Em 2022, o Catar sediará a tão sonhada Copa do Mundo. Já passamos por isso aqui no Brasil e, apesar de toda a festa do futebol, turismo e aquela coisa toda, é fácil perceber que as consequências, no geral, não foram tão positivas quanto a propaganda prega. No Catar, oito anos antes do Mundial, já há dados estatísticos comprovando a conclusão.
A exemplo do Brasil, o Catar também construirá novos estádios milionários e de primeiro mundo para receber o evento da FIFA. Por isso, as obras no país estão a milhão, custe o que custar – ou morra o que morrer. As estatísticas mostram que mais de 400 imigrantes nepaleses já morreram nas obras da Copa. O levantamento foi feito pela organização dos direitos humanos Pravasi Nepali Co-ordination Committee e foram baseados em dados oficiais do governo. Se a média continuar, estima-se que 4.000 trabalhadores morrerão até 2022. Além do Nepal, a mão-de-obra estrangeira vem a preço de banana de outros países próximos como Índia, Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka.
Pode passar o tempo que for, mas essas mortes não serão esquecidas. Um projeto chamado Memorial da Copa do Mundo do Catar será construído em Doha para homenagear os trabalhadores mortos – ou lembrar às pessoas quantos trabalhadores perderam a vida para a realização de um evento.
O memorial é uma torre feita com módulos de concreto, cada um representado um trabalhador morto. Quanto mais mortes, mais alta será a construção, que só será encerrada após o término das obras da Copa. Se a taxa de mortalidade não for reduzida, o memorial poderá alcançar a impressionante altura de 1500 metros e será disparada a construção mais alta do mundo.
A ideia é parte do projeto de arquitetura espontânea 1 Week 1 Project e é liderado pelos arquitetos Axel de Sampa e Sylvain Macaux. A torre é uma espécie de espiral, com escadas do solo ao terraço, interligando todos os blocos de concreto. São 4 blocos por nível e cada nível possui 2 metros de altura. Com as atuais 400 mortes, a torre chegaria aos 200 metros, mas isso é só o começo.
Parece que a decisão de ter a maior construção do mundo está nas mãos do governo do Catar. Mas as razões desse status atingido não seria motivo de orgulho para país algum.