Pensa aí: quando o continente da África vem em mente, o que você imediatamente pensa? Pode não ser sua culpa, nossas memórias são frutos do que vivenciamos e do que consumimos. Como a maioria de nós, brasileiros, ainda não fomos à África, logo associamos o continente às informações que consumimos, na maior parte dos casos, por meio da mídia.

Rachel (nome fictício) é uma menina de 17 anos que vive em Gana. Gana é um país que, segundo os jornais brasileiros, tem um bom time de futebol, muita pobreza e alguns imigrantes vivendo no Brasil. Mentira? De forma alguma. Mas é só isso? De forma alguma.

Para provar que a África é muito mais do que o que a mídia internacional noticia, Rachel criou no final de junho uma campanha no twitter com a hashtag #TheAfricaTheMediaNeverShowsYou. A ideia é mostrar ao mundo a riqueza cultural e natural do continente. Rachel, em entrevista ao Mashable, explicou sua motivação:

Eu comecei esta campanha porque senti que estava na hora de o mundo conhecer de verdade os africanos, de ouvir nossas histórias e de ver a África que nós conhecemos em vez de ver apenas o que a maior parte da mídia mostra. Estando em Gana, e também sendo africana, eu sei que há muito mais do que pobreza, guerras étnicas e doenças. O mundo merece saber que há algo além disso.

A campanha já tem mais de 65 mil tweets e chegou também a outras redes socais, como Facebook e Instagram. Rachel admite que a campanha não irá apagar os problemas que a África tem. E ela reconhece que os problemas são reais. O que ela não entende é porque o continente é tão estereotipado.

Nós também queremos mostras às pessoas que a África não é só animais, selvas e safáris. Nós temos incríveis arranha-céus, hotéis, shoppings e muito mais.

Com a campanha, milhares de africanos estão utilizando as redes sociais para espalhar seus costumes, suas tradições, seus pratos, suas bebidas, suas músicas, suas praias preferidas, suas brincadeiras, seus desfiles de moda, seus filmes, suas invenções científicas e outras imagens e vídeos que não estamos habituados a consumir.

Se não podemos fechar os olhos para o que há de problemático na África, também não podemos fechar para o que há de bonito. Seria uma incoerência maior que o Saara.

Separei alguns tweets que estão em destaque. Saca só: