Mad Max: Um blockbuster no tapete vermelho

George Miller ficou mais feliz quando soube da notícia que voltaria a Cannes. Foi jurado da premiação nos anos de 1988 e 1999 e agora volta a fazer parte do maior festival de cinema do mundo. Só que do outro lado, integrando a seleção oficial da edição que começa na quarta-feira com o filme “Mad Max – Fury Road/ Estrada da Fúria”. O filme estreia quinta no Brasil. Não concorre à Palma de Ouro, mas terá direito à sessão de gala e tapete vermelho.

Dá para imaginar Tom Hardy e Charlize Theron na montée de marches. Ela, com certeza encantará com sua tamanha beleza, sem o braço robótico e as vestimentas que caracterizam a androginia da sua personagem Imperatrix Furiosa.

Em Los Angeles, há duas semanas, houveram duas coletivas de imprensa, uma com o diretor e o elenco principal, a outra com as `wives`, as mulheres que, no novo filme Mad Max, o vilão Immortant Joe se utiliza como procriadoras.

O filme não é um remake, mas um recomeço. E, como diz o próprio diretor:

“Considerando as dificuldades, o filme saiu muito melhor do que havia sonhado”

George Miller

Mad Max foi interpretado três vezes por Mel Gibson, em 1979, 1981 e 1985. Há 12 anos Miller tentou de forma majestosa retomar sua criação mais reconhecida. Produziu seu filme mais caro, US$ 150 milhões, e o mais grandioso.

É o filme com o roteiro mais clássico no gênero. Em um cenário pós-apocalíptico, nos desertos mais tenros do nosso planeta, a humanidade está em constante atrito e a maioria luta loucamente apenas com o instintivo objetivo de sobreviver. Neste meio existe dois rebeldes, Max e Furiosa. Max é um homem de ação e poucas palavras, enquanto Furiosa é uma mulher de atitude que busca cruzar o deserto, achando que este seja o caminho para a sobrevivência.

Devido a característica do personagem principal de ser quieto e a falta de diálogos corriqueiro em filmes de ação, as cenas da trama são marcadas por um fortíssimo violoncelo que expressa todas as `falas` e sensações do filme, com uma mistura de música clássica e rock sendo retirada magistralmente do instrumento.

mad-max-fury-road

Além da homenagem ao aclamado blockbuster Mad Max, a 68ª edição do evento traz uma grande novidade, é a primeira vez do novo gestor do evento Pierre Lescure na presidência, sucedendo o lendário Gilles Jacob. Mas aparentemente pouca coisa mudou no festival, com os mesmos seletores oficiais de filmes. A única diferença deste ano para o anterior é a numerosa seleção italiana e a reduzida participação americana.

Do lado Brazuca não temos infelizmente nenhum longa participando da competição, mas ainda marcamos presença na cerimônia, com os curtas Quintal, de André Novais Oliveira e Command Action, de João Paulo Miranda.

Trailer oficial do Mad Max:

Entrevista com um dos maiores diretores modernos, que concorre ao prêmio com o filme Macbeth:

Relatos de um paulista sem fones de ouvido

Foto: Thomas Hobbs

Essa semana discorreu de uma forma especialmente maçante para este que vos escreve. Comecei a labuta normalmente, como é de meu feitio, indo para as aulas na faculdade ouvindo música, no para variar, lotado trem de cada dia que a CPTM nos dai hoje.

Durante o trajeto meus fones estavam demonstrando um contato vacilante com meu celular, por algum motivo o som parava de sair do lado direito, mas ai voltava e depois sumia novamente… Aos poucos isso começou a me irritar, até que quando estava na Avenida Paulista a coisa realmente aconteceu: o fone canhoto quebrou-se e tudo que se ouvia era a bateria, no meu tão amado Grand Funk Railroad.

Resumindo a segunda-feira: tinha o melhor do Hard setentista, mas não possuía meios para ouvi-lo… É como ter a carteira recheada de verdinhas e não poder torrar, o dinheiro claro.

Grand Funk Railroad

Voltei para casa depois da aula e no caminho (num silêncio digno de necrotério), comecei a ver como a música deixava o meu dia-a-dia menos desinteressante. Normalmente chegava em casa em vinte ou trinta minutos, mas isso quando tinha música, porém sem ela cheguei em 45 (não o Aécio) minutos.

O tempo foi o mesmo, mas a sensação foi horrível. O desespero era tão grande que estava quase batucando no vidro de meu assento e isso foi apenas na segunda-feira. Na terça tudo foi muito bem, escutei música durante horas em casa, mas quando estava descendo me lembrei do terror silencioso que novamente teria que superar na volta para casa, ou seja, na ida a confusão mental já reinava em minha mente.

O sol estava me matando e sem música não tinha nem aquela brisa de riffs para soprar-me o rosto, o caminho foi rarefeito sem um lick de guitarra sequer. Cheguei no ponto de ônibus e comecei a observar ao meu redor. A cara das pessoas era a mesma, mas em diferentes corpos.

