Em 18 meses de trabalho, o fotógrafo italiano Gabriele Galimberti percorreu o mundo para capturar através de suas lentes crianças de diferentes culturas e suas coleções de brinquedos. Na série, fica nítido o abismo social entre as crianças de países de primeiro e terceiro mundo (Suécia e Haiti, por exemplo). No entanto, mesmo com a diferença econômica entre as crianças, o fotógrafo percebeu uma similaridade: Independente da variedade de brinquedos, as crianças apenas buscam diversão.
No geral, Gabriele encontrou mais facilidade em manusear e organizar os brinquedos das crianças oriundas de países mais pobres. Mesmo possuindo um, dois ou três brinquedos, as crianças mais carentes foram mais acessíveis do que as crianças de países mais ricos, que possuem uma notável maior variedade de bonecos, carrinhos e outros objetos. Essa definição pode justificar, de certa forma, que o materialismo vem desde a criação.
“Em países pobres foi muito mais fácil. Até mesmo aqueles que tinham apenas dois ou três brinquedos, pouco se importaram. Na África, as crianças geralmente brincam com seus amigos nas ruas” (Gabriele Galimberti)
Mais do que uma série de fotos divertidas e interessantes, “Toy Stories” (nome da série) é um estudo antropológico. Os brinquedos, muitas vezes, refletem a realidade em que as crianças vivem. Shaira, uma indiana de família rica de Mumbai, gosta de jogar Monopólio, pois está inserida no dia-a-dia de construções de casas e hotéis. Já Abel, de Nopaltepec, uma bucólica cidade mexicana, é fã de caminhões, pois é o que ele vê todo dia em seu vilarejo, que fica bem próximo a uma plantação de açúcar.
Momento nostalgia: Se coloque no lugar das crianças fotografadas e tente imaginar uma foto sua com seus brinquedos preferidos durante a infância. Em minha foto certamente haveria uma coleção dos comandos em ação, cartuchos de mega drive, carrinhos de fricção, um tiranossauro de borracha (esse eu ainda tenho), um boneco do Fofão, uma bola de futebol, uma Caloi e revistinhas do Chico Bento e do Zé Carioca.
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