O Lixo Nosso de Cada Dia

Já parou para pensar que o seu lixo é um retrato do que você é?

Ele é parte da sua realidade, são os seus restos, as suas escolhas.

É tudo aquilo que um dia foi importante para você –  visto que se transformou no seu  lixo e não no meu.

Falar sobre o tema costuma gerar mal estar.

Se usar o termo Resíduo Sólido,  vá lá… mas lixo… ah, é maçante demais para merecer nossa atenção.

Então a tendência natural é fechar os olhos e desejar que ele evapore, desapareça.

Só que o nosso lixo continua existindo depois que o jogamos na lixeira e ele não é problema exclusivo dos governantes.

O meu e o seu lixo são problemas nossos.

Devemos nos envolver com o tema, trazer à tona, ouvir e  falar, para lidarmos melhor com o problema, comum a todos nós.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece objetivos, metas e ações importantes, contemplando os diversos tipos de resíduos gerados.

Descartar corretamente é essencial, mas podemos e devemos ir além disso.

O Lixo Nosso de Cada Dia (1)

Um conceito ainda pouco difundido é o da Preciclagem, que nada mais é do que pensar antes de comprar.

Acima de tudo é ter consciência de que a nossa responsabilidade não acaba quando jogamos as coisas fora.

Algumas ações simples que fazem muita diferença:

  • Antes de comprar, se questionar se realmente precisa do produto;

  • Preferir embalagens que não abusem da quantidade de plásticos e papéis;

  • Optar por garrafas de vidro retornáveis (diferente do plástico, o vidro pode ser reciclado infinitas vezes);

  • Quando comprar produtos que cabem na bolsa, pasta ou mochila, recusar os saquinhos plásticos;

  • Quando for às compras, levar sacola de casa para o transporte (as  chamadas  ecobags);

  • Em casa, descartar separadamente o lixo orgânico do inorgânico (mesmo que não tenha coleta seletiva, o lixo não se mistura no caminhão, como podemos pensar);

  • Nunca, independente da situação, jogar lixo no chão.

Dizem que o humor é uma forma sublime de entendimento. A crônica abaixo, de Luis Fernando Verissimo reflete bem isso.

O Lixo Nosso de Cada Dia (2)

O Lixo

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
– Bom dia…
– Bom dia.
– A senhora é do 610.
– E o senhor do 612.
– É.
– Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente…
– Pois é…
– Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo…
– O meu quê?
– O seu lixo.
– Ah…
– Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena…
– Na verdade sou só eu.
– Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
– É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar…
– Entendo.
– A senhora também…
– Me chame de você.
– Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim…
– É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra…
– A senhora… Você não tem família?
– Tenho, mas não aqui.
– No Espírito Santo.
– Como é que você sabe?
– Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
– É. Mamãe escreve todas as semanas.
– Ela é professora?
– Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
– Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
– O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
– Pois é…
– No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
– É.
– Más notícias?
– Meu pai. Morreu.
– Sinto muito.
– Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
– Foi por isso que você recomeçou a fumar?
– Como é que você sabe?
– De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
– É verdade. Mas consegui parar outra vez.
– Eu, graças a Deus, nunca fumei.
– Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo…
– Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
– Você brigou com o namorado, certo?
– Isso você também descobriu no lixo?
– Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
– É, chorei bastante, mas já passou.
– Mas hoje ainda tem uns lencinhos…
– É que eu estou com um pouco de coriza.
– Ah.
– Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
– É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
– Namorada?
– Não.
– Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
– Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
– Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
– Você já está analisando o meu lixo!
– Não posso negar que o seu lixo me interessou.
– Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
– Não! Você viu meus poemas?
– Vi e gostei muito.
– Mas são muito ruins!
– Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
– Se eu soubesse que você ia ler…
– Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
– Acho que não. Lixo é domínio público.
– Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
– Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que…
– Ontem, no seu lixo…
– O quê?
– Me enganei, ou eram cascas de camarão?
– Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
– Eu adoro camarão.
– Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode…
– Jantar juntos?
– É.
– Não quero dar trabalho.
– Trabalho nenhum.
– Vai sujar a sua cozinha?
– Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
– No seu lixo ou no meu?

