Alguns dos melhores álbuns de 2015, tanto na música nacional como internacional, já foram lançados. Entre janeiro e junho desse ano, há várias opções de sonoridades que, sem dúvida alguma, seus ouvidos merecem.
Há os artistas clássicos que nunca saem de cena como Neil Young e Bob Dylan. Há os artistas que voltaram depois de uma longa pausa, como Blur, The Sonics e Faith No More. Há também os artistas que consolidaram suas carreiras lançando segundos álbuns de extrema qualidade, como Noel Gallagher, Alabama Shakes, Gaz Coombes e The London Souls. E há, por fim, as estreias marcantes de novos nomes da música, o que é o caso de Leon Bridges, Songhoy Blues e Courtney Barnett.
O parágrafo acima é todo dedicado aos gringos. Na música nacional deixei espaço para 5 dos 20 álbuns escolhidos. Wander Wildner está frequentemente presente nas listas porque é um cara de renome e que sabe usar muito o pouco (entendam como quiserem). Gostei também do novo álbum do Maglore e de três baita estreias: Rodrigo Nassif & Quarteto, Luiza Lian e Dingo Bells.
Abaixo deixo os 20 melhores álbuns de 2015 (com streaming para audição no Spotify – exceto Bob Dylan e Björk que não liberaram) em minha opinião e sem ordem definida. Lembrando que são apenas os do primeiro semestre. Em dezembro tem nova lista.
Alabama Shakes – Sound and Color
O segundo disco dos Alabama Shakes consolida uma baita banda que é. O álbum tem os dois freios de mão puxados, como diz um brother. Sim, é lento, mas as músicas swingadas fazem com que não haja lacuna nesse registro. Sound & Color atingiu o topo da Billboard logo após o lançamento. Merecido! Já falamos sobre o disco em outro post.
Noel Gallagher and The High Flying Birds – Chasing Yesterday
Mais um segundo álbum na lista. Noel Gallagher saiu dos Oasis e começou a fazer o que mais sabe: baladas hits radiofônicas. Em Chasing Yesterday, Noel experimenta um pouco mais, utilizando novos instrumentos como saxofones, e flertando com algumas psicodelias. Já falamos sobre o disco nessa e nessa outra ocasião.
Neil Young – Monsanto Years
Neil Young é provavelmente um músico que sempre estará presente nas listas de melhores discos. É completo, criativo e sempre tem uma mensagem a passar. Dessa vez, entrou numa pira conceitual e lançou um álbum criticando a indústria alimentícia, principalmente a Monsanto, como sugere o nome.
Bob Dylan Shadows In The Night
Nesse álbum, Bob Dylan revisita canções interpretadas por um de seus ídolos: Frank Sinatra. Uma bela homenagem a um mito. Já falamos sobre o disco em outro post.
The London Souls – Here Come The Girls
Pouca gente conhece esse duo que tem nome britânico, mas que na verdade é nova-iorquino. Here Come The Girls é o segundo disco da carreira da dupla, que sucede o homônimo The London Souls, de 2011, quando a banda era um trio.
Blur – The Magic Whip
Depois de doze anos, o Blur voltou com esse disco gravado em Hong Kong. O último havia sido Think Tank (2003) E voltou bem, tanto que recebeu elogios de Liam Gallagher (Oasis), o cara que sempre esnobou a banda rival. The Magic Whip é tambémo primeiro álbum completo com o guitarrista original Graham Coxon desde 13 (1999).
Courtney Barnett – Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit
Uma excelente novidade na música. A australiana Courtney Barnett faz um rock simples e cru com nuances de grunge e country. É uma das revelações do ano.
Leon Bridges – Coming Home
Outra estreia. E uma ótima estreia. Leon Bridges é dono de uma voz que evoca o melhor da soul music. Incrível como um músico pode, ao mesmo tempo, soar com as suas influências clássicas sem parecer defasado. Falamos sobre esse disco em outro post.
