The Flash: Série conquista fãs a toda velocidade

O que dizer sobre a tão esperada season finale de The Flash, exibida ontem (dia 19/05) na TV americana? Melhor ainda, o que dizer sobre o desfecho da primeira temporada de uma série que, episódio por episódio, conquista fãs assíduos e outros desconhecidos do personagem de forma tão coesa e empolgante? Barry Allen vem correndo a toda velocidade e o público agradece por uma das temporadas mais emocionantes do ano.

24 anos após o cancelamento da finada série estrelada por John Wesley Shipp, o velocista escarlate retorna para a TV de forma grandiosa, e com o avanço tecnológico, acabou tornando a nova série mais compensável e com um custo menor para os envolvidos. Mas para conhecer a finada primeira versão de The Flash (indico), basta procurar nos canais de streaming e ver como funcionavam as coisas nos anos 90. Aqui, atentaremos a versão 2014/2015, de Barry Allen.

Flash - Seriado - Warner (1)

Criada por Greg Berlanti, Andrew Kreisberg e Geoff Johns e sendo transmitida pelo canal CW, a nova adaptação do personagem da DC fecha o ciclo dos seus primeiros 23 episódios sem o maçante contorno de “vilão da semana”, tão característico de diversos outros programas e que inclusive, prejudicou e muito outro grande personagem da DC, ou você já se esqueceu de Smallville?

Em The Flash, existe uma preocupação para manter o arco principal em foco, mesmo que eventualmente, novos personagens terminem por ser introduzidos. Sem contar os eventos crossover ocorridos com Arrow, outra série que vai caminhando bem e teve encerrada na última semana sua terceira temporada.

flash-vs-arrow

O novo Flash é vivido por Grant Gustin, ator que havia ganhado destaque por fazer parte do elenco de Glee. O novo Barry Allen é franzino e nada se compara com os músculos de outrora de Wesley Shipp, que saudosamente também faz parte da nova versão como o pai de Barry. Mas prognósticos e fichas sobre o elenco também podem ser facilmente encontradas na rede.

A grande sacada da nova versão é impregnar aos olhos do público não apenas referências dos quadrinhos e diversas origens retratadas do personagem ao longo de décadas, mas também de brincar com o principal do herói: a velocidade e o tempo. The Flash passeia de formas surpreendentes e com questionamentos dignos de um jovem super-herói. Medo, erros, paixão, raiva e diversos outros elementos cuidadosamente trabalhados pelos roteiristas através de personagens secundários importantes e vilões saudosistas e repletos de simbologias pertinentes.

O grande duelo construído entre Flash e Flash Reverso (que atuação de Tom Cavanagh!) é um deleite visual e mostra como se desenvolve o emocional entre o herói e o seu nêmesis. Exibida no Brasil pelo canal pago Warner Channel, The Flash rompe barreiras e coloca a DC realizando algo concreto e digno na TV. É aguardar pela segunda temporada e esperar por mais desdobramentos (que já irão resultar na série derivada Legend of Tomorrow). Corra, Barry! Corra!

https://youtu.be/Fo5LLa3beSI

Documentário sobre Amy Winehouse tem mais um trailer divulgado: assista

O documentário ‘Amy’, produzido para contar a história de uma das vozes mais belas da música vem ganhando força em sua divulgação a cada dia que passa. O filme, que estreia nos cinemas britânicos em 3 de julho, ganhou mais uma trailer, dessa vez em versão extendida.

Amy é um filme dirigido por Asif Kapaida, diretor do documentário ‘Senna’, lançado em 2010.

Assim como o primeiro trailer do documentário, nesse vídeo é destacado que Amy Winehouse foi uma mulher que apenas precisava ser amada e que jamais pensou que a fama atingiria tais níveis. Ainda que tenha sido uma estrela, o filme mostra o lado humano de uma garota que só queria cantar, sem as badalações que a fama promove.

Assista:

Bombay Groovy: Meridianos Psicodélicos

Nunca fui num templo. Sempre tive vontade, mas nunca fui. Deve ser uma fábrica de energia. Sempre imaginei algo assim… Com uma mecânica que existe, mas que não necessita de nada para engrenar, vai sempre quase que de forma infinita. Esse lado espiritual volta e meia me fez ter curiosidade a procurar livros teóricos sobre o assunto, mas certos detalhes não são captados em livros, logo, não existe outra alternativa para meu Feng Shui a não ser ir para alguma base de pilar sagrado, vulgo templo.