Os Super-Heróis da Marvel também curtem #selfie

Como diz a descrição da nova série de ilustrações de Butcher Billy:

Vamos salvar o mundo, mas antes deixe eu fazer um #selfie.

E é exatamente isso que os super-heróis fariam se fossem pessoas normais vivendo nos dias de hoje, ao menos na visão do ilustrador, que já criou a Liga da Justiça da New Wave, fotos icônicas de músicos já falecidos adaptadas ao estilo Instagram e inverteu a ordem das coisas em uma série que mostra os músicos influenciadores vestindo camisetas dos influenciados.

Mantendo a onda de tornar a cultura pop sempre contemporânea, Butcher Billy ilustrou os super-heróis da Marvel fazendo um #selfie antes de saírem para seus ofícios.

Vamos deixar o próprio Butcher descrever o seu projeto:

Vivemos na era do selfie. Um rápido autorretrato, feito com a câmeraa de um smartphone e imediatamente postado e compartilhado na internet, é uma comunicação visual instantânea de onde estamos, o que estamos fazendo, quem pensamos que somos, e quem nós pensamos que está nos vendo. Warhol estaria orgulhoso.

Selfies mudaram aspectos sociais de interação, linguagem corporal, autoconhecimento, privacidade, e humor, alterando temporalidade, ironia e comportamento público. Tornou-se um novo gênero visual – um tipo de autorretrato formalmente distinto de todos os outros na história. Goste ou não, estes malditos selfies tornaram-se um grande negócio para a cultura pop e para a pop art.

Confira abaixo e não esqueça de visitar behance.net/butcherbilly:

Marvel Selfies Butcher Billy (2) Marvel Selfies Butcher Billy (3) Marvel Selfies Butcher Billy (4) Marvel Selfies Butcher Billy (6) Marvel Selfies Butcher Billy (7) Marvel Selfies Butcher Billy (8) Marvel Selfies Butcher Billy (9)

Escritor goiano lança projeto editorial interativo para crianças

O que pode ser mais trágico para uma criança do que ver seu sábado de sol se transformar em um dia de chuva torrencial, obrigando-a a ficar trancada dentro de casa?

Quem tem filhos, ou ainda lembra-se bem de sua própria infância, sabe o que um final de semana chuvoso significa para os pequenos. E foi pensando nisso que o goiano Tael de Araújo, pseudônimo do escritor Israel Teles, lançou o e-book A Incrível Fábrica de Lagartos, voltado especialmente para crianças em processo de alfabetização.

Tudo começou quando um sobrinho do autor desenhou o que intitulou de “A Incrível Fábrica de Lagartos”. A ilustração era tão interessante, que Tael percebeu na hora que poderia transformá-la em um livro. No mesmo dia, sentou e escreveu.

A obra conta a história de Puã, um menino que gosta muito de estudar, mas reserva os finais de semana para brincar e se divertir. Porém, quando o sábado finalmente chega, Puã é surpreendido por uma forte chuva, que termina obrigando-o a ficar dentro de casa. Apesar de tristonho, rapidamente Puã tem uma ideia: ao ver um lagartinho passando pela sua janela, se questiona de onde, afinal de contas, surgem os lagartos. E sem demora encontra uma resposta para sua pergunta: naturalmente os lagartos vêm de uma fábrica. Uma incrível fábrica de lagartos.

O livro se destaca em diferentes pontos, mas certamente o principal é a temática simples, porém elaborada, com a qual o autor aborda a imaginação infantil – talvez o maior e melhor recurso de que dispomos, apesar de deliberadamente não o utilizarmos na maioria das vezes.

