Casa do Mancha: Retroalimentação de Cenas

Foto: Karina Menezes

A Casa do Mancha é uma das casas mais especiais da cidade de São Paulo. É bom saber que existem lugares que vão completamente contra o dogma clássico das casas de show, instaurando uma casa (literalmente), que além do ilustre Mancha, abriga um bar, um espaço para troca de ideias e uma sala para que a apreciação musical seja total e sem as frescuras que um palco tradicional nos obrigam a aceitar.

Além de uma qualidade sonora soberba, a residência localizada no bairro da Vila Madalena, ainda reúne as bandas mais celebradas da nova cena, atualizando o repertório de ouvintes que pararam no tempo e proporcionando uma experiência de show única, domingo (24/05), por exemplo, posso afirmar que vi o Bruno Kayapy torcendo as cordas de seu baixo a menos de 5 metros da plateia!

Mas antes, vamos por partes, porque antes do trio emanar uma santa dose de “Macumba Afrocimética”, teve DaVala e o Núcleo Sujo, abrindo os trabalhos às 21:00 (sempre em sincronia com o fuso horário 4:20 de Brasília) e lançando o debutante do quarteto, que além de destilar o pensamento em conserva das mazelas sociais com flow’s inspirados e beats em motion, ainda ressalta o verdadeiro papel de uma casa que abriga qualquer expressão de arte: renovar o meio que habita.

Na Casa do Mancha - Foto Karina Menezes (1)
Foto: Karina Menezes

Foi bacana ver um projeto que nasceu na própria casa virar atração de abertura dentro de um line up com grandes bandas, promovendo o lançamento do disco com a casa lotada. Sem dúvida alguma quem estava presente notou que o quarteto destila um belo som e que a criatividade reina nas letras, bem como nas interessantes linhas de baixo de Lucas Oliveira.

Discos artesanais, cópias numeradas e pouco mais de meia hora para compreender o primeiro volume da teoria do caos que nos rodeia. Foi uma troca de ideias franca, convexa, biconvexa alguns diriam. Cristalina, sem letras miúdas, poética e que valorizou o tempo a cada cacofônico “tic” e complementar “tac” do relógio.

Davala e o Núcleo Sujo
Foto: Guilherme Espir

Foi uma noite de riqueza genuinamente nacional. O quarteto proclamou os ideais da rua, fez um brinde a nós, todos nós, até mesmo quem não estava no cômodo e depois abriu espaço para o BIKE, combo psicodélico que prega a marcha do LSD, legalizando ferramentes que possam abrir portas em nossa mente e que com toda a certeza expandiram a aura dos presentes.

A banda passa seus ideias com um esmero grandioso, são caras que nutrem um sentimento orgânico demais, fruto das raízes até do próprio som que reverberam, se esforçando para sentir, sempre imersos em notas longas, bem trabalhadas, espontâneas e que mudam nossa relação com o espaço tempo, ferramenta que Julito Cavalcante esnoba com uma classe absolutamente lisérgica.

BIKE compacto Enigma do Dente Falso
Compacto BIKE – Enigma do Dente Falso

E depois que os sinais da rede Wi-Fi/3G/4G foram perdidos, foi a hora que Bruno Kayapy escolheu para adentrar o recinto e reposicionar sua arte na cabeça de todos os telespectadores. Brilhante guitarrista, dono de uma técnica bastante peculiar e de um feeling sinuoso, fiquei particularmente curioso para saber como seria sua interação com o baixo.

E saí da casa embasbacado com aquele tradicional dogma de guitar hero, alcunha que o músico triturou e jogou no despacho de Macumba Afrocimética de maneira elementar. Sua banda, blindada com Julito (dessa vez esbanjando alquimias no baixo) e Daniel Fumega (baterista fritador da escola do Black Flag) mostrou um entrosamento grandioso e tocou o disco com uma fidelidade impressionante.

Na Casa do Mancha - Foto Karina Menezes (2)
Foto: Karina Menezes

Bruno esbanjou uma tranquilidade impressionante, algo que apenas um novo rumo criativo poderia brindar-lhe e foi bastante gratificante vê-lo emanar tal energia. Ele torcia e retorcia as cordas do groove, seu compadre mostrava os dotes de Aldous Huxley e Fumega tratava de selar a cozinha com uma levada tão suave quanto um tapa na pantera.

Todos chegaram sem frescura, mandaram um som, tomavam uma cerveja, trocavam ideias e além de boas músicas o que fica é justamente esse ambiente anti-rockstar… Vida longa ao mancha, aos parceiros do Núcleo Sujo, aos ativistas lisérgicos do BIKE e à macumba do Macaco, que relembrando um feeling de Morphine com o equilíbrio espiritual do EP “Verdão Verdinho”, nos mostra que o que vale é a vibe. Play on children.

https://www.youtube.com/watch?v=sY7ioYknXL0

The SkinBook é um sketchbook para tatuadores iniciantes com folhas que simulam a pele humana

“Tatuagem deve ser motivo de orgulho, e não de arrependimento”. Essa frase é a premissa de uma ideia consolidada pela revista Tattoo Art. Trata-se de um sketchbook diferente do comum.

Com folhas de polímeros que simulam a textura da pele e planos de fundo com partes do corpo humano, a pira do SkinBook é ser um rascunho para quem está começando a tatuar. Assim evita-se o uso de frutas, animais, amigos e demais cobaias que são habitualmente usadas para o aperfeiçoamento de quem está iniciando a carreira. E também de arrependimento caso não tenha ficado legal em alguém. É a maneira perfeita para praticar e criar seu portfólio.

A criação, encomendada pela Tattoo Art, é da agência Lew’LaraTBWA. Ainda não está disponível para venda, mas vai ser lançado em edição limitada e quem quiser ir garantindo pode entrar em contato com a publicação.

Confira o vídeo abaixo, com depoimento de tatuadores e tatuados brasileiros que já passaram por alguns problemas no início da jornada.

Projeto fotográfico mostra a lindeza de animais abandonados e incentiva a adoção

Faça essa pergunta a si mesmo: por que comprar um animal de estimação se você pode adotar um? Sou suspeito para falar pois adotei um há três anos e, pra mim, é um ser mais valioso do que qualquer outro. Como não paguei por ele, posso dizer que o Thor tem, literalmente, um valor inestimável. Animal de estimação é um ser vivo, um amigo, e não mercadoria, certo?

A fotógrafa Thaís Bristot está desenvolvendo um projeto interessantíssimo com o objetivo de incentivar a adoção de animais abandonados. Todas as fotos do projeto são de cães e gatos que estão em abrigos do CAPA, uma organização de Passo Fundo que cuida de animais abandonados até que eles encontrem algum dono responsável. Ela descreve:

“De toda minha paixão pela fotografia, sempre tive um gosto especial por fotografar animais. Poderia listar vários motivos, mas talvez o que mais me mova seja o amor incondicional que tenho por eles e que eles transmitem de volta. Eis que resolvi usar esse gosto pra tentar ajudar os pequenos que precisam de um lar”.

A população de animais abandonados no Brasil é estimada em 30 milhões. Já pensou na magnitude disso? Sorte que temos algumas organizações que se dedicam voluntariamente a esse trabalho.

O CAPA ou Clube dos Amigos e Protetores dos Animais é uma associação sem fins lucrativos. É formado por voluntários e tem o claro objetivo de resgatar, cuidar e preparar para adoção animais que estão sem dono.

Muitas vezes, a gente vê cães abandonados nas ruas em um estado péssimo. O que o CAPA faz é deixar esses animais em condições saudáveis, dando um tratamento adequado para que eles fiquem prontos para serem adotados por qualquer pessoa que deseje e assuma essa responsabilidade

O abrigo do CAPA possui cerca de 400 animais à espera de um dono. Como a associação não tem fins lucrativos, depende muito da doação de voluntários para sua sobrevivência. Portanto, se você não tem condições de fazer uma adoção, mas gostaria de colaborar de alguma forma, pode fazer doações de ração, materiais para limpeza, cobertores ou qualquer quantia em dinheiro. O contato pode ser feito até mesmo pela página do facebook do CAPA.

Confere aí abaixo a galeria com as fotografias da Thaís. São cães e gatos lindos que aguardam ansiosos por um dono. Lembrando que é apenas uma pequena fração de uma população de centenas de animais e a primeira parte de um projeto que ainda está em desenvolvimento:

Adote!

Uma rodada de Guinness para celebrar o histórico feito da Irlanda

Isto aqui é uma breve comemoração. Parabéns, Irlanda.

