A Matrix da Matrix de Matrix

“Acreditamos apaixonadamente na importância da mitologia e na forma como ela explica a cultura. Durante a história do mundo existiram pessoas que buscaram o significado profundo da vida e chegaram a revelações surpreendentes. Neste filme, queríamos mostrar o que acontece a um pequeno grupo de pessoas que fazem perguntas que têm respostas muito estarrecedoras. Queríamos que as descobertas deles fossem o começo da história, não o fim; estávamos interessados no que essas pessoas fariam à medida que ficassem mais conscientes com o que aprenderam”.

(Irmãos Wachowski)

Matrix é uma obra-prima. Uma grande obra de ficção científica, máxima amálgama do gênero, um dos bons filmes da safra de 99, nosso zeitgeist, um dos filmes mais vistos da História, os lugares comuns. Entretanto, analisado com um olhar mais demorado, são possíveis outros elogios menos comuns ao filme dos Wachowski. Matrix é o derradeiro grande trabalho artístico do último milênio; fascinante, desconcertante e revolucionário como os festivais de fogos de artifícios na China em seus primórdios. Matrix é um dos limiares estéticos entre a arte aristotélica de formas padrões e uma nova de formas desapadronáveis. Fenômenos posteriores como Lost (sem esquecer antecedências como Laranja Mecânica ou o Jovem Wearther de Goethe) deixariam mais clara a diferença de Matrix dos blockbusters precedentes. Debates acirrados em fóruns online, interatividade plena em jogos eletrônicos, massiva propaganda e publicidade espontâneas em todos os campos de mídia, atentados motivados pelas alegadas subliminares verdades do filme, uma obra de um novo tempo que transcende o seu próprio discurso em seu próprio discurso – a fascinação e o predomínio do virtual.

“Matrix é certamente o tipo de filme sobre a Matriz que a Matriz teria sido capaz de produzir. A mensagem de Matrix é a sua própria difusão por meio de uma contaminação incontrolável”.

(Jean Baudrillard, Cinegnose / Le Nouvel Observateur)

A minha resenha não pretende dissertar sobre o fenômeno cultural de Matrix e não pretende também explicá-lo enquanto cinema ou trama. Eu pretendo discutir aspectos exóticos, estranhos, aspectos costumeiramente ignorados nas muitas “teses matrixais”, por assim dizer, os rios azuis do mundo eletrônico dedicados aos filmes e legado.  É uma resenha sobre Matrix para aqueles que já entenderam Matrix. Aqueles que foram além das boas cenas de ação ou do hype. Aqueles que já optaram pela pílula vermelha – e como o simulacro pode estar além do imaginado.

Digamos que eu sou o Chapeleiro Louco e traga a loucura onírica para dentro da arquitetura volátil dos sonhos de Alice.  E as minhas respostas não pretendem responder nada, mas instigar.

matrixdojo

Primeiro, a análise matrixal pode ser dividida em três perspectivas populares: sociológica, informática e esotérica.

Na perspectiva sociológica é uma reflexão sobre as possibilidades da Singularidade e o avanço de tecnologias “cegas” que nos rodeiam, alguns comentários metafóricos sobre desigualdades sociais e preconceito. Somos cada vez mais dependentes das tecnologias de informação e os filmes como nas mais referenciadas ficções científicas extrapolam o presente em forma de um futuro fascinante que devemos ambicionar e/ou temer. A crítica da desigualdade é observada na superioridade das máquinas frente aos homens e nas escolhas típicas dos caracteres: os vilões são executivos, caucasianos, homens, calculistas, frios, segregacionistas, conservadores; e os heróis são farroupilhas, multiétnicos e de ambos os sexos e várias idades, passionais (incluindo as máquinas), revolucionários. O cyberpunk referenciado no design de produção e no roteiro precede sua crítica de viés progressista. A perspectiva sociológica é a mais superficial apesar de eficiente em suas alegorias.

morpheus - matrix
“Matrix é um mundo que jogaram diante dos seus olhos, para deixá-lo cego quanto à verdade: que você é um escravo”.

