Thirty Seconds To Mars, a banda de Los Angeles formada por Jared Leto, Shannon Leto e Tomo Milicevic, que já caminha para os 17 anos de carreira, vencedora de inúmeros prêmios e detentora de vários certificados de discos de ouro e platina, anunciou que a turnê, intitulada Into The Wild, vai virar documentário.
Realizada para promover o disco This Is War, lançado em 2009, Into The Wild durou mais de 2 anos, passou pela Europa, América do Norte, Ásia, Austrália, América do Sul e África, totalizando cerca de 300 shows em volta do globo e entrou para o Guinness Book como a turnê mais longa da história do rock’n roll.
This is War foi o terceiro álbum de estúdio da banda, lançado 4 anos após A Beautiful Lie, e vendeu mais de 2 milhões de cópias em todo o mundo, rendendo à banda sete discos de ouro, um de platina e um platina duplo, além de várias premiações, incluindo um EMA.
O longa teve direção e produção de Bartholomew Cubbins (pseudônimo utilizado por Jared Leto), e mostra todos os detalhes dos bastidores da turnê, além de várias performances ao vivo das apresentações e entrevistas exclusivas.
Quem não pôde conferir nenhum dos shows da turnê Into The Wild, e está ansioso para saber tudo o que aconteceu durante os 2 anos do 30STM na estrada, não precisa se preocupar, nem esperar muito. O lançamento do documentário já tem data marcada e está previsto para o dia 30 de novembro deste ano.
http://youtu.be/uSwv-GPKoDE
Este, porém, não é o primeiro documentário dirigido por Bartholomew Cubbins. Em 2012, foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, Artifact, um documentário que mostra Jared Leto e 30 Seconds To Mars em uma luta judicial contra a gravadora EMI, ao mesmo tempo em que lançavam o disco This Is War.
Dizem que chiclete dá fome. Se você não comer nada durante uma par de horas e começar a mascar a goma verás que seu estômago fica meio breaco-confuso… No fim das contas considero essa dúvida corporal uma demonstração de fome, não sou médico, mas virou consenso dentro da “sabedoria das ruas”, comer chiclete = fome.
Esse ano, o Criolo fez todos seus fãs passarem fome, mas para enganar ele dava um chiclete, na verdade ele deu três:
1) O single “Duas de Cinco”, presente neste novo trabalho;
2) “Cóccix-ência”
3) E o curta ilustrando as duas faixas já citadas, plus a grade horária e histórica do futuro do Grajauex.
Foto: Caroline Bittencourt
Desde a virada do calendário Maia (fazendo a transição de 2013-2014) que os fãs do rapper estão com fome, o chiclete foi enganando, enganando, mas chegou uma hora que não deu, nós precisávamos colocar algo “de verdade” no estômago, algo sólido, mas ele pegou pesado demais. Antes eram três chicletes… Falamos tanto desse novo disco que o LP não tinha nem data pra sair, no começo da semana passada o próprio poeta falou: “Sai em novembro”. E dia 03 de novembro de 2014 ele soltou a pedrada com tudo, com direito a impulso e o escambau. Pra quem ficou à míngua, “Convoque Seu Buda” é um banquete para os mendigos. Será ótimo para degustar e trabalhoso para digerir tamanha gama de rap com farofa. Toneladas de rimas para serem dissecadas, um trampo que não necessita nem de sobremesa.
