Os 7 Monstros da Criatividade

A campanha publicitária do Latvian Art Directors Club Adwards 2013 ilustrou alguns dos principais medos de publicitários, designers ou qualquer outro profissional da criação. A agência !MOOZ, da capital letã Riga, identificou e desenhou sete monstros da criatividade em uma campanha intitulada Kill your monsters.

Como em qualquer profissão, são medos reais e corriqueiros, porém – para alguns – altamente desafiadores. Entre os “sete medos” estão os clássicos deadline, a falta de orçamento e a página em branco. Confira abaixo:

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Meca do Capital

 

De role por aí. Uma breve história deste homem que vos escreve, no ano de 2005 ingressei na faculdade de comunicação Jornalismo, saí de lá em 2011.

Em tese, jornalista formado está apto a escrever, basta encarar o mercado de trabalho encontrando uma embarcação e se atirar no mar revolto que é a comunicação e produzir conteúdo.

Minha primeira embarcação foi graças ao comandante João Carlos Tiburski (in memorian) ao acreditar no projeto Crônicas Faquianas, livro idealizado pelo amigo Pedro Klein no ano de 2006, este que escrevia crônicas em escala industrial . Já eu me atirava ao mar das palavras, lembro que na época queríamos ampliar o horizonte da “blogesfera”, materializando as crônicas em livro, que bela época. Deu certo e outros colegas da comunicação puderam participar da publicação.

Após este período enfrentei as ondas do rádio e das assessorias de imprensa, e algumas semanas venho me prometendo a voltar ao mundo das palavras, eis que me deparo com o La Parola, web site dos amigos dos tempos de faculdade Juliana Acco e Flaubi Farias, resolvi então propor embarcar no La Parola com contribuições semanais.

Em meio a tempestades, nevoeiros calmarias encontrei espaço para retomar a escrita e a confiança dos amigos do La Parola, no sábado à tarde, em uma cafeteria localizada na Meca do capitalismo: um Shopping.

Meu deus do céu como tem gente nesses lugares, achar uma mesa foi o exercício das mais valiosas virtudes da humanidade: a paciência.

Enfrentada esta etapa , restava buscar a inspiração para redigir o texto e quando não se sabe o que fazer você improvisa. Cotidiano encontrar, palavras parágrafos para descrever a minha leitura de mundo: é isso que farei no La Parola semanalmente.

Quem tem mais fiéis, a igreja católica? a evangélica? Ou o shopping com suas atrações que vão da gastronomia ao fliperama?

Pensando em comida me arrisquei em uma salada de fruta com iogurte , em uma avaliação de um leigo, classifico a iguaria no grau de interessante e assim como seu preço muito interessante R$6,90.

Eu ia me despedir na linha acima, eis que um carrinho me chamou a atenção, pelo seu ocupante um cachorro e o mais assustador ( ao menos para mim), os carrinhos para animais de estimação estão disponíveis no shopping, o que eu vi estava bem comportado; em uma estimativa devem existir uns 20 carrinhos à disposição dos cães que queiram frequentar a Meca do consumismo.

Não estou falando mal, no mínimo interessante este comportamento que gerou essa demanda de carrinhos para animais de estimação poderem passear pelos corredores do shopping com segurança (devia ter feito uma foto), vai entender a atual humanidade e suas demandas de mercado. Ah se tu quiser tem mercado também, mas por prevenção escrevi esse depoimento em uma Meca sem histórico de incêndio. Santé.

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SOM: John Fogerty – Mystic Highway

Em clima de estrada, “Mystic Highway“, música presente no último álbum lançado por John Fogerty ganhou um clipe. O disco “Wrote a Song For Everyone” reúne 12 canções do Creedence Clearwater Revival e mais 2 inéditas (Mystic Highway Train of Fools). As regravações da época do Creedence foram feitas com participações especiais, incluindo Foo Fighters, Tom Morello e Zack Brown Band. Assista ao clipe acima.

