Uma das mais belas livrarias do mundo, a Lello e Irmão transgride do valor literário que possui para alcançar destaque na história e na arquitetura. Conhecida também como Livraria Chardron, em virtude de seu primeiro dono, está situada desde 1906 na Rua das Carmelitas, em Porto, Portugal. O projeto é do engenheiro português Francisco Xavier Esteves (1864-1944).
A história da livraria começa um pouco antes de 1906. Em 1869, nasceu a Livraria Internacional de Ernesto Chardron, uma espécie de casa-editora. O livreiro faleceu em 1885 e a Chardron foi vendida a Mathieux Lugan antes de ser repassada a José Lello. Associado ao irmão, António Lello, a livraria manteve o acervo original, mas mudou de local em 1906, de onde nunca mais saiu.
Com estilo neogótico tradicional da década de 20, a fachada da livraria apresente um grande arco abatido, com entrada central e duas montras laterais. Acima, há três janelas retangulares em meio a dois desenhos. Pintados por José Bielman, um lado representa a arte e o outro representa a ciência.
No interior da livraria há bustos dos escritores Antero de Quental, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, Tomás Ribeiro e Teófilo Braga, esculpidos por Romão Júnior. Os tetos são todos trabalhados e ostentam um vitral com um monograma escrito “Decus in Labore” (do latim, Dignidade no Trabalho). A escadaria em caracol da livraria simula uma ponte, fazendo a ligação entre os dois lados do mezanino. É um dos principais marcos do local.
A livraria é reconhecida mundialmente por sua beleza estética, sendo eleita publicamente pelo escritor catalão Enrique Vila-Matas como a mais bela do mundo. Em 1995 foi restaurada pelo arquiteto Vasco Morais Soares, que manteve a arquitetura original intacta, sem nenhuma modificação. Com mais de um século de vida, a Livraria Lello e Irmão é uma verdadeira viagem no tempo.
Foto: Wikimedia Commons
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