tal qual a Joss, consegue emanar um híbrido de Barbie com Etta James quando abre a boca, é realmente assustador. Mas por outro lado chega a ser até engraçado notar como essa menina é simpática, bem humorada e bastante tranquila, absolutamente leve, tal qual sua sublime arte.
Seu maior talento não é a voz ou a criatividade na hora de escrever. O grande lance com essa estonteante mulher é o que ela carrega. São as influências do soul clássico, o climão de Big Band advindo dos tempos áureos do jazz e o swing do funk, que convenhamos, não se aprende na escola. E o mais absurdo é ver como todas essas influências se fundem, confundem e viram jam quando ela começa a guiar o som com seu canto de Hamelin.
É realmente sensacional sentir que o músico que você foi ver está tão feliz quanto você, bate palma sabe-se lá deus por que, atende pedidos de músicas surgidos da plateia e ainda mostra esse nível de paixão pela música. É óbvio que teve uns trechos à capella de ”Teardrops” e da radiofônica ”You Had Me” e outros exemplos de excelente música pop. Mas o que fica é a experimentação com o próximo disco e seus elementos de música árabe, indiana, africana e esse caráter abstrato que todos os shows possuem e que não podem ser definidos em palavras.
Foto: Rafael Koch Rossi / T4F
O dia em que alguém puder decifrar isso, creio que o mundo não terá mais graça. Meu maior sonho é que essa resenha consiga resgatar algo do show e fazê-lo pensar: Que grande noite. Esse pequeno aperitivo da ”Total World Tour” é exatamente o que essas linhas visam obter, ensinamentos, influências e qualquer tipo de ligação com novas pessoas, culturas e a arte de forma geral, materiais que servem de combustível para essa fantástica intérprete.
A musa futurista do Led Zeppelin, a voz que nos faz fechar os olhos e mergulhar fundo atrás do estopim da música, aquele olho do furacão enebriante que nos faz esquecer de tudo e apenas optar pelo mais fácil: sentir o momento.
Obrigado, senhorita Stone, todos os mais de 7.000 presentes lotaram as dependências da casa e saíram da mesma completamente satisfeitos, você nos fez sentir e nosso papel é continuar tentando chegar até o cerne do som e de nossa paixão pelo o que você sente, explica, nos passa e nem o resenhista explica. Simplesmente lindo.
Um dos cineastas que mais tem se destacando nos últimos anos é Wes Anderson. O diretor de “O Grande Hotel Budapeste” e “Os Excêntricos Tenenbaums” mantém uma estética bem característica em seus filmes.
É tão verdade que há várias adaptações e releituras de obras consolidadas na internet “à la Wes Anderson”. O videomaker Patrick Willems reimaginou um filme da franquia X-Men dirigido por Wes Anderson.
Com a assinatura peculariar do diretor, Magneto, Wolverine, Tempestade, Ciclope, Jean Grey entre outros personagens trocaram as cenas de ação e as explosões por diálogos e introduções excêntricas.
Assista abaixo à edição:
Essa não é a primeira vez que postamos aqui uma homenagem a Wes Anderson. Outro videomaker também imaginou como seria se o norte-americano tivesse dirigido o trailer de Star Wars 7.
E se você morasse em uma casa que literalmente girasse? Ok, pode ser difícil viver em uma casa tão pequena quanto essa, até por esse motivo é um projeto experimental, por isso vamos às explicações.
Nomeada Roll It, o projeto é um resultado colaborativo por estudantes da Universidade de Karlsruhe, na Alemanha. O design cilíndrico é um protótipo modular que faz com que o mínimo espaço possível seja, de forma flexível, quase que 100% aproveitado.
Pode não parecer, mas essa pequena casa possui várias áreas diferentes. Um pouco estranho, mas basta girar um pouco para que se transforme e sirva para outra finalidade. Um espaço de trabalho com uma mesa acoplada é facilmente convertido em uma espécie de quarto, com uma cama e um pequeno armário para guardar roupas.
Girando mais a casa, o que temos é um lavabo, uma pia e até mesmo um fogão. Estranho? Calma, o design é “higiênico” e totalmente estudado e projetado para que tanto a pia quanto o vaso não virem, apenas mudem de posição.
Por fim, há uma roda para exercício de corridas. Ainda que seja difícil imaginar alguém querendo se exercitar em um espaço tão pequeno, é uma experiência interessante. Ou nem tanto. Tudo isso dá uma impressão meio “hamster”, se é que você me entende.
