O Auto da Compadecida 2

O Auto da Compadecida, considerado até hoje um dos maiores clássicos do cinema nacional, ganhará uma continuação com o retorno de Selton Mello e Matheus Nachtergaele nos papéis de João Grilo e Chicó.

Apesar de a adaptação do clássico literário, escrito por Ariano Suassuna, ter ficado conhecido através do filme, esse não foi o seu formato original. Na verdade, o longa é uma adaptação da minissérie homônima de quatro episódios, lançada em 5 de janeiro de 1999, na Rede Globo.

A receptividade da obra foi tão positiva que os estúdios da Rede Globo decidiram adaptar o material para o formato de longa, com duração de 1h44m, que acabou sendo lançado em 10 de setembro de 2000. O resto é história.

A novidade

Até que em março deste ano, de maneira inesperada, os atores Selton Mello e Matheus Nachtergaele fizeram uma publicação compartilhada nas redes sociais anunciando a continuação de O Auto da Compadecida 2, com data de estreia para 2024 e com gravações já iniciadas.

Elenco

Além dos já citados Selton Mello (Meu nome não é Johnny) e Matheus Nachtergaele (Ó, Pai Ó), Virginia Cavendish (Através da Sombra) volta para o papel de Rosinha, assim como Enrique Diaz (Felizes para Sempre) para o papel de Joaquim Brejeiro.

Já na parte da produção, o diretor do primeiro filme, Guel Arraes (Lisbela e o Prisioneiro), irá retornar com o reforço da Flávia Lacerda (Sexo Frágil). Mas estes serão os únicos retornos confirmados no filme.

Novos personagens

No lugar de Fernanda Montenegro (Central do Brasil), Taís Araújo (Cheias de Charme) irá ficar no papel da Compadecida, junto de Eduardo Sterblitch (Os Outros), Fabiula Nascimento (SOS Mulheres ao Mar), Luís Miranda (Encantados), Humberto Martins (Travessia), Juliano Cazarré (Pantanal) e Luellen de Castro (Reality Z).

Produção

Além dos atores, o filme foi totalmente gravado em estúdio. A informação veio através do diretor de Cultura de Cabaceiras, João Vitor Aires, e a cidade no Cariri paraibano, onde foram realizadas as gravações do primeiro, não irá sediar novamente as filmagens.

O município estava em contato com as equipes de produção da H2O filmes e Conspiração Filmes, para fazer visitas para analisar possíveis sets de gravação na cidade.

Motivo da continuação

Os diretores da sequência falaram um pouco sobre o porquê da continuação do clássico. Segundo a nova diretora, Flávia Lacerda, a ideia do filme surgiu durante o período da pandemia de Covid-19: “Era um período pré-pandemia e digamos que culturalmente o Brasil estava bem deprimido, então a ideia de surgir com um filme que marcou tanto a retomada do cinema brasileiro quando ele surgiu é uma forma de trazer à tona um prazer em ser brasileiro”.

Ela ainda comenta que o amadurecimento do cinema brasileiro tanto no sentido artístico quanto técnico deu novas possibilidades para uma continuação bem-sucedida. Já Guel Arraes pontua a responsabilidade em retornar para esse clássico.

“Vamos fazer o melhor possível, e a responsabilidade é grande, porque não só se passaram 20 anos da história, mas também da vida real, e tem que, de alguma maneira, mesmo que seja um filme de época, mencionar assuntos de hoje. É o desafio de ter uma história sem Ariano e dar continuidade com uma história original e uma história clássica”, afirma o diretor.

Riscos da continuação

Além de lidar com uma alta carga de saudosismo, por conta do imaginário popular, o filme ainda terá que tomar cuidado na caracterização. Apesar de ser um sinônimo de estilo, aparecer um tênis adidas masculino em uma cena do filme não somente irá perder toda a caracterização, como irá virar meme na internet.