deadpool filme

É preciso separar as coisas; Deadpool é oriundo dos quadrinhos da Marvel, mas não está com os seus direitos ligados aos estúdios da Marvel. Na 20th Century Fox, residência fixa há anos de vários personagens da Casa das Ideias, principalmente no que diz respeito aos X-Men, Deadpool entra em circuito nas telonas para salvar o estúdio de uma mesmice criativa e fazer finalmente, a cara de um anti-herói páreo para disputar bilheterias com os grandes e sem um orçamento monstruoso, claro.

Com apenas US$ 50 milhões e em desenvolvimento desde o ano 2000, Deadpool é fruto maior da insistência dos fãs e da sua própria estrela, o ator Ryan Reynolds. Tudo começou com um vídeo-teste que vazou na internet. Deu certo. Todos gostaram. A 20th Century Fox não teve escolha e deu sinal verde para a produção. Caso não desse, talvez tivesse sido um tiro no pé dado os recentes fracassos e incoerências do estúdio, como no caso da nova tentativa do Quarteto Fantástico e dos mais recentes filmes dos X-Men, levianamente deixados nas mãos de Bryan Singer.

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Deadpool é diferente. Em tudo. O anti-herói lacra tudo nas telas, literalmente. Faz piada de si e dos outros. Cita os inúmeros podres cinematográficos do próprio Reynolds e ainda por cima faz referências lendárias sobre música e outras produções que nada possuem vínculos com o universo dos quadrinhos.

O roteiro escrito pela dupla do ótimo Zumbilândia, Rhett Reese e Paul Wernick, é rápido, certeiro e sem a clássica procrastinação tão evidente na maior parte dos filmes de hoje em dia. Sem ter muito tempo a perder, o script dá o seu recado: nada está a salvo. Uma história de amor sem limites. É a zueira never ends, sabe?

Mas mesmo tendo explanado grande parte das boas piadas nos seus trailers, ainda sobram poucas e ótimas tiradas na produção. Deapool é um filme de timing. Aliás, timing perfeito de Reynolds, esteja ele usando ou não o uniforme. A interação com os outros personagens e até mesmo em relação ao público – na chamada quebra da quarta parede, empolga e prende a atenção. O espectador pede mais e mais.

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Muito pode vir a ser criticado pela ausência de muito sangue ou de grandiosas cenas de ação, mas há de convir que, com um orçamento relativamente baixo para os padrões de Hollywood, o feito em Deadpool merece respeito. E sobre o sangue e a violência exacerbada, nem chega a ser isso tudo – já foi tempo que um filme com classificação etária alta era digno de discussão. De qualquer forma, o diretor egresso das animações, Tim Miller, deu entrevistas revelando uma possível versão mais sangrenta futuramente, de repente na edição DVD/Blu-Ray.

Em tempos de adaptações água com açúcar e pouca ousadia na hora de dar ao público algo para se ter orgulho, todos os envolvidos em Deadpool chegaram e disseram; – Não! É o momento de fazermos um filme que realmente tenha valor. Quer que sejam distorcidos e fantasiosos de mais, pouco importa, o negócio é lacrar tudo. A canastrice é legítima aqui, pelo menos.