Na perspectiva informática, ou a ficção científica propriamente, e por tratar exatamente de tecnologias de informação Matrix é mais elaborado. A chamada “Matrix” é uma realidade artificial plena de um mundo pós-singularidade. As máquinas ultrapassaram a complexidade humana (Singularidade) em um distante e degradado futuro ambiental e social, ocorrera uma guerra, vencendo-a aprisionaram a humanidade em um simulacro de mundo em seu mundo pós-cataclísmico. O maquinário sobrevive pelo uso da energia humana estimulada pela Matrix. Matrix habitada por humanos inconscientes de sua situação (entidades) e programas (bots) em sua forma atual, e ela se altera em sua estrutura autogerida, representando o final do século XX. Descobrimos que alguns seres humanos não foram aprisionados e resistem em uma cidade subterrânea secreta chamada Zion, hackeiam a Matrix em busca de pessoas mais propícias para a libertação, menos adaptadas ao ambiente de Matrix – em sentido sociológico e neurológico. Os menos adaptados sentem, ou melhor, pressentem sua artificialidade. Entre os inadaptados um é chamado de O Escolhido, revelação dada por um ser misterioso chamado Oráculo, sobre um inadaptado mais forte que os outros em subverter a Matrix que liderará a vitória humana contra as máquinas. A trama começa com o despertar do Escolhido. Uma distopia sobre o alcance da instrumentalização humana e o potencial das inteligências artificiais. As máquinas do filme, entretanto, são booleanas. Toda a Matrix é estruturalmente booleana levada às últimas conseqüências. A inteligência artificial não evoluiu para alguma nova escala matemática (dado importante), ela é simplesmente a extrapolação do conhecimento computacional humano básico. Existe um problema sério quanto a conservação de energia no mundo de Matrix. O ser humano não seria uma fonte adequada de energia (ou o tipo de humano comum hoje) e de qualquer maneira a baixa incidência solar complicaria em muito a possibilidade de vida na Terra. Não é um mundo de fato realista.

O material cânone extrafilmes pormenoriza o mundo de Matrix, o passado, a guerra e o crepúsculo humano, situações inusitadas com inadaptados na Matrix e lateralidades do arco do Escolhido.

A perspectiva esotérica é a mais interessante ao tipo de análise excêntrica que proponho. E no primeiro e melhor filme, alguns diriam o único cinematograficamente memorável filme da franquia, é o Mito da Caverna o seu esoterismo mais tangente. A transcendência platônica das aparências (simulacros e simulações das máquinas, conformismo, ignorância) às formas originais (O deserto do real, a distopia, revolta, iluminação). Neo, o escolhido orficamente iniciado – o êxtase de Neo no último filme pode ser considerado uma ascendência solar – perpassa da negação ao entendimento pleno, todas as etapas do chamado monomito, tipo clássico. O primeiro filme tem sua trajetória fechada, uma surpresa para todos os envolvidos, todos os elogios já feitos. Mas nas continuações, as polêmicas continuações, o universo de Matrix é ampliado para um novo arco – os filmes seguintes lançados com poucos meses de diferença compreendem um só arco – um arco maior, não do personagem, a jornada do herói, mas jornada e tragédia do próprio mundo, ou seja: sua Teogonia.

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Muitos comentários ressaltam o gnosticismo do material, comentam sem entrar em grandes detalhes de qual e como exatamente funciona o entendido gnosticismo nos filmes, identificam apenas as formas básicas: a interpretação de um mundo falso e um mundo superior, a necessidade de transcendência dos homens, os nomes e suas alusões, gnosticismo em Matrix é parte de sua estética e trama. Vai muito além. Matrix funciona por uma lógica gnóstica específica, o filme é… Antes;

Alguns postulados axiomáticos precisam ser postos. Algumas condições dos filmes que precisam ser respeitadas para uma tese matrixal coerente e substanciosa.

Tudo que o Arquiteto diz é verdade

matrix - o arquiteto
“O que você acha que eu sou? Humano”.

O Arquiteto é a melhor base para qualquer informação verdadeira em um mundo de simulações de verdade. Ele é a mais inumana das inteligências artificiais – até mesmo Deus Ex Machina no filme mostra desdém e irritabilidade. O Arquiteto é o Demiurgo, o Programa Maior, programador ou “criador”, apesar de não criar em sentido restrito, ele manipula as estruturas de Matrix em suas bases e funcionamento geral, dá-lhes equilíbrio. O Arquiteto, entretanto, compreende e utiliza de ironia, humor depreciativo. Ele é matemático e perspectivo e intrinsecamente apegado às equações matemáticas e a veracidade de suas conclusões. A verdade, ou a veracidade, estão em sua condição inflexível. Ele não pode mentir ou se desviar das coisas como elas são (ou como calcula que sejam).

Eu sou o Arquiteto. Eu criei a Matrix. Eu estava à sua espera. Você tem muitas perguntas, e embora o processo tenha alterado sua consciência, você continua irrevogavelmente humano. Assim sendo, algumas de minhas respostas você entenderá, e outras não. Em consonância, ainda que sua primeira pergunta possa ser a mais pertinente, você pode ou não se dar conta de que ela é também irrelevante… A primeira Matrix que eu projetei era evidentemente perfeita, uma obra de arte, impecável, sublime. Um triunfo equiparado apenas ao seu fracasso monumental. A inevitabilidade de sua ruína é tão evidente para mim agora quanto é uma conseqüência da imperfeição inerente a todo ser humano. Assim sendo, eu a redesenhei com base na história de vocês para refletir com maior precisão as variações grotescas de sua natureza. Todavia, mais uma vez, eu fui frustrado pelo fracasso. Desde então, compreendi que a resposta me escapava, porque ela necessitava de uma mente inferior, ou talvez uma mente menos afeita aos parâmetros da perfeição. Portanto, a resposta foi encontrada, por acaso, por outrem, um programa intuitivo, inicialmente criado para investigar certos aspectos da psique humana. Se eu sou o pai da Matrix, ela sem dúvida seria a mãe.

A Oráculo, o despertar, a rebelião; as máquinas estabeleceram um modo de lidar com os inadaptados utilizando-se da inadaptabilidade, canalizando-a. Alguns chegam ao ponto de afirmar que Zion nem mesmo existe, e que em momento algum dos filmes teríamos visto o “mundo real” – um argumento tão niilificante quanto afirmar que tudo não passou de uma ressaca do Anderson. O Arquiteto afirma que as máquinas destruíram o lugar chamado Zion e que “ficaram eficientes nisso”. O Arquiteto também afirma que os inadaptados são um problema concreto e não um simples capricho ou entretenimento para a funcionalidade de uma Matrix, as máquinas em Matrix são essencialmente mecânicas. A inadaptabilidade humana, ou desejo de liberdade, ou como é definido no filme o livre-arbítrio, é exponencial e causadora de uma “anomalia sistêmica”. Nas anomalias sistêmicas os humanos sistematicamente rejeitam a Matrix e morrem, ou a maioria, eliminando a fonte de energia das máquinas. Mas o Arquiteto diz que as máquinas suportariam “níveis de sobrevivência” em caso de eliminação humana geral. É possível afirmar que as máquinas não dependem dos seres humanos como os inadaptados supunham. São os seres humanos que mais dependem da Matrix naquele mundo degredado, apesar da rebelião supor, como nos ciclos históricos de Ibd Khaldun os “povos do deserto”, as exceções, que deve por suplantar os “povos das cidades”, o poder estabelecido. É uma existência desigualmente dependente. Esta escolha pela humanidade é um fenômeno crescente até o último momento do filme…

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“Escolha é uma ilusão criada entre os que têm poder e os que não têm”.