No último sábado, foi a vez da Irlanda dar um tapa na cara de muitas sociedades ao redor do globo — especialmente a altamente conservadora brasileira — ao garantir, através de um referendo popular, que o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo esteja previsto na Constituição. Foi o primeiro país a dar este enorme passo para a genuína igualdade de gênero. A união civil estável já era permitida desde 2010; agora, dois rapazes ou duas moças terão acesso à adoção conjunta, guarda compartilhada e uma série de benefícios sociais que tantos casais heterossexuais desfrutam. Agora a democracia aplaude.

Como é triste constatar a realidade de viver num Brasil estruturado na hipocrisia. Chega a dar náuseas. Não fecho os olhos para a decisão do CNJ de obrigar todos os cartórios a celebrar a união civil de casais homossexuais — eu bato palmas de pé. Mas infelizmente estamos longe de realizar tal feito da Irlanda, um país CATÓLICO que sabe separar religião de Estado. Enquanto que no ”Brasil laico” estamos à mercê de uma mescla cara de pau dos dois âmbitos. Coisa sem nexo, coisa bizarra, coisa verde-amarelo. Um merdelê. É aflitivo ver um país caminhar no sentido contrário aos movimentos progressistas, humanistas.

Caso formássemos plebiscitos para levantar a ideia do casamento gay no Brasil (e já fizemos, apesar da pequena expressão), uma trupe fundamentalista religiosa se ergueria tal como um leão para derrubá-la. O apoio à minoria LGBT, que, apesar do crescimento, ainda é pequeno, seria reduzido ainda mais. Tudo em prol de um conservadorismo e de uma hipocrisia que parecem ser hereditários.

Nossa sociedade é alicerçada a preconceitos, é desinformada e sem estímulos a pensar fora do umbigo de cada um, além de ser de fácil manipulação. É preciso desconstruir o preconceito ao gay, ao negro, a mulher, pela raiz. Que um dia possamos dar o passo que a terra do trevo da sorte deu no histórico 23/05/15. A celebração, é claro, tem de ser via pint de Guinness. E fiquem de olho na Austrália também.

Exposição mostra os 30 anos do Rock in Rio

Foto: Rock in Rio | Flickr

De 9 de maio até 7 de junho, estará em cartaz no Shopping Nova América, em Del Castilho, subúrbio do Rio de Janeiro, uma exposição dedicada aos 30 anos do Rock in Rio, o festival de música que já teve 14 edições e volta a agitar a cidade maravilhosa ainda neste ano, em setembro.

Ideal para quem ama música e quer reviver ou conhecer a trajetória do festival, além de resgatar a memória do evento por meio de fatos marcantes, a mostra também viajará para Cuiabá, Brasília, Porto Alegre e São Paulo. Enquanto a exposição não chega até você, trouxemos abaixo cinco bandas que brilharam ao longo das 14 edições do Rock in Rio. Confira!

AC/DC (1985)

ACDC - Rock in Rio - 1985
Foto: acdc.com

Pela primeira vez no Brasil, na estreia do Rock in Rio, a banda australiana AC/DC quase deixou de vir ao país por conta de um sino que pesava 1,5 tonelada. Apesar do artefato ter sido trazido de navio a pedido dos integrantes, ele não pôde ser instalado, pois poderia comprometer a estrutura do palco. Uma réplica cenográfica foi produzida e, com uma badalada feita por meio de aparatos tecnológicos, o AC/DC fez um show inesquecível.

INXS (1991)

INXS - Rock in Rio - 1991
Foto: rockinrio.com

Em 1991, a banda australiana desembarcava no Brasil após ter lançado dois álbuns de enorme sucesso, “Kick” (1987) e “X” (1990). Naquele ano, era inviável ligar o rádio ou a televisão e não ouvir ou ver algo do INXS, como os hits “Suicide Blonde” e “By My Side”. Não é à toa que a apresentação do grupo foi uma das melhores da segunda edição do Rock in Rio.

Foo Fighters (2001)

Foto: Ana Carolina Fernandes/Folhapress
Foto: Ana Carolina Fernandes/Folhapress

O show, que entrou para a história do Rock in Rio, teve direito a bolo e cachaça para o vocalista e guitarrista Dave Grohl, que era o aniversariante da vez (ele até ganhou um beijo da Cássia Eller, que “invadiu” o palco). Após a primeira apresentação do Foo Fighters no Brasil, durante o festival de 2001, a banda tornou-se ainda mais querida no país.

Metallica (2011)

Foto: Marco Terranova/R2
Foto: Marco Terranova/R2

O show da banda estava tão bom que os próprios integrantes não queriam deixar o palco, mesmo depois de mais de duas horas tocando para as 100 mil pessoas presentes na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. O repertório foi desde faixas mais lentas como “Fade To Black” e “Nothing Else Matters” até músicas mais pedradas como “Master Of Puppets” e “Enter Sandman”.