A música sempre foi meu templo. Sempre vi cada nota como um sermão religioso, algo para me elevar e que acima de tudo me isola 100% de todas as questões problemáticas de meu dia-a-dia. Acho que as notas conseguem certos insights que nenhuma outra forma de arte almeja ou alcança. Acredito no seu caráter de cura e o mais importante: em toda sua potência reguladora de energia, sentimentos e influências.

Cada nota que sai precisa ser valorizada e é isso que poucas bandas conseguem vislumbrar. E hoje em dia esse fato pode decidir quem consegue sair do lugar comum e quem, com muita fibra e paixão, consegue criar uma arte que pode ganhar status de seita e fanatismo de estado islâmico, tornando-se assim o seu templo. E recentemente encontrei mais uma casa sagrada dentre a grande produção de arte brasileira. Com os paulistas da Bombay Groovy o nirvana chega e ainda se mistura com nosso próprio DNA em prol da miscigenação musical.

Line Up:
Lucas Roxo (bateria)
Jimmy Pappon (órgão)
Danniel Costa (baixo)
Rodrigo Bourganos (sitar)

O Ying Yang pede passagem na psicodelia dessas notas em frenesi de aurora boreal. É lindo ver um coletivo de músicos realmente cultos em relação a arte que representam e, que mais do que apenas tocar, buscam agregar novos elementos ao som, seja adicionando sinestesias ou temperando a trip, algo que a Bombay faz como poucos em nossa cena atual.

Depois que o play é dado nota-se o contato com uma representação artística fora da curva. O todo é formado por uma batera (Lucas Roxo) que banha o som em possibilidades multilaterais, sempre em pura sinergia com o sitar (Rodrigo Bourganos), instrumento que trabalha como algo à parte no som.

Forma a jam também nas cordas, mas vai além, tal qual a voz de Plant fazia no Led como um nato e brilhante fator à parte, provendo a liberdade de ir e vir como se o tempo fosse apenas um detalhe! Fazendo frente ao groove eloquentemente melódico e acima de tudo requintado pela baianidade cósmica de Danniel Costa, encerrando o karma no ponto cego da cama de Hammonds do inventivo e Zappiano Jimmy Pappon, a mente que oxigena toda essa viagem.

É como se Confounded Bridge abrisse um portal dentro da jam e fizesse com que a música voltasse a ser o idioma universal. Fazendo com que Jakarta Samba ou Gypsy Dancer encontrem um equilíbrio que até ano passado só era visto no meridiano de Greenwich, marco zero do ponto central da terra, o equilíbrio dos dois hemisférios, que em disco mostra a visão de 10 camadas libertárias da Bombay Groovy. É transcendental.

bombay groovy

O som simplesmente flui enquanto sua alma é embalsamada pelas decodificações sonoras. Parece que a naturalidade e liberdade das notas doces de Fonte de Castalia ou da europeia Le Bateau D’Orpheu, se moldam ao seu corpo e apenas seguem regendo esses momentos para que a apreciação de todos os movimentos desta trama seja total.

Sempre com aquele ideal Zeppeliano de elevar a música como um tributo aos grandes baluartes homenageando tudo que importa, desde o Funk de “Tala Motown” e seu groove celestial que deixa o ouvinte em questionamentos de upbeats em meio a downbeats, até a ambientação suprema deste primeiro disco.

É com Aurora que sintetizo a força desse som e suas características universais. Desde o Prog/Jazz do marfim malhada até a base rítmica que se confunde entre viradas, ragas e laços de notas graves cristalinas. O termo improvisação é a tese filosófica base desta união, mas até nisso a amplitude dessa ideia se limita. A Bombay Groovy faz música no sentido mais amplo da palavra e o fato de ser instrumental só exalta o quanto esses caras conseguem dizer sem ao menos proferir uma palavra concreta. Exuberante é pouco, veja os caras ao vivo e saia na posição de lótus.

Troca de Talas & Ragas

1) Dia após dia percebo que apesar da música Pop ter nos bridado com nome brilhantes (como o Steely Dan), parece que uma das suas principais contribuições para o todo foi simplificar as coisas. A cada dia que passa as músicas perdem em instrumentação e ganham em beats, copiam riffs e criam mais do mesmo… Como vocês, uma banda que vai exatamente contra tudo isso, enxergam o cenário no qual estão inseridos e esse processo de perda de qualidade?

