Palavras, Artesanato e Piloto Automático

Quantas vezes, ao longo de sua vida, você não teve a impressão de estar no piloto automático? De cumprir com seus compromissos mecanicamente, sem pensar como, por que e para que você faz o que faz e pensa o que pensa?

Acredito que todos nós já nos sentimos assim, pelo menos uma vez. E esta sensação reflete-se na internet, principalmente nas redes sociais: algo acontece e, cinco minutos depois, já encontramos textos agressivamente opinativos sobre o ocorrido. O que nos leva a perguntar como alguém elaborou tão rápido um julgamento sobre um assunto que acabou de acontecer.

São os sinais de que nossa vida anda corrida e caótica demais – tanto, que nos falta tempo para parar e analisar o que acontece conosco, e em nossa volta. E assim somente falamos o que pensamos sem, de fato, pensar antes de falar.

Escrevi esta breve introdução para discorrer sobre um livro que tive a feliz oportunidade de ler recentemente. Falo da obra Artesão das Palavras, do escritor Luiz Valério de Paula Trindade, que reúne crônicas tratando de temas corriqueiros, porém fundamentais, e costumeiramente colocados em segundo plano por nós: o amor, o envelhecimento, o arrependimento, a esperança, nossas perdas e conquistas, a felicidade, a inspiração, a maternidade, e tudo o que acontece enquanto estamos no piloto automático.

Conforme diz o autor:

– As crônicas são provenientes de muita observação e análise crítica de situações do cotidiano, que afetam a maioria das pessoas, inclusive eu.

E justamente por partirem de uma avaliação crítica e atenciosa de nosso dia a dia, e de questões que nos afetam direta ou indiretamente, é que as crônicas escritas por Luiz Valério são atemporais – ao contrário da maioria das crônicas, que geralmente focam-se em um acontecimento recente e, justamente por isso, possuem prazo de validade restrito.

Como um observador detalhista e inquieto, em seu livro de estreia Luiz Valério se propôs a reavaliar e a redescobrir temas que, apesar de relegados, permeiam nossas vidas constantemente; buscando encontrar, sob um mesmo assunto, diferentes formas de analisá-lo, o autor se dispõe a dar sua opinião de forma leve, clara e objetiva, mas sem tirar do leitor o espaço para que elabore sua própria opinião.

E é por esta razão que muitos leitores, que já tiveram a oportunidade de ler o livro Artesão das Palavras, dizem conectar-se com a obra, encontrando pontos de identificação entre o texto de Luiz Valério e suas percepções sobre a vida e sobre si mesmo:

– Às vezes, alguns leitores entram em contato afirmando que se identificaram com os textos, ou então que sentiram como se tivessem sido escritos especialmente para eles. Este tipo de manifestação representa a maior recompensa que eu poderia ter, pois sinaliza que os textos estão cumprindo sua função de tocar as pessoas, ou então de estimular a reflexão.

A importância que Luiz Valério confere aos seus leitores é visível em sua obra, mas também em sua postura enquanto autor. Passa longe de suas pretensões criar a imagem de um escritor inacessível, indisponível e soberano no alto de seus julgamentos. E esta consideração e respeito ao seu público fazem a diferença no resultado final de seu trabalho.

Artesão-das-Palavras---Luiz-Valério-de-Paula-Trindade---CAPANão por acaso o livro se chama Artesão das Palavras; pois é exatamente assim que Luiz Valério enxerga o trabalho do escritor: artesanal. Tal e qual o artesão converte o barro bruto em um belo vaso, por exemplo, o escritor também deve se apropriar de palavras soltas, e aparentemente sem um significado maior, e transformá-las em algo coerente, expressivo e intenso. Uma atividade que não pode ser desempenhada em escala industrial, e nem pode ser realizada mecanicamente – caso contrário, corre o risco de se tornar superficial e oca.

Talvez um dos papéis da literatura seja justamente este: arrancar-nos do piloto automático; obrigar-nos a abrir os olhos e enxergar o que se passa ao nosso lado, e dentro de cada um de nós. Levar-nos a avaliar como, por que e para que fazemos o que fazemos e pensamos o que pensamos.

E neste ponto Luiz Valério foi impecável. Artesão das Palavras é um livro elaborado e bem-acabado, no qual é perceptível o processo de aprimoramento pelo qual passou o autor, e seus textos. E é justamente por ter tanto zelo e apreço pelo ato da escrita, que Luiz Valério é um escritor completo: não somente sabe escrever, como sabe se aproximar do leitor e com ele dialogar, sem imposição, sem rebuscamento. De modo simples e natural, como deve ser.

Por todos estes motivos eu recomendo – e muito – o livro Artesão das Palavras. Mas, mais do que isso, sugiro que você conheça e acompanhe o trabalho realizado pelo escritor Luiz Valério de Paula Trindade.

Por que ele sabe para onde vai, e sabe como e por que vai.

33 Doses de Nietzsche

O livro “Nietzsche Para Estressados” é uma ótima referência de leitura para quem curte as ideias de um dos filósofos mais influentes da Modernidade.

Escrito por Allan Percy, o livro reúne 99 máximas de Nietzsche que podem ser aplicadas de forma prática em qualquer situação da nossa vida.

A cada frase disparada por Nietzsche surge uma nova reflexão, seguida de vários aprendizados. Esse livro é uma verdadeira fonte de inspiração: abre nossos olhos e aguça nossa mente para enfrentarmos a realidade como ela é.

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Das 99 “doses” de Nietzsche presentes no livro, eu escolhi 33 como aperitivo. Aqui estão:

1. O destino dos homens é feito de momentos felizes, e não de épocas felizes.

2. Nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga.

3. Precisamos pagar pela imortalidade e morrer várias vezes enquanto estamos vivos.

4. O homem que imagina ser completamente bom é um idiota.

5 . Só quem constrói o futuro tem direito de julgar o passado.

6. Não devemos ter inimigos dignos de ódio e nem de desprezo. É importante nos orgulharmos de nossos inimigos.

7. O sucesso sempre foi um grande mentiroso.

8. Falar muito de si mesmo pode ser uma forma de se ocultar.

9. O homem é, antes de tudo, um animal que julga.

10. A melhor arma contra um inimigo é outro inimigo.

11. A mentira mais comum é a que o homem usa para enganar a si mesmo.

12. O indivíduo sempre lutou para não ser absorvido por sua tribo. Se fizer isso, você se verá sozinho com frequência e, às vezes, assustado. Mas o privilégio de ser você mesmo não tem preço.

13. Os maiores êxitos não são os que fazem mais barulho, e sim nossas horas mais silenciosas.

14. As ilusões são certamente prazeres dispendiosos, mas a destruição delas é mais dispendiosa ainda.

15. A maneira mais eficaz de corromper o jovem é ensiná-lo a admirar aqueles que pensam como ele, e não os que pensam de forma diferente.

16. Toda queixa contém em si uma agressão.

17. Quem luta contra monstros deve ter cuidado para não se transformar em um deles.

18. Na maior parte das vezes em que não aceitamos uma opinião, isso acontece por causa do tom em que ela foi manifestada.

19. O que não nos mata nos fortalece.

20. Quem não dispõe de dois terços do dia é um escravo.

21. Ninguém é tão louco que não possa encontrar outro louco que o entenda.

22. É muito difícil os homens entenderem sua ignorância no que diz respeito a eles mesmos.

23. Pobre do pensador que não é o jardineiro, mas apenas o canteiro de suas plantas.

24. Quem não teve um bom pai deve procurar um.

25. Se ficar olhando muito tempo para um abismo, ele olhará pra você.

26. Quem é ativo aprende sozinho.

27. A potência intelectual de um homem se mede pelo humor que ele é capaz de manifestar.

28. Quem não sabe guardar suas opiniões no gelo não deveria entrar em debates acalorados.

29. Não se pode odiar enquanto se menospreza.

30. Nossas opiniões são a pele na qual queremos ser vistos.

31. Você tem o seu caminho. Eu tenho o meu. O caminho correto e único não existe.

32. Nossa vida nos parece muito mais bonita quando deixamos de compará-la com a dos outros.

33. Quem fica remoendo alguma coisa se comporta de maneira tão tola quanto o cachorro que morde uma pedra.

Trocando uma ideia com Murilo Sá

O músico Murilo Sá é uma das novas vozes concebida pela música brasileira. Depois de lançar, no início do ano, o Promo EP, curto trabalho com 4 músicas, Murilo Sá apresenta agora o primeiro álbum: Sentido Centro.

Murilo Sá & Grande Elenco, é assim que o compositor se apresenta, valorizando a galera que o acompanha em estúdio e em shows. O álbum Sentido Centro, lançado em 21 de outubro de 2014, é uma das revelações nacionais do ano, sem dúvida.

Nessa entrevista, feita por mim e pelo Guilherme Espir (que também fez essa bela resenha do disco), Murilo Sá falou do processo de criação das composições, da gravação, influências musicais e outras coisas. Dê uma lida, mas antes dê play no álbum abaixo. O CD pode ser adquirido diretamente na loja virtual do Selo 180.

Onde e quando foi gravado Sentido Centro?

Foi gravado em São Paulo, nos estúdios da produtora Baticum, aproximadamente entre julho de 2013 e fevereiro de 2014

Como foi que você montou esse grande elenco que te acompanha?

