Les Adoptes - Melanie Laurent

Les Adoptés é um filme francês dirigido por Melanie Laurent que, com um excelente roteiro e fotografia, nos leva a refletir em questões a respeito da vida, como relacionamentos familiares, amorosos, sonhos, amores e perdas.

”O todo não existe sem a parte, nem a parte existe sem o todo”.

O drama conta vida de duas irmãs, Marine (a adotada) e Lisa que juntas criam Léo, o pequeno filho de Lisa e partilham suas dificuldades e sonhos.

São inseparáveis, juntas desde pequena compartilham bem mais que histórias, sonhos, descobertas, frustrações. Marine trabalha numa loja de livro e Lisa canta e toca violino em concertos, no entanto, sua paixão é a guitarra.

O filme é divido em três narrativas, sendo a primeira por Marine, a segunda Lisa e por último Alex. Fato esse que nos permite entender melhor a mesma história por outros prismas, de forma que o foco não fica somente em um personagem, uma vez que todos possuem uma história riquíssima para ser abordada.

Lisa é frustrada por não seguir seus sonhos e ter se fechado para novos relacionamentos, se limita apenas a criar o filho e vive somente para isso, sem mais perspectivas.

Marine trabalha numa loja de livros, vive uma rotina aprisionada, em seus medos. Um estereótipo comum que podemos encontrar desde o vizinho até em nós mesmos, aquela típica pessoa que tem medo de arriscar, e quem não tem? O perigo é quando esses medos nos aprisionam.

Les Adoptés - 2011 - Melanie Laurent Les Adoptés - 2011 - Melanie Laurent

A situação começa a mudar quando Marine conhece Alex e eles se apaixonam, mostrando que, às vezes, o amor acontece repentinamente, sem dar avisos prévios e vez outra é saudável arriscar mesmo com todas as diferenças e os obstáculos que surgem. O que é maior sempre prevalecerá.

No entanto, o foco do filme não é falar meramente de amor, ou de um relacionamento amoroso entre duas pessoas, embora esse também seja um fator importante.

O clímax do filme é um acidente que ocorre com umas das personagens e a partir daí as narrativas começam a se desenrolar. Alex se aproxima mais de Lisa e do seu filho, percebe-se aí que o titulo do filme não se limita apenas a irmãs que são adotadas, mas para os diversos relacionamentos que acabamos por adotar ao longo da vida, seja por quais forem as circunstâncias. No nosso convívio sempre acabamos ‘adotando ’alguém, por amor, carinho, necessidade, entre tantos diversos motivos.

Les Adoptés consegue salientar as nuances da tênue linha entre o amor e a dor, a vida e as perdas, chegadas e partidas. Entre tantas outras antíteses da vida.

Com uma fotografia mais comovente do que simplesmente técnica e um roteiro vivido, nos faz refletir nessas questões tão comuns a todos nós. Sem dúvidas é o tipo de filme que deixa uma mensagem e margem para diversas interpretações sem perder o principal que é a capacidade de emocionar o telespectador e, de alguma maneira, o comover, o instigar a pensar, a refletir na própria vida.

Seu final totalmente fora dos clichês hollywoodianos mostra que nem sempre tudo são arco-íris, e que é preciso se reinventar até mesmo nos dias mais cinzas, acreditar e lutar pelos nossos sonhos, ainda que em situações adversas, e tudo isso sem perder a esperança.

“ Quando eu era pequena sonhava em ser princesa, você astronauta e minha mãe sonhava então em ser feliz”.

Trailer de Les Adoptés