Rodrigo: Primeiramente, buscamos escapar do saudosismo, por mais que seja inevitável quando se trata do sucateamento da música pop. Costumo brincar que o solo de guitarra foi substituído nas músicas atuais pelo ‘’momento rap’’ com algum MC convidado, que de fato é como a coisa rola por aí. Porém, isso não se trata necessariamente de simplificar, pois essa era a busca do próprio Steely Dan, por exemplo. Simplificar não é algo ruim, a Bombay Groovy também busca a síntese (dentro dos excessos da nossa estética) para conseguir misturar inúmeras referências dentro de um contexto de música pop. O Steely Dan fazia isso por meio de arranjos impecáveis e harmonias complexas. Nós buscamos aproximação com a música pop com o desafio de partir de uma formação inusitada e referências certas vezes obscuras, dentro de inúmeros estilos.

2) A mistura sonora promove rupturas, a alimentação base que estimula novas ideias. Agora com um segundo disco que dialoga com vários estilos diferentes, vocês pensam em alguma abordagem mais específica ou a ideia é justamente não se limitar?

Rodrigo: A ideia é flertar com a maior gama possível de inspirações sedutoras sem que o estilo da banda se perca. Buscaremos deixar nossa marca em cada caminho musical percorrido neste próximo trabalho, como também foi a intenção no primeiro. Mas acredito que nesta próxima etapa seremos diluidores com mais embasamento, sem perder a essência roqueira.

3) Hoje a cena instrumental caminha de uma forma muito interessante. Quem aprecia o som da Bombay, por exemplo, está acompanhando tudo que a banda conquista e creio que vocês notam isso, parece uma divisão de nichos sonoros. Qual a opinião de vocês em relação aos benefícios desses acontecimentos?

Rodrigo: Percebemos que a cada vez contagiamos mais entusiastas do nosso trabalho, e o facebook possibilita esse contato direto e uma expansão quase desenfreada. Porém, por mais que estejamos incluídos na suposta cena instrumental, particularmente prefiro não criar essas divisões. Buscamos fazer canções de forma que a ausência de letras não faça falta, tampouco a figura de um vocalista nas apresentações. Para nós, que ouvimos muito bandas de rock clássico, progressivo e jazz rock dos anos 70, às vezes realmente não sentimos falta. Eram inúmeros momentos instrumentais, principalmente ao vivo, e não é raro que fossem os apogeus.

4) No som da Bombay cada instrumento possui seu lugar e na hora de ouvir o grande efeito é essa riqueza de detalhes, algo bem difícil de ser encontrado. Na hora de criar alguma coisa como que a banda mensura essa característica, para que na hora da audição o ouvinte escute absolutamente tudo que foi tocado?

Rodrigo: Isso provavelmente descende da síntese que mencionei no início! Utilizamos poucos canais, gravação ao vivo, poucos overdubs, e é tudo bem espontâneo. Desta maneira, todas as nuances sonoras podem ser degustadas pelo ouvinte atento. E em alguns momentos elas casam muito bem de forma extremamente espontânea, como em diversos diálogos entre a bateria e o sitar ao longo do disco.

5) Acredito que o grande lance da música contemporânea seja criar algo que, se equilibrando entre influências clássicas e atuais, consiga agregar novos elementos para a música do futuro. Como a banda trabalha para criar algo que não soe datado?

Rodrigo: Concordo completamente. Gosto da expressão “música do futuro” também. Quanto a não soar datado, todos nós temos tantas influências inconscientes provenientes do nosso processo de “socialização musical” (como poderia ter dito Durkheim) que é até um desafio soar como de fato as nossas referências setentistas soavam. É inevitável que um novo “approach” irá sobressair, pois os tempos são outros, os equipamentos são outros, as experiências são outras. Acredito que a Bombay Groovy conseguiu equilibrar bem essas inúmeras referências, e soar moderna, contemporânea e ao mesmo tempo flertar com o “retrô” e com as características que mais nos inspiram daquele período.

6) Como é o papel do sitar para os outros músicos da banda? A abordagem com ele no som precisa ser mudada em virtude do seu papel ou o raciocínio é o mesmo se vocês tivessem uma guitarra fixa no lugar?

