A energia nuclear, há décadas um tema controverso, voltou ao centro do debate global. Agora, Amazon, Google e Meta estão se unindo a grandes players da indústria para impulsionar uma meta ousada: triplicar a capacidade nuclear dos EUA até 2050.

O movimento, apoiado pela Associação Nuclear Mundial, vem na esteira do crescente compromisso de instituições financeiras como Goldman Sachs e Barclays, que já demonstraram interesse em fortalecer o setor nuclear. Mas qual é o real interesse das Big Techs nesse jogo?

Por que as Big Techs estão investindo em energia nuclear?

A resposta curta é: a demanda por energia nunca foi tão alta. Com a digitalização acelerada, data centers, inteligência artificial e computação em nuvem exigem quantidades massivas de eletricidade.

A energia nuclear surge como uma alternativa viável para garantir estabilidade no fornecimento e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono. Para as gigantes da tecnologia, manter seus serviços funcionando sem interrupções não é apenas uma necessidade operacional – é um imperativo estratégico.

Amazon já investiu mais de US$ 1 bilhão no setor

A Amazon é uma das empresas que mais se comprometeu com a energia nuclear até agora. Seu investimento ultrapassa US$ 1 bilhão, e a empresa vê essa fonte de energia como essencial para garantir um futuro sustentável.

A aposta da Amazon reflete um movimento mais amplo de diversificação da matriz energética, impulsionado pelo crescimento exponencial da infraestrutura digital.

Meta quer garantir 4 gigawatts de energia nuclear

Já a Meta traçou um plano agressivo para os próximos anos: a empresa pretende adquirir até 4 gigawatts de energia nuclear na próxima década para alimentar seus data centers, que sustentam plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp.

O movimento reflete a urgência de buscar alternativas que garantam fornecimento estável, especialmente diante das incertezas do setor energético tradicional.

O cenário da energia nuclear nos EUA

Atualmente, os EUA possuem 93 reatores nucleares operando em 56 usinas espalhadas por 28 estados. Juntos, esses reatores produzem cerca de 95.000 megawatts de energia, tornando os EUA um dos maiores produtores de energia nuclear do mundo.

A meta de triplicar essa capacidade até 2050 exigirá investimentos robustos e uma nova abordagem para lidar com regulamentações, segurança e aceitação pública.

O que esperar do futuro?

A entrada das big techs no setor nuclear geram questões críticas:

  • Como os governos irão regular esse avanço?
  • A energia nuclear será capaz de suprir a crescente demanda das big techs sem gerar novos riscos ambientais?
  • Essa aposta irá de fato reduzir os impactos climáticos ou apenas concentrar mais poder nas mãos das gigantes da tecnologia?

A corrida já começou. Agora, resta saber se a energia nuclear será o motor do futuro digital ou apenas mais um capítulo na disputa pelo controle da infraestrutura global.