O Criolo é cheio de falar para os fãs: “Gratidão”. Gratidão aqui, ali, acolá… Ouvi esse disco durante cinco horas, e meu Buda: a gratidão é nossa. Primeiramente vale ressaltar que seu melhor disco (opinião do resenhista) surge no melhor momento possível, e paradoxalmente no momento mais difícil possível. Do ano passado até o presente momento, Criolo caiu na boca do povo, mas não do costumeiro fã de rap, e sim do fã de jazz, de bossa, de heavy, hard… Até minha mãe gosta do cidadão, e ela abomina rimas, menos a deste senhor. Nunca vi um músico que surgiu deste celeiro de poesia ser tão popular e conseguir dialogar com tantas camadas falando a mesma coisa. A quebrada interpreta o Criolo de “Grajauex”, os pseudo-cults começam as atividades do dia e lavam corpos, contam corpos… E no momento onde seu som era mais exaltado ele podia muito bem ter surgido com um LP mediano e colhido os louros, mas não, ele plantou a semente da oportunidade acreditando que “Ainda Há Tempo”, cuidou pra germinar sem “Nó Na Orelha” e come o fruto sem semente junto com seu guia espiritual. Parece exagero, pode até parecer que este que vos escreve queimou a largada, mas esse disco vai ser lembrado, e de uma forma MUITO ampla, limitar com a alcunha de rap é ignorar a qualidade e o nível fora do normal que a rima desse cidadão interliga conteúdo e se faz atual, imediata, bonita, poética e marcante.
A faixa título desceu na linha azul e foi dar rolê no bairro dos japas. Tem trecho de mangá, cutuco no maconheiro sem alma crítica, crack, e uma brinde aos protestantes de Facebook, molecada que vai pra manifestação tirar foto e pagar de patriota. Depois “Esquiva da Esgrima” aparece segurando seu amigo que enche o caneco e sai voando baixo na ambulância. Só em citação, com dois minutos de som podemos encher duas palmas de mãos. Temos nomes de quem construiu a história do rap, a vida com contato e relações superficiais, a beira do colapso da nossa humanidade, baião de fundo, drogas como moeda de troca, piada com a Copa, vinagre de manifestação.
Foto: Divulgação
Na primeira fila,”Cartão de Visita” apresenta um Criolo chic, encabeçando dinastias, fazendo a rima tal qual o Alfredo do comercial da Neve, na estica. Ainda tem o swing do funk, Tulipa Ruiz aveludando o fone de ouvido, FGV resolvendo a inflação e Lázaro Ramos e sua saga pessoal do leite da fazenda. Posteriormente, “Casa de Papelão” faz batuque com metais à la free jazz pique Ornett Coleman. “Fermento Pra Massa” faz as vezes com o país das greves, reclama do preço do pão, faz um sambinha de primeira regando a ideia com pingos de revolução e conclui que pra fazer a massa o importante é não deixar o pessoal no circo.
E convocar os “Pé de Breque”, pregar o respeito pelo lion man e queimar a Babilônia, só de quem deu inteira, claro, fora um dub espacial lesante de background. Tudo com “Plano de Voo”, talvez o melhor momento do disco, apresentando a rima do Síntese pra quem não conhecia. Um flow excelente, críticas caindo atirando e pitadas de suco em pó, fora o brilhantismo do participante, várias fitas e um impacto voraz, digno de orquestração, no fim faltou até ar.
Criolo com Guilherme Held, Mauricio Bade, Marcelo Serpe Cabral, Daniel Ganjaman e Serginho Machado, durante as gravações do álbum Foto: facebook.com/criolo.oficial
Ainda bem que depois aparece “Duas de Cinco”. Seu beat surge conhecido e de absorção mais relax, porém o conteúdo é de uma riqueza sem igual, de Star Wars a alcoólicos anônimos, de uma bucha até risadas de psicopata. E depois ainda tem Juçara Marçal fechando o lacre de genialidade e mandando a ideia pra vários amantes de conteúdo relevante… Abre caminho tranquilo pra eu passar… Vai Criolo, vai com Buda, até a capa desse disco é foda. Como diria o Neto: Extraordinário. Tirem a alma do stand by, e Criolo, please, se for pra nos deixar à míngua, fique tranquilo, vale a pena passar perrengue com o cartão do fome zero se o beat não parar com ideias desse quilate. Ubuntu e viva a abstinência de chiclete e a abertura das portas de Aldous Huxley.
Criolo – Convoque Seu Buda (2014)
Track List:
1. Convoque Seu Buda
2. Esquiva da Esgrima
3. Cartão de Visita- com Tulipa Ruiz
4. Casa de Papelão
5. Fermento Pra Massa
6. Pé de Breque
7. Pegue pra Ela
8. Plano de Voo – com Síntese
9. Duas de Cinco
10. Fio de Prumo (Pade Onã) – com Juçara Marçal
Cinco anos após “Leite Derramado”, Chico Buarque volta à literatura com “O Irmão Alemão”. O livro chegará (chegou!) nas livrarias no dia 14 de novembro. O livro está disponível em formato físico e também em e-book kindle.