Ao ler A Incrível Fábrica de Lagartos, somos novamente transportados para a infância, e para tudo o que faz parte dela: sua beleza e simplicidade características; a fantasia, que costumeiramente se entrelaça, e até mesmo confunde-se, com a realidade; e a liberdade da nossa imaginação, capaz de nos levar para todos os lugares que conseguirmos inventar. E não importa se somos crianças, ou não. Nossa capacidade de criar não se perde quando crescemos. Ela continua ali, no mesmo lugar de sempre, somente esperando uma chance para se manifestar.

Não tenho dúvidas de que, para escrever sua história, Tael de Araújo reencontrou-se com o pequeno Tael que ainda vive, e sempre viverá, a rondar sua vida de adulto. Através de uma sensibilidade ímpar e de uma simplicidade refinada, o autor passeia pelo universo infantil com desenvoltura. Pensando como o leitor, recebe a credibilidade que precisa para estabelecer com a criança uma relação honesta e real.

Tael também não cai na cilada de tratar as crianças como seres alienados ou desprovidos de raciocínio, como muitos livros costumam fazer. Pelo contrário. Abordando o universo infantil com astúcia e naturalidade, o autor aproxima sua história dos pequenos, os instigando a fazer o mesmo que Puã: imaginar. Pois, se da realidade não podemos escapar – ninguém consegue fazer parar de chover – a imaginação não fecha nenhuma porta.

E para melhorar o que já está bom, A Incrível Fábrica de Lagartos conta com um projeto editorial interativo, que inova não somente em seu conteúdo, mas também em sua forma: a obra está disponível em formato digital, e pode ser adquirida na loja do iTunes.

Além disso, o livro foi lançado também em inglês, sob o título The Incredible Lizard Factory. Ainda foram produzidos dois booktrailers para divulgar o livro, tanto para sua versão em português, quanto para sua versão em inglês. Ambos podem ser conferidos na página do autor no YouTube.

No entanto, bacana mesmo é o site que Tael desenvolveu para aumentar ainda mais seu intercâmbio com o leitor. No www.taeldearaujo.com.br a interação continua, uma vez que o autor disponibilizou nesta página extras do livro para download, como papéis de parede e desenhos para colorir. Sem contar a trilha sonora da obra, que está disponível no SoundCloud do escritor e também nos booktrailers de divulgação.

Tael de Araújo faz uso de todos os recursos disponíveis para despertar o interesse e o envolvimento do leitor com o livro. O autor se aproveita das soluções e das opções que a internet dispõe, sabendo da relação íntima e constante que todas as crianças mantêm com seu computador. Contudo, Tael sabe que o meio jamais poderá fazer qualquer coisa pela mensagem. Sem qualidade, sem um bom enredo, sem personagens fortes e convincentes, e sem uma boa história para contar, não há nada que a internet, com suas infinitas possibilidades, possa fazer.

E sabedor desta informação, elaborou uma fábula capaz de conversar com as crianças, fazendo-as interagir de maneiras diferentes e criativas com o livro, envolvendo, de fato, o leitor em seu enredo.

Porém, talvez o maior mérito do autor seja relembrar aos pequenos que, independente dos recursos tecnológicos disponíveis atualmente, nenhum é capaz de suprir os ilimitados recursos que a imaginação nos oferece. Afinal, se Puã criou uma incrível fábrica de lagartos, o leitor pode também embarcar na sua própria fantasia e criar o que quiser, do jeito que quiser e quando quiser.

Leitura recomendada e, mais do que isso, obrigatória, para todos os pais e filhos conscientes de que, da tecnologia, devemos aproveitar suas ferramentas; entretanto, sem jamais abrir mão das possibilidades sem fim que a imaginação é capaz de nos proporcionar.

Seja com sete anos, seja com setenta.

Afinal, existe um Puã dentro de cada um de nós, fechado em casa num dia de chuva. Abrir a porta e deixá-lo livre é uma decisão individual e intransferível.

