Se você teve uma infância repleta de animes, certamente detém de recordações das inúmeras manhãs e tardes acompanhado Os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball. Pois bem, ambos estão de volta para a alegria dos milhões de fãs espalhados pelo mundo.
No início de abril foi lançada uma nova saga sobre os cavaleiros de Atena, intitulada Saint Seiya: Soul of Gold, série que marca o retorno dos Cavaleiros de Ouro imediatamente após os eventos ocorridos na última jornada original, criada por Masami Kurumada, a saga de Hades. Deta vez, Kurumada age apenas como consultor, mas deixou o projeto em boas mãos, na Toei Animation, com dois fãs incondicionais da série. O primeiro é o diretor Jooji Furuta, que conseguiu o cargo após realizar alguns storyboards da finada e fracassada série Ômega. Além dele, a designer Ayana Nishino, que já trabalhou na série e constantemente divulga desenhos dos cavaleiros em seu perfil pessoal no Twitter.
Talvez percebendo o potencial sucesso dos cavaleiros, Akira Toriyama anunciou nesta quarta-feira, dia 28, que 18 anos após o seu último trabalho original de Dragon Ball, Goku e seus amigos ganharão uma nova e inédita aventura a estrear em julho no Japão. Batizada de Dragon Ball Super, o novo arco da cânone ignorará os eventos decorridos de Dragon Ball GT (que não foram concebidos por Toriyama) e mostrará a Terra cinco anos depois da batalha que encerrou a série contra Majin Boo.
Nos cinemas, ambos os desenhos tiveram ou estão com produções por vir. Cavaleiros do Zodíaco teve no ano passado o longa em CGI para conquistar novas gerações (A Lenda do Santuário), mas o mesmo não foi lá essas coisas nas bilheterias, apesar dos efeitos impressionantes, e Dragon Ball figurará em junho deste ano com O Renascimento de Freeza, mas aos fãs assíduos de Toriyama e Kurumada, fiquem tranquilos, nenhum dos filmes afetará ou diminuirá o cosmo e o ki daqueles que acompanharam Seiya, Goku e tantos outros personagens icônicos do passado.
Presente nos sites das empresas, intranets, portifólios e nas redes sociais, as fotografias contribuem para que os clientes, parceiros, consumidores e o público interno tenham conhecimento sobre as atividades corporativas e suas principais características.
Para que a comunicação do seu negócio seja eficaz e bem direcionada ao público estratégico em questão, é preciso que esteja pautada nos principais atributos de uma mensagem publicitária: capacidade de despertar o interesse (seja pelo grafismo ou pelo conteúdo da mensagem), facilitar a memorização de um conceito-chave, suscitar o desejo do cliente em conhecer mais sua empresa ou produto e, por fim, gerar uma ação.
Para tanto, é preciso que na verba disponível para a campanha de comunicação esteja previsto o trabalho fotográfico, pois, sem a presença de um profissional de qualidade, corre-se o risco de trocar o certo pelo duvidoso, utilizando imagens repetidas de banco (sejam pagos ou gratuitos), que muitas vezes não refletem a realidade da empresa e pouco tem a ver com seu ramo de atuação e negócio.
O importante, na hora da contratação do fotógrafo, é fechar um pacote de atividades, pois, além da produção de imagens para o site, intranet, revistas corporativas e demais veículos de comunicação interna, o fotógrafo também poderá auxiliar na (o):
Construção do banco de imagens corporativo, com fotos dos colaboradores e dirigentes;
Cobertura fotográfica de eventos corporativos, premiações, coletivas de imprensa e ações promocionais e de marketing;
Making of da produção de vídeos institucionais;
Produção de imagens para o catálogo de produtos, folders e peças gráficas.
De acordo com o fotógrafo Eduardo Almeida, o trabalho deste profissional tem papel estratégico na imagem que a empresa quer construir perante seus públicos específicos, sobretudo, sua reputação. “Não adianta a empresa ter um site incrível, se as fotos estão em baixa resolução e foram mal produzidas. É preciso encarar a comunicação de forma integrada, sem deixar o visual de lado”, reforça.
Há menos de um mês, o músico Jack White declarou que se afastaria dos palcos por tempo indeterminado. Mas antes do hiato, faria cinco shows em formato acústico nos Estados Unidos com ingressos custando modestíssimos 3 dólares.
