por João Cardoso em Qual a Grande Ideia?
O Daft Punk dispensa apresentações. A dupla francesa, formada pelos artistas Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter, anunciou de surpresa seu novo trabalho no começo deste ano. Enfim, a espera acabou. Disponível desde 13 de maio para audição no iTunes, o mais aguardado álbum do ano já está entre nós. Dono de uma fanbase que atinge membros de todas as faixas-etárias, o Daft Punk já se consagra como um dos (senão o maior) nomes da música eletrônica da atualidade.
O último trabalho do Daft Punk foi a soundtrack do filme Tron: Legacy, lançada em 2010. Apesar de terem feito um ótimo trabalho, os fãs ainda aguardavam um trabalho não-temático da dupla. O último registro pessoal ainda era datado de 2005, com um álbum que divide opiniões, Human After All.
O álbum é a grande aposta da gravadora Sony em 2013, utilizando-se de uma divulgação pesada. Depois de uma série de mini-documentários onde os colaboradores do disco contavam como era trabalhar com o duo, a dupla ainda lançou a primeira faixa de trabalho, “Get Lucky“, em parceria com o produtor e cantor Pharrell. A faixa ainda encontra-se em primeiro lugar no Itunes de vários países. O single ainda não possui vídeo.
Esse review não fará uma classificação positiva ou negativa de cada faixa. Assim como TODOS os outros trabalhos do Daft Punk dividem opiniões, não cabe a mim definir uma música como “boa ou ruim”. Escutem o álbum e tirem suas conclusões.
1. Give Life Back to Music
O disco inicia com a poderosa guitarra de Nile Rodgers e desde o começo já define todo o clima da composição. A faixa tem o poder dos anos 70 e, assim como “Get Lucky“, consegue fazer a música disco soar atual.
2. The Game of Love
Uma faixa lenta, onde é quase difícil de se encontrar o Daft Punk. Utilizando um vocal alterado, soando robótico, a dupla deixa de lado a batida eletrônica. Em determinado momento, eles usam até um solo de piano na canção. Um ótimo down-tempo.
3. Giorgio by Moroder
A grande surpresa do disco. A faixa é o depoimento de Giorgio Moroder, um dos pais do pop eletrônico, destrinchando suas várias experiências musicais. A linha de baixo da faixa é fantástica. Durante ela, o Daft Punk experimenta todas as tendências que eles utilizam em todo o álbum. Consegue ser uma faixa de 9 minutos e ainda assim não ficar cansativa.
4. Within
Esqueçam a música eletrônica. A faixa é uma romântica balada dominada pelo piano do artista Chilly Gonzalez. Narrada por uma voz robótica, a triste música fala sobre redenção e busca.
5. Instant Crush (feat. Julian Casablancas)
Imaginem Strokes produzido pelo Daft Punk. O vocal de Julian Casablancas é inconfundível, ainda que editado para soar eletrônico. Uma das mais acessíveis faixas do disco, ela pede para ser transformada em single.
6. Lose Yourself to Dance (feat. Pharrell Williams)
É inevitável não pensar nos anos 70 ao ouvir a faixa. Utilizando o vocal de Pharrell, a canção antecipa todo o poder que a faixa “Get Lucky” tem, ainda que num ritmo mais lento.

7. Touch (feat. Paul Williams)
A música de 8 minutos conta a já conhecida história do robô que quer virar humano. É essa a faixa que conta com a participação de Paul Williams (compositor de trilhas sonoras e famoso por criar a trilha dos Muppets). É uma faixa progressiva que aposta (e acerta) em soar de várias maneiras.
8. Get Lucky (feat. Pharrell Williams)
A faixa dispensa apresentações. É o retorno do Daft Punk às radios. Um incrível revival da disco music, comandado pela guitarra certeira de Nigel Rodgers e pelo vocal casado de Pharell. Definitivamente um exemplo a ser seguido, a faixa é a aposta do Daft Punk em criar tendência. É a música do momento, sem sombra de dúvidas.
9. Beyond
40 segundos de pura elegância orquestral, até o duo entrar com a linha de guitarra já conhecida dos fãs. Lenta, sensual e arrastada.
10. Motherboard
Motherboard soa como a incursão do Daft Punk no som atual do Radiohead. Batidas tribais, sons naturais. A faixa mantém um pouco da sequência orquestal encontrada em outras músicas do disco, conseguindo em uma só música demonstrar serenidade e urgência.
11. Fragments of Time (feat. Todd Edwards)
Colaboração com o produtor Todd Edwards (que também assume os vocais), é outra faixa que soa como single. Particularmente a minha predileta, a música já sai dos anos 70 e entra nos anos 80. Um rock praiano bem firme e agradável.
12. Doin it Right (feat. Panda Bear)
Junte o Animal Collective e o Daft Punk e temos uma das melhores faixas do álbum. O vocal de Noah Lennox, conhecido como Panda Bear e membro do Animal Collective, soa como uma das melhores faixas que a banda nunca lançou. A música se constrói sozinha e precisou de uma produção mínima. Ao fundo, uma voz robótica bradando ‘Everybody will be doin it right/Everybody will be dancing tonight‘. Só nos resta obedecer.
13. Contact
Do mesmo jeito que “Giorgio by Moroder” utiliza um discurso como base da música, aqui temos a banda utilizando os sons da missão Apollo 17 (última missão tripulada do Projeto Apollo, que levou o homem à lua pela primeira vez). A canção fecha o álbum de maneira maestral. Uma explosão de sons, teclados, bateria épica e rock na medida certa. Enfim, todos os barulhos entram em colapso e enfim somem, dando fim a um mais incríveis trabalhos do Daft Punk
Recentemente o duo foi entrevistado pela cantora Sky Ferreira e conversou sobre o disco. Na mesma ocasião foi feito um ensaio fotográfico dos dois. Também recentemente eles lançaram em seu canal oficial um vídeo onde fazem o unboxing do álbum em sua versão vinil. Confiram abaixo:
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