Tael libertou o seu Puã, e eu libertei o meu enquanto conhecia sua incrível fábrica de lagartos.

E você? Quando vai deixar o seu Puã sair para brincar?

Dentista canadense sonha em clonar John Lennon

Em 8 de dezembro de 1980, John Lennon foi assassinado pelo fã-maníaco Mark David Chapman em frente ao Dakota, em Nova York… Blá-blá-blá, isso todo mundo já sabe, a Wikipedia mesmo conta. O que está em jogo agora é a reencarnação de John Lennon. Logo ele, que incendiou a ira dos católicos ao dizer que os Beatles estavam mais populares que Jesus Cristo. Que irônico que seria.

Seria, pois tudo não passa de um sonho. O dentista canadense Michael Zuk adquiriu um molar de Lennon em um leilão, em 2011, por cerca de 30 mil dólares. No ano passado, revelou que gostaria de clonar o formador dos Beatles aproveitando o DNA do dente. No entanto, ele sabe que não há tecnologia e pesquisa suficientes para essa ousadia.

Michael Zuk participou da série Dead Famous DNA, que vai ao ar pelo britânico Channel 4. O episódio foi transmitido no dia 9 de abril e o dentista além de revelar o sonho, contou que gostaria de “fazer” um John Lennon um pouco diferente.

O dentista assumiria o clone como seu filho, mas faria de tudo para mantê-lo longe das drogas e dos cigarros. Também pagaria algumas aulas de guitarra para o John clone, o que prova que Michael Zuk não manja nada de música. Por fim, o dentista excêntrico sugeriu que pudesse clonar Lennon várias vezes.

Bem, se funcionar uma vez irá funcionar de novo, certo?

A série é conduzida pelo apresentador Mark Evans, que viaja o mundo em busca de restos mortais de figuras famosas com o objetivo de realizar análises de DNA, abrindo a possibilidade de estudar melhor algumas características como personalidade e problemas de saúde. Dead Famous DNA tem episódios dedicados a Elvis Presley, Adolf Hitler, John F. Kennedy, Marlon Brando, Marilyn Monroe, Napoleão Bonaparte e Rei Jorge III, mas não tem recebido muita credibilidade, sendo vista mais como entretenimento do que como ciência.

De qualquer forma, apoio esse mundo com mais John Lennon e menos Marco Feliciano.

Vídeo mostra as semelhanças entre O Fantástico Sr. Raposo e os outros filmes de Wes Anderson

O norte-americano Wes Anderson já tem suas assinaturas em seus filmes reconhecidas pelos cinéfilos. Já postamos aqui, por exemplo, uma série de vídeos que mostram importantes características de alguns diretores de cinema. Os vídeos foram feitos pelo sul-coreano Kogonada, e Wes Anderson recebeu duas análises.

O mesmo filmmaker fez mais um vídeo homenageando o diretor. Nessa nova produção, Kogonada compara as cenas de O Fantástico Sr. Raposo com cenas de outros filmes do diretor.

Estaria Wes Anderson se autorreciclando?

Spiroway: Um festival para pensar diferente durante o feriado da Páscoa

A semana da Páscoa está chegando. Porém, nesse ano, não faremos a cobertura sobre o preço dos ovos de chocolate. Nem sobre o aumento ou diminuição das vendas. Nem sobre a correria de quem deixa para comprar o maior símbolo comercial da ressurreição do protagonista da Bíblia na última hora. Neste feriado de Páscoa, o La Parola vai sair do convencional e ir ao Spiroway.

Mas, explica aí, que trem é esse de Spiroway?

É o seguinte, vai rolar entre os dias 18 e 21 de abril, em Nova Prata, Rio Grande do Sul. É um festival multicultural que tem na pauta arte, entretenimento, espiritualidade, natureza, música, sustentabilidade, liberdade, filosofia, cultura e mais uma penca de coisas bacanas. O Spiroway será sediado no Parque Antônio Ghellere e, junto com o ingresso, todo mundo ganha lugar para acampar no local.