Tracklisting de Wrote a Song For everyone:

1. Fortunate Son (Foo Fighters)
2. Almost Saturday Night (Keith Urban)
3. Lodi (Shane Fogerty e Tyler Fogerty)
4. Mystic Highway
5. Wrote a Song for Everyone (Miranda Lambert e Tom Morello)
6. Bad Moon Rising (Zac Brown Band)
7. Long As I Can See the Light (My Morning Jacket)
8. Born on the Bayou (Kid Rock)
9. Train of Fools
10. Someday Never Comes (Dawes)
11. Who’ll Stop the Rain (Bob Seger)
12. Hot Rod Heart (Brad Paisley)
13. Have You Ever Seen the Rain (Alan Jackson)
14. Proud Mary (Jennifer Hudson, Allen Toussaint e Rebirth Brass Band)

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SOM: Emicida – Crisântemo

O rapper Emicida lançará seu primeiro álbum no segundo semestre deste ano. Entre as músicas que farão parte do disco, está Crisântemo,  faixa que ganhou um clipe. A música possui referências ao pai do rapper, morto a tiros em uma discussão de bar.

Dirigido por Fred Ouro Preto, o vídeo foi gravado na ocupação Mauá, um antigo hotel no centro de São Paulo que hoje é ocupado por mais de mil pessoas. Crisântemo ainda tem a participação da mãe de Emicida, a Dona Jacira.

A vida é só um detalhe. É tudo, é nada, é um jogo que mata. É uma cilada. A vida é só um detalhe (trecho de Crisântemo)

Emicida possui quatro mixtapes e quatro singles, mas nenhum álbum oficial de estúdio. Mesmo assim, possui mais de 700 mil seguidores no facebook e fará uma turnê europeia em junho, passando por Portugal, Alemanha e Suíça.

SOM: Prince and 3d Eye Girl – Fixurlifeup

http://youtu.be/u91IeitvQIU

O cantor Prince formou, ainda no ano passado, uma banda com as mulheres do 3d Eye Girl. A parceria já rendeu sete músicas, que podem ser compradas no site oficial da banda ou escutadas no youtube e outros sites da internet que fazem este favor.

Don’t worry about what the crowd does. Just worry about being good at what you love (trecho de Fixurlifeup, cantado por Prince)

Além das composições, o cantor tem excursionado e se apresentado com a 3d Eye Girl pelos Estados Unidos. A banda faz parte de um projeto de renovação de sua carreira.

“Eu não tenho tempo para gente velha. Eu quero trabalhar com pessoas jovens. Eu já tenho meu legado, é hora deles construírem o deles” (Prince em entrevista ao Star Tribune)

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Brasil, um país Hipster: o retrocesso na política de drogas no “país do futuro”

Mas então, o que é Hipster?

O termo teve sua origem na era do Jazz, anos 40, para descrever os fãs da tendência musical da época, os jovens americanos brancos que tentavam imitar os ídolos da música negra, mas rapidamente foi estendida a definição passando a ser usado para se referir aos jovens que andavam pelo país sem referências, usando gírias próprias e tendo comportamentos diferenciados em relação aos da época. O escritor Jack Keurouac descreveu os hipsters de 1940 como pessoas “subindo e vagabundeando pela América, vadiando e pegando carona em toda a parte, como elementos de uma espiritualidade especial.”

Já os Hipsters dos anos 2000 podem ser referenciados como um grupo de jovens que pertencem a um contexto social subcultural , onde as referências no estilo e preferências são uma mistura de elementos modernos e vintage. As principais características são o gosto pela cultura alternativa, música e filmes independentes, um saudosismo recorrente que é expressado em diversas manifestações desses jovens. Ao mesmo tempo que o chapéu do avô é utilizado juntamente com o celular de ultima geração, mas com uma capinha que lembre uma fita k7. O Hipster é aquele que vai contra as convenções de uma cultura comercial, olhando para o passado como inspiração, mas que mesmo com esforço contrário não conseguem negar a que tempo eles pertencem.

Tá, mas o que isso aí tem a ver com o Brasil e a política de drogas?

O Brasil desde que eu, e muitas pessoas mais novas e mais velhas nos entendemos como brasileiros, é o país do futuro. As pretensões do país e as promessas políticas sempre foram de levar o Brasil ao topo do mundo. Quando me deparei com as novidades, nem tão novas, em relação ao proceder desses mesmos políticos sobre a política nacional sobre drogas, mais especificamente sobre o PL 7663/10, que pretende modificar a Lei antidrogas 11,343/06, foi impossível não cair na ironia de relacionar a caminhada (para trás) que o país tem feito em diferentes áreas com o ressurgimento dos jovens-velhos Hipsters.

