Bola furada, latinha de refrigerante, garrafa pet, bola de tênis, laranja, bola de meia, tampa de garrafa etc. Todos esses objetos (mais o etc) são usados diariamente nas ruas para a prática de um esporte global, o futebol. Mas o futebol que vemos na TV e nos estádios são com bolas de couro preenchidas com ar, então por que são usados outros objetos nas ruas? Dinheiro é a resposta (ou a falta de). Como o futebol é um esporte praticado ao redor do mundo, sua maioria descende de classes pobres e miseráveis. Longe do glamour das competições europeias e de uma Copa do Mundo, há milhares de “campos” de chão batido em toda parte do globo, principalmente na África e em outros países do terceiro mundo, incluindo o Brasil.
Voltando no tempo, em 2006, o empresário Tim Jahnigen tomou conhecimento, por meio de noticiários, que as crianças de Darfur (região do Sudão) usavam qualquer coisa para jogar futebol, menos bolas adequadas. Ou seja, a força do futebol é tão grande que a falta de material (na verdade apenas um, o básico, a bola) não impede a prática. Complementando, várias comunidades recebem doações de bolas de grandes empresas do ramo esportivo, porém todas elas são projetadas para o futebol na grama. E, na África, o futebol é na terra, o que acaba reduzindo consideravelmente a vida útil das bolas.
A partir desse problema, nasceu o projeto One World Futbal. Durante dois anos, Jahnigen procurou um material que não se deteriorasse, furasse ou murchasse. O que encontrou foi a PopFoam, material similar ao usado na confecção dos feios e confortáveis Crocs.
Entretanto, o custo estimado para a produção das bolas estava avaliado em 300 mil dólares, um valor insustentável para o poderio econômico do empresário. Nesse ponto da história apareceu o cantor Sting, que financiou a ideia. No fim, o valor do projeto acabou custando um décimo do estimado (30 mil dólares).
Vídeo com Sting e Tim Jahnigen
O auxílio monetário e de marketing de Sting rendeu uma homenagem no nome da bola. One World Futbol é derivado da música composta pelo The Police (sua ex-banda), One World (Not Three). A bola que aguenta o peso de um carro, não rasga e não murcha tem expectativa de duração de 30 anos. Até novembro deste ano foram produzidas em torno de 50 mil bolas, comercializadas ao preço de 40 dólares cada. Aí que entra a jogada. A cada bola comprada uma segunda bola será doada a comunidades carentes, campos de refugiados, zonas de conflitos e quaisquer áreas que possuam essa necessidade.
A Chevrolet, apoiadora do projeto, promete comprar um milhão e meio de bolas para doação ao longe de três anos. A Unicef já comprou mais de 5 mil. O próximo desafio é fazer bolas o suficiente para suprir a demanda. A fábrica em Taiwan está funcionando em dois turnos, com estimativa de produção de 45 mil bolas por mês. A aquisição pode ser feita online no site oficial do projeto, http://oneworldfutbol.com/.
Vídeo do projeto
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