Ver como o silêncio muda as coisas foi realmente chocante nesse aspecto, normalmente com música nos ouvidos você acaba passando batido, mas no silêncio (que não era o da noite, tampouco do Caetano Veloso), pude ver os rostos tristes. A maioria cansados e preocupados.

Entrar no ônibus frio tal qual um vulcão e notar a face de poucos amigos de seus frequentadores… Olhares frios e completamente passageiros que se cruzam, mas se mostram completamente indiferentes, é tudo muito individual e, sem música, o sentimento é ainda mais congelante.

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Na quarta-feira tinha uma prova para fazer, mas acreditem, até na hora dos estudos a música era uma aliada, porém, prevendo meu martírio mudo novamente, resolvi estudar sem música de fundo e, assim sendo, a coisa foi pior.

Saindo de casa meio tenso sem melodias na cabeça fui obrigado a pensar em minha prova. Percebia como não estava costumeiramente calmo, fora que o ambiente hostil do ônibus me fez ainda pior. Fiz a prova meio pilhado mas até que obtive uma nota satisfatória, não tive as duas últimas aulas e voltei para casa.

Fiz o retorno em silêncio e quando dei as caras no computador para escrever não tive a mínima paciência para fazê-lo e fui dormir. A quinta se mostrou inútil e meramente ilustrativa e a sexta, apesar de sua mítica alegria, foi tão enérgica quanto um fim de domingo.

Percebam como o fim da música me fez mais direto, menos sociável, produtivo e a causa pode variar, o meu caso foi com música, mas muitos de nós sofremos para mudar a rotina se algo primordial nos falta, ou exige novas ações substitutas, caso esteja ausente. Ainda bem que comprei um fone no domingo… Nessa semana pude sentir na pele que realmente não existe amor em SP, nem mesmo aos sábados.

https://youtu.be/BE5EHTxJKLE

A nada fácil vida de um cachorro de rua indiano registrada por uma GoPro

Eu tenho um cachorro. Uma das coisas que mais sinto falta é a de não saber sua data de nascimento. O Thor foi abandonado sabe-se lá quando, sabe-se lá por quanto tempo e sabe-se lá onde. A sorte do Thor foi que um vizinho o encontrou. E eu e minha família adotamos esse vira-lata misto de Lhasa Apso com Maltês que é o maior parceiro do universo.

Outra coisa que eu sempre penso é que ele provavelmente sofreu muito enquanto esteve na rua. Ele foi encontrado todo machucado e até hoje apresenta alguns traumas e receios. Fico imaginando por onde será que ele andou e torço muito para que a odisseia dele nas ruas não tenha sido similar a uma campanha da World For All.

A organização, que luta pelos direitos dos animais em Mumbai, na Índia, pensou como seria se um cachorro estivesse perdido pela cidade, que ostenta o extravagante número de 250 mil cães espalhados pela ruas, todos sem donos. Para isso, a empresa vestiu um cachorro com uma GoPro no pescoço e o largou pelas ruas da cidade.

O que vemos no vídeo abaixo é bem triste e revoltante, mas é uma dramatização, obviamente. Até porque seria impossível que um cachorro desse uma banda pela Índia com uma GoPro no pescoço e voltasse com a câmera intacta. Sem falar que seria antiético pra cacete fazer uma campanha para conscientizar as pessoas a respeito do abandono de cães…abandonando um cão.

Apesar de ser uma dramatização não significa que essa não seja a realidade. O vídeo é sensacional. Assista abaixo:

Erasmo Carlos: A Gentileza do Gigante

Foto: Cainan Willy

Não é todo dia que a gente recebe mensagem dos amigos avisando que o Erasmo Carlos vai tocar em São Paulo, com preço bem camaradinha e que “os ingressos já estão à venda”. Foi correndo do trabalho pra faculdade que uma querida amiga me deu essa noticia maravilhosa, eu, claro, logo tratei de garantir meu ingresso e dar uma conferida nesse show que há tempos tinha vontade de assistir.

Os shows rolaram aqui em São Paulo, tudo aconteceu lá na minha casa de show predileta, a choperia do SESC Pompéia nos dias 1, 2 e 3 de maio. Ansioso que sou, comprei ingresso pra ir logo na primeira noite de show.

Eis que finalmente chega o tão esperado dia, alguns minutos antes do show já estou no SESC Pompéia e fui tomar uma cerveja acompanhado de uma porção de batata frita, não tem como ir lá sem ao menos tomar uma cervejinha. Enquanto tomava a gelada ouvia a banda passar o som, isso fez aumentar ainda mais minha ansiedade pra ver de pertinho o Erasmo.

Às 19 horas em ponto, já dentro da choperia, a banda subiu ao palco. Uma introdução muitíssimo bem humorada provoca risos na plateia, e ao som de “Gigante Gentil” começa a festa de arromba.

Erasmo Carlos, muito carinhoso, brinca com a plateia durante o show e também conta suas histórias de como quando entrou na internet:

“O pessoal dizia que quando fecho os olhos minha família começa a rezar, quando levanto as mãos Deus já quer me puxar. No começo fiquei chateado e isso me levou a compor ‘Gigante Gentil’, agora eu já acho graça na criatividade da maldade das pessoas”.