Linkin Park (2015)

Foto: rockinrio.com
Foto: rockinrio.com

Após uma longa pausa em virtude de uma fratura no tornozelo de Chester, vocalista da banda, o Linkin Park voltou aos palcos com tudo em 2015 (ano em que foi comemorado o 15º aniversário do lançamento de “Hybrid Theory”, primeiro disco do grupo) para a primeira versão do Rock in Rio USA, realizado em Las Vegas.

O Gabinete do Dr. Caligari em quadrinhos

Um clássico absoluto do cinema mundial está pronto para ter sua versão em quadrinhos lançada por um brasileiro. O quadrinista Victor Moura adaptou o filme mudo ‘O Gabinete do Dr. Caligari’, lançado em 1920, em 72 páginas de puro pretoebranquismo, mantendo a estética e seus aspectos narrativos originais.

A ideia de Victor é trazer de volta a atmosfera do filme a uma nova mídia com uma nova linguagem, para que o público que admira a obra possa esmiuçá-la com um novo olhar. Nas palavras dele:

“Todo o sentimento que essa estética expressionista evoca é o principal ponto do Caligari ter me marcado tanto. Ver que a obra não é tão conhecida como gostaria que fosse é também uma das razões. Vejo que muita gente não tem paciência (ou tempo) de pegar os grandes clássicos para assistir. Acho que transpor isso pra uma mídia como os quadrinhos é uma chance de trazer novos apreciadores pra essa obra e levantar novos debates sobre a mesma. E quem sabe até afetar alguém da mesma forma que eu fui afetado por ela”.

Para lançar o livro, Victor Moura criou uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse. O ilustrador busca R$ 9 mil para imprimir o trabalho. As recompensas, porém, vão além do livro e se expandem a outros trabalhos do autor, sketchbook, prints em A4 e mais.

A obra já está pronta e as 16 primeiras páginas estão disponíveis para leitura online. Confira na galeria abaixo (clicou na imagem = tela cheia = muito mais legal de ver) alguns dos prints disponíveis para quem contribuir:

Você deve ter percebido que os traços têm muito em comum com a estética impressionista. Isso faz parte da ideia de não afastar a obra adaptada de suas nuances originais. Victor tem formação de cinema e considera o expressionismo fundamental em sua vida e arte:

“A estética do cinema expressionista me atraiu não só pelos cenários distorcidos e as sombras em alto contraste, mas por tudo aquilo que esses elementos representavam visualmente. Foi algo que incorporei imediatamente em meu trabalho como desenhista e a partir daí estudei muitos filmes do cinema expressionista como forma de melhorar o volume e o olhar da cena quando desenhava”.

Saca só o vídeo do projeto abaixo:

O Filme

‘O Gabinete do Dr. Caligari’, dirigido por Robert Wiene, é um marco do expressionismo alemão, movimento cinematográfico que teve seu auge na década de 20. O crítico de cinema Luiz Carlos Merten resume bem o que é o estilo:

“Os expressionistas não tinham por objetivo representar a realidade concreta. Interessavam-se mais pelas emoções e reações subjetivas que objetos e eventos suscitavam no artista e que ele tratava de ‘expressar’ por meio do amplo uso da distorção, da exageração e do simbolismo”.

Metrópolis (1927), Nosferatu (1922), Fantasma (1922) e The Man Who Laughs (1928) são outros exemplos conhecidos de filmes do expressionismo alemão. Abaixo, deixo o trailer de ‘O Gabinete do Dr. Caligari’. Depois dessa, vou até assistir mais uma vez:

‘Black Mass’ conta a história de quando a máfia irlandesa e o FBI se uniram: assista aos trailers do filme

Pode a máfia e a polícia se unirem para eliminar um inimigo em comum? Não só pode, como acontece. A história está cheia de exemplos e um deles é ‘Black Mass’, filme baseado em fatos reais que aconteceram em Boston, na década de 1970.

Inspirado no livro homônimo (disponível na Amazon, mas sem edição em português), publicado em 2001 pelos jornalistas Dick Lehr e Gerland O’Neil, do The Boston Globe, a história conta como o mafioso irlandês James Whitey Bulger (Johnny Depp) e o agente do FBI John Conolly (Joel Edgerton) se uniram para acabar com a máfia italiana.

