“Putaquepariu!” Gritou Eugene Hütz, líder do Gogol Bordello, ao perceber a empolgação do público com a apresentação da banda. Não foi por menos, o Opinião sediou na noite de 23 de setembro de 2013 a maior festa punk cigana da história do Rio Grande do Sul.

Poucas pessoas e atrações conseguem animar uma segunda-feira fria e chuvosa neste mundo. E neste seleto grupo está o Gogol Bordello. A banda mais cosmopolita do planeta tem uma identificação bem grande com o Brasil, muito em virtude do ucraniano Eugene já ter morado durante um tempo no Rio de Janeiro. No último álbum, a referência ao país está em MalandrinoEm entrevista ao The Lab Magazine, Eugene explicou que logo que chegou ao Rio as pessoas o chamavam muito de malandro. Na mesma entrevista ele fala sobre seu desapego geográfico:

I don’t really crave anything geographically. Lots of places are great to be in. Sure, I was nuts about Brazil, but I think I feel most at home in New York, ’cause no matter where I live I will never become Brazilian or Colombian, or Ukrainian either. And New York really is not asking for any identity. You are a New Yorker; that’s enough identity.

Gogol Bordello Opinião Porto Alegre La Parola (2)
And you know that I’ll pick up
Every time you call
Just to thank you one more time
Alcohol

O Gogol Bordello desceu o país após uma apresentação no Rock in Rio, ao lado de Lenine. No ano passado, a banda já havia passado por São Paulo, durante o o Lollapalooza. Mas em Porto Alegre foi a primeira vez. E por isso que a segunda-feira fria e chuvosa não assustou ninguém. Um bom público compareceu e viu o Gogol Bordello subir ao palco por volta das 9 horas da noite e começar a festa com Ultimate, faixa de abertura de Super Taranta! (2007), o favorito de muitos fãs. Na sequência emendou duas antigueiras, Sally e Not a Crime!, de Gypsy Punks: Underdog World Strike (2005), antes de voltar ao Super Taranta! com Wonderlust King.

A banda não veio apenas para divulgar o último álbum. O repertório misturou músicas novas e músicas do começo da carreira da banda. De Pura Vida Conspiracy, o Gogol tocou as confirmadas The Other Side of Rainbown, Dig Deep Enough, Malandrino e Lost Innocent World – esta última a primeira música do bis.

Eugene fala português e sabe o momento certo de dizer putaquepariu. Isso foi na metade do show, provavelmente depois da pedrada Break The Spell, que todo mundo cantou junto. Mais adiante, depois das recentes Sun is on my side, Pala Tute e Malandrino, a banda tocou Start Wearing Purple e Sacred Darling, duas músicas de Voi-La Intruder, primeiro álbum do Gogol Bordello, lançado em 1999.

Quinze músicas depois do começo do show, a banda foi embora, mas certamente voltaria para o bis. E já voltou com Lost Innocent World, uma das melhores músicas de Pura Vida Conspiracy. Para finalizar a banda apresentou canções antigas. Terminou o bis com Think Locally Fuck Globally, Alcohol, Jealous Sister e Baro Foro. Se faltou alguma música no repertório? Óbvio, sempre faltará, a não ser que a banda faça um show de quatro horas.

O Gogol Bordello passa por Curitiba e São Paulo antes de cada um voltar para o seu canto (Ucrânia, Rússia, Estados Unidos, Etiópia, China, Bielorrúsia e Equador), que não são necessariamente seus países natais, já que não existe apego geográfico por nenhum integrante da banda. O intervalo, porém, será curto. Em pouco menos de duas semanas a banda já se reagrupará para excursionar pelos Estados Unidos em outubro e Europa em novembro e dezembro.

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Nosso brother Gustavo Serrano ganhou um prêmio.

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