The Sonics – This Is the Sonics
Uma das grandes bandas que influenciaram o punk rock e o rock de garagem, em meados da década de 1960, os The Sonics voltaram este ano com um trabalho novo. Foram direto ao ponto e seguiram o estilo clássico da banda gravando músicas inéditas com sabores de revival. Até porque é o primeiro material novo da banda em 49 anos!
Songhoy Blues – Music in Exile
Aqui um achado. A estreante banda foi formada no Mali e teve o primeiro álbum produzido por Nick Zinner (Yeah Yeah Yeahs). O álbum é uma mistura de blues com ritmos africanos e é cantado todo no dialeto nativo. Vale a experiência.
Björk – Vulnicura
Vulnicura é o nono álbum da peculiar cantora islandesa Björk. O disco é uma expressão de seus sentimentos após o fim de seu relacionamento com o artista Matthew Barney, que durou 13 anos. Já falamos sobre o álbum em outro post.
Muse – Drones
Não é o melhor álbum do Muse, mas é bom de se ouvir também. Drones é um álbum conceitual que explora a jornada de um ser humano, desde seu abandono e falta de esperança até sua doutrinação pelo sistema que o transforma uma espécie de drone humano. Uma voraz crítica à sociedade opressora.
Trickfinger – Trickfinger
Pseudônimo do guitarrista ex-Red Hot Chilli Peppers, John Frusciante, esse álbum é fruto de uma vibe diferente do músico. Mesmo sendo um compositor exímio com as guitarras, Frusciante optou por outra sonoridade e lançou esse álbum maluco cheio de elementos eletrônicos, demonstrando sua infinita vontade e capacidade de experimentações sonoras. Já falamos sobre o álbum nesse outro post.
Gaz Coombes – Matador
Uma pena que o Supergrass acabou. Sinceramente será difícil para seu vocalista Gaz Coombes criar uma obra que se equipare a de sua ex-banda. Mas, mesmo assim, Gaz não erra o alvo. Matador é seu segundo trabalho solo. Já falamos sobre o álbum em outro post.
Faith No More – Sol Invictus
Sol Invictus é o primeiro álbum do Faith No More em oito anos. O disco é o sucessor de Album of the Year (1997). Entra na lista como mais uma banda grande que lançou material novo em 2015.
Maglore – III
Terceiro disco da banda de rock brasileira Maglore. O trio formado em Salvador lançou um álbum com influência da MPB, anos 70 e de várias vertentes rockeiras.
Dingo Bells – Maravilhas Da Vida Moderna
Gravado com a grana levantada por meio de uma campanha de financiamento coletivo, o primeiro álbum do trio Dingo Bells fez valer cada centavo de quem contribuiu com o projeto. Uma das grandes estreias do ano.
Wander Wildner – Existe alguém aí?
Existe alguém aí? é um álbum simples e bem direto. Wander Wildner, que havia lançado um disco folk dois anos antes, gravou um material que lembra mais os seus tempos de punkrock. São músicas com arranjos simples, mas que carregam a criatividade lírica de Wander, que sempre capricha em suas letras. Já falamos sobre esse disco em outro post.
Rodrigo Nassif Quarteto – Todos os dias serão outono
Disco de estreia do quarteto, lançado pelo Selo 180, que alcançou o topo das paradas dos mais vendidos na iTunes Store na categoria Instrumental. Formado por Rodrigo Nassif (violão, guitarra e piano), Carlos Ezael (violão), Samuel Cibils (contrabaixo acústico e elétrico) e Leandro Schirmer (bateria e piano), o quarteto gravou o álbum em apenas um dia. Nada mal, ein!
Luiza Lian – Luiza Lian
Mais um disco nacional de estreia. A cantora Luiza Lian gravou um baita álbum com uma respeitosa banda de apoio formada por Tim Bernardes e Guilherme D’Almeida (O Terno), Tomás de Souza e Charlie Tixier (Charlie e os Marretas) e Juliano Abramovay (Grand Baazar). O homônimo disco de estreia traz canções pulsantes e calmas em uma infinidade de referências. Descubra você mesmo quais são as influências da Luiza Lian ouvindo esse álbum maneiríssimo que saber ser eclético sem ser uma salada de frutas vencidas.