O festival terá estrutura completa de banheiros e chuveiros, portanto não se preocupe, ninguém vai precisar tomar banho no açude (a não ser que queiram). Também terá venda de bebidas e refeições durante os quatro dias do evento.

As manhãs e as tardes serão dedicas às oficinas, debates, exposições, palestras e mais um monte de atividades extras que irão acontecer. E, a partir das 17 horas, iniciarão os shows. Mais de 20 bandas estão confirmadas para tocar no palco do Spiroway este ano, música boa não faltará.

A ArtBikeBamboo é muito mais do que um atelier que transforma bambus em bicicletas. Eles compartilham com o mundo uma forma diferente de relação com a Natureza e uma maneira mais lenta e cuidadosa de dar forma à matéria.
O Spiroway terá uma mostra do trabalho de Klaus Volkman, músico que há vários anos dedica parte do seu tempo à construção de bicicletas de bambu. Suas bicicletas já circularam por diversas partes do mundo e agora chegam até Nova Prata, para mostrar (entre outras coisas) que as alternativas à vida sustentável não têm limites.

Massa, mas qual é desse festival? O que ele pretende?

Na verdade essa pergunta eu fiz pra Sabrina Gabana, uma das organizadoras do festival. Incomodei ela um pouco, mas recebi respostas valiosas. O Spiroway é um incentivador e um transformador. Tu tem ideias diferentes? Faz alguma arte? Confecciona algum artesanato? Toca em uma banda? Gosta de palestrar? De ensinar as pessoas? Então dá um abraço no Spiroway, que é pra isso que ele irá servir, pra gerar uma troca de conhecimento sem que a diversão e o entretenimento sejam deixados de lado.

A gente quer explorar as habilidades das pessoas, trazer novos questionamentos, e gerar uma troca de conhecimento e de experiências entre as pessoas, porque a gente acredita que todo mundo tem coisas pra ensinar e coisas pra aprender. A gente também acredita que uma sociedade feliz é uma sociedade em harmonia, conectada com a natureza e com os recursos que ela oferece, e toda a ideia do festival tá baseada na sustentabilidade.

O Spiroway começou como um festival de rock pequeno, um evento privado só para os mais chegados. Só que o pessoal viu que o festival tinha um potencial bem mais amplo, que ultrapassa os limites musicais e estava pronto para espalhar uma nova perspectiva de vida aos participantes. E é por isso que, de um festival de rock, o Spiroway tornou-se multicultural, com muito mais horas de evento e com uma vasta programação paralela.

É importante deixar claro aqui que o festival só será realizado por causa da intensa colaboração de todos os envolvidos. Quem vai debater, ensinar, expôr ou disseminar arte ou conhecimento de qualquer forma está fazendo porque acredita no que está fazendo e porque acredita no potencial de transformação que o evento carrega em sua essência.

É hora de despertar, de ousar, de experimentar, de sentir a natureza, a música, a arte, o próprio coração e o Spiroway tá aí pra dar força a isso.

Programação musical:

Sexta:
Brutto Cane
The Time Machine
Casa Muscária
Cattarse
Libertino Rock Blues
Gypsy Ray – Tributo a Jimi Hendrix e Steve Ray Vaughan
The Loon’s of Moon Band

spiroway cattarse
Cattarse

Sábado:
Luíza Ghoul y Los Lobos
Monty Python Band
Rock in Rezo
Ale de Maria
Dr. Medeiros e seus Garden Eyes
Back Doors Band
Mar a Destro

Back Doors Band
Back Doors Band

Domingo:
Nanan
General Bonimores
Foegos
Rocker
Lorenzo Blues Trio
Pink Floyd Cover
Os Vespas
White Hawks