Os Fatos Reais

Whitey e John cresceram juntos nas ruas de Boston, mas seguiram caminhos distintos. Enquanto o primeiro se tornou um fora da lei, o segundo se tornou um homem da lei. Obcecado em acabar com a máfia italiana, John oferece proteção a Whitey, o ‘poderoso chefão’ da máfia irlandesa, em troca de informações para acabar com o inimigo em comum. A parceria negra entre o crime e a lei resulta em uma sucessão de atos criminosos que acabaram se tornando um dos maiores escândalos de toda a história do FBI.

O real Whitey Bulger
O real Whitey Bulger

Antes de se tornar o temido chefe da máfia irlandesa, Whitey permaneceu preso durante nove anos entre as décadas de 1950 e 1960, inclusive cumprindo pena na famosa prisão de Alcatraz. Em liberdade, voltou ao mundo do crime e, apesar de participar de dezenas de crimes envolvendo assassinatos, tráfico de drogas, extorsão e lavagem de dinheiro, Whitey só foi capturado novamente em 2011, aos 81 anos de idade.

Por mais de uma década, Whitey esteve na lista dos criminosos mais procurados pelas autoridades norte-americanas, estando atrás apenas de Osama Bin Laden. A recompensa por sua captura chegou a ser de 2 milhões de dólares.

O Filme

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Johnny Depp como Whitey Bulger

A versão cinematográfica da aliança entre a máfia irlandesa e o FBI tem estreia mundial prevista para outubro de 2015. Como já dito antes, Whitey é interpretado por Johnny Depp e Connoly por Joel Edgerton, mas participam também do elenco Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson, Juno Temple, Corey Stoll, Peter Sarsgaard e Kevin Bacon. A direção é de Scott Cooper.

Johnny Depp teve um trabalho de maquiagem bem forte durante as gravações. O ator, para se parecer mais com o mafioso, aparece envelhecido, calvo, com olhos claros e dente podre. Assista abaixo nos dois trailers já divulgados de ‘Black Mass’:

https://youtu.be/WPOcBiymuu0

https://youtu.be/-KSoTq0u06s

Portal ‘Brasiliana Fotográfica’ disponibiliza um gigantesco acervo de fotografias históricas do Brasil

Anônimo. Senhora na liteira com dois escravos, c. 1860. Salvador

O que seria da memória de um país se não fosse a fotografia? Certamente seria bem menos visual e muito mais subjetiva. É graças a ausência de fotografias que ainda temos dúvida (e sempre teremos) sobre a aparência de Shakespeare, por exemplo.

O portal Brasiliana Fotográfica não quer saber disso. O projeto, que entrou no ar em abril de 2015, é uma extensa reunião de acervos fotográficos do país. A intenção é fazer com que a memória do Brasil esteja cada vez mais ao alcance da população. O site possui 2.393 imagens históricas em alta resolução, selecionadas nos acervos da Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles. São fotografias do século XIX e das três primeiras décadas do século XX.

Mas isso é só um início. O projeto tem a ideia de ampliar o número de fotos no banco de dados, incluindo no futuro fotografias de décadas mais recentes. A curadoria é de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, e Joaquim Marçal, pesquisador da Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional.

Missa Campal de 17 de maio de 1888

Um dos destaques do site é a icônica fotografia da Missa Campal, realizada quatro dias após a Abolição da Escravatura. A missa aconteceu no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro e reuniu milhares de trabalhadores e personalidades, entre as mais famosas: Princesa Isabel, Lima Barreto e Machado de Assis.

A fotografia feita por Antonio Luiz Ferreira está disponível para ser explorada em alta definição aqui nesta página especial da Brasiliana Fotográfica. Mesmo sendo uma foto de mais de cem anos de idade, a riqueza dos detalhes impressiona.

Antonio Luiz Ferreira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Antonio Luiz Ferreira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. São Cristóvão, Rio de Janeiro.

Outros destaques

O acervo é enorme. Como já foi dito, são 2.393 fotografias. E isto é só o início. Algumas outras imagens além do registro da Missa Campal também ganharam destaque no site do projeto. A galeria abaixo tem 65 fotografias de diversos autores – incluindo anônimos. São fotos de cidades, ruas antigas, trabalhadores, escravos, índios e de muita história.

Clique na imagem pra abrir a galeria em tela cheia e boa viagem!

A Volta do RZO

Se estivéssemos falando de Eminem, teríamos como titulo “Guess who’s back”, se estivéssemos falando do rapper que tem o sotaque do outro lado da guerra, Aka Addy, começaríamos falando “Back in town”. Mas como as notícias são ótimas aqui mesmo na terra onde nada anda tão bem, anunciaremos a boa nova que deve ser a mais espalhada possível, vamos a ela: O retorno do RZO ao RAP Nacional.

E pra quem não conhece a família mais pesada das vielas da quebrada do Paquetá – Pirituba precisa desta aula de história.

Vindos do Chic Show, Helião e Sandrão mostraram seus talentos já em 1987 e montaram um nome para a família: RZO. O coletivo se construiu com Negra Li, Sabotage, Negro Útil, Helião e Sandrão na sua formação inicial, mas depois colaram outros rappers com a família, como DBS, Função RHK, Marrom, Consciência Humana, Conexão do Morro, Quelynah, Rosana Bronx, Lino Krizz, NDee Naldinho, Rapin Hood, Dina Di, Racionais e muitos outros.

RZO (2)

Na reformulação o grupo adotou o DJ Cia, que atualmente é o DJ do Seu Jorge. O antigo DJ do grupo era o Nego Loo que agora faz os Scratches do Dexter. Seu Jorge, que demonstra apoio ao grupo, inclusive emprestou o estúdio para o RZO gravar suas músicas. O apoio parece surgir de todos os lugares, como o grupo é referência para qualquer rapper, nacionalmente, a #voltarzo foi repetida muitas vezes nas redes sociais, principalmente nas páginas dos rappers que fazem sucesso atualmente.

A volta aconteceu em um show na virada cultural de 2014. Mas devido a projetos pessoais de cada um dos envolvidos, não foi engrenado logo no começo e agora a família da zona Oeste começa a realmente investir mais dedicação ao grupo. Gravou um clipe com clássico grupo de RAP Bone Thugs-N-Harmony, participou dos programa Altas Horas, Encontro com Fátima Bernardes e Esquenta.

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Além do Dj Cia, quem será novo integrante do grupo é o Rapper Calado. O grupo ainda está cantando os clássicos como “O Trem” – um dos sons mais famosos nacionalmente –e segue apenas relembrando as músicas que fizeram do grupo um dos mais reconhecidos. Mas Helião e Sandrão já deixaram claro que faz parte dos primeiros passos do projeto criar novas músicas, seguindo o estilo que a nova formação do grupo apresenta.

RZO O TremObservando os estilos unidos o previsto é que o grupo abandone um pouco o flow mais lento que possuía e aposte em um ritmo mais forte na maioria das músicas, como o apresentado pelo Racionais no novo álbum “Cores e Valores” – onde até o Helião faz participação em algumas músicas – e seguir uma batida mais ritmada e pesada, buscando outras referências e mudando um pouco seu estilo.

Os shows estão acontecendo por quase todo o país, praticamente todo os meses. E cada show reflete um espírito que a família RZO sempre apresentou, de revelar novos artistas e ter a capacidade de trabalhar com outros já conhecidos. Reviver a ideia do “Vários maluco só, Família RZO”, que resume como o grupo engloba todos os rappers que possam agregar ao som na hora do show, é alentador para quem espera que o RAP seja a voz da quebrada.

TV RAP Nacional na gravação do clipe com o Bone na favela do Paquetá

Família RZO no Estúdio ShowLivre:

https://youtu.be/t6hhylpjLZ4

RZO ao vivo nos tempos áureos cantando O trem:

https://youtu.be/7DB7jNcoy_8

Tame Impala divulga clipe de Cause I’m a Man: assista

Os australianos do Tame Impala estão prontos para lançarem seu terceiro disco, Currents. A exemplo dos dois primeiros, meus palpite é que esse novo álbum será, no mínimo, ótimo.

O disco deve chegar só dia 17 de julho, pelo pela Interscope Records, mas algumas músicas já foram lançadas e, agora, o clipe do single Cause I’m a Man também. As outras músicas previamente lançadas são Let It Happen, Disciples Eventually.

O vídeo é uma animação em 3D que vai viajando pela arquitetura de uma cidade inventada. Dirigido por WEIRDCORE (isso mesmo, nome artístico e tal), que declarou:

Esse é o primeiro vídeo em 3D que eu não fiz nenhum molde específico para ele. Tudo o que tem no vídeo foi comprado/achado/adquirido/customizado de várias fontes, é como se fosse uma colagem em 3D.

O clipe já está no youtube. Saca só:

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