A história tem inspirações reais da vida de Chico, que tem – ou teve – um meio-irmão alemão, fruto do relacionamento de seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, com uma alemã. O historiador morou na Alemanha durante um ano (1929-1930) e lá teve um filho com Anne Margerithe Ernst. Chico Buarque já procurou o irmão, mas até hoje eles nunca se encontraram.
A Companhia das Letras postou um vídeo em seu canal do youtube em que Chico Buarque lê um trecho do livro. Assista – ou, se preferir, leia o trecho abaixo:
“Calma, Ciccio, disse minha mãe, quando já crescido lhe perguntei por que meu pai não escrevia um livro, uma vez que gostava tanto deles. Ele vai escrever o melhor libro del mondo, disse arregalando os olhos, ma prima tem que ler todos os outros. A biblioteca do meu pai contava então uns quinze mil livros. No fim superou os vinte mil, era a maior biblioteca particular de São Paulo, depois da de um bibliófilo rival que, dizia meu pai, não havia lido nem um terço do seu depósito. Calculando que ele tenha acumulado livros a partir dos dezoito anos, posso tirar que meu pai não leu menos que um por dia. Isso sem contar os jornais, as revistas e a farta correspondência habitual, com os últimos lançamentos que por cortesia as editoras lhe enviavam. A grande maioria destes ele descartava já ao olhar a capa, ou após uma rápida folheada. Livros que jogava no chão e mamãe recolhia de manhã para juntar no caixote de doações à igreja. E quando porventura ele se interessava por alguma novidade, sempre encontrava algum pormenor que o remetia a antigas leituras. Então chamava com seu vozeirão: Assunta! Assunta!, e lá ia minha mãe atrás de um Homero, um Virgílio, um Dante, que lhe trazia correndo antes que ele perdesse a pista. E a novidade ficava de lado, enquanto ele não relesse o livro antigo de cabo a rabo. Por isso não estranha que tantas vezes meu pai deixasse cair no peito um livro aberto e adormecesse com um cigarro entre os dedos ali mesmo na espreguiçadeira, onde sonharia com papiros, com os manuscritos iluminados, com a Biblioteca de Alexandria, para acordar angustiado com a quantidade de livros que jamais leria porque queimados, ou extraviados, ou escritos em línguas fora do seu alcance. Era tanta leitura para pôr em dia, que me parecia improvável ele vir a escrever o melhor libro del mondo. Por via das dúvidas, quando ao sair do quarto eu ouvia o toque-toque da máquina de escrever, tirava os sapatos e prendia a respiração para passar ao largo do seu escritório. E me encolhia todo se por azar naquele instante ele arrancasse num ímpeto o papel do rolo, achava que em parte era de mim a raiva com que ele esmagava, embolava a folha e a arremessava longe. Outras vezes a máquina cessava para meu pai pedir socorro: Assunta! Assunta!, era alguma citação que ele precisava transcrever urgentemente de um determinado livro. Com isso levava meses para redigir, rever, rasurar, arremessar bolotas, recomeçar, corrigir, passar a limpo e certamente contrafeito entregar para publicação o que seriam rascunhos do esqueleto do grande livro da sua vida. Eram artigos sobre estética, literatura, filosofia, história da civilização, que ocupariam uma coluna ou um rodapé de jornal. Quando papai morreu, apareceu um editor disposto a publicar uma coletânea dos artigos assinados por ele ao longo da vida. Fui contra, cheguei a mostrar à minha mãe a profusão de correções e emendas ilegíveis que meu pai sobrepusera ao texto ou anotara à margem dos próprios artigos, recortados dos jornais. Mas mamãe estava convencida de que o livro seria aclamado no meio acadêmico, quiçá editado até na Alemanha, graças aos escritos de juventude concebidos naquele país. E ainda insinuou que desde a infância eu procurava sabotar meu pai, haja vista aquele ensaio que por minha culpa desfalcaria suas obras completas. Meia verdade, porque era ao meu irmão que de tempos em tempos meu pai confiava um envelope a ser entregue na redação de A Gazeta, do outro lado da cidade, para isso, além do dinheiro do bonde, ele o remunerava com uma quantia suficiente para uma semana de milk-shakes. Mas volta e meia meu irmão me repassava o dinheiro do bonde e o envelope, que eu levava a pé à redação. Não me movia o dinheiro poupado, que mal pagava duas mariolas, eu ficava era todo prosa com tamanha responsabilidade. Ainda ganhei a simpatia dos funcionários do jornal, e não me importava de passar por um suado estafeta do meu pai, em cujas mãos despejavam mais umas moedas. Mas certa vez, a caminho da redação, parei para jogar um futebol de rua, era comum naquele tempo. Carros circulavam só de quando em quando, e ao avistá-los ao longe os meninos gritavam: olha a morte! Logo recolhíamos as lancheiras, as pastas, os agasalhos que representavam as balizas e aguardávamos na calçada a passagem do carro para recomeçar a partida. Mas nesse dia não foi o trânsito, foi uma chuva súbita que nos obrigou a apanhar depressa nossas coisas e buscar abrigo sob a marquise de um empório. Chegou a cair granizo, que catávamos do chão, chupávamos, atirávamos uns nos outros, uma festa. Mas de repente calhou de eu me lembrar do envelope do meu pai, que eu deixara debaixo de um pulôver e agora estava ali no meio do aguaceiro. Corri para salvá-lo e por pouco não fui atropelado, pois naquele segundo passou um Chevrolet que agarrou o envelope com o pneu e só o soltou duas quadras adiante. Fui colher seus restos, e não havia remédio, o artigo do meu pai era uma estranha massa cinzenta, uma maçaroca de papel molhado”.
A uma semana do lançamento do aguardadíssimo The Endless River, o Pink Floyd liberou para streaming a instrumental Allons-y (1). O novo álbum, o 15º da banda, chega às lojas dia 10 de novembro.
Ouça a prévia, liberada no Spotify:
The Endless River
1. Things Left Unsaid
2. It’s What We Do
3. Ebb And Flow
4. Sum
5. Skins
6. Unsung
7. Anisina
8. The Lost Art Of Conversation
9. On Noodle Street
10. Night Light
11. Allons- y (1)
12. Autumn ’68
13. Allons-y (2)
14. Talkin Hawkin’
15. Calling
16. Eyes To Pearls
17. Surfacing
18. Louder Than Words
Com essa pergunta, o arquiteto J.Mayer H. apresenta uma nova criação. Uma sala que promete ser o ambiente mais propício para um cochilo de até 45 minutos.
Dormir com mais frequência não significa dormir mais. O que sugere o arquiteto é que futuramente nosso ciclo de sono deverá mudar em virtude de uma nova rotina (ou a quebra dela?).
Já que os limites entre trabalho e lazer têm se estreitado, por que não diminuir os limites entre o sono e a vigília? (J. Mayer H., em seu site oficial)
Esse conceito, o arquiteto chama de sleeping around, o qual ele acredita que se tornará popular no futuro. É bem verdade que algumas empresas já flexibilizam mais os horários, permitindo que cochilos sejam tirados pelos funcionários em horário que, teoricamente, seria de trabalho. Porém, características únicas diferenciam essa instalação de outros ambientes similares.
O protótipo, chamado de Nap Gap, foi apresentado na Bienal de Design de Istambul desse ano, com o intuito de oferecer descanso aos participantes entre as atividades. A instalação não é silenciosa, como você poderia imaginar. Há um sistema de som interno que emite sinais sonoros conhecidos como ruído rosa, que nesse caso funcionam como indutores de sono.
O ruído rosa é o mais próximo que temos de sons naturais, como chuva ou folhas ao vento. (J. Mayer H., ao Dezeen)
O teto possui lâmpadas com brilho intermitente, que sutilmente modificam a tonalidade rosa da sala. As paredes, forradas com papel de parede e as almofadas no meio da sala, dão um aspecto relaxante ao ambiente.
Mas por que 45 minutos, como dito acima?
O sono polifásico foi muito utilizado na história. Caiu em desuso pela sociedade após a revolução industrial e a criação de jornadas de trabalho, mas vem voltado às rotinas das pessoas com o passar dos anos e a maior flexibilidade nos expedientes. Acredita-se que personalidades como Leonardo da Vinci, Benjamin Franklin, Thomas Edison, Nikola Tesla e Napoleão Bonaparte eram adeptos do padrão. Há inúmeros fatos e inúmeras teorias sobre as diferentes formas de sono polifásico. J. Mayer acredita que uma cochilada não deve superar 45 minutos.
Eu acho que cochilos de 45 minutos é um ritmo muito bom e funciona com os círculos de sono. Dez minutos também é muito bom, mas entre 45 e 90 minutos é bem complicado porque você está em profundos estágios de sono REM, sem saber onde está, e isso torna mais difícil de acordar.
O infográfico abaixo (em inglês) é um guia interessante sobre como tirar proveito de um bom cochilo.
Ideias… Dentro do Jazz esse é um conceito que às vezes acaba sendo subestimado. Tudo bem que não dá pra chegar lá e fazer um disco de Jazz misturado com baião ou bossa nova, mas tem como fazer jams muito interessantes adicionando Funk, Rock… Existem muitas opções meu caro, e se tem um cara que soube explorar tudo que a música tinha à oferecer em prol de novos caminhos e sonoridades, esse alguém foi Miles “Visionário” Davis.
E para ilustrar apenas um dos grandes “breakthroughs sonoros” que o negrão foi capaz de criar, apareço aqui com o mais controverso, o swing Jazz-Rap Funkeado do interessantíssimo Doo-Bop, lançado em 1992, seu último disco. Contendo samples que vão desde Kool & The Gang à James Brown, interrompendo sua fase eletrônica e finalizando sua discografia, marcando seu nome dentre os maiores gênios da música, deixando claro que opção é o que não falta, o que falta é ousadia, e isso, Miles tinha de sobra.
Track List:
1. Mystery
2. The Doo Bop Song
3. Chocolate Chip
4. High Speed Chase
5. Blow
6. Sonya
7. Fantasy
8. Duke Booty
9. Mystery (Reprise)
É meus amigos, posso afirmar com toda a certeza, antes de dar play no Miles, que vocês estão no mínimo curiosos para provarem desta nova mistura… Até mesmo eu, que já escutei essa maravilha diversas vezes posso afirmar aos senhores que a cada nova audição a sensação é a mesma, sempre penso a mesma coisa: “Esse cara é um gênio”. Mas não quero influenciar seu julgamento então por favor meu caro, play no Miles.
Mystery, essa é a faixa que abre o disco. Depois que escutei essa faixa me lembro de ter pausado o disco e parado por uns alguns minutos para tentar assimilar o que tinha passado pelos meus ouvidos, tem aquela malandragem do Rap, aquele swing do Funk e o trompete de Miles.
Ao ler isso parece que não tem nada a ver, mas tem TUDO a ver, e The Doop-Bop Song vai ajudando seu cérebro a registrar, a entender tal mistura, passando pela pegada Roots de Chocolate Chip. Fazendo um pequeno tour pelo seu cérebro, deixando claro para toda a sua conjuntura mental que você nunca tinha escutado nada parecido, é inaugurada uma nova ala em sua mente, festeje com High Speed Chase ou saia correndo pela rua ao som da alucinante Blow.
E a festa segue, agora com o Groove de Sonya, a última faixa composta por Miles em vida. As outras foram compiladas pela mente brilhante de Easy Mo Bee que empresta sua voz em alguns momentos, espalhando a genialidade de Miles com instantes incríveis, como na batida frenética de Fantasy, o coquetel molotov de Duke Booty e finalizando com Mystery (Reprise).
Não só por ser o último disco de Miles, mas por ser um trabalho digno de nota (assim como quase tudo que o americano produziu), fica bem claro que não haveria jeito melhor de dizer adeus aos seus fãs. Doo-Bop pode soar estranho à primeira orelhada, diferente, à frente de seu tempo, visionário… Você pode até não gostar dele, os puristam normalmente detestam, mas assim como Miles e seu trompete este trabalho rompe barreiras, e quem conhece sabe: cumprir regras não era seu forte. Fantástico.
O mínimo erro na vida selvagem pode levar à morte. Alguns seres vivos, não só procuram sair do caminho dos predadores, como se mesclam com o ambiente, utilizando a camuflagem como defesa.
Da mesma forma, alguns predadores se camuflam no ambiente com a intenção de atacar a preza incauta.
O criativo Wall to Watch selecionou 29 imagens de animais majestosamente disfarçados na selva.
Os dois filmes que apresentamos em seguida, demonstram bem o interesse que a indústria cinematográfica dedica aos jogos de cassinos, que hoje também estão disponíveis e acessíveis em sites da internet de cassino online.
No filme The Cooler – Quebrando a Banca, dirigido por Wayne Kramer, Bernie Lootz (William H. Macy) é o Cooler, o homem mais azarado de Las Vegas. O seu azar é tão grande e se difunde com tanta facilidade que Shally Kaplow (Alec Baldwin), o último dos diretores de um dos cassinos mais antigos de Las Vegas, contrata Bernie para que este roube a sorte aos grandes jogadores ganhadores do seu casino. Ironia do jogo ou do destino, quando Bernie conhece uma empregada de mesa do casino Natalie Belisario (Maria Bello) e se apaixona por ela, a sua vida muda, tal como a sua sorte e a de todos o que o rodeiam.
Maverick, por sua vez, é um filme que foi realizado em 1994, que fala mais especificamente sobre o jogo do poker. Bret Maverick (Mel Gibson) é um extraordinário jogador profissional de poker que precisa de juntar 3000 dólares para participar num torneio milionário realizado numa barca do Mississipi, e no qual o vencedor receberá meio milhão de dólares. Tendo primeiro que lidar com uma bela ladra, Annabelle Bransford (Jodie Foster), um velho xerife, índios e pistoleiros locais, ele acaba por conseguir reunir o dinheiro necessário para participar no torneio. Apesar de funcionar como uma diversão sem maiores pretensões, o filme conta com um roteiro leve e bem humorado. Este filme que tem um verdadeiro elenco de luxo, foi bem recebido pela crítica e constituiu um sucesso de bilheteria.
http://youtu.be/ObDecyoLHBo
Mas a fórmula deste filme foi seguida por vários depois dele e apenas algumas referências de filmes como 21, Ocean’s, Runner Runner, In time e até 007 são alguns dos principais êxitos de filmes que retratam o que acontece nos cassinos, tanto no jogo físico quanto o jogo online. Aliás o filme Runner Runner com Ben Affleck e Justin Timberlake é baseado precisamente na volta dos jogos de cassino online e mais propriamente o poker. Isto porque sites de casino online como, por exemplo, http://www.casinoonline.pt que disponibilizam jogos como póquer, blackjack ou slots – são cada vez mais comuns na internet por terem a facilidades de poderem ser jogados em praticamente qualquer lado através de um smartphone ou tablet.
A indústria cinematográfica tem crescido bastante nos últimos anos apresentando sempre lucros cada vez maiores e atraindo cada vez mais jogadores aos cassinos. Portanto, podemos esperar cada vez mais filmes sobre esta temática e ver que peripécias os cineastas e escritores destes filmes nos reservam.
Esses músicos, que reunidos integram um grupo – de belo nome – chamado Mustache & Os Apaches, gravaram um belo single. Chuva Ácida/Todo Trem está sendo lançado em praticamente todas as plataformas digitais. Em formato físico, o single só estará disponível em um compacto de 7 polegadas, lançado pelo Selo 180. O trabalho gráfico é caprichadíssimo. Olhe só:
Masterizado em Oxford (Reino Unido), Chuva Ácida/Todo Trem é uma espécie de interlúdio entre o primeiro e o segundo álbum, que deverá ser lançado no primeiro semestre de 2015. Escute:
Dentre as várias memórias que tenho em meu HD cerebral uma sempre se destaca das demais. Em um dia comum estava em casa brincando com meus bonecos e ouvi na TV uma das coisas mais interessantes, cientificamente falando. Não me lembro o nome do fulano, mas sei que este cidadão morreu, porém antes de o fazer deixou claro que gostaria de doar seu cérebro para estudos do ramo das ciências.
Quando ouvi a repórter falando isso até parei de brincar. Fiquei imaginando a cena e tentando entender como os cientistas iriam tirar algum tipo de conclusão. Passados mais ou menos dez anos desse dia ainda não tenho a mínima ideia de como isso é feito, mas sei que se o Tom Zé deixasse eu seria um dos primeiros na fila para ver como sua cabeça funciona, e não, não estou querendo matar o gênio, quero apenas saber como sua brilhante mente funciona. “Vira Lata na Via Láctea” é, para variar, um dos discos mais interessantes do ano.
Quando comecei a publicar textos na internet sempre tive um objetivo, ficar satisfeito com meu conteúdo. Escrever requer muito mais do que apenas tempo, ou até mesmo vontade. Aprendi gradualmente a prestar atenção em tudo que ouvia, e foi ai que a MPB ganhou mais destaque nas minhas playlists.
Logo de cara fui apresentado ao Tom Zé, e já faz bastante tempo que tento captar algo de sua música e colocar em minhas linhas. Tom fala pouco e diz muito, diz tanto que já ouvi sua discografia uma par de vezes e sigo sempre repetindo os discos pois faltam detalhes a serem pescados.
Tom pode ser direto, possui classe para fazer rodeios, fala por metáfora e usa um palavrão tal qual um lord inglês. Ele domina a língua, e em sua mão as palavras dobram, torcem, viram do avesso. Ele tem pleno controle e seu discurso sai exatamente do jeito que ele bem entende.
Foto: André Conti
E disco após disco ele segue manipulando seu discurso de uma forma impressionante, com rimas que a princípio surgem relaxadamente estabanadas, mas que com a conexão de apenas uma palavra já torna uma estrofe genial. E neste novo trabalho, seu décimo quinto de estúdio, a criatividade se mantém pulsante e sua vontade em se reinventar no alto de seus 78 anos é contagiante.
O disco abre com “Geração Y” e os ET’s dento dos HD’s, passa por “A Quantas Você Anda” e uma das três participações da Trupe Chá de Boldo, conversando o novo com o velho, ambos de forma bem freak-fresca e atual. Faz um pit stop no Grajauex do Criolo e mete uma sambeira raiz….Chama O Terno em duas oportunidades, faz o Milton Nascimento bater cartão e ainda segura o Caetano Veloso pra fechar o disco.
O disco é muito cristalino na audição dos arranjos e na qualidade dos mesmos, Tom segue voando baixo e repete a fórmula de um disco recente (e também de sucesso) dentro de sua óbra, falo sobre “Tropicália Lixo Lógico”, lançado em 2011. Tom além de continuar mostrando que é gênio abre espaço para as relevações. Está pra nascer um baiano mais arretado que esse. Som para gratinar o vocabulário, obrigado pela oportunidade, Zé!
Track List:
1. Geração Y
2. A Quantas Você Anda – Trupe Chá de Boldo
3. Banca de Jornal – Kiko Dinucci/Criolo
4. Cabeça de Aluguel – O Terno
5. Pour Elis – Kiko Dinucci/Rodrigo Campos/Milton Nascimento
6. Esquerda, Grana e Direita
7. Mamon – Silva
8. Salva Humanidade – Trupe Chá de Boldo
9. Guga Na Lavagem – Filarmônica de Pasárgada/Tatá Aeroplano
10. Irará Irá Lá – Trupe Chá de Boldo
11. Papa Perdoa Tom Zé – O Terno
12. Retrato Na Praça da Sé – Kiko Dinucci
13. A Boca da Cabeça
14. Pequena Suburbana – Caetano Veloso