Os Vespas
Os Vespas

Oficinas:

Projeto Mamãe Natureza – Filtro dos Sonhos
Oficina de Croché, com Cris Duarte
Oficina de Pintura de Mandalas, com Suyê Bruna Zucchettii
Musicoterapia, com Ieda Takaya
Biodança

A Oficina de Mandalas tem por objetivo mostrar que qualquer pessoa tem um pouco de artista dentro de si. A arte é sensibilidade, sonho, reflexão e possibilidades infinitas, que podem se manifestar de diversas formas. A atividade será ministrada pela artista plástica Suyê Zucchetti, cujo trabalho envolve conceitos de paisagem, valorização cultural e relações entre arte e arquitetura, quanto ao uso do espaço aberto, dos enfoques visuais e da materialidade.
A Oficina de Mandalas tem por objetivo mostrar que qualquer pessoa tem um pouco de artista dentro de si. A atividade será ministrada pela artista plástica Suyê Zucchetti, cujo trabalho envolve conceitos de paisagem, valorização cultural e relações entre arte e arquitetura, quanto ao uso do espaço aberto, dos enfoques visuais e da materialidade.

Debates e Palestras:

Terapia do Sentir – Sexualidade e Espiritualidade
Plantas Medicinais, com Lucas Boschetti
Estudos da Consciência, com Anna Cláudia Dilda
O Uso do Tabaco nas Sociedades Ancestrais, com Michel Busnello e Lucas Boschetti
Debate sobre Produção Cultural, com André Luiz Barros
Debate sobre Mercado Fonográfico, com Michel Busnello

spiroway terapia do sentir
A Terapia do Sentir, de Luciano Shiva Lyuba, vem nos resgatar da hipnose cultural, política, social e econômica imposta durante séculos de domínio de uma minoria aristocrata e julgadora. Nessa Palestra, Luciano resgata temas como: a história da sexualidade, reações dos nossos chakras conforme nossos desejos sexuais, travas, bloqueios e traumas, busca do amor sexual por si mesmo, como modificar nossa postura em relação à nossa própria sexualidade e muito mais.

Teatro:
Espetáculo Flor das Águas – Teatro e Dança (Florianópolis)

Exposições:
Exposição fotográfica “Entrega”, de Ieve Holthausen
Arte Bike Bambu, Bicicletas de Bambu, de Klaus Volkmann

Extra:
Santa Casa da Bobagem – Customização de Roupas Usadas
Brechó
Slackline
Intervenções Artísticas
Mostra de Filmes
Tenda de Cura – Massagem Indiana, com Greyce Pena Branca
Práticas de Yoga e Meditação
Distribuição de Sementes
Feira de Trocas
Troca de Livros – Troque um livro que fez a diferença na sua vida, por outro que fez a diferença na vida de alguém.

Ieve Holthausen leva ao Spiroway sua série de fotos "Entrega" e dá a nós, adoradores do que é belo, a oportunidade de sentir de perto a profundidade do seu olhar. Desde a primeira vez que vimos suas fotos, ficamos absolutamente apaixonados por essas imagens que parecem saídas diretamente do ventre da mãe terra e agora é a vez de vocês verem ao vivo essa lindeza sem limites. Para os que quiserem uma prévia, fica aqui o link do seu flickr. https://www.flickr.com/photos/ieve/
Ieve Holthausen leva ao Spiroway sua série de fotos “Entrega”
flickr.com/photos/ieve/

Ingressos:

1° lote R$ 40,00
2° lote R$ 50,00
3° lote R$ 60,00

Informações sobre compra de ingressos, excursões e todo o resto em:

http://www.facebook.com/spirowayfestival
http://www.facebook.com/events/1382450545332872/

Nos vemos lá. Ou, se você não for, acessa o La Parola que a gente vai contar como foi. Até!