Bom, o último deles já aconteceu, foi em Fargo (Dakota do Norte), no dia 26 de abril. Aliás, Dakota do Norte era o único dos 50 estados norte-americanos que o músico ainda não havia tocado.
Jack White resolveu completar o mapa antes da parada em um show breve e intimista. Foram 14 músicas, que intercalaram entre sua carreira solo, The White Stripes e The Raconteurs, e por fim, um cover de “Goodnight, Irene”, do saudoso Lead Belly. O show foi transmitido ao vivo para usuários do TIDAL, sistema de streaming co-fundado pelo músico.
Quem viu, viu. Nesse ano tive a oportunidade de vê-lo tocar em Porto Alegre, e o Guilherme Espir viu o show do Jack White no Lollapalooza. Ambos foram sensacionais e quem não pode ir deverá esperar agora por um bom tempo para a volta. Que deve acontecer, claro. Só não se sabe quando.
O vídeo da última apresentação de Jack White você pode ver abaixo:
[Update]: Sem querer cortar o barato, mas não pode não. O vídeo foi retirado do ar, provavelmente porque o TIDAL detém os direitos autorais da exibição. Pena. Agora só quem for assinante do serviço poderá assistir. A não ser que outra pessoa faça o upload no youtube mais uma vez, o que pode acontecer.
https://youtu.be/ZYiwalgmSw4
Set List
Just One Drink
Temporary Ground
Hotel Yorba (The White Stripes)
Alone in My Home
Do (The White Stripes)
Love Interruption
Inaccessible Mystery
We’re Going to Be Friends (The White Stripes)
A Martyr for My Love for You (The White Stripes)
Blunderbuss
Carolina Drama (The Raconteurs)
BIS
The Same Boy You’ve Always Known (The White Stripes)
You’ve Got Her in Your Pocket (The White Stripes)
Goodnight, Irene (Lead Belly cover)
Em abril desse ano finalmente saiu um disco que eu há muito esperava. Sound & Color, o segundo trabalho de estúdio do Alabama Shakes, ficou pronto. E eu fiquei feliz.
A joia musical do estado norte-americano do Alabama estreou em 2012, quando lançou um dos melhores álbuns daquele ano. Três anos mais tarde, a banda repete o feito. Estamos ainda em abril, mas já é um dos grandes discos de 2015. Ouça a prova abaixo:
Acho importante dizer que Sound & Color exige um pouco mais de atenção do que o normal. É um álbum para ser apreciado com os ouvidos e com a alma. Não vai animar a festinha no fim de semana. Nem a banda de carro com a galera. Talvez duas ou três músicas façam isso, mas não é a ideia. É preciso ouvir com plenitude pelo simples motivo de que existe muita coisa em cada camada sonora. Algo que certamente se perde com ruídos externos.
A exemplo do estreante Boys & Girls, temos aqui um disco que caminha lentamente, com músicas calmas, introspectivas, sentimentais e eventuais explosões sonoras. A diferença está na produção do disco – mais delicada; na experiência da banda – adquirida em estúdio; na coragem – em continuar experimentando; e na lucidez – pois, ao mesmo tempo que a banda busca novidades sonoras, não faz a loucura de produzir um álbum totalmente oposto ao primeiro.
Canções como Sound & Color – começando com um vibrafone; Gimme All Your Love – que tem um início mesclado entre volumes altos e baixos, e que parece que acaba antes da hora, mas logo renasce, renovada, quase que como duas músicas em uma só; This Feeling – uma balada acústica calibrada com o mais puro feeling, justificando o título; Gemini – a mais longa e mais viajona, na minha opinião; e a psicodélica Over My Head, que encerra o disco, são exemplo de que o disco funciona quando ouvido em silêncio, sem notificações ou interrupções.
Tanto Sound & Color (2015) como o estreante Boys & Girls (2012) possuem capas bastante minimalistas.
Outra música que me alegrou também é Miss You, e que tem uma característica que gosto muito no som dos Alabama, que é essa de ir aumentando aos poucos a intensidade dos instrumentos em determinada parte da música, desde a pegada na bateria até a voz de Brittany Howard, que caminha dos sussurros aos gritos. É um detalhe que já foi utilizado em outras músicas da banda e que dá a sensação de que a música está indo a algum lugar, e de certa forma isso nos move também, nem que seja em pensamento. Saca? Se não, escuta no player ali em cima. Ah, e claro, o single Don’t Wanna Fight, a primeira música do álbum a ser revelada, um funk rock que exala swing e categoria.
