George Miller ficou mais feliz quando soube da notícia que voltaria a Cannes. Foi jurado da premiação nos anos de 1988 e 1999 e agora volta a fazer parte do maior festival de cinema do mundo. Só que do outro lado, integrando a seleção oficial da edição que começa na quarta-feira com o filme “Mad Max – Fury Road/ Estrada da Fúria”. O filme estreia quinta no Brasil. Não concorre à Palma de Ouro, mas terá direito à sessão de gala e tapete vermelho.
Dá para imaginar Tom Hardy e Charlize Theron na montée de marches. Ela, com certeza encantará com sua tamanha beleza, sem o braço robótico e as vestimentas que caracterizam a androginia da sua personagem Imperatrix Furiosa.
Em Los Angeles, há duas semanas, houveram duas coletivas de imprensa, uma com o diretor e o elenco principal, a outra com as `wives`, as mulheres que, no novo filme Mad Max, o vilão Immortant Joe se utiliza como procriadoras.
O filme não é um remake, mas um recomeço. E, como diz o próprio diretor:
“Considerando as dificuldades, o filme saiu muito melhor do que havia sonhado”
Mad Max foi interpretado três vezes por Mel Gibson, em 1979, 1981 e 1985. Há 12 anos Miller tentou de forma majestosa retomar sua criação mais reconhecida. Produziu seu filme mais caro, US$ 150 milhões, e o mais grandioso.
É o filme com o roteiro mais clássico no gênero. Em um cenário pós-apocalíptico, nos desertos mais tenros do nosso planeta, a humanidade está em constante atrito e a maioria luta loucamente apenas com o instintivo objetivo de sobreviver. Neste meio existe dois rebeldes, Max e Furiosa. Max é um homem de ação e poucas palavras, enquanto Furiosa é uma mulher de atitude que busca cruzar o deserto, achando que este seja o caminho para a sobrevivência.
Devido a característica do personagem principal de ser quieto e a falta de diálogos corriqueiro em filmes de ação, as cenas da trama são marcadas por um fortíssimo violoncelo que expressa todas as `falas` e sensações do filme, com uma mistura de música clássica e rock sendo retirada magistralmente do instrumento.
Além da homenagem ao aclamado blockbuster Mad Max, a 68ª edição do evento traz uma grande novidade, é a primeira vez do novo gestor do evento Pierre Lescure na presidência, sucedendo o lendário Gilles Jacob. Mas aparentemente pouca coisa mudou no festival, com os mesmos seletores oficiais de filmes. A única diferença deste ano para o anterior é a numerosa seleção italiana e a reduzida participação americana.
Do lado Brazuca não temos infelizmente nenhum longa participando da competição, mas ainda marcamos presença na cerimônia, com os curtas Quintal, de André Novais Oliveira e Command Action, de João Paulo Miranda.