Erasmo Carlos - ao vivo - Cainan Willy (8) (1)
Foto: Cainan Willy

A cada música que rolava eu ficava mais fã ainda do Erasmo e então ele disse “Quando o Rolling Stones vem tocar no Brasil, se não rolar ‘(I Can’t Get No) Satisfaction’ o pessoal sai triste, não tem como o Roberto Carlos tirar ‘Emoções’ do show dele. Aqui eu não quero ninguém triste!”, e foi assim que ele chamou “Sentado à Beira do Caminho”.

No show rolaram grandes hits como “Festa de Arromba”, “A Carta”, “Mulher” e o destaque do evento foi do último disco lançado, “Gigante Gentil”.

Sinto que demorei uma semana pra poder escrever esse texto devido a magnitude que foi assistir um show de rock n roll de um cara que é imensamente importante pra história da música brasileira, e que aprendi a admirar desde cedo.

O Tremendão já deixou avisado que quer voltar ao SESC Pompéia, dessa vez pra lançar o DVD “Meus Lados B”, e deu o recado:

“Não adianta vir aqui gritar ‘Manuel’ que nesse show é só musica minha que não tocou no rádio”.

Carl Barks: O Mestre Das Histórias em Quadrinhos

Em 2004, a Editora Abril iniciou um projeto chamado ‘O Melhor da Disney: As Obras Completas de Carl Barks’. A ideia desse projeto foi comemorar os 70 anos do Pato Donald e, por tabela, homenagear seu magnífico criador, Carl Barks, o mestre das histórias em quadrinhos.

Essa coleção compreendeu mais de 25 anos do trabalho de Barks, reunindo o melhor do conteúdo produzido por ele.

De todas as tiras de jornal publicadas desde o século XX, de todas as revistas em quadrinhos criadas até hoje, os trabalhos do roteirista e desenhista Carl Barks constam entre os melhores.

Quando se fala de quadrinhos divertidos, incrivelmente imaginados, genialmente elaborados, inspiração para crianças e adultos no mundo todo, o mestre Barks é insuperável.

Inventivo, sagaz, criativo, inovador, preciso, detalhista. Assim ele era como profissional e como pessoa.

Carl Barks vendeu mais gibis do que qualquer outro quadrinista de sua época. Ele não era o que mais faturava, considerando os ínfimos U$0,15 que custavam seus primeiros gibis. Mas, com o tempo, esse valor foi aumentando em proporção ao sucesso: hoje, cada gibi é vendido por, no mínimo, U$2.000,00.

Filho de trabalhadores rurais, Barks passou a infância entre o Oregon, seu Estado natal, e a Califórnia, onde morou por muito tempo em um rancho alugado por seus pais. Frequentou escolas precárias, sujas, de uma sala só, afastadas da cidade grande.

Durante as aulas e também no intervalo entre elas, Barks gostava de desenhar, coisa que raramente abria mão de fazer. Seus primeiros esboços foram feitos em uma velha lousa de ardósia que ele encontrou no fundo de um depósito de lixo.

Após concluir o colegial, Barks trocou a rotina de estudante pela de agricultor, uma vez que a I Guerra Mundial estava em curso e os jovens que se alistavam no exército recebiam até $5 dólares/dia por serviços nos campos de cultivo.

Barks nunca foi adepto da vida urbana. Como reflexo de sua personalidade, ele preferia a vida rural, menos agitada e mais pacífica.

Em suas obras, Barks flerta com a ficção científica, fantasia, mitologia, ecologia, política e economia. Inclusive, muitas de suas histórias são ainda hoje aplicadas em aulas de economia como estudos de caso.

O americano faleceu em 25 de agosto de 2000, não resistindo à devastadora quimioterapia que vinha se submetendo para controlar a leucemia, diagnosticada um ano antes. Após pedir aos médicos a suspensão dos medicamentos que o mantinham vivo, Barks morreu em casa, tranquilamente, enquanto dormia (como era seu desejo).

Contudo, antes de falecer, ele tratou de deixar um legado imortal de pura magia e entretenimento para os fãs de storytelling animado.

O legado de Carl Barks na Disney

De 1935 a 1942, Barks trabalhou nos estúdios de cinema Disney como intercalador de imagens, e depois como argumentista de gags. Em 1943, abandonou o mundo cinematográfico para se dedicar exclusivamente aos quadrinhos do Pato Donald, sua primeira criação.

Ao longo da carreira, o americano desenhou nada menos que 6 mil páginas e mais de 500 histórias, influenciando com elas incontáveis artistas em diversos campos do entretenimento.

Os escritórios administrativos da Disney para os quais Barks respondia ficavam em Nova York e, portanto, toda a comunicação entre ele e seus superiores era feita pelo correio, esse era o maior fator limitante da relação.