Sound & Color é, no geral, mais baladão do que o Boys & Girls. Ironicamente, tem a música mais rápida dos dois discos, The Greatest, que é quase que um punk rock, cheio de teclados e com várias mudanças de andamento. É uma concentração de energia que foge do padrão do disco, que de padrão não tem nada.
Brittany Howard, vocalista e guitarrista da banda, em breve deverá ser lembrada como uma das grandes vozes da música internacional. É a mistura bem equalizada entre blues, soul e rock. E não é só em estúdio não. A banda tem se apresentado ao vivo e mandado bem demais nas canções do novo disco. No Festival Coachella, que rolou no mesmo mês de lançamento, o Alabama Shakes fez um dos melhores shows. Os dois vídeos abaixo comprovam isso:
O troco errado na padaria, que você fingiu que não via, sorriu de lado, saiu de fininho, cantando igual passarinho.
Parece brincadeira, mas não é. A lei do universo é simples: ação e reação. Quem nunca ouviu falar que o mundo dá voltas? Ou que coisas boas atraem coisas boas e coisas ruins atraem coisas ruins? Não importa a sua religião ou credo, o universo retribui.
Encontrar uma carteira cheia de dinheiro na rua? Acontece. Devolver? Nem sempre. E quem devolve? É bobo. “Se você perder a sua, ninguém te devolverá”, eles dizem. “Todo mundo pega, todo mundo rouba, todo mundo é esperto”. Calma lá, amigo, eu não sou ‘todo mundo’. A vida devolve em dobro.
Nunca utilize as pessoas como meio, mas sempre como fim em si mesmo. Isso é Kant. E é Deus, Oxalá, é a ciência, é ateísmo. Não importa de onde você tira esse conceito. A paz de espírito só existe se você estiver bem com você e com o outro. Ninguém aqui é uma ilha.
A vida, meu amigo, devolve cada centavo. Mas nem por isso você deve esperar sentado a retribuição pelas suas boas ações. Se você está nessa vibe, melhor mudar de perspectiva. Sem motivos, sem objetivos futuros. Amar sem compromisso. Ame, inclusive, os teus inimigos.
Falta amor por aí. Faltam boas ações e sobra intolerância. O universo devolve em dobro. E pagamos também pelos erros dos outros. Afinal de contas, somos uma comunidade. Estamos juntos nesse planetinha azul. Mais amor, menos guerra, inveja e ódio. Paz nos corações.
Originalmente em Puta Letra. Conheça a fanpage do projeto.
Pawel Kuczynski é um ilustrador polonês especialista em desenhos gráficos. Suas obras fazem uma crítica social de forma sarcástica, profunda e muito inteligente.
Pawel nasceu em 1976 na cidade de Szczecin, tendo se graduado vários anos depois na Fine Arts Academy, em Poznam.
Em 2005, ele recebeu o aclamado prêmio Eryk da Association of Polish Cartunists por conquistar rapidamente um número recorde de prêmios em competições internacionais: cerca de 92 naquela época.
Sobre a repercussão mundial de suas obras, Pawel comenta orgulhosamente:
“As pessoas costumam me perguntar sobre o significado do meu trabalho, e gosto que o façam, pois significa que minhas obras estão vivas. Eu me considero um ilustrador realista dos nossos tempos surreais. Sou um observador, e converto em desenhos as minhas observações sobre a condição humana.”
A técnica mais usada por Pawel para representar suas críticas é a metáfora:
“A metáfora é uma linguagem universal. Às vezes, uma boa metáfora consegue explicar uma ideia melhor que mil palavras. Então, tento transmitir o que penso sem palavras.”
Pawel não é um artista revolucionário, mas suas obras inteligentes e realistas traduzem muito bem as intempéries da vida em comunidade:
“No meu trabalho eu tento dizer o que vejo, mas não sou um mensageiro que deseja mudar as pessoas. Gosto de observar as pessoas e as relações que estabelecem entre si. Vivemos há tanto tempo juntos nesse mundo, e mesmo assim cometemos os mesmos erros: guerra, pobreza, divisões raciais, ecologia, dinheiro — estes são os temas que gosto porque são tão imortais como a arte.”