Capa

Do que se trata tudo isso

Ementa PL 7663/10:

Acrescenta e altera dispositivos à Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, para tratar do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas, dispor sobre a obrigatoriedade da classificação das drogas, introduzir circunstâncias qualificadoras dos crimes previstos nos arts. 33 a 37, definir as condições de atenção aos usuários ou dependentes de drogas e dá outras providências.

O que isso quer dizer? Quais as outras providências?

A mudança na lei acarretaria a uma nova forma de ação em relação às drogas e usuários no país. A proibição de drogas é a base do problema, nos últimos anos têm ocorrido avanços em relação a esse tema no mundo. Discussões sobre a regulamentação e legalização de drogas aparecem como uma boa opção. Com fundamentação teórica e cientifica o tema drogas tem sido visto nos meios acadêmicos e profissionais não mais como tabu e sim como um assunto que necessita de reflexão, bom senso e novas ações.

O “país do futuro” na esfera política faz esse debate mudar de tom, partindo de um conservadorismo de base religiosa e retrocedendo em seus discursos e ações. Este PL 7663/10 é exemplo disso. Além de estagnar os avanços sobre o tema, as mudanças na lei promovem retrocessos em relação ao tratamento dado aos usuários com a internação compulsória. A ação em relação aos condenados por tráfico ( na grande maioria jovens de classe baixa), aumentando a pena.

Utilizo de um recurso “moderninho” para explicar melhor os efeitos dessas mudanças na lei. O vídeo produzido durante o “Congresso Internacional sobre Drogas: Lei, Saúde e Sociedade” que aconteceu em Maio de 2013, traz depoimentos importantes de pessoas diretamente ligadas ao tema.

Para entender

Fim da Pena (2006)

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Reforma Psiquiátrica (2001)

• É a ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, que garante o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade;
• É amparada pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou 12 anos;
• Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade;
• O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência;
• As internações, quando necessárias, são feitas sem hospitais gerais ou nos Caps/24 horas. Os hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos.

Foi aprovado pelo congresso nacional nesta terça-feira(28/05/13) o projeto de lei. Ele modificará o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (Sisnad). Nesse novo texto, é aprovado pelos deputados o aumento da pena para os condenados por tráfico, e o tempo mínimo de prisão passa de cinco anos para oito. E o usuário poderá ser internado contra vontade, desde que a internação seja autorizada pela família no prazo máximo de 90 dias. Foi mantido e aprovado também, a isenção de 30% no imposto de renda de comunidades terapêuticas (muitas delas com fundamentos religiosos), que farão o serviço de internação dos usuários.

Então, o Brasil é ou não é um país que vai contra as tendências atuais, se voltando às práticas do passado, mesmo sem negar em que época está?

É meus amigos, bem-vindos ao país Hipster!

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Do sufoco à libertação

O sufoco que outrora era tanto, com o tempo, passou à apenas um sopro. Respiro aliviada!

Finalmente, o extravaso da angústia grita o fim dos tabus, superando a passagem da inocência. Enquanto a mente, confusa por si só, para sempre, troca rosas e socos.

No ensaio “Do sufoco à libertação”, a fotógrafa Lívia Auler projeta uma saga de libertação. Fonte de surpresas e criadora de visualidades que desafiam a percepção, a artista apresenta uma sequencia que se resume à alusão de uma força interior que vai do tabu à beira do explícito.

Muito além de um ensaio erótico/sensual, estamos falando de arte, com foco na beleza natural e dramaticidade de cena. Trata-se do comportamento feminino diante do processo de abandono do pudor e descoberta do prazer de se ver entregue – à vida, ao desejo e ao seu próprio instinto.

Com leveza e intensidade, esta passagem é marcada com cliques que emocionam e convidam ao prazer de desatar os grilhões imaginários, mesmo que por um instante de olhar. Entreguem-se à vida solta, saiam desta rede, a alma está em chamas, pronta para se libertar – pasmem! Vocês irão amar!

Quisera ser uma gueixa, puta, pagã ou doidivanas, mas é apenas uma simples mulher, gritando em suspiros toda sua loucura e desejo.