São todos amigos que fiz aqui em São Paulo, nos últimos anos. Mostrei pra eles as músicas que eu já tinha, e eles toparam a parada. O grande elenco atual já não é o mesmo de 2013, quando começamos a tocar essas músicas. A formação inicial contava com Pedro Pastoriz nas guitarras solo e Felipe Faraco no baixo, e hoje quem assume as guitarras solo é Gabriel Guedes, e no baixo Rob Ashtoffen. O baterista é o Pedro Falcão, desde o começo. E tem também músicos convidados que não fazem parte da formação ao vivo, mas gravaram no disco. Fico muito feliz de estar tão bem acompanhado, pois além de excelentes músicos são todos pessoas da mais alta qualidade!

Você compõe sozinho e apresenta a música ao elenco ou vão criando juntos?

Eu componho sempre sozinho, e geralmente de madrugada (risos). Mas no disco tem uma única que não fiz sozinho, que é parceria com Heitor Dantas, a faixa 13 “Nem é Sempre Que é Assim”. No caso desse disco eu cheguei com as músicas prontas e apresentei pra a banda, e a gente começou a ensaiar e definir melhor os arranjos de base juntos. Com exceção de umas duas que entraram por último, que acabei gravando sozinho no estúdio, uma delas a faixa título “Sentido Centro”. Com as bases gravadas, fui produzindo e tentando sentir o que cada música pedia em termos instrumentais, e convidando também alguns amigos pra tocar outros instrumentos menos comuns presentes no disco, como cítara, flautas, violino, metais…

Ouvindo o disco sentimos que dava pra transferir o som para uma pegada bem anos 50, cheia de metais à la big bands de jazz. Você se vê fazendo isso, algo mais swingado?

Perfeitamente! Engraçado vocês terem sentido isso. Tenho um plano secreto de montar uma big band e ser crooner cantando jazz standards num cruzeiro! (risos). Só pelo prazer de cantar aquelas músicas!

Mas de fato, eu escuto muitas músicas dos anos 50, embora eu ache que talvez no disco essa influência não está tão presente. Consigo me ver fazendo umas baladas à la Bobby Vinton ou Skyliners, de vez em quando, no futuro.

Foto: Luana Schwengber
Foto: Luana Schwengber

Além disso, o que você tem ouvido que ajudou na criação e gravação do álbum?

Me lembro que durante a gravação, eu e o Bruno Pontalti (que captou e mixou o disco), em cada sessão a gente apresentava um para o outro artistas e bandas atuais que estávamos descobrindo, a maioria gringa, e comentando sobre suas sonoridades, climas, etc. Dessas, me lembro agora de Foxygen, Ty Seggal, Jake Bugg, The Temples, Jack White…e muitos outros na verdade. Ouvi bastante também os últimos discos de Bowie e McCartney, que foram lançados enquanto estávamos gravando o disco.

E na época da criação das músicas, lembro de ter tido uma fase que estava ouvindo muito Smiths, Jeff Buckley, Elliot Smith, que talvez tenham me influenciado mais nas letras do que na sonoridade.

Hoje em dia a música é toda espalhada na internet e em serviços de streaming. Você acha importante também a presença física do material ou prefere focar só na arte em si?

Não sei se entendi bem o final da pergunta, mas sim, acho importante ainda a presença física do material, especialmente pra quem é colecionador, pra divulgação, venda em shows, etc. Sem dúvida a internet deve ser onde as pessoas mais buscam e ouvem música hoje em dia, falo por mim também. O retorno do vinil é inspirador, pois resgata nas pessoas o hábito de ouvir um disco inteiro, entrar em contato maior com uma obra. Coisa cada vez mais rara em tempos de shuffle.

É isso mesmo. E falando nisso, como você vê o apoio do Selo 180 alimentando a cena independente?

Eu me identifico muito com pessoas que são visionárias e sonhadoras, mas que acima de tudo sabem pôr as coisas em prática pra fazer algo acontecer. É mais ou menos assim que vejo o Selo 180! Eles surgiram como grandes parceiros. E eles lançaram em vinil, dois dos melhores discos do ano pra mim até agora, O Terno e Costa do Marfim da Cachorro Grande, e isso é sem dúvida uma grande contribuição pra a cena independente atual.

Depois do lançamento por onde o Murilo Sá & Grande Elenco irá tocar?

Estamos planejando uma pequena turnê pelo sul em dezembro, logo depois de lançar o disco, passando por Curitiba, Porto Alegre, Passo Fundo e mais algumas cidades do interior. Novidades em breve!