Os cinco principais temas abordados pelo artista são: pobreza/desigualdade social; política/economia; meio-ambiente/ativismo ecológico; guerra; privacidade em redes sociais (especificamente no Facebook).
A seguir estão algumas obras de Pawel sobre cada um dos temas:
Em um canto abandonado, muitos ocupando um espaço pra poucos, na marginalidade e largados, dividindo o espaço com os ratos na beira dos esgotos, se apequenando sem ver uma oportunidade, uma saída, a não ser só mais um que luta por nada e que vence por pouco.
Essa é a realidade de milhões que moram longe dos olhos de quem prefere não enxergar depois do muro, realidade de tantos que fugiram do miolo e da nata, e pertencem a crosta de um meio que só aceita que poucos vivam, que apenas poucos não sintam o gosto de sobreviver mais um dia, de lutar pelo dia, pela moradia e para não ser só mais uma tardia morte dos seus sonhos.
Perdidos e ilhados no meio dos pesadelos, é uma realidade injusta para se ter, uma realidade onde a sobrevida te faz rever e subverter todas suas crenças e atitudes, sobrevivendo no inferno não dá para saber o que te convence e o que te ilude, acreditar em um plano em que a lógica é cortar seu tendão e te fazer viver pregado ao chão.
“Mas só porque é pobre tem que ser bandido?” é sua resposta. A revolta rebate esse pensamento de inverdades, com meias verdades, que são suficientes para convencer a quem procura um ideal no meio da selva.
Como disse Marighela, parafraseado por Mano Brown: “Não há revolução sem uma fuga na mão, sem justiça não há paz, há escravidão”. “Fuga” tem como significado arma de fogo. No caso de Marighela, pela situação que ele vivia, não acredito que ele estivesse tentando usar uma metáfora ao falar de revolta armada – tentar combater a repressão truculenta com palavras não parece algo aceitável – mas no caso do RAP, as coisas mudam de ponto de vista.
“Minha palavra vale um tiro e eu tenho muita munição” diz Brown, “As armas que uso é microfone, caneta e papel” diz MV Bill. Os exemplos são muitos, de demonstração do espírito escondido por trás de cada letra, de tentar repelir o movimento de repressão e exercer o poder da arte que se domina, de se revoltar, de ser contra o movimento opressor.
RAP de revolta foi sempre escutado e executado em todos os becos e vielas das quebradas de todo o Brasil. Para demonstrar essa revolta, muitos grupos tentaram contar de diversas formas a realidade em que vivem e um processo que passam, muitas estórias e casos são retratados na música para se levar a realidade ao alcance de inúmeros ouvidos.
Muitos percussores da música chegaram realmente a ir pro arrebento, pegar um fuga na mão, ir pra grupo e tentar ganhar o seu da forma que conseguia, chegando a ser exilado, mas não deixando que a ideia se prendesse mesmo dentro das grades.
O Grupo 509-E compôs seu álbum “Provérbios 13”, com o gosto do fel, da dor e da raiva, com os integrantes do grupo exilados no Carandiru. Tendo em suas referências batidas de MPB e de clássicos do RAP, o grupo tenta retratar a revolta que vive um preso e a condição do pobre naquela situação e até chegar nela.
Outros grupos mostraram a cara da revolta no meio, e chamaram a atenção na cena do RAP ao tentar fazer da sua arte instrumento de revolta, como Facção Central, Trilha Sonora do Gueto, Face do Crime, Eduardo, Ndee Naldinho, entre outros.
Desde pequeno o pobre favelado aprende que, para sair daquela vida, ou se é jogador de futebol ou cantor, que oportunidade falta, aprende e se repreende que se é desqualificado, tendo como poucas as chances, vendo muitas vezes alguém solucionando aquilo indo pra grupo e conseguindo a moto do ano ou a roupa de marca.
Mas todo favelado escuta que grupo não é vida pra ninguém, escuta no RAP, ou na mãe do favelado que morre, aos prantos; aprende que grupo não dura e não vira; aprende moral e lealdade com a quebrada.
A produção de humanidade é algo incomparável dentro dos becos e vielas, a quantidade de jovens com habilidade para se tornarem grandiosos que perdemos também, viver em um mundo onde tudo o que temos é futebol e revolta como opção – para um número tão grande de jovens – é algo que necessita de mudança, seja ela como for, pela luta ou pelo discurso, mas que a mudança aconteça.