A estrutura do protótipo também possui várias aberturas para que a luz solar ilumine a área interna. Pode não ser a casa mais aconchegante do planeta, mas é um protótipo bem curioso. Confira abaixo algumas imagens:
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Foi divulgado o trailer oficial de Demolidor, série da Marvel baseada nas histórias em quadrinhos do personagem. Serão 13 episódios que estarão disponíveis para streaming no Netflix, a partir de 10 de abril. Cada capítulo tem duração de uma hora.
A sinopse oficial da série traz a pergunta:
Cego desde um acidente na infância, Matt Murdock ganha poderes extraordinários que usa para defender injustiçados – de dia como advogado, de noite como o Demolidor. Mas até onde ele está disposto a ir para transformar Nova York em um lugar melhor?
Matt Murdock/Demolidor é interpretado pelo ator inglês Charlie Cox (Boardwalk Empire). Também estão no elenco os atores e atrizes Vicent D’Onofrio, Deborah Ann Woll, Rosario Dawson, Elden Henson e Ayelet Zurer.
Todos os episódios entrarão na grade do Netflix ao mesmo tempo. Em outras palavras: está liberada a maratona. Assista acima.
Em janeiro de 2015, os britânicos do Kasabian participaram do Spotify Sessions, em Londres. A banda tocou quatro versões acústicas de músicas já bem conhecidas. Duas do álbum West Rider Pauper Lunatic Asylum (Underdog e Thick as Thieves), uma de Velociraptor! (Goodbye Kiss) e uma de 48:13 (Stevie), o quinto e mais recente álbum de estúdio do grupo, lançado em 2014.
A Roudini & Os Impostores está em estúdio gravando seu segundo álbum, o sucessor do estreante Eldorado, de 2013. Uma das músicas que estará presente no disco é ‘Sonhos’, que já foi apresentada ao vivo em algumas ocasiões.
O primeiro registro oficial da música foi feito no Sofar Sounds Brasil, em outubro do ano passado, no Vila Flores, em Porto Alegre. A apresentação contou com a participação especial do tecladista Jerônimo Bueno.
Let It Happen é a primeira música que o Tame Impala divulgou do terceiro álbum que a banda está preparando. Ainda não se tem muito mais informações de quantas faixas, qual a data do lançamento ou coisa parecida, só se sabe que no mesmo dia a banda anunciou uma longa turnê na América do Norte entre os meses de abril e junho, e na Europa entre agosto e setembro.
A música, de 8 minutos, foi disponibilizada no site da banda para download gratuito. Nos primeiros minutos, o buzz foi tão grande que o site congestionou. Mas agora já deve ter voltado ao normal.
“Um morador me perguntou ‘por favor, o que isso significa?’ e eu expliquei que eu queria mostrar a destruição de Gaza com fotos no meu website – mas que na internet as pessoas só olham fotos de gatinhos.” (Banksy)
O artista-ativista Banksy fez uma nova intervenção com um nível de ousadia ninja: foi secretamente à Faixa de Gaza. Por túneis clandestinos, conseguiu entrar em um dos (senão O) território mais hostil do planeta.
Banksy fez algumas ilustrações, escreveu em um muro uma frase de alto impacto e gravou um vídeo no local. O artista ainda continua anônimo, ao contrário de suas geniais intervenções.
“Gaza é geralmente descrita como a ‘maior prisão a céu aberto do mundo’ porque ninguém é autorizado a entrar ou sair. Mas isso me parece um pouco injusto com as prisões – eles não têm eletricidade e o serviço de fornecimento de água é cortado aleatoriamente quase todo dia.” (Banksy)
O impacto do bloqueio de Israel e Egito ao território palestino é desumano. Só de imaginar que ali vivem crianças que jamais viram o mundo como nós vimos, me sinto mal. Se acostumar com a rotina violenta e ter que encarar cada explosão, atentado ou execução como mera trivialidade do cotidiano é algo que não cabe em minha imaginação. São adultos agindo como crianças e crianças agindo como adultos.
Faça um exercício aí e imagine que você tenha nascido em uma zona de conflito e jamais tenha deixado esse local. “Os nativos gostam tanto que de lá nunca saíram”, ironiza Banksy no vídeo. Minha imaginação não chega perto do que a realidade deve ser. E, vamos falar sério, nem a sua.
Abaixo o vídeo e algumas imagens da intervenção do artista: