Torras, Grãos e Sabores: descubra a história e a arte de fazer um bom café
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e carrega uma história rica e fascinante. Sua origem remonta aos antigos povos da Etiópia, onde, segundo relatos, foi descoberto por pastores que perceberam que suas cabras ficavam mais dispostas após comerem os frutos de um certo arbusto. A partir daí, o café se espalhou pelo Oriente Médio, conquistou a Europa e, finalmente, chegou às Américas.
No Brasil, ele encontrou solo fértil e clima ideal, tornando-se não só parte essencial da cultura, mas também um dos principais motores da economia. Mais do que um simples hábito, tomar café se transformou em uma verdadeira experiência sensorial, que envolve história, tradição e, claro, muita paixão pelos sabores que surgem a partir da combinação dos grãos e dos diferentes tipos de torra.
E em um país tão diverso e rico culturalmente e geograficamente, a produção é influenciada por diferentes aspectos, que conferem sabores variados aos cafés cultivados em regiões distintas.
Por isso, é possível encontrar uma vasta opção de grãos e torras que podem ampliar a experiência de tomar café e torná-la ainda mais rica e apaixonante.
Grãos e torras influenciam o sabor do café
As características sensoriais do café resultam tanto do próprio grão quanto do processo de torra escolhido. Os grãos têm relação com a qualidade da bebida, e podem ser Arábica, Robusta ou Liberica.
O primeiro deles é conhecido pelo sabor suave e levemente adocicado. A acidez é alta, mas delicada.
Já o grão Robusta é forte, encorpado e mais amargo, sendo também mais resistente a diferentes temperaturas e condições da terra. Este tipo de grão possui mais cafeína e costuma ser utilizado para preparar espressos.
O Liberica é menos comum no Brasil e tem um sabor frutado e floral. Ele é perfeito para quem gosta de experimentar novos sabores e sentir diferentes aromas.
Após o cultivo, é a torra – processo de transformar o grão cru em torrado – que vai determinar o sabor, o aroma e a intensidade do café, ou seja, o perfil sensorial dele.
O processo tem três etapas principais: a desidratação, que elimina a umidade do grão e o prepara para as próximas reações químicas; a caramelização, que determina as notas sensoriais do café; e a finalização, que desenvolve o aroma e o sabor, conforme a torra desejada.
Vale lembrar que diferentes cafés podem ser combinados para produzir blends únicos e criar notas de degustação não encontradas em apenas um tipo.
Os tipos de torra de café
As torras também são classificadas em três categorias, tendo amargor, acidez e corpo distintos.
Torra Clara
A torra clara passa pelo processo mais curto e por temperaturas mais baixas. Por isso, os grãos são mais claros e preservam grande parte das características naturais, resultando em um café com alta acidez, sabor suave e notas florais.
Este tipo de café é pouco amargo, delicado e muito aromático. É excelente para ser feito em uma cafeteira ou máquina de expresso.
Torra Média
O segundo tipo, a torra média, é equilibrada em acidez, amargor, corpo e aroma. Tem coloração marrom e pode apresentar notas mais aveludadas, como chocolate, caramelo e castanhas.
Este café pode ser preparado em coadores de pano ou prensas, e costuma agradar diferentes paladares.
Torra Escura
Já a torra escura expõe os grãos a altas temperaturas por mais tempo, por isso resulta em um café mais escuro e denso. O sabor é igualmente intenso e mais amargo, com pouca acidez.
Ele pode ser preparado em um coador ou uma máquina de café, e é o preferido de quem gosta da bebida “forte”.
Escolhendo o café
Para escolher o grão e a torra preferidos, é preciso experimentar e testar. As sensações são únicas e diversas, e conhecer as características de cada café auxilia nessa missão.
Os métodos de preparo também podem ser variados em um mesmo tipo de café, para modificar os resultados de sabor e aroma.