Nossos pais nos ensinam, quando somos crianças, a não falar palavrões, a não brigar, a tratar os outros com respeito, entre outras boas maneiras. E nós acreditamos, pois eles são nossos pais e nós pensamos que o que eles nos ensinam é o certo, é como deve ser feito. As crianças acreditam cegamente em seus pais, pois ainda não sabem o que é certo e o que é errado, o que é verdadeiro e o que é falso. As crianças acreditam cegamente, pois são muito jovens para entender o que é a frustração, o que é ter dúvida sobre o que alguém está falando.

Essa prerrogativa, aliada à estatísticas de abuso às crianças foi determinante para a criação da campanha Children Believe What They Are Told (As Crianças Acreditam no que Dissemos), da The Irish Society for the Prevention of Cruelty to Children (Sociedade irlandesa de prevenção à crueldade contra as crianças), a ISPCC. As estatísticas mostram quem em 2011 foram feitos mais de 54 mil pedidos de ajuda ao serviço por crianças que foram mal tratadas por adultos.

Para chamar a atenção da população sobre um problema, nada melhor que uma ação chocante. Neste caso, um vídeo, que mostra uma garotinha falando sobre si mesma. A primeira frase já mostra o teor de ousadia da campanha: I’m a stupid little bitch (Eu sou uma vadiazinha estúpida). A campanha foi criada em maio pela agência Oglivy, de Dublin. Veja o vídeo e mais abaixo a tradução.

Eu sou uma vadiazinha estúpida
Eu deveria calar a boca quando me deixam sozinha à noite
Eu sou gorda, feia e inútil
Eu choro como um bebê quando sou estapeada
Eu sou uma companhia horrível
Eu não mereço ter nenhum amigo
Eu não faço nada certo

Eu não sou só uma vadiazinha estúpida. Eu não sou ninguém.

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