Paul McCartney largou no twitter uma música inédita com John Bonham

Sir Paul McCartney resolveu tirar o dia de ontem (20/10/14) para conversar com os fãs pelo twitter. E quando uma pessoa perguntou a respeito de um take alternativo da canção Beware My Love, Paul foi querido com a população: largou em primeira mão o áudio da inédita versão, que conta com o mítico John Bonham (o maior!) na bateria.

Escute abaixo:

Essa versão de Beware My Love, divulgada agora, faz parte de um relançamento dos Wings. Em 4 de novembro, chegam às lojas versões de luxo dos discos Venus and Mars (1975) e Wings at the Speed of Sound (1976). As novas edições serão todas remasterizadas e terão discos bônus cheios de outtakes, um DVD com vídeos extras e outras delícias.

Lembrando que, por mais inédito que seja essa faixa, não é inédita a parceria. O álbum Back To The Egg (1979) teve também a participação de Bonzo na  batera – e também de John Paul Jones, Pete Townshend e David Gilmour. É um álbum lindo e que eu irei ouvir agora. Recomendo o mesmo. Abraço!

A mente jukebox de Murilo Sá e seu Grande Elenco

A música não começa necessariamente por algum fragmento tocado. Um dos grandes baratos sobre essa sonora paixão é que ela começa bem antes de alguém emitir qualquer nota, ela tem início inconscientemente, dentro das influências de cada um de nós.

Nunca peguei um violão ou uma guitarra, aliás se fosse escolher um instrumento este seria o baixo, mas continuando. Supondo que pegue um quatro cordas, mesmo não sabendo nem como afinar o grave, tenho noção de que tipo de som gostaria de buscar, e isso se deve pelos sons que formaram minhas faculdades auditivas.

É um negócio muito louco, e para quem gosta de música o mais bacana é apertar play em um som e ficar dissecando o que tem por trás… E o melhor é quando existem diversas influências, no fim das contas uma coisa é sempre notada: Um disco possui uma determinada sonoridade, mas o todo foi feito muitos antes das notas serem gravadas, gerado antes mesmo do próprio compositor nascer, e essa ideia fica melhor ilustrada se o Murilo Sá & Grande Elenco toma conta do play. “Sentido Centro”, o debut do menino da terra do “Toca Raul” (lançado dia 21 de outubro) é um dos discos mais ricos que a música nacional gerou neste ano.

Murilo Sá e Grande Elenco - Sentido Centro - Capa
Sentido Centro – Capa

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Track List:

1. Dois Mundos
2. Sentido Centro
3. Livre
4. Elevador Panorâmico
5. Nenhum Grande Herói
6. Está Tudo Bem (It’s Okay)
7. Dias e Noites
8. Eis Que Eu Tento Me Entreter
9. Chalé 25
10. Melhor Viver
11. Muros
12. Rio Vermelho
13. Nem é Sempre Que É assim
14. Aquela Estrada É Meu Lugar

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Line Up:

Murilo Sá (rhodes / guitarra / violão / vocal / baixo / bateria / piano / percussão / órgão)
Gabriel Guedes (guitarra)
Pedro Falcão (bateria)
Felipe Faraco (baixo)
Rodrigo Bourganos (sitar)
Pedro Pastoriz (guitarra)
André Meneguetti (flauta / violino)
Tomas Oliveira (piano / órgão)
Rodrigo Fonseca (violão / guitarra)
Rob Ashtoffen (saxofone)
Reinaldo Destemido (trompete)

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Este disco começou a ser concebido quando o R&B dos anos 50 começou a ficar eletrificado e dançante, e depois, algumas décadas posteriormente, com o nascimento do Murilo Sá, este som foi maturado com essas influências, temperado com invasão Britânica, um quê de Rock Nacional, talvez algumas hardeiras com pedigree swingado e doses de Folk… Isso foi o que eu pesquei, não é um sistema aprova de falhas, mas creio que o essencial foi citado, mais que isso só em uma entrevista com o compositor.

O quesito influências já passou, porém quando a música começou a de fato ser gravada, sua data é bem atual, chega de máquina do tempo para os primórdios do Rock, uma das grandes qualidades deste garoto é a prudência em ter DNA clássico e remeter isso para um futuro, que ao ser escutado faz o que a boa música atual deve fazer, atualizar o hardware dos sons para novos públicos, e ele não só faz isso, como ainda mantém conexão bluetooth com quem gosta de old school.

“Sentido Centro” é um irmão de outra mãe, do “Promo Ep”, a entrada aperitivo que antecedeu este trabalho. Na realidade, o promo EP é uma aglutinação deste disco, já que tudo que está presente no mesmo, se repete no debut, só que muito mais duradouro.