Em vários anos de serviço nos estúdios Disney, Barks acabou desenvolvendo um método criativo peculiar, como ele mesmo conta:

“A construção de uma história sempre começava com a inspiração de uma situação engraçada envolvendo os patos. Então, eu pensava em pequenas gags que se aplicavam àquele contexto, e escrevia tudo numa folha de papel. Às vezes, eu acordava no meio da noite com uma boa ideia e tomava nota para usá-la em alguma história. Depois de reunir gags suficientes para fazer uma história interessante, eu as colocava em sequência para redigir uma sinopse com começo, meio e fim.”

Barks criava seus roteiros à mão, em papel pautado, e não os mostrava a ninguém. Depois, ele organizava os argumentos em painéis contendo descrições de ação dos personagens. Só então os diálogos eram incluídos em cada quadro.

“Eu lapidei e lapidei os scripts e desenhos até que tivesse feito o melhor possível no tempo disponível. Não foi genialidade nem qualquer talento incomum que tornou as histórias boas. Foi paciência e um grande cesto de lixo.”

O americano geralmente ambientava suas histórias em Patópolis (lar da maioria de seus personagens), ou então em ambientes bucólicos e rupestres, praias e campos verdejantes, planícies assoladas e montanhas nebulosas, mares tempestuosos e ilhas paradisíacas, pântanos uivantes e geleiras monumentais, cidades abandonadas e cavernas espectrais.

Suas maiores referências de conteúdo eram a revista National Geographic – de onde tirou mais da metade das informações visuais de suas histórias –, e a Enciclopédia Britânica.

Diferentemente do que ocorre na grande maioria das novelas e histórias em quadrinhos, os enredos de Barks não necessariamente seguem uma cronologia. Os episódios narrados independem um do outro. Eles não deixam pontas soltas, nem âncoras para o que virá a seguir.

“Eu simplesmente construí cada história e as finalizei com uma conclusão cômica, sem me preocupar se ela faria algum sentido, e nunca pensei em remeter o leitor a um episódio anterior. Minhas histórias encerram-se em si mesmas, o que as torna livres de qualquer ordem cronológica.”

Em relação a humor, Barks era genuinamente atemporal. Sua comicidade sobrevive à passagem do tempo, afinal, suas obras continuam fascinando uma legião de fãs em todo o mundo. Sobre essa questão, o editor e pesquisador Bruce Hamilton afirma:

“A prova de fogo do humor clássico consiste em aferir se uma história permanece engraçada na segunda vez em que é consumida. Quem conhece o legado do Homem dos Patos sabe que suas histórias divertem mesmo após a décima leitura.”

O cineasta George Lucas complementa:

“As histórias de Barks têm movimento cinematográfico; começo, meio e fim bem definidos. Elas avançam em cenas, diferente de tantos outros gibis. As histórias de Barks não se movem simplesmente de um quadrinho para outro; elas fluem em tomadas ininterruptas, que conduzem a outras tomadas, como num filme.”

Desde 1987, Barks figura merecidamente no Jack Kirby Hall Of Fame, o Olimpo dos quadrinistas. E, em 1991, o Tio Patinhas, seu personagem mais icônico, foi elencado à condição de lenda pelos Estúdios Disney.

A crítica Barksiana

Barks era um profissional extremamente crítico. Sempre de forma sutil, para não beirar o sarcasmo, ele utilizava argumentos para criticar construtivamente temas que, para ele, impactavam (e ainda impactam) desastrosamente na sociedade.

Os temas que ele mais criticava eram os seguintes:

  • O método de conduta do típico capitalista: a individualidade, o sacrifício pessoal, a determinação no trabalho, a acumulação de capital e a ambição por poder do homem de negócios.
  • O superprotecionismo materno: o exagero no senso de responsabilidade de uma mãe para com o filho como aspecto retrógrado no desenvolvimento educacional na fase de criação.
  • A relação burguesia/proletariado: a supremacia de uns (os privilegiados) erigida pelo esforço e trabalho de outros (os explorados).
  • A superpopulação: a incompatibilidade entre a preservação da natureza e o progresso desenfreado, a exploração e uso inconsequente de recursos naturais e o comprometimento vital de ecossistemas.
  • A inflação: o aumento recorrente das taxas de impostos pelo governo sem garantia de retorno em benefícios e qualidade de vida para o povo. 

Os 10 personagens principais de Barks

Dezenas de personagens foram frutos da imaginação de Carl Barks, todos eles com personalidade bem definida e autêntica. Dentre suas criações, as 10 mais conhecidas são:

1) Tio Patinhas: um pato rico e avarento, que se preocupa tanto em ganhar dinheiro quanto em conservar sua fortuna mas, acima de tudo, um ser honesto, perseverante, determinado e de coração mole.

2) Donald: um pato impulsivo, irascível, descuidado e preguiçoso, mas muito caridoso e solidário.

3) Os Sobrinhos: os três patinhos mais inteligentes de Patópolis.

4) Professor Pardal: o grande inventor de Patópolis; maleável, ágil, resoluto e extremamente criativo.

5) Gastão: o pato mais sortudo de Patópolis; egoísta, preguiçoso, sarcástico e incrivelmente oportunista.

6) Margarida: uma pata mimada, exigente, muito doce e amável, exageradamente vaidosa e superficial.

7) Vovó Donalda: a avó do Donald; uma senhora bondosa, simpática e prestativa.

8) Irmãos Metralha: gangue criminosa que representa a maior ameaça ao Tio Patinhas e sua riqueza.

9) Mac Mônei: o segundo pato mais rico do mundo; magnata frustrado, intolerante e colérico, embora bastante ambicioso e pertinente.

10) Maga Patalójika: uma pata charmosa, atraente, provocadora e traiçoeira; a inimiga mais perigosa do Tio Patinhas.


Para concluir, cabe a frase carinhosa do músico Roger Moreira sobre a obra de Barks:

“Tive a sorte de crescer lendo as maravilhosas histórias de Carl Barks. Eu não sabia quem desenhava e escrevia aquelas aventuras, já que não havia créditos. Também não sabia quem era Barks, pois só vim a descobrir sua identidade muito tempo depois, mas eu era capaz de reconhecer seu estilo: o traço expressivo e bonito, os cenários realistas, as narrativas cativantes, com enredos inteligentes e um conhecimento preciso de geografia – o que conferia ainda mais credibilidade a suas deliciosas histórias e aumentava meu interesse por elas. Ter a obra completa do Homem dos Patos é ter um tesouro.”

O despertar de Robin Williams

Robin nos deixou em agosto de 2014, mas plantou na Terra algumas sementes de herança. Essas sementes você pode chamar de filmes, roteiros, protagonizações. Hoje eu as chamo de lições. Robin partiu e como ator deixou um legado de personagens eternizados na história do cinema. Lembro que após a confirmação de seu falecimento, muitos artigos começaram a surgir sobre as tramas que já participou. Sociedade dos Poetas Mortos (1989, Peter Weir) e Patch Adams: O amor é contagioso (1998, Tom Shadyac) lotaram as minhas redes sociais em imagens memoráveis.

Nos últimos dias resolvi despertar Robin Williams. E, como consequência da minha ação, despertei-me junto a ele. Quero dizer que aprendi um pouco sobre a vida em “Tempo de Despertar” (Awakenings). Poderia ser mais fácil escrever sobre isso, se aquele desfecho não houvesse me deixado tão perturbada com o que as pessoas têm feito dos seus dias.

O filme estadunidense de 1990, dirigido por Penny Marshall e baseado no livro do neurologista Oliver Sacks, conta, entre outras linhas, uma história sobre a vida. A vida como deveria ser. Robin Willians (Malcolm Sayer) trabalha em um hospital psiquiátrico que acolhe vários pacientes em estado catatônico. Curioso com as reações (ou a ausência) delas em alguns pacientes, o médico sugere que aquelas pessoas estejam apenas adormecidas e, se bem medicadas, poderiam voltar à vida. Pesquisando, descobre que os pacientes sofrem de encefalite letárgica e que um remédio que trata o mal de Parkinson poderia ajudá-los no tratamento da cura. O primeiro teste acontece com Robert De Niro (Leonard Lowe) e, com um resultado positivo e progressivo, Sayer passa a medicar os outros pacientes. Entretanto, nenhum deles foi capaz de pensar nos efeitos colaterais, afinal, viver parecia ser mais urgente.

Leonard Lowe acordou para a vida no verão, uma época de renascimento e inocência. Com as sensações, sentimentos e movimentos recuperados, ele decidiu dar mais um passo e aproveitar o que perdeu. “O jornal está dizendo que tudo está ruim. As pessoas esqueceram o que é viver, estar vivo. Elas precisam ver o que já têm e o que podem perder”, ele disse. É exatamente sobre despertar que o filme trata. Mas um despertar muito mais amplo do que se consiga catalogar. Despertar para ideias, para realidade, para as coisas simples do dia-a-dia. Despertar para os outros. Despertar para o mundo, não só para si. Despertar para fora. De fato, o crucial do filme não é sobre neurologia. É sobre o quanto essa área da medicina pode ajudar os próprios profissionais daquele ambiente tão monocromático.

Quando retorna à vida, Lowe caminha, sorri, conversa, escreve, lê, veste-se, realiza atividades cotidianas e rotineiras que, para nós, são básicas e fáceis, e, mesmo num curto espaço de tempo, Lowe também se apaixona. Mas apaixona-se pelo carinho, pelo cuidado, pela atenção. Talvez Leonard tenha aprendido, desde cedo, o que é o amor. E, mesmo desacordado, tenha que cultivá-lo dentro de suas únicas partes vivas: o coração e a mente.

Enquanto cada paciente reflete sobre o que perdeu, o que queria ter vivido, para onde queria voltar, Lowe começa a apresentar um comportamento reverso ao esperado. Os efeitos colaterais do remédio passam a regredi-lo. E Leonard então atrofia para o estado que se encontrou a maior parte da sua vida. É observador. Afinal, era essa uma das poucas ações que poderia exercer enquanto estava “em coma”. Revoltado com o efeito estagnado da medicação, Lowe diz para o médico Sayer: “Você que estava dormindo!”.