509-E e a discussão do que é ser bandido:
Clipe do Facção Central proibido de passar na época e que levou o grupo a cadeia por apologia ao crime:
Racionais MC’s cantando Artigo 157, música que exemplifica o que significa “viver pouco como um rei”:
O reflexo das próprias escolhas. Aceitar que cada uma implica em perdas e aprender a conviver com as mesmas. A complexidade dos dilemas é o ponto de partida para “Vingadores: A Era de Ultron”. O ambiente criado, assim como os fatores determinantes para tais crises existenciais, tornam a trama mais madura em relação ao antecessor, mas o filme dos maiores heróis da Terra peca nos excessos, nos sentimentos artificiais e no descaso com os ingredientes que deram certo na primeira aventura do grupo.
Novamente, o Homem de Ferro é o cerne dos Vingadores, e sua tentativa de lidar e conviver com atos passados, inclina os outros integrantes a buscarem respostas para as mesmas perguntas. Nesse conflito doloroso de consciência, pensando que estaria ajudando o mundo a tornar-se um lugar melhor, Tony Stark (Robert Downey Jr.) une mentes com o já problemático Bruce Banner (Mark Ruffalo) para criar uma Inteligência superior, capaz de tomar decisões e substituí-los na missão de proteger a Terra. Assim nasce Ultron (James Spader).
Spader, diga-se de passagem, revelou-se uma excelente escolha para o papel de principal antagonista da produção. O ator, que atuou de corpo presente e teve os movimentos e feições substituídos pela técnica de captura de movimentos (auxiliado pelo mestre da arte Andy Serkis, que também atua no filme, mas em carne e osso como o personagem Ulysses Klaw) é excepcional, ainda que o seu vilão não acabe sendo representando de fato um medo iminente no roteiro. De qualquer forma, sobram ironias, piadas, sedução e lógica dignas de uma inteligência que busca ser soberana e perfeita no mundo habitado pelos heróis. Visto apenas por esse prisma, A Era de Ultron aparenta uma interessante ambiguidade.
Mas mesmo com as discussões e revelações iniciais da imprensa de um filme tendo um tom “mais sombrio”, “A Era de Ultron” passeia por fórmulas que deram certo no primeiro filme. As clássicas tiradas de Hulk e Thor (Chris Hemsworth), o humor e a seriedade do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), o estilo de ser da Viúva Negra (Scarlett Johansson) e o início de tensão que culminará nos eventos de “Capitão América: Guerra Civil” entre Steve Rogers (Chris Evans) e Tony Stark. Todavia, existem falhas e excessos. Tanto “Homem de Ferro 3” quanto “Thor: O Mundo Sombrio” são completamente ignorados nos eventos ocorridos em “A Era de Ultron”. Além disso, Joss Whedon parecia querer emular a destruição insuperável de Michael Bay nos cinemas. Ação em grau superlativo, que em certas cenas, até apresentaram coreografias e visuais bastante impressionantes, mas que acabam perdendo sentido e fôlego de tantas repetições.
As adições dos gêmeos Wanda e Pietro Maximoff (Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnson) fluem de formas diferentes. Enquanto Wanda de Olsen carrega uma presença marcante no longa, o Pietro do Taylor-Johnson é apenas correria, apatia e um engodo para o decorrer da trama. Outro oposto a ser comentado é a relação entre o Hulk e a Viúva Negra. O sentimento crescente e aparentemente datado de algum espaço-tempo não condicionado em eventos anteriores, por vezes, soa artificial tal como o próprio Ultron. A química entre Ruffalo e Johansson é convincente, mas os motivos para obterem mais um preenchimento no roteiro é uma incógnita. Já o surgimento do Visão (Paul Bettany) é um alento para deixar qualquer nerd em êxtase. O personagem ganha vida para tomar no futuro, lugar cativo para os espectadores.
A Marvel chega ao clímax dos 141 minutos de filme de forma econômica e podendo pender para diversas possibilidades. Não há informações secretas espalhadas ou heróis novos surgindo no canto da tela ou em mensagens subliminares. Cada qual das linhas introduzidas durante a história pode ou não possuir alguma ligação com novos horizontes, e isso determina o sucesso da Casa das Ideias nos cinemas. Sucesso creditado de anos de trabalho intenso. Talvez, aquilo que falte para os maiores, serem os melhores heróis da Terra, seja apenas uma consciência e uma aceitação de aprender a conviver com outros filmes concorrentes sem almejar competir em grau de escala consigo mesmo.