 

Algumas das fotos deste ensaio fazem parte da exposição coletiva “Erótico XXX”, que está sendo apresentada na Pinacoteca Café (Rua da República, 409, Cidade Baixa – Porto Alegre), até o dia 2 de junho.

 

Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler
Foto: Lívia Auler

 

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O Olhar de Tomás Munita

O chileno Tomás Munita recebeu o prêmio Chris Hondros Fund Award por suas imagens captadas em El Salvador, Cuba, Síria, Afeganistão, Atacama e Peru. Primeiramente, vamos apresentar a origem do prêmio. No fim do texto estão as fotografias do portfólio de Munita.

Chris Hondros Fund

Empatia. Dedicação. Humildade. Estas três características nortearam o trabalho do falecido fotojornalista Chris Hondros. A revista Time descreveu que suas imagens “refletiam um inato desejo de fotografar o mundo humano que o fotógrafo descobriu ao seu redor”.

Em 2011, morreu durante o ofício ao ser atingido por um morteiro enquanto cobria o conflito na Líbia. No ano seguinte, foi então criado o Chris Hondros Fund, com o propósito de prosperar e preservar as habilidades de Hondros, trazendo experiências mundanas aos olhos do público.

Chris Hondros
Fotojornalista Chris Hondros no Afeganistão
Foto: AFP/Getty

Tomás Munita

Desde 2012, a fundação promove um concurso de fotojornalismo para premiar e apoiar os profissionais que, de alguma forma, demonstram a mesma veia fotojornalística que Hondros.

No segundo ano do concurso, o fundo, com o apoio da Getty Images, entregou 20 mil dólares a Tomás Munita, fotógrafo freelancer chileno. Munita apresentou um portfólio com imagens de refugiados no Afeganistão, prisioneiros em El Salvador, o cotidiano em Cuba e outros temas. Veja abaixo:

Deserto do Atacama, Chile
Deserto do Atacama, Chile
Deserto do Atacama, Chile
Deserto do Atacama, Chile
Centro Penal Quetzaltepeque, San Salvador, El Salvador
Centro Penal Quetzaltepeque, San Salvador, El Salvador
Centro Penal Quetzaltepeque, San Salvador, El Salvador
Centro Penal Quetzaltepeque, San Salvador, El Salvador
Centro Penal Quetzaltepeque, San Salvador, El Salvador
Centro Penal Quetzaltepeque, San Salvador, El Salvador
Vilarejo de Tsiquireni, Peru
Vilarejo de Tsiquireni, Peru
Vilarejo de Tsiquireni, Peru
Vilarejo de Tsiquireni, Peru
Guañape, Peru Foto: Tomás Munita
Guañape, Peru
Foto: Tomás Munita
Guañape, Peru
Guañape, Peru
Havana, Cuba
Havana, Cuba
Havana, Cuba
Havana, Cuba
Havana, Cuba
Havana, Cuba
Havana, Cuba
Havana, Cuba
IML, San Salvador, El Salvador
IML, San Salvador, El Salvador
Kabul, Afeganistão
Kabul, Afeganistão
Kabul, Afeganistão
Kabul, Afeganistão
Rankous, Síria
Rankous, Síria
Rankous, Síria
Rankous, Síria
Sakba, Síria Sakba, Síria
Sakba, Síria
Sakba, Síria
San Salvador, El Salvador
San Salvador, El Salvador

 

Fotos: Tomás Munita

Trailer: We’re The Millers

Um traficante de drogas veterano tem em mãos a chance de receber do México um grande carregamento de maconha. Para fechar negócio, ele terá que criar uma família falsa, de forma que ninguém desconfie do que está realmente acontecendo. O disfarce se completa quando ele consegue recrutar dois adolescentes para serem seus “filhos” e uma stripper (Jennifer Aniston) para ser sua “esposa”.

A comédia, ainda sem tradução no Brasil, We’re The Millers, ganhou o primeiro trailer. Dirigido por Rawson Marshall Thurber, o filme tem Jennifer Aniston, Jason Sudeikis, Emma Roberts e Ed Helms no elenco. We’re The Millers estreia no Brasil em 27 de setembro. Assista ao divertido trailer acima.