E então o real objetivo do filme vem à tona. É clichê, mas alcança uma verdade que nunca estamos prontos para aceitar. Viver é mais difícil que sonhar. Estamos a todo instante fazendo planos, criando um futuro de maravilhas, trilhando o caminho para o amanhã. Esquecemos do hoje. “Foi disso que nos esquecemos. Das coisas mais simples”, disse Sayer. Não aproveitamos o dia, não aproveitamos a família, nem os amigos, nem os nossos relacionamentos. Não aproveitamos o que estamos vivendo, porque simplesmente nos colocamos a pensar no que fazer ao dar o próximo passo. Sayer deixou de girar no seu próprio eixo, para mapear a sua órbita. Lowe foi a sua lição.

Todos os pacientes regrediram à estaca zero. Mas não se pode dizer que não aproveitaram o tempo que estiveram acordados. Como recém chegados à vida, aquelas pessoas viveram. Sorriram. Choraram. Sentiram saudades. Sentiram amor. Raiva. Decepção. Arrependimento. Outras desejaram dormir novamente. Mas se entregaram ao que o momento poderia oferecer. Sentiram-se livres para subir na roda gigante e gritar do seu ponto mais alto: nós estamos vivos!

Talvez nunca saberemos a grandiosidade que é estarmos de pés firmes no chão. Talvez não seremos nunca capazes de dar valor ao privilégio de poder seguir adiante sem olhar para trás, sem vislumbrar o que vem pela frente. Aqueles pacientes viveram o que precisavam para sentir como pode ser maravilhoso estar no mundo, contribuir, fazer parte de alguma coisa.

Quando todos dormiram novamente, numa involução do medicamento testado, e era hora de recomeçar as buscas para um novo despertar, Sayer, que aparentemente nunca adormeceu, acordou. Quando tudo que faz sentindo adormece, percebemos o que nos falta, o que sempre foi composição para nos mantermos vivos. E firmes. Quando nos damos conta disso, já é tarde demais. Já é hora novamente de ligar os pontos e seguir o caminho; dar valor ao hoje, às pessoas de agora. Amanhã fica pra depois. Felicidade é urgência. Despertei Robin Williams na minha lista de dramas. Robin Williams me despertou pra vida.

(Texto originalmente publicado no jornal A União – PB)

Artesana Food #1: Uma tarde em um festival de gastronomia, cultura e arte

Foto: Gui Benck

Certa vez aprendi uma lição de um guru hippie viajante, em outra vida e em outro continente, mas absurdamente valiosa e atual. Ele dizia, em palavras semelhantes, para eu caminhar mais pelas ruas e correr menos de ponto em ponto turístico. Porque é justamente nas ruas que a gente conhece a cidade, as pessoas e a cultura local.

Ele falava de espaços públicos. E que as melhores cidades que ele já visitou eram aquelas em que a comunidade ocupava esses espaços com frequência. “As cidades não deveriam ser projetadas como se fosse um pano de fundo do trajeto casa-trabalho. Ela tem que fazer parte de você. E você, parte dela”. Essa foi uma das últimas palavras que ouvi. Logo que ele foi embora eu anotei a frase no bloco de notas do celular pra nunca mais esquecer.

Lembro dessa história dois dias depois da estreia do Artesana Food, em Passo Fundo, um festival de cultura, arte e gastronomia de rua. Um programa mil vezes melhor do que uma tarde no shopping, afinal de contas é a céu aberto, tem graminha verde pra sentar, dá pra levar cachorro, pra tomar chimarrão, tem música ao vivo, tem manifestações artísticas, tem lojinhas/brechós e a comida é bem mais delícia.

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Los Marias fizeram um som durante a tarde. | Foto: Gui Benck

O primeiro Artesana Food rolou num sábado (09/05), um dia antes do dia das mães, na Praça Capitão Jovino AKA Santa Terezinha. O local escolhido para acolher o festival é justamente uma praça que foi recentemente revitalizada pelo poder público. É a praça mais bem cuidada da cidade e a melhor escolha possível. Porém, a iniciativa é de duas produtoras culturais da cidade, a B2M Cultura e Eventos e a 360 Produtora.

“A ideia do projeto é ocupar o espaço público com cultura, comida e arte para o pessoal. É um evento da comunidade para a própria comunidade. Como a praça é um espaço público, a feira se torna muito democrática. É livre para você fazer o que quiser e se expressar da forma que quiser”.
Pablo Lauxen – 360 Produtora

Difícil mensurar, mas o que se diz é que mais de três mil pessoas prestigiaram o evento, entre o meio-dia e as oito horas da noite de sábado. Seja para almoçar, para matar aquela larica da tarde, para curtir um som, ficar numa relax sentadão na grama, levar os dogs pra passear, brincar no playground da praça (até 10 anos, ok?), tomar um chopp gelado (mais de 18 anos, beleza?) comprar coisas (classificação livre!) e tudo mais.

Durante o período, treze expositores gastronômicos ficaram alinhados lado a lado em uma das ruas em frente à praça, oferecendo uma variedade culinária maior do que as praças de alimentação dos shoppings daqui.

