A franquia Missão: Impossível há muito deixou de ser apenas mais uma leva de filmes para somar cinéfilos. O estrondo cinematográfico protagonizado por Tom Cruise elevou o patamar do gênero de ação nas telonas de uma forma que poucos poderiam prever.
Quando Brian De Palma colocou Ethan Hunt frente aos percalços da espionagem no primeiro longa de 1996, nem ele poderia imaginar o constante crescimento qualitativo dos seus sucessores. Filme após filmes, Hunt fez de tudo, melhor, Tom Cruise de tudo. Hoje, aos 53 anos, o astro mostrou em “Nação Secreta” o seu completo compromisso e entrega num dos personagens mais icônicos do cinema. Rompendo barreiras físicas, a franquia deixou de ser meramente um flerte com o absurdo e, passou a levar as coisas mais a sério, realistas.
Dirigido e escrito por Christopher McQuarrie, que já mostrava faro para o gênero na parceria com Cruise no inconstante “Jack Reacher” – que só não deslanchou pelo roteiro de extremos, “Nação Secreta” figura na posição do melhor filme das aventuras impossíveis de Hunt e seus amigos.
A construção narrativa do longa é invejável se comparado aos seus antecessores. Há pouquíssimos furos. McQuarrie não somente transpassa aquilo já realizado pelos diretores anteriores, como também adiciona pontualmente o seu olhar e, o mais impressionante, também aplica doses saudosistas sobre aventuras passadas.
Quem conhece os filmes, certamente identificará diversas cenas que relembram a saga de Hunt. “Nação Secreta” passeia pelo mundo. Londres, Casablanca e outras capitais belissimamente desenhadas em planos sequência empolgantes por McQuarrie.
Cruise, novamente é a persona do agente impossível, mesmo que ainda falhe e conte com a sorte para sair das enrascadas. No contraponto, Simon Pegg como Benji passou a ser o espectador dentro do filme. Ele participa, não é apenas alívio cômico
O timing entre os atores não poderia estar melhor. A bela Rebecca Ferguson também não deixa pra menos. Talvez, o único ponto ainda desnecessário e vinculado na franquia, seja a presença do personagem de Jeremy Renner. William Brandt tenta ser a razão e auxílio de Ethan Hunt, mas o personagem pouco evoluiu de “Protocolo Fantasma” para “Nação Secreta”.
Perseguições, reviravoltas coesas, cortina de fumaças, tiros, lutas e ópera à parte, “Missão: Impossível – Nação Secreta” conclui mais uma capítulo interessante na evolução da sua história nos cinemas. Ainda não é perfeito, mas diferente de outras franquias, a cada novo filme, aquilo que no passado soaria impossível, na verdade, melhora e engrandece conforme o tempo vai passando.
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