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Caxirola, Uma Tragédia Anunciada

Que pena, Carlinhos Brown
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2001. Mais de 200 mil pessoas estavam na Cidade do Rock para mais uma noite de shows do Rock in Rio 3. Naquela data subiram ao palco bandas consagradas do rock nacional e internacional. Apesar da variedade de estilos do festival, aquela noite era noite de rock. A programação era Guns’n’ Roses, Oasis, Papa Roach, Ira & Ultraje a Rigor, Pato Fu e Carlinhos Brown. Eu não errei o texto. Carlinhos Brown tocou no Rock in Rio 3 na mesma noite que Oasis e Guns’n’Roses.

Em certo momento do show, Carlinhos Brown desceu do palco e ao som do axé começou a correr no corredor, entre o público. O que aconteceu na sequência foi uma saraivada de qualquer coisa que as pessoas tinham em mãos. O público eram os arqueiros e Carlinhos Brown o inimigo, no centro da batalha. O pedido de paz do cantor foi aplaudido por uma parte do público enquanto a outra parte continuava o ataque de plástico e as incessantes vaias.

Naquele momento, Carlinhos Brown pensou: “Isso vai ter volta”. E teve, mas de uma maneira inusitada. Não teve show do Guns’n’Roses no carnaval carioca, na mesma cidade do festival de rock. Não teve dançarino de axé jogando copos de plástico durante os solos de guitarra de uma banda de rock. Foi diferente.

http://youtu.be/LqVRxhwG2GA

Existe uma semelhança entre um festival de música e um jogo de futebol. No festival, quando um artista é escalado para tocar em um dia em que o ritmo predominante é outro, significa que haverá vaia do público. No futebol, quando o time da casa está perdendo, também haverá vaia. A diferença aqui é que nos estádios de futebol há mais violência que nos festivais de música.

Carlinhos Brown demonstrou nos últimos meses que além de músico é inventor. De mal gosto, convenhamos. Inventar um instrumento chamado caxirola para mostrar “o som do Brasil” aos gringos, sendo que o país possui “N” instrumentos de variados ritmos e culturas para este fim é uma afronta à própria tradição. É pior que o nacionalismo ufanista cego, é um nacionalismo mascarado, plagiado da África do Sul e suas insuportáveis vuvuzelas.

Passaram-se 12 anos da apresentação de Carlinhos Brown no Rock in Rio. Estamos agora em Salvador, 28 de abril de 2013. Cerca de 28 mil pessoas marcam presença na novíssima Fonte Nova para assistir ao clásico BA-VI e celebrar a “estreia” da caxirola nos estádios. Ainda no primeiro tempo de jogo, o Vitória já estava com um placar de dois gols de vantagem sobre o Bahia, time do coração de Carlinhos Brown. Como se fosse prenunciado, os torcedores do Bahia enfurecidos arremessaram sem parar caxirolas para dentro do gramado. A criação do cantor brasileiro se tornou vilã naquele domingo.

“Não adianta gostar de nada quando é ignorante, quando não tem juízo, quando não pensa, quando não raciocina” (Carlinhos Brown sob intensa vaia no Rock in Rio 3)

Carlinhos Brown anunciou, naquela noite de 2001, como seria a mentalidade de um torcedor fanático do seu próprio clube, doze anos mais tarde.

http://youtu.be/f2x4HwiEtBk

O cantor foi desrespeitado no Rock in Rio, mas cá entre nós, este desrespeito não começou com o público, mas com a organização. Escalar Carlinhos Brown e Guns’n’Roses na mesma noite de um festival é como escalar um time com quatro volantes, simplesmente não dá.

Nada justifica os dois atos, a boa e velha vaia já basta. Mas o segundo caso é mais feio. Gastamos (sim, nós, com dinheiro público) bilhões para construir arenas ultramodernas que sediarão dois ou três jogos na Copa do Mundo cada e continuamos agindo como trogloditas. É uma atitude ridícula de um povo inconsequente. Porém, parafraseando Monthy Python, – “always look on the bright side of life” – graças ao incidente, a Fifa e o Comitê Organizador Local da Copa proibiram a utilização das caxirolas nos estádios durante a Copa das Confederações. Nossos ouvidos agradecem.

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