Murilo Sá e Grande Elenco - Promo EP
Promo EP – Capa

No EP foram 4 faixas, no disco são 14 temas, e no todo o entendimento musical é muito mais prazeroso. Gostei muito do conteúdo das letras e da mixagem do trabalho, é realmente singular pegar a ficha técnica de algum disco e ver que tudo que está listado na mesma entrou pelos seus ouvidos sem ter que realmente “procurar” pelo instrumento.

O trabalho à la multi-instrumentista do Murilo é outro fator diferenciado, temos uma amostra de sua destreza multifacetada e de sua criatividade. As letras levam o ouvinte a uma identificação imediata. Até o lance da capa acabou me impactando, lembrei da parede das estações de metrô e as palavras de Murilo começam o disco apoiando essa loucura diárias que nós vivemos nas grandes capitais.

A primeira metade do disco se mostra enquadrada nisso, a outra larga a mão e fala da vida, da beleza de fatos que passam rápido e você não presta a devida atenção. “Dois Mundos” destaca como estou sempre atrasado para tudo nessa vida. “Sentido Centro” apoia as distâncias que percorremos diariamente para concretizar os atrasos. “Elevador Panorâmico” pode ser vista como o background disso tudo e “Nenhum Grande Herói” lhe faz questionar o motivo de nos mantermos neste estado, fora “Está Tudo Bem (It’s Okay)”, que além de mesclar a língua mãe com tecos de English tentam acalmar o sentimentalismo em frangalhos, e “Dias e Noites”, que apoiam essa confusão rotineira.

 Foto: Marina Bitten
Murilo Sá & Grande Elenco
Foto: Marina Bitten

Daí pra frente os assuntos variam e é falando do abstrato, exaltando a liberdade, que temos outros grandes momentos. O mais interessante é que a abordagem sonora não muda, a cozinha segue bem presente e segura o “caldeirão”, incrementada até com naipe de metais.

Perceba que o próprio Murilo quer sair dessa em “Eis Que Eu Tento Me Entreter”, fugir para o “Chalé 25”, aproveitar a vida com “Melhor Viver”, pular “Muros” e surfar no “Rio Vermelho”, mas “Nem é Sempre Que É assim”, porém no fim a moral da história é contundente, a loucura faz parte do ser humano, a pressa é gás de nossa existência e “Aquela Estrada É Meu Lugar”.

‘Nas histórias românticas amar significa sofrer’

 

“Nas histórias românticas amar significa sofrer.”

Essa frase faz parte do roteiro do filme Romance, protagonizado pelo incrível Wagner Moura e a encantadora Letícia Sabatella. É uma verdade. É o ponto alto de estar amando. E ainda completam:

“E pior… Estão gostando de sofrer […] A palavra paixão quer dizer sofrimento.”

Segundo eles, em todas as histórias românticas esse feito se fez presente. Tristão e Isolda, Romeu e Julieta: ambos foram felizes e morreram de amor. Na vida real nada é muito diferente. As mortes são mais aliviadas, é verdade. Morre-se de carinho, de paixão, de afago. Morre-se de muitos amores, mas não de amor.

Os relacionamentos hoje em dia estão cada vez menos parecidos com os romances antigos. O que é uma pena. A persistência e a certeza do sentimento permeavam uma trama que bem que poderia se materializar no século XXI. Era fácil e era óbvio a permanência de um amor, ainda que impossível, ainda que precoce, ainda que extremamente frágil.

Acrescento à lista de ficção recheada de agrados amorosos, Fernando e Isaura, versão brasileira de Tristão e Isolda. Na narrativa de Ariano não há entrepostos, não há parêntesis, nem pausa pra respirar. É uma só leitura de suspense, drama e amor. Os dois morrem, porém, de amor, pelo amor, para o amor. Mas antes foram completamente entregues a provações. Entregues a caminhos pedregosos (literalmente, algumas vezes) e rodeados de um jardim de roseiras: sem rosas, só espinhos. Por muito tempo, Fernando e Isaura foram marcados para serem infelizes. E não deixaram nunca de se amarem ainda que na infelicidade. Foram cúmplices e companheiros mesmo que a separação fosse a única saída para a vida.

De Guel Arraes (diretor do filme Romance) à Ariano o que muda é o tempo. Em Romance não se fala em persistência, não se fala em durar. Pelo contrário:

“A paixão só dura três anos”.

Na História de Amor de Fernando e Isaura o espaço é atemporal. O amor é atemporal. A morte é atemporal. Não se espera o amor acabar, simplesmente acaba-se o ser humano antes mesmo do sentimento se esvair. Acaba-se por ele. E o mais incrível nesse conto de fadas é que tanto na vida, como na morte, o amor continua a salvo.