Livro: Você vai voltar pra mim e outros contos

Entre as inúmeras obras literárias que abordaram as memórias do período da História do Brasil conhecimento como Ditadura civil-militar (1964-1985), o La Parola traz aqui a resenha do impressionante livro escrito pelo jornalista Bernardo Kucinski, Você vai voltar pra mim e outros contos (Cosac Naify, 2014). O interesse por esta obra ímpar na literatura brasileiro está em seu ineditismo como obra literária, seja pela profundidade do relato, seja pelo apanhado de situações tão diversas e ao mesmo tempo comovente. Uma obra que, sim, deve estar em nossas estantes – como deverá estar também o impactante relato contido no romance K, do mesmo autor.

O livro de contos Você vai voltar pra mim é composto por pequenas narrativas em que o autor busca retratar situações diversas que tiveram como pano de fundo personagem que viveram na pele os anos de repressão militar. Mas a composição dos contos não fica nisso; vamos além e absorvemos em inúmeras narrativas o sentimento, as consequências, as sequelas e as experiências adquiridas pelos protagonistas – ainda que a grande maioria dos personagens esteja do lado de quem sobre o pior da repressão. Talvez aqui, neste particular, os contos não tragam grandes novidades em relação a pouco dezenas de romances que abordaram o período; seu valor está em trazer o depois, aquilo que não foi contado, o cotidiano, a religiosidade, o ângulo inesperado, o silêncio, o detalhe, o fato quem sabe menos mas nem por isso menos importante. Enfim, os contos de Bernardo Kucinski são uma busca incessante em retratar as pequenas coisas, os pequenos eventos e as pequenas epifanias que fizeram o horror dos anos da ditadura. Há ironia nos contos; mas fundamentalmente, há dor.

Bernardo Kucinski Foto: Divulgação
Bernardo Kucinski
Foto: Divulgação

Dentro dessa proposta de radiografar o cotidiano de pessoas que talvez não tenham ficado tão conhecidas durante os anos de oposição ao regime instalado em 1964, os contos apanham o outro ângulo. E aí a grande sacada do livro! Estão lá nos contos as crendices religiosas de uma mãe desesperada pelo filho preso (“A beata Vavá”), está lá a dor de enterrar quem nunca foi encontrado (“Velório”), estão presente lá a briga entre pais conservadores e filhos ditos revolucionários (“Pais e filhos”), estão lá os que se deram bem economicamente com a ditadura (“Dr. Carlão”), os que perderam tudo, inclusive a dignidade (o excepcional e comovente “O jogo de chá”) e está lá, e não poderia deixar de faltar, o horror. Em vários contos, mas em especial no que dá nome ao livro (“Você vai voltar pra mim”), em que a falência do sistema judiciário durante a ditadura aparece no sarcasmo do torturador. Aliás, a única ressalva ao livro de Bernardo Kucinski é o fato de faltar um protagonista que estivesse dentro dos quadro do horror, uma vez que os poucos personagem do sistema dominante repressivo são sempre secundários. Mas talvez exigir isso do livro seja insensibilidade ou rabugice de uma crítica literária dissociada da vivência cruel daqueles dias.

Obra instigante. Desafio literário. Cartilha do horror. Depoimento improvável sobre tempos sombrios. Obra tocante pela dor humana, eis o livro de Bernardo Kucinski. E ele deve estar em sua estante. Ainda que dor, ainda que doce crescente ironia.

Boa leitura.

‘Chef’, um filme para quem come com os olhos. Assista ao primeiro trailer.

Chef

Se você está acompanhando – e curtindo – toda essa onda do “faça o que você ama”, esse é um filme que você poderá gostar. Se não, mas tem uma caída por gastronomia e pratos deliciosos, também. Chef, a comédia dirigida e protagonizada por Jon Fraveau (Homem de Ferro, Cowboys e Aliens) teve seu primeiro trailer divulgado. O filme ainda conta com Scarlett Johansson, Dustin Hoffman, Sofía Vergara e Robert Downey Jr. no elenco.

