Um sentimento muito ruim pra quem gosta de uma banda é quando recebemos a notícia de que essa banda está encerrando suas atividades. Pensar que todas aquelas músicas responsáveis por momentos incríveis que passamos serão as últimas desses artistas nos deixa um pouco abalados. Eu sinto isso, ao menos.

Porém, tem um sentimento que é, naturalmente, contrário a tudo isso: quando a banda que acabou resolve voltar.

The Libertines foi uma banda incrível durante muito pouco tempo. Em 2002 lançou o disco Up The Bracket e em 2004 o autointitulado The Libertines. Mesmo com curta discografia, a banda já estava sendo visto pela crítica e pelo público como um dos grandes trabalhos da década, e como a promessa de um grupo que faria história na música pop mundial.

O sucesso repentino da banda teve consequências bastante manjadas no mundo musical, principalmente por parte do compositor, guitarrista e vocalista Pete Doherty. O músico começou a aparecer na mídia mais por conta das chapações homéricas, dos problemas com a polícia e das internações em clínicas de reabilitação do que pelas apresentações. Sua relação com a banda se tornou insustentável e o seu fim foi declarado após sete anos de vida.

Desde então, os Libertines individualmente se revezaram entre carreiras solo, mais problemas com drogas, ostracismos e tudo mais. Em 2005, Pete Doherty assumiu um relacionamento com a top model britânica Kate Moss, e juntos formaram o casal Sid and Nancy do novo século. A volta dos Libertines nunca foi considerada. Parecia ser carta fora do baralho. Parecia ser tão remota quanto as chances de sucesso das bandas Babyshambles (de Pete), Dirty Pretty Things (do outro compositor, guitarrista e vocalista Carl Barât e do baterista Gary Powell), Yeti (do baixista John Hassal) e também das carreiras solos que Pete e Carl tentaram nos últimos anos. Foram bons trabalhos, eu curti, mas nada comparado aos Libertines.

Fim do hiato

Agora, a volta está confirmada. Em 2014 surgiu a notícia da reunião da banda. Na época, todo mundo foi pra Tailândia, onde Pete Doherty fazia turismo em mais uma clínica de reabilitação. Parece que agora, ele está inteiro (até quando?) e o álbum, pronto.

Uma das novas músicas inclusive já foi lançada junto a um clipe. Onze anos depois, agora temos certeza: os Libertines voltaram. E a música é de alto nível. Vale muito o play:

Anthems for Doomed Youth

Chamado Anthems for Doomed Youth, o terceiro álbum dos Libertines será lançado oficialmente em 4 de setembro de 2015, e já está em pré-venda no site oficial, iTunes, Amazon e Google Play.

O disco foi gravado em maio no Karma Sounds Studio, na Tailândia, e teve a produção de Jake Gosling. O título é uma referência a um poema de Wilfred Owen. O primeiro single, Gunda Din, tem a mesma inspiração, sendo inspirado em um poema do britânico Rudyard Kipling.

Anthems for Doomed Youth será lançado em duas versões. A normal terá 12 faixas, enquanto a versão deluxe terá 16. Confira o tracklist abaixo da capa e aguarde:

Anthems for Doomed Youth - The Libertines - Capa

1. “Barbarians”
2. “Gunga Din”
3. “Fame and Fortune”
4. “Anthem for Doomed Youth”
5. “Heart of the Matter”
6. “Belly of the Beast”
7. “Iceman”
8. “You’re My Waterloo”
9. “Fury of Chonburi”
10.”The Milkman’s Horse”
11. “Glasgow Coma Scale Blues”
12. “Dead For Love”

Deluxe Edition:
13. “Love On The Dole”
14. “Bucket Shop”
15. “Lust Of The Libertines”
16. “7 Deadly Sins”