Hoje em dia não se morre mais. Gonçalves Dias se entristeceria por não haver mais o amor que se morre e também o que não se morre. Se entristeceria por não mais haver o amor que escrevera em outrora. Ficaria decepcionado pela falta de romance e pela coragem que se cessa. Sobre o amor que hoje nós vivemos ele diria sem pensar:

“D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos […]”
E eu ainda completaria com outro verso seu:
“Se se morre de amor! – Não, não se morre.”

De amor se vive e mesmo que o mundo ande frequentemente pautado na sua falta, é dele mesmo que nos alimentamos e nos colocamos dispostos a enfrentar o quer que seja: da dor a alegria.

Não importa se a paixão, para o personagem de Wagner Moura só dura três anos, ou se ela é eterna para Fernando e Isaura. O que se espera, o que se quer, o mínimo que se procura é que se ame, mas que ame muito. E que haja verdade, seja na imensidão de um amor, seja no seu desfalecimento. Gonçalves me completaria:

“Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer o amor que em nós sentimos;
[…]
Isso é amor e desse amor se morre.”

Vai se casar ou ser mãe? Contrate Adam Opris para ser seu fotógrafo…

Adam Opris é um grande fotógrafo nascido no Sul da Flórida, maior região metropolitana do sudeste dos Estados Unidos, abrangendo partes do litoral da costa leste da Flórida.  O fotógrafo diz que morar próximo ao litoral influenciou muito no seu estilo de capturar momentos. Adam é especialista em fotos para casamento e imagens subaquáticas, mas em especial, fotos de futuras mães embaixo d’água – projeto que ele denominou Underwater Maternity.

Eu cresci no sul da Flórida com um amor por tudo ao ar livre. Eu praticamente morei no oceano toda a minha vida. Com esse grande amor pela água, eu criei essa série fotográfica onde tento capturar de uma forma mágica esse momento único na vida dos pais, unindo  um cenário incrível e maravilhosamente simbólico .

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Para quem tiver interesse e tiver cachê para contratá-lo, Adam Opris também tira fotos de casamento. Abaixo você pode ver um pouco mais do variado trabalho do fotógrafo. Para ver todas as fotos acesse o seu site  ou siga-o nas redes sociais –  Facebook | Instagram

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Cachorro Grande’s Garage – Act I, II & III

São Paulo segue um ritmo frenético em tudo, absolutamente tudo. Vai desde o momento que trabalhadores atrasados começam a correr no meio da rua para não chegar no escritório depois do chefe até o ambulante, que fica ligeiro prestando atenção se o rappa não apareceu.

São muitas coisas, e muitas coisas inclusive ao mesmo tempo, no mesmo dia, e às vezes até na mesma hora, assim tem sido o calendário de shows da terra da garoa. Aliás, está na hora de mudar esse apelido, ultimamente não bate nem vento nessas bandas, mas enfim.

Enquanto a loucura cotidiana toma ares cada vez mais épicos, muitas bandas seguem em Tour pelo país, sejam elas nacionais ou internacionais. A semana toma curso para todos e enquanto somos bombardeados por informações vale a pena ligar o Bluetooth mental e ver o que rola de distração.

Cachorro Grande - Sesc Pompeia

E a minha distração do mês foi a Cachorro Grande. Este ano, meu mês no outubro foi arquitetado em função da tão aguardada Tour pela Costa do Marfim de São Paulo. E o que era para ser apenas um show isolado acabou virando matéria. Três eventos grandiosos, que assim como o “Joe’s Garage” do grande mito Frank Zappa, ídolo mor de Beto Bruno, foi dividido em três atos… Coincidência? Acho que não.

Joe's-Garage---Frank-Zappa

O primeiro ato se deu no Ozzie Pub, dia 14 de outubro, em plena terça-feira, pocket show nervoso com direito até a ES-335, lembrando os mestres Alvin Lee e Chuck Berry, mas foi só o aperitivo, a imprensa paulista teve o privilégio de ver isso antes de todos, mas comparar o pocket com o estrago das duas noites de Sesc Pompéia é sacanagem…

Ozzie Pub (14/10/14) Foto: Leonardo Marmitt / Selo 180
Ozzie Pub (14/10/14)
Foto: Leonardo Marmitt / Selo 180

Sexta-feira chegou e com ela a Choperia do bairro mais Rock ‘N’ Roll de São Paulo começou a trabalhar. Foi em mais uma noite de calor causticante que o quinteto apertou start para começar a tour oficialmente e banhar o fino do Rock Psicodélico com uma camada caprichada de cerveja.

Foram dois atos na grandiosa Pompéia, onde o ato dois e três foram epicamente similares. A platéia lotou na sexta, e muitos não satisfeitos com o primeiro estrago resolveram fazer a dobradinha. Juntando os dois shows tivemos cerca de quatro horas de ótima música e um set list que dialogou com os dois tipos de fã que a banda possui:

1) O fanático pela fase British Blues de sempre.
2) O novo fã de Psych.

