22 anos anos depois de encantar platéias de todo o mundo com o primeiro Jurassic Park, Steven Spielberg resolve passar o bastão para o iniciante Colin Trevorrow em Jurassic World. Ironicamente, a direção de ambos é muito parecida e, Trevorrow, sem dúvida, não poupou esforços e referências para manter a atmosfera da nova aventura nos moldes do cinema americano da década de 80 e 90, ou seja, o discurso da simplicidade.
Jurassic World é para a nova geração. Crianças que seguem em rédeas cada vez mais frouxas pelos adventos digitais, mas que apesar da premissa de um novo e híbrido dinossauro, a trama usa dos elementos tecnológicos como auxiliares, e não como vestimentas principais. O reconhecimento da natureza a respeito da sua importância. Relações humanas e olhos nos olhos entre os personagens, que por sinal, discorrem personalidades intimamente ligadas com a geração da atual, mas ainda assim carregam traços de características pouco cultivadas nos dias presentes.
Evidentemente, grande parte dos pontos positivos e negativos da trama repousaram no roteiro que passou pelas mãos do próprio Trevorrow, mas também de nomes importantes da nova safra, como Amanda Silver e Rick Jaffa, dupla responsável pela recente revitalização de Planeta dos Macacos. O roteiro, mesmo pendendo para o absurdo em dados momentos, no fundo, quer atingir o mesmo status dos longas anteriores da franquia: entreter. Com doses de saudosismo e uma trilha sonora muito bem aplicada por Michael Giacchino, Jurassic World atinge o seu próposito de diversão.
O elenco, por sua vez, nutrem ótimos momentos. Chris Pratt e Bryce Dallas Howard mostram uma boa química. Vincent D’Onofrio, graças a série Demolidor, vai finalmente tendo o holofote que merece, e mais uma vez, encaixa um bom personagem nos cinemas. O grande desperdício foi à participação de Omar Sy. Já o jovem Ty Simpkins, entrega-se. O garoto possui talento para um grande futuro na indústria.
Enquanto isso, entre mortos e feridos, o parque fora reaberto e não para última vez. Mesmo na simplicidade e fluidez da narrativa, Jurrasic World fez jus ao investimento, rendendo recordes de bilheterias, empolgando nos efeitos grandiosos e deixando a simples mensagem composta em todos os outros fios narrativos da franquia: a natureza sempre vence.