Um alto risco de vida vale um trabalho? É verdade que algumas profissões não tratam essa questão de uma forma facultativa. Porém, há quem entre o risco e o conforto escolhe a primeira opção, por conta da adrenalina, da inquietude, da indignação, da empatia ou sei lá.

Daniel Berehulak é um desses exemplos. O fotógrafo australiano, vencedor do Chris Hondros Fund Award no ano passado, deu um passo mais largo e, em 2015, faturou o Prêmio Pulitzer de Fotografia.

O prêmio foi em virtude da cobertura fotográfica da epidemia do Ebola, no oeste da África, em 2014. Por isso, não é uma fotografia vencedora, mas o conjunto todo da obra.

A mando do New York Times, Daniel chegou ao continente africano em agosto do mesmo ano, e cobriu a epidemia na Serra Leoa, Libéria e Guiné. Durante quatro meses, acompanhou de perto não só muitas cenas que nós olhamos em noticiários e reportagens, mas cenas que sequer foram ao ar.

“Monrovia estava sendo devastada e havia corpos estendidos pelas ruas. As funerárias não conseguiam carregar os corpos em tempo suficiente e as instalações de tratamento ao Ebola estavam transbordando. Senti que era minha responsabilidade ficar lá o máximo que eu pudesse aguentar, já que minhas fotos estavam sendo vistas por pessoas do mundo todo”.

Daniel Berehulak está com 39 anos, mas é considerado pelas agências internacionais e pelos grandes conglomerados de comunicação como um veterano em zonas de conflito. ‘No entanto, este era um tipo diferente de perigo’, disse David Furst, editor de fotografia do NY Times, que o enviou à missão na África.

“Não era uma guerra no sentido convencional, não era um conflito totalmente visível. Mas foi, de muitas formas, uma batalha que instigou e assustou o mundo. Eu estaria mentindo se dissesse que não tive medo”.

Abaixo, algumas fotografias que deram a Daniel Berehulak o prêmio Pulitzer de fotografia em 2015. Somando, o trabalho do fotógrafo chega quase a uma centena de fotos, publicadas em várias reportagens do New York Times sobre o caso. Todas elas podem ser lidas aqui.

Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak (1)

Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak (3)

Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak  (1) Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak  (2) Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak  (3) Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak (2)Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak  (5)Cobertura Ebola na África, Daniel Berehulak  (4)