Cachorro Grande Sesc Pompeia (3)
Sesc Pompéia (17/10/14)
Foto: Tessalia Serighelli / Facebook.com/CGOficial

A atenção estava claramente voltada para a execução do Costa do Marfim, mas é claro que os velhos sucessos não poderiam faltar, e com essa nova faceta acho que reencarnar os sons old schools foi ainda mais prazeroso para a banda, a atmosfera enérgica e revitalizada do show do Ozzie Pub se manteve nessas duas grandes apresentações, perante a plateia que vive onde não existe amor, já diria Criolo.

Mas se por um lado o amor está em falta, o Rock ‘N’ Roll vai muito bem, obrigado. O som estava bem limpo e cristalino, o peso possuía muita definição, e mais uma vez a parte de iluminação foi um dos grandes fatores que temperaram a viagem mais lúdica e sensorial que é este novo disco da banda.

Cachorro Grande Sesc Pompeia (5)
Sesc Pompéia (17/10/14)
Foto: Tessalia Serighelli / Facebook.com/CGOficial

A energia central de ver um show dos gaúchos é a mesma de sempre, Beto levou um cálice para o Ozzie, mas nas duas noites de Raul (Pompéia) teve que carregar um litrão para o palco, Azambuja teve que tocar de forma cirúrgica novamente, em prol do swing o quatro cordas do Rodolfo Krieger trouxe toda a densidade necessária, fora a apelativa Les Paul do Marcelo Gross e os teclados meio Jazz de Pedro Pelotas.

Foram três shows excelentes e mais um trecho do quão bom este ano está sendo para a banda. No fim do espetáculo Beto foi elementar ao dizer para a platéia: “É por causa de vocês que nós podemos tocar Rock ‘N’ Roll”. Teve até Mutantes, e Cachorro Grande… Sinceramente, volte sempre!

Carta para Chaplin, aquele filho da puta

Caríssimo Chaplin, após desidratar chorando em Luzes da Ribalta pela milésima vez, ter suspirado perdidamente com Luzes da Cidade e perceber que dentre todos seus personagens somos metade vagabundos e outra metade Monsieur Verdoux, resolvi lhe agradecer por ter ensinado o valor de um belo pontapé.

Eis minha metade vagabundo falando, mas minha metade Verdoux agradecendo. Sim, pois após um dia de trabalho é a hora de assumir a responsabilidade e, humildemente, lhe agradecer. Porém, antes de explicar preciso pedir desculpas por tê-lo chamado de filho da puta após me dar conta do seu mais precioso ensinamento. Sinto muito, Sir, dona Hanna não tem culpa de sua genialidade, muito menos da minha boca suja. Não vivi à beira da alienação, não passei fome, necessidades e precisei da caridade alheia. Não encarei processos judiciais e boatos pela imprensa. Em compensação, não sou um gênio de sua estirpe. Prova disso é a minha demora em entender por que esse gesto é tão repetido em seus filmes. Honras sejam dadas a André Bazin, que tão pacientemente me explicou o feito para que hoje eu pudesse dizer Eureka!

Seja contra um policial, uma madame ou algumas latinhas da sarjeta, seu pontapé mudou minha vida. Ele nada mais é do que o gesto mínimo de quem aprendeu a reagir, ligar o foda-se para algumas coisas. Quem nunca passou um perrengue que dance com os pãezinhos, não é, mestre? E como um pontapé é gostoso – menos quando a gente leva, aí dói -, ajuda a seguir em frente, a se livrar da chatice alheia e da nossa. Obrigada por mostrar que sempre existe uma reação, e ela é possível sem que a perna seja esticada para machucar o outro. Aqui o pontapé é um modo de vida. O jeito é um pontapé de nariz empinado, aprumo, e seguir adiante do jeito que queremos porque só existe uma coisa melhor do que dar um pontapé, é saber levar a vida. Mentira, existem duas coisas melhores que um pontapé: saber levar a vida e burlar algumas regras. Talvez, existam três, e aí incluiria saber levar um pontapé, daqueles de chorar, com elegância.

Seu vagabundo eternizado pela sétima arte questiona as regras, vive como pode, sobrevive com o que tem, ri da pompa alheia e da própria pobreza, toca no sagrado. É herói e anti-herói. É o autor do pontapé, que deveria ser usado por nós como modo de vida. Mas, assim como o judeu de O Grande Ditador, sonho com pessoas menos inertes e corajosas, dispostas a reagir ao invés de simplesmente aceitar a vida. Monsieur Verdoux, o canalha mais “humano” que já vi não desferiu pontapés, cá entre nós, ele era adepto de outros golpes. O chamo de humano porque assume não só os próprios erros, mas carrega os erros de toda a sociedade nas costas. Não sem antes jogá-los na cara de todos. Foi ele, Charlie, foi ele. Foi Monsieur Verdoux.