Artesana Food - Gui Benck (109)
Acredite: pessoalmente é melhor ainda. | Foto: Gui Benck
Aqui também. | Foto: Gui Benck
Aqui também. | Foto: Gui Benck
Sobremesa! | Foto: Gui Benck
Sobremesa! | Foto: Gui Benck

Comida para alimentar o estômago e arte e lazer para alimentar a mente. O Grupo da Foto estava lá, com uma exposição de fotos em um varal; O Selo 180 fez uma feira do vinil; O Beco do Robô uma feira de quadrinhos e artigos nerds; Os artistas Tiago Gregório, João Vitor Zornitta Trombini e Giulia Cittolin fizeram exposições com seus trabalhos; O CAPA e o Amigo Bicho fizeram uma feirinha de adoção de animais; Teve também vários brechós que levaram moda ao Artesana.

E, para ser sincero, provavelmente esqueci de algo. É que realmente tinha bastante coisa.

Artesana Food - Gui Benck (3)
Muito parceiro! | Foto: Gui Benck
Artesana Food - Gui Benck (5)
Renovar o guarda-roupa: era possível. | Foto: Gui Benck
Quadros da artista Giulia Cittolin. | Foto: Gui Benck
Quadros da artista Giulia Cittolin. | Foto: Gui Benck
Artesana Food - Gui Benck (14)
Trabalhos do ilustrador João Vitor Zornitta Trombini. | Foto: Gui Benck

O primeiro Artesana Food foi aprovado por todo mundo com quem conversei. É tão verdade que quando já estava escuro e chegando ao fim, nós que estávamos lá ficamos discutindo onde será que poderia ser o próximo e tudo mais. Eu sei, mas não posso contar. Mentira, não sei não, mas o certo é que vai ter um próximo sim, e possivelmente em outro lugar, já que a ideia é que seja um festival itinerante.

Passo Fundo agradece – e meu paladar também!

O último filme de Orson Welles e o crowdfunding

John Huston, Orson Welles e Peter Bogdanovich | Foto: Steven Jaffe

Orson Welles foi o maior. Com a categoria de poucos, foi um cineasta muito à frente de seu tempo. É considerado por muitos críticos e cinéfilos como o maior diretor de cinema de todos os tempos. A obra-prima ‘Cidadão Kane’ desfila em primeiro lugar em inúmeras listas sobre os melhores filmes da história. Como todo gênio, deixou marcas consolidadas em seu ramo, mas também trabalhos inacabados, interrompidos por um ataque cardíaco fulminante, em 1985.

“The Other Side Of The Wind” foi o último filme de Orson Welles, mas que ainda não foi visto por ninguém. A produção começou a ser rodada no início dos anos 1970 e marcaria o retorno de Welles à Hollywood após uma década vivendo na Europa. O roteiro é baseado na história de um diretor de cinema chamado Jake Hannaford, que volta à Hollywood após uma década vivendo na Europa para trabalhar em um filme chamado… “The Other Side Of The Wind”. Curioso, não? Apesar de parecer que sim, Welles quando vivo negou que o filme teria caráter autobiográfico.

Welles, Bogdanovich, and Joseph McBride on the first day of shooting, in August 1970. (1)
Welles, Bogdanovich, e Joseph McBride no primeiro dia de gravações, em agosto de 1970 | Foto: Felipe Herba

O filme tinha uma promessa de ser inovador, assim como Orson foi durante sua trajetória. “The Other Side Of The Wind” acontece durante um único dia. É uma espécie de reconstrução de uma festa, em que Orson utiliza cenas capturadas por várias pessoas, como convidados e paparazzis. A festa, no caso, é realizada na casa de Jake Hannaford, logo antes de sua morte. Mais uma ironia. Durante a produção do filme, Orson Welles chegou a dizer ao ator John Huston, uma das estrelas do filme:

“É um filme sobre um diretor canalha… é sobre nós, John. É um filme sobre nós.

Em 2014, a produtora Royal Road Entertainment adquiriu os direitos do filme inacabado. São 1.083 rolos oriundos de oito anos de gravação e que correspondem a um pesadíssimo material de 1,6 toneladas. Com a relíquia em mãos, ou em depósitos, o filme poderá agora ser realidade.

Os produtores Filip Jan Rymsza, Frank Marshall e Jens Koethner Kaul, junto com o ator Peter Bogdanovich, outra estrela do filme, estão pedindo a ajuda de fãs e cinéfilos para que a produção seja finalizada. Para isso, estão utilizando a alternativa mais antiestabilishment da era da internet, o crowdfunding. Orson Welles teria adorado isso, de acordo com sua filha, Beatrice Welles:

“Meu pai lutou sua vida inteira para conseguir recursos para finalizar seu filmes, mas nunca tanto quanto dessa vez. Ele ficaria verdadeiramente em êxtase ao saber que foram “pessoas que realmente se importam com seu trabalho” que, no fim das contas, tornaram realidade o seu último sonho”.