Precisamos voltar um pouco para as falas do Arquiteto. A Matrix é única, apesar de autogerida (pelo Arquiteto) e remodelável, existiram três grandes modes de Matrix. A Matrix I ou Paradise, Matrix II ou Nightmare, Matrix III ou; eu pretendo chamar; Matrix Deontológica. A primeira um estado de “perfeição matematicamente calculada” rejeitada pela humanidade determinada para aceitá-la. A segunda, obscura, ou talvez as próximas versões, tentaram simular os sonhos humanos e o historicismo, os mitos, a causalidade, as metamorfoses, igualmente falha. Os humanos de pouco e em fim todos acabavam por rejeitar a simulação, o mundo de aparências, ou gnosticamente falando o mundo material. E então é criado o modelo final, funcional e relativamente estável, abarcando uma deontologia, ou um código deontológico de deve avaliar elementos muito específicos da natureza humana; é possível afirmar que a função da Oráculo é exatamente compreender o não-escolher humano e suas probabilidades últimas, o fato da humanidade rejeitar a simulação por mais perfeita que ela seja, e a conclusão é, conotações sociológicas postas de lado, profundamente esotérica: transcendência.  Algo profundo na humanidade, seu inconsciente (ou espiritual) não aceita o determinismo ou a causalidade. Em níveis diferentes e crescentes os homens precisariam da possibilidade de transcender a simulação, negá-la.  O estado de revolta (Camus) na forma dos zionitas, o despertar dos inadaptados pela pílula vermelha (o 1%), um Messias (Predestinado), ainda mais transcendente capaz de alterar todas as coisas. A feição de um gnosticismo, sim, um gnosticismo específico:

O chamado Basilidismo. Segundo Basílides (117 – 138 d.C.) os eleitos transcendem o mundo. A fé seria um reconhecimento (gnose) das coisas maiores, a realidade superior, não-presente e premente, e uma questão de natureza, não de escolha, os eleitos seriam naturalmente transcendentes por serem mais iluminados (ou gnósticos). Apresentava também a ideia da metempsicose expiatória, mundo único e de 365 céus e demônios humorais. O ponto interessante é a sua noção de uma transcendência gradativa e comum subliminar a toda escolha imediata. É a natureza última dos homens, em Matrix, e que “escolhe” apesar de não se poder escolher, o mundo que de fato é.  Os Wachowski em sua salada referencial criaram um novo basilidismo, e digo novo por incluir o messianismo. De todos os eleitos, o eleito dos eleitos, aquele no qual a transcendência ou gnose é concentrada, ele é o Escolhido. E o Escolhido é qualquer coisa além do mundo material, da matemática…

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A resposta da equação é mágica

O Arquiteto afirma que o Neo do filme – o Sexto Neo – é diferente dos outros. Neo ama Trinity. Nas múltiplas versões da telas vemos reações explosivas, expressões de desdém, expiações. As telas do Arquiteto em seu mundo especial do mundo especial são também a sua maneira de perceber o mundo, múltipla, matemática e perfeitamente limitada. Demiurgo, ele não é de fato um criador, incapaz de espontaneidade, alheio aos acasos ou comportamentos inesperados, ele não tem Eros, ele não pode calcular as muitas revoluções que se precipitam. Nas margens de sua percepção reducionista as anomalias tornaram-se as regras e a sua perfeição, retardatária, logo falha – o Arquiteto talvez não tenha lido Thomas Kuhn. O Arquiteto não se surpreende apenas com Neo, mas com o dinamismo inesperado – apesar de sugerido – das próprias máquinas. A sua surpresa com a Oráculo foi muito bem explanada na resenha do Matrix 101, recomendo fortemente. Os programas evoluíram para além de suas condições programáticas, não evoluindo em sentido próprio, mas mesclando-se a psiquê humana. O arco de Merovíngeo é elucidativo. Os programas sentem medo, ganância , eles não são, ou muitos já não são, de fato programas. A transcendentalidade não é mais só humana. Entre as máquinas a ainda máquina é o próprio Arquiteto, preso e perdido em sua nostalgia booleana, derrotado em seu próprio jogo – ou em um último jogo perigoso.  Máquinas que amam, cópias que não se repetem… Humanos que não são humanos… Na última cena a Oráculo tem fé, é a conclusão da trans-artificialidade da inteligência artificial. A Oráculo, feita para compreender a anomalia, a transcendência, torna-se anômala, ciente e crente da transcendentalidade em si. A Oráculo é kantiana. Se eu digo que o arco dos humanos e das máquinas é transcendência o mesmo não pode ser dito sobre Smith (ou em igual sentido positivo).

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“Eu realmente deveria lhe agradecer pois foi sua vida que me mostrou o propósito de toda vida, o propósito da vida é terminar!”

O Agente Smith é um worm. Ele é o reacionário, legitimador da submissão humana. Ele é puro Tânato, Isaías 54:16, uma faceta de vingança. Ele é uma máquina-não-máquina, máquina-sensível, apreende existencialismo, raiva, orgulho. Em quê Agente Smith é diferente da avareza de Merovingeo ou da Fé de Oráculo? Desejo de destruição e Autodestruição. Muito mais do que o seu poder – ele não foi capaz de absorver plenamente Oráculo e é duvidoso que fosse capaz de subverter o Arquiteto – o Agente Smith alcançara um pensamento de anomalia nas máquinas. Direto ao ponto: Agente Smith negou a Matrix, negou sua função, negou toda a forma de existência, negou sua causalidade, ele é uma própria e nova anomalia sistêmica. Agente Smith era um ponto irreversível, o sinal mais latente de algo que surge prematuramente em Merovíngeo e atinge até mesmo Oráculo. Se as máquinas de Matrix não evoluíram “maquinalmente”, mas humanamente, algo ainda mais estranho pode ser dito sobre o humano mais experimental de Matrix, o indivíduo humano mais alterado, o Escolhido:

Neo não é máquina e não é humano

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“Ele é você, o seu oposto, o seu negativo, o resultado da equação a tentar equilibrar a si mesmo”.

A natureza de Neo é um ponto de Matrix costumeiramente subestimado. O Chosen One. Pronto. A sua “visão espiritual” ignorada ou diminuída. Dizem que Neo é um robô – contrariando a fala do Arquiteto – ou que é tudo Matrix (poderia ser tudo sonho dando na mesma). O Arquiteto chama de “alterar consciência” o fato de Neo, Anderson, ser o Escolhido e a síntese das gnoses, anomalia instrumental. Seja Neo produto de manipulação genética e seleção artificial ou outro processo qualquer, “soma de inadequação”, Neo ainda é humano, ou assim pensou o Arquiteto em seu atraso. O Sexto Neo não é simplesmente humano, ele, como os programas mais proeminentes, negou sua causalidade para algo além. Em seu caso, o algo além não é a humanidade (irrevogavelmente humano), sim a transumanidade. Em suas reencarnações, ou reconfigurações, Neo foi além. Talvez nenhum humano de Matrix seja humano em nossos termos e o Neo é o mais transumano de todos eles. Ele pode ler todas as formas de vida com sua mente, é o oposto de Smith por representar, vejam bem, nova forma de vida e uma nova forma de vida maior. Ele é capaz de vencer Smith, o demônio, por ser um deus.

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Neo-Smith é a negação total e a afirmação total. Eles são a Matrix-além-Matrix. As revoluções que culminam no grande novo; qual? Quanto tempo a Oráculo manterá sua forma humana? Neo não morreu? Neo é capaz de morrer? Programas em forma humana vivendo naquele mundo em reconstrução? Todos serão Neo? Será feito um remake?