Seu canalha criminoso aprontou mais uma, jogou mais uma vez na nossa cara e, agora, meteu Carlitos na conversa. Sem mais delongas, lhe agradeço pelas cenas, pelas risadas, os socos no estômago que são suas críticas sempre atuais e, principalmente, pelo legado capaz de ensinar o que demorei anos para aprender. Realmente, às vezes, um pontapé é a melhor coisa que podemos fazer. Não vale a pena se agarrar a tudo, se preocupar, carregar o mundo e a culpa de tudo nas costas. Isso é coisa do Verdoux, não nossa.

Agora é hora de me voltar para o seu O Garoto. Após tantos palavrões e escamas caindo dos olhos cegos para a vida e o valor de um pontapé, melhor lhe (re) encarar em uma de suas obras mais puras e tomar meu protetor estomacal. Sei que nossas próximas conversas serão ácidas e menos chorosas. Sei também que muitos questionarão e até acharão graça em escrever cartas para quem está morto, mas meu caro, nós sabemos que eles só levam flores para os amados depois que percebem que ninguém dura para sempre. Eis o nosso pontapé! Tome um trago com o Bazin, onde quer que vocês estejam.

Com um riso e talvez uma lágrima, obrigada.

http://youtu.be/SFjyPKVO1cg

http://youtu.be/EH-24zIjOl4

http://youtu.be/-IV4t5onobY

http://youtu.be/-975mtgPzxQ

2ª Edição do Do It Yourself, em Passo Fundo, irá premiar bandas autorais

Vai acontecer em Passo Fundo, pela segunda vez, um festival bem bacana que busca incentivar bandas autorais e alimentar a cena rock da região.

O Do It Yourself é um concurso musical realizado pela 360 Produtora e que irá distribuir generosas regalias para a banda vencedora. Estão no pacote a gravação de uma música, produção de um webclip, divulgação em mídia, agendamento de shows e um vale-compras na loja Madness.

A audição será no dia 15 de novembro, no tradicional bar Siri Cascudo, em Passo Fundo. Jurados especializados irão estar presentes na noite para avaliarem as bandas.

Na primeira edição do DIY, quem venceu foi a All These Ablaze. Saca só a música gravada e o clipe:

As inscrições podem ser feitas na Musiclass, em Passo Fundo ou pelo link http://bit.ly/1l1J61o. A data final é dia 31 de outubro e o concurso está limitado à participação de 10 bandas.

Aqui vai o release completo da parada:

360 Produtora lança concurso que irá premiar bandas autorais

Em parceria com empresas locais foi lançado no dia 15 de outubro a segunda edição do concurso “Do It Yourself”. O projeto visa fomentar o cenário musical local, valorizando artistas autorais, oferecendo vale compras, exposição na mídia, além de um registro em áudio e vídeo do seu trabalho.

Do It Yourself ou DIY traduz um espírito empreendedor que teria surgido com a cena punk, pós-punk e movimentos underground, revelando ambos os conceitos de Monarquia com o Punk/Pós-Punk inglês, em paralelo a Anarquia dos Anarco-punks, que se difundiam na mídia consumista a nível mundial.

Basicamente é uma sigla usada para denotar quem faz todo o trabalho pelas suas próprias mãos, ou seja, tudo desde a organização de concertos, gravação e produção de álbuns, venda de merchandising, marketing, publicidade, etc… é feito apenas com o suor dos seus elementos, quebrando os padrões criados pelos conceitos de um modelo e cultuando a originalidade a níveis experimentais.

Para a segunda edição foram abertas dez vagas. A fase de inscrição é do dia 15 de outubro ao dia 31 de outubro.

No dia 15 de novembro será realizado uma audição em formato de show no Siri Cascudo, em Passo Fundo com show de encerramento da All These Ablaze, banda vencedora da primeira edição do concurso.

As bandas serão avaliadas em critérios como afinação, harmonia, originalidade e performance por um juri especializado composto de produtores musicais, culturais, audiovisuais e músicos vindos de Porto Alegre.

A melhor banda, na média de notas, será premiada com vale compras de R$500,00 na Mad Ness, gravação de uma música em estúdio, um clipe musical, exposição em rádio, um show exclusivo no Siri Cascudo e garante a participação no festival DIY em Porto Alegre. Se somados, os valores dos prêmios superam 9 mil reais.

Após o término das inscrições, serão reveladas as bandas participantes. Regulamento no site http://bit.ly/DIY_Regulamento e na fanpage da produtora http://fb.com/360Produtora.

Do It Yourself - cartaz

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