Chef é a história de Carl Casper, um homem que perdeu seu emprego como chef de um restaurante fino após brigar com o patrão. Sem trabalho fixo, Carl abre um novo empreendimento e monta um restaurante móvel em um trailer. É o que ele precisa para restabelecer toda a sua arte gastronômica. Empreendedores, talvez sirva de inspiração para vocês também.

Não é preciso dizer que a recomendação é que se assista ao filme de barriga cheia. Chef, a mais nova obra audiovisual de food porn chega aos cinemas em 9 de maio. Confira os trailers:

Queens Of The Stone Age: Smooth Sailing

Sabe o que acontece no encontro entre Josh Homme e executivos asiáticos malucos? Não sei quem teve essa ideia, mas o resultado é o novo clipe do Queens Of The Stone Age: muita bebida, mulheres, fliperama, inconsequência, alucinações e doses consideráveis de drogas e violência.

Smooth Sailing é mais uma música do álbum …Like a Clockwork a ganhar um vídeo. Antes a banda já havia gravado um clipe para The Vampyre of Time and Memory, além de cinco animações para outras músicas, que acabaram se tornando um curta-metragem.

Assista ao novo vídeo abaixo e entre na viagem:

Lembrando que a banda se apresenta em setembro no Brasil. Dia 25 em São Paulo e dia 27 em Porto Alegre. Valores e informações extras ainda não foram revelados.

12 Clássicas Capas de Discos no Google Street View

Muitos lugares que se tornaram identidade visual de um disco não são mais como nos registros originais, mas eles ainda estão lá, vivos de alguma forma. Décadas depois de serem imortalizados nas capas de clássicos álbuns da música pop, alguns lugares tornaram-se pontos turísticos para fãs.

Não, isso não se resume só à Abbey Road, ainda que ela esteja presente na lista. São 12 lugares que você que é fissurado pelo som e pela história ainda pode visitar quando estiver pelas redondezas. Mas, se você estiver bem longe e quiser só dar uma conferida para ver mais ou menos como é, pode apelar para o Google Street View.

Quem fez a busca, a identificação e a seleção foi o The Guardian. Confira abaixo.

Willy and the Poor Boys by Creedence Clearwater Revival
Creedence Clearwater Revival – Willy and the Poor Boys (1969)
Hollis Street, Oakland, California
The Freewheelin' Bob Dylan by Bob Dylan
Bob Dylan – The Freewheelin’ Bob Dylan (1963)
Jones Street, West Village, Nova York
Physical Graffiti by Led Zeppelin
Led Zeppelin – Physical Graffiti (1975)
St Mark’s Place, Nova York
The Marshall Mathers LP by Eminem
Eminem – The Marshall Mathers (2000)
Dresden Street, Detroit
Stories from the City, Stories from the Sea by PJ Harvey
PJ Harvey – Stories from the City, Stories from the Sea (2000)
Times Square, Nova York
Paul's Boutique by the Beastie Boys
Beastie Boys – Paul’s Boutique (1989)
Esquina da Ludlow com a Rivington, Nova York
Original Pirate Material by the Streets
The Streets – Original Pirate Material (2002)
Kestrel House, Islington, Londres
(What's the Story) Morning Glory by Oasis
Oasis – (What’s the Story) Morning Glory (1995)
Berwick Street, Soho, Londres
Moving Pictures by Rush
Rush – Moving Pictures (1981)
Assembleia Legislativa de Ontário, Toronto, Canadá
Late for the Sky by Jackson Brown
Jackson Brown – Late for the Sky (1974)
Hancock Park, Los Angeles
Animals by Pink Floyd
Pink Floyd – Animals (1967)
Battersea Power Station, Wandsworth, Londres
Abbey Road by the Beatles
The Beatles – Abbey Road (1969)
Abbey Road, Londres

 

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