Um alto risco de vida vale um trabalho? É verdade que algumas profissões não tratam essa questão de uma forma facultativa. Porém, há quem entre o risco e o conforto escolhe a primeira opção, por conta da adrenalina, da inquietude, da indignação, da empatia ou sei lá.
O prêmio foi em virtude da cobertura fotográfica da epidemia do Ebola, no oeste da África, em 2014. Por isso, não é uma fotografia vencedora, mas o conjunto todo da obra.
A mando do New York Times, Daniel chegou ao continente africano em agosto do mesmo ano, e cobriu a epidemia na Serra Leoa, Libéria e Guiné. Durante quatro meses, acompanhou de perto não só muitas cenas que nós olhamos em noticiários e reportagens, mas cenas que sequer foram ao ar.
“Monrovia estava sendo devastada e havia corpos estendidos pelas ruas. As funerárias não conseguiam carregar os corpos em tempo suficiente e as instalações de tratamento ao Ebola estavam transbordando. Senti que era minha responsabilidade ficar lá o máximo que eu pudesse aguentar, já que minhas fotos estavam sendo vistas por pessoas do mundo todo”.
Daniel Berehulak está com 39 anos, mas é considerado pelas agências internacionais e pelos grandes conglomerados de comunicação como um veterano em zonas de conflito. ‘No entanto, este era um tipo diferente de perigo’, disse David Furst, editor de fotografia do NY Times, que o enviou à missão na África.
“Não era uma guerra no sentido convencional, não era um conflito totalmente visível. Mas foi, de muitas formas, uma batalha que instigou e assustou o mundo. Eu estaria mentindo se dissesse que não tive medo”.
Abaixo, algumas fotografias que deram a Daniel Berehulak o prêmio Pulitzer de fotografia em 2015. Somando, o trabalho do fotógrafo chega quase a uma centena de fotos, publicadas em várias reportagens do New York Times sobre o caso. Todas elas podem ser lidas aqui.
Para o CEO da Netflix, Reed Hastings, a televisão que conhecemos terá vida útil até 2030. Ano passado, o executivo previu a soberania do domínio das redes streaming e a extinção da TV em, aproximadamente, 15 anos. É difícil dizer se ele está certo ou errado. A verdade é que, lá no fundo, gostaria que ele estivesse certíssimo. Deixando de lado a espiritualidade, apliquemos a Lei do Progresso aos bens materiais: VHS, DVD, controles com fio, entre tantos outros objetos, caíram em parcial ou completo desuso. A televisão convencional, seja ela aberta ou a cabo, pode seguir o mesmo caminho de obsolescência. É a lei natural.
Ao fazer tal declaração, Hastings não se referia apenas à Netflix, mas a todas as redes streaming que estão no mercado — Hulu, Amazon, iTunes. Entretanto, colocar o reinado da Netflix em discussão é tolice, pelo menos no atual panorama mundial. No termo vulgar, a ”locadora” oferece uma variedade absurda de filmes, documentários, séries, shows e desenhos animados que, dificilmente, será superada por uma concorrente. Além disso, os conteúdos originais são um show à parte. No atual momento, são poucas as suas produções, contudo, a qualidade empregada a cada uma delas dá de dez a zero em muitas criações de grandes emissoras norte-americanas. As minhas favoritas são Orange Is the New Black, House of Cards e Daredevil. Vale a pena sentar para conferir cada episódio, cada minuto, cada personagem das três séries — e das demais também. Na verdade, gostaria de sentar para assisti-las na sede da Netflix, em Los Gatos, lá na Califórnia, e ainda ganhar um belo dinheiro por isto.
Junto à HBO, a rede streaming apresenta excelentes conteúdos originais.
Quando comecei a assistir as séries originais da rede, em 2013, também comecei a traçar um comparativo maluco entre canais genéricos (ABC, Fox, NBC) e a mesma na minha cabeça. O sucesso de público que a Netflix registrou, apesar de não revelar a audiência de suas produções, foi um absurdo. Da noite para o dia muita gente que desconhecia o serviço se tornou assinante — ok, isto não se deve apenas às séries da rede, e sim de todo o conteúdo oferecido. Desde 2013, então, o número de assinantes só aumenta ao passar dos dias, seja no Brasil ou fora dele. Na minha cabeça, naquelas comparações malucas que mencionei acima, cheguei a três conclusões para justificar a glória conquistada pela Netflix. Tal glória se projeta por muitos e muitos anos à frente.
