O Festival de Sundance é um dos aclamados encontros para se descobrir novos e promissores nomes do cinema hollywoodiano. Tendo, na sua história, revelado nomes de grande gabarito como Kevin Smith, Quentin Tarantino, Bryan Singer e alguns outros, neste ano, quem teve os holofotes refletidos com um brilho intenso fora o estreante Jon Watts.
Watts, até então tinha apenas alguns poucos curtas e filmes trabalhados para o mercado televisivo, mas com Cop Car, o diretor e roteirista conseguiu nada menos que o emprego dos sonhos para quem veio das produções de baixo orçamento: comandar o novo filme do Homem-Aranha a ser estrelado pelo jovem Tom Holland.
Em Cop Car, Kevin Bacon – novamente um ator pouco reconhecido na indústria; interpreta um policial durão que teve o seu carro roubado por duas crianças, estas, vividas pela dupla James Freedon-Jackson e Hays Wellford. No início, a produção parece trazer ares daqueles histórias sobre a ingenuidade e o espírito de aventura do universo infantil que fora exaustivamente trabalhado na década de 80, mas após o desenvolvimento do primeiro ato, o filme na verdade mostra-se muito mais sombrio em relação aquilo que aparentava.
Watts e o corroteirista Christopher D. Ford passeiam pelas paisagens e estradas americanas de um pequeno condado, destrinchando, absorvendo e vivenciando os nuances dos seus pequenos garotos. Não há uma arrogância em querer mostrar crianças bobas, ou mesmo, responsáveis demais. De forma dosada, Cop Car percorre o caminho do entretenimento cinematográfico permitido pelos limites financeiros.
Cop Car está longe de ser imperdível, mas também não chega a ser algo tão cansativo e de completa perda de tempo. No balanço geral, quem colhe os frutos é Jon Watts que, usando da mescla entre ação, seriedade e a direção de jovens atores, abocanhou um dos cargos mais requisitados dos cinemas dos últimos tempos: dirigir uma grande adaptação em quadrinhos.
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