Por meio da plataforma de financiamento coletivo Indiegogo, os produtores querem reunir 2 milhões de dólares. Os custos serão destinados para o pagamento de edição, trilha sonora e pós-produção. Estão disponíveis contribuições entre U$ 10 e U$ 50.000 para variadas recompensas, como: download digital, DVD, Blu-Ray, pôster, livro com fotos das gravações, ingressos para a premiere em Nova York, charutos comemorativos, cópias dos negativos dos filmes e outras coisas.

As contribuições podem ser realizadas até o dia 14 de junho. J.J. Abrams, Clint Eastwood, Wes Anderson e Steven Soderbergh são alguns dos diretores da atualidade que estão apoiando o projeto. Os produtores acreditam que se a campanha atingir a meta estabelecida, o filme poderá ser lançado inclusive esse ano.

Novo dos Vingadores será o primeiro filme a ser rodado todo em IMAX

A Marvel marca pontos mais uma vez. Foi revelado hoje que Vingadores: Guerra Infinita – Partes 1 e 2 serão totalmente rodados em IMAX.

Cada vez mais a indústria americana busca vender as suas produções com a marca IMAX de qualidade, assim como ocorre no 3D, mas existe uma sutil diferença entre filmar em 3D e converter o mesmo. O processo com o IMAX é semelhante. Muito porque as câmeras de IMAX eram pesadíssimas. Sim. Eram.

Christopher Nolan nem imaginava que de 2008 pra cá (quando filmou as primeiras cenas em IMAX de The Dark Knight), a tecnologia avançaria numa crescente tão veloz. Joey e Anthony Russo, irmãos e responsáveis pela direção dos próximos filmes dos Vingadores na Casa das Ideias, revelaram junto da IMAX uma nova câmera digital capaz de reproduzir a mesma qualidade épica das pesadas câmeras já conhecidas. A Alexa 65 faz parte da nova geração de câmeras 2D da ARRI e promete entregar uma experiência visual de explodir mentes. Já imaginaram?

Os irmãos Russo já testaram a nova câmera filmando algumas cenas de Capitão América: Guerra Civil, que está programado para chegar aos cinemas em maio 2016.
Os irmãos Russo irão testar a nova câmera filmando algumas cenas de Capitão América: Guerra Civil.

Esta será a primeira vez que um filme hollywoodiano será totalmente feito no formado gigante de 70mm (o convencional é o de 35mm): “O objetivo em Guerra Infinita é levar 10 anos de história a um clímax incrível. Sentimos que a melhor forma de explorar o propósito e a escala exigida para o último capítulo dessas três fases era ser o primeiro filme rodado completamente em IMAX”, disseram os diretores durante o anúncio.

Mas antes da estreia dos novos filmes dos Vingadores, os irmãos Russo irão testar a nova câmera filmando algumas cenas de Capitão América: Guerra Civil, que está programado para chegar aos cinemas em maio 2016. Já no caso Vingadores: Guerra Infinita, o filme será rodado de uma única vez e dividido em duas partes, com estreias marcadas para 2018 e 2019.

Messias Elétrico: O retorno

Depois de aparecer em 2011 com um grande debutante, Hardeira e Progressivamente auto-intitulado, o Messias Elétrico ficou uns tempos na conserva, reagrupando ideias e preparando algo grandioso. No final do ano passado começaram os rumores que os alagoanos estavam de volta ao batente do groove para mais um registro via Baratos Afins, algo que surpreendeu muitas pessoas, pois o Pedrinho Salvador estava correndo muito com a Necro, junto de sua comparsa psicodélica, Lillian Lessa.

E para unir o útil ao agradável, mantendo a banda do disco anterior, os caras chamaram a Lillian para integrar o time e deixar as coisas com um ar de Renaissance. Até o momento não temos datas oficiais para o lançamento desse segundo trabalho de estúdio, tampouco um track list, mas a banda já liberou o single “Tempo Bom”, junto com a arte que ilustrará esse segundo registro, o mosaico de cores advindo da mente do ácido Jonathan Melo.

Messias Elétrico - Tempo Bom - Capa

LINE UP

Leonardo Luiz (vocal/teclado)
Alessandro “Aru” (baixo)
Pedrinho Salvador (guitarra/vocal)
Fernando Coelho (bateria)
Lillian Lessa (vocal)

Em relação ao som creio que a fórmula não se alterou. Aqui temos o mesmo ideal viajante calcado no Hard para tirar o som da inércia. Em “Tempo Bom”, especificamente, notamos que a presença da Lillian deixa os vocais mais interessantes, duas vozes possibilitaram belas harmonias e o lado instrumental segue absolutamente rico.

Climão improvisado sem exagero, com bastante feeling, timbres cristalinos e uma dose de swing venenosa. Preparem o capacete, esse disco tem tudo para ser um dos grandes lançamentos em escala nacional esse ano, a criatividade pulsa dentro desses riffs e a cama rítmica deixa tudo no esquema para alquimias de marfim, teclado e guitarra… sonzaço.

https://youtu.be/1hYkVZXPlIg

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