1. Interferência zero no conteúdo das séries
Ao contrário dos tradicionais estúdios de Hollywood, a Netflix dá carta branca aos produtores e diretores contratados. Caso um roteiro ou projeto seja aprovado, a etapa de desenvolvimento é pulada, seguindo direto para a produção, ou seja, a série não precisa se adaptar ao estúdio. Isto implica bastante no conteúdo que será levado ao público. Por exemplo: o que vemos nas séries da HBO, de uma forma geral, não seria visto em um canal aberto como a ABC ou a Fox antes de passar por todo um processo de seletividade, o qual executivos das emissoras dão as ordens. Nos é dado na HBO um overwhelming de sexo, sangue, entre tantos outros temas polêmicos. A restrição que ocorre em um também ocorre no outro, contudo, o limite imposto às criações atendem a demanda chamada público. Um é canal a cabo, o outro é canal aberto. Há uma grande diferença. A Netflix se encaixa (ainda bem!) na categoria da HBO, ainda que de uma forma mais branda. Mas isso significa que canais abertos não nos mostram temas polêmicos? Claro que não. Mas experimente comparar os dois.
Essa cena é bem branda comparada ao que Orange nos apresenta ao decorrer de duas temporadas (a terceira estreia em junho!!!).
2. Tempo de produção
No dia primeiro de fevereiro de 2013 estreou House of Cards; apenas no dia 14 de fevereiro de 2014 o segundo ano da série foi disponibilizado. Este período agonizante (o famoso hiatus) que dura pouco mais de um ano para o lançamento de uma nova temporada é um fator determinante para as séries originais da Netflix. Os 13 episódios oferecidos por temporada — eles seguem um padrão de 13 episódios por temporada, não me recordo se há alguma produção com menos ou mais episódios — têm um prazo mais do que suficiente para serem produzidos. Os roteiristas, produtores e diretores podem errar uma, duas, cinquenta vezes até acertar; o produto final terá um selo de qualidade, uma vez que o tempo investido no mesmo é amigo. O bom é que o resultado final compensa os árduos meses de espera. O ruim é que quando acaba os 13 episódios você volta a definhar.
Enquanto espera pela próxima temporada, existe um extensivo catálogo para ser visto.
3. A qualidade a qual as produções são condicionadas
Jenji Kohan, David Fincher, Eric Roth, Jodie Foster, Aaron Paul, Kevin Spacey, Natasha Lyonne, Kate Mulgrew, Robin Wright e Kate Mara são alguns nomes que estão por trás das séries, seja na produção ou no elenco. É uma galera de peso que assina contrato com a Netflix, logo o resultado só poderia ser, para dizer o mínimo, satisfatório. Esta palavra, na verdade, é eufemismo para ”do cacete”. O investimento da empresa em figuras de renome tem o retorno desejado, tanto em qualidade quanto em público. Muitas séries gostariam de ter seu elenco substituído por metade desse pessoal. Além do elenco, as locações, a fotografia, a trilha sonora, o tom, são elementos em que estas séries acertam fácil a mão.
House of Cards foi a primeira série produzida para a internet a ser indicada ao Emmy. Faturou três logo em seu ano de estreia.
A dominação mundial se dá por vários meios. A Netflix trilha seu caminho já como a suprema detentora desse sistema de redes streaming. Reed Hastings acha que a TV morrerá daqui a 15 anos, e que seu império, junto a outros pequenos reinados, ascenderá a um topo inalcançável. Quem comanda a indústria da televisão é aquele pessoal que nunca vemos, sabemos que existe e que age como uma força onipresente e irrefreável. É só pegar os jornais como exemplo: com o surgimento da internet, e dos jornais digitais, o fim do jornal impresso foi declarado com veemência. Ainda compro o O Dia na banca perto de casa. Por isso acho utópico a TV sair de cena. Mas tomo os dias atuais como exemplo do que já acontece e que só tende a crescer: na TV só assisto aos jogos do Fluminense e as partidas de tênis. Fico zapeando de canal em canal e depois de dez minutos desligo a televisão. (Mentira, também assisto algumas coisas no NOW e no Telecine).