Arnaldo Baptista é um nome básico dentro da música brasileira. Além de uma mente brilhante dentro da aresta musical, corpo celeste que participou dos maiores movimentos sustenidos de nossa pátria, o reverendo ainda conseguiu expandir seu trabalho pluricomunicativo, atingindo o cerne do movimento artístico e chegando com sucesso numa aquarela que sempre busca fazer ponte com alguma tela próxima.
Porém, diferentemente de muitos músicos, Arnaldo também deixa este lado exposto, aliás acompanhar sua vida é uma das experiências mais completas que podemos ter dentro do ramo da arte, afinal de contas seu conteúdo é quase como um clássico Cubismo Picassiano: podemos admirar de várias formas.
E agora que o Epicentro Cultural fechou uma parceria com a galeria Emma Thomas, a apreciação do todo que forma o ser Baptista poderá ser brindada camada por camada. O espaço, localizado na região da Vila Madalena, sediará uma das exposições mais interessantes deste ano. Falo sobre o épico “Arnaldo Dias Baptista – Uma Pessoa Só”, mostra que busca reafirmar a força desse exemplar indivisível.
A união entre o Epicentro Cultural e a Galeria Emma Thomas resultará na maior visibilidade de quadros e desenhos que o talentoso multi-instrumentista criou nos últimos 30 anos, período que sua percepção foi trabalhada com maior foco e imersão nesse espectro da arte especificamente.
Porém um ponto primordial desse trabalho é a mescla do pincel com a música e o cinema, pois durante a exposição os visitantes poderão assistir ao documentário “Lóki”, (dirigido por Paulo Henrique Fontenelle e produzido pelo Canal Brasil), bem como o curta de Patrícia Moran, “Maldito Popular Brasileiro”, registros que visam montar uma cronologia sobre a vasta gama de trabalhos que Arnaldo assinou durante sua vida neste plano.
E o interessante é como esse assunto conseguiu gerar um conteúdo bastante raro hoje em dia. A casa ainda tratou de arquitetar um curso sobre a história da psicodelia no Brasil! Será uma série de encontros, ministrados por Cassiano Reis, que pretendem ilustrar todos os sons multicoloridos que nossos compositores psicodélicos eternizaram em LP’s brilhantes, muitas vezes esquecidos por nossa mídia de memória curta.
A vernissage contará também com um VJ Set do Astronauta Mecânico e com uma performance ao vivo de Juliano Gauche, músico escolhido para tirar um som no belíssimo estúdio de vidro do Epicentro, que fazendo jus à ocasião tocará temas do clássico “Lóki”, épico do mestre Baptista que completou 40 anos em 2014.
Venha conferir a perícia de uma das mentes mais livres dentro da arte nacional, momento que além de se tratar de uma grande chance de conhecer melhor o trabalho deste gigante, também reforça os esforços do Epicentro Cultural (e da Galeria Emma Thomas), sempre batendo na tecla da cultura acessível, com entrada livre e gratuita.
O Que: “Arnaldo Dias Baptista – Uma Pessoa Só”
Quanto: entrada franca
Onde: Epicentro Cultural – R. Paulistânia, 66, Vila Madalena, São Paulo
Quando: 10 de abril à 22 de maio de 2015, sempre de segunda à sexta, das 13h às 20h