Rodrigo: O sitar é, como concluiu a Revista Rolling Stone, o “vocalista indiano” da banda. Ele é encarregado das melodias que seriam feitas por um vocalista, hipoteticamente! A peculiaridade é que a afinação do sitar é aberta em ré e o instrumento possui apenas uma corda solo além dos bordões e as cordas simpáticas. Portanto, a banda passa a tocar todas as suas músicas na tonalidade ré, o que influencia muito no baixo e teclas. A bateria precisa, no máximo, ser tocada com menos brutalidade para que o som delicado do sitar sobressaia com as supostas “melodias vocais”. É possível sim tocar em outras tonalidades, mas perde muito das ressonâncias clássicas do sitar, que fica limitado a modulações de notas em uma corda solo.

7) A música indiana também é conhecida pelo uso da percussão, vocês tem alguma inclinação para esse lado (até buscando uma experiência mais raiz junto com o sitar), ou acham que isso acabaria sendo um empecilho na hora de novas experimentações?

Rodrigo: Somos grandes entusiastas da música indiana, mas talvez precisemos de mais algumas encarnações para utilizar apropriadamente essas referências, devido à sua enorme complexidade. Por enquanto nos limitamos ao uso das sonoridades e de uma diluição respeitosa de alguns elementos, como ragas e talas. Já transgredimos demais para esta encarnação, e não queremos passar por diluidores.

8) Eu particularmente estou bastante curioso para ouvir o segundo registro de vocês, logo, gostaria de saber se existe algo que possa ser adiantado sobre o processo, sua sonoridade e os objetivos em relação às novas composições.

Rodrigo: Ouvi dizer que o segundo registro caminhará do jazz manouche ao afrobeat, passando pelo flamenco e pelo jazz rock. Mas pode ser apenas especulação.. No entanto, posso garantir que ainda não teremos MC’s convidados.

9) Já tive a oportunidade de vê-los ao vivo e até pela energia do trabalho em estúdio é quase que imediato imaginar um live, vocês tem planos para isso? Como é o trabalho para deixar as coisas tão orgânicas e naturais, tanto em estúdio quanto ao vivo?

Rodrigo: O futuro é incerto, como diria uma certa figura conhecida, poderemos fazer isto algum dia. Entretanto, costumamos fazer bootlegs das nossas apresentações. Podemos lançar uma compilação dos melhores momentos de diversos shows em breve. E eu diria que o trabalho para deixar as coisas tão orgânicas e naturais em estúdio é simplesmente fazer como se fosse ao vivo. É justamente isso que gostamos de fazer. O vídeo que temos de Aurora mostra exatamente como trabalhamos em estúdio. Tínhamos a estrutura da música e ela simplesmente fluiu daquela maneira no segundo take. Depois foram acrescentados os overdubs de sitar e piano.

10) Para finalizar gostaria de saber o que cada um anda ouvindo recentemente e se isso acabou influenciando o processo de gravação de alguma maneira. Obrigado pela atenção e boa sorte para o futuro!

Rodrigo: Ando ouvindo muito Brian Auger’s Oblivion Express, Django, Paco de Lucia, Funk turco dos anos 70, “Transa” do Caetano, Humble Pie e como sempre Led Zeppelin (principalmente ao vivo em 1972 e 1973).

Zeca Baleiro e seu chão de giz

Foto: Henrique Pimentel / Musicão

No hall dos grandes baluartes da MPB acredito que exista um top 3 tão importante como a trinca de pirâmides do Egito, falo sobre as inexplicáveis Quéops, Quéfren e Miquerinos. Acredito que a ordem da trinca não possa ser especificada devido às costumeiras dúvidas do resenhista, mas inicialmente acho que formar um trio de atacantes com o Zé Ramalho, Tom Zé e o Jorge Ben não seria má ideia.

Esses são nomes que além de uma obra grandiosa, produtiva e extensa, são seres puramente complexos. Perceba que poucas pessoas fazem um cover desse ataque fulminante. E o motivo é bastante claro, as letras são complicadas, os timbres, climas e instrumentações regionais requerem muito mais do que vozes parecidas e coragem.

A postura de palco desses grandes mitos era capaz de fazer o Egito todo se curvar perante a grandeza desse som em puro frenesi de tributo às margens do Nilo! Não é qualquer um que tem a moral de subir no palco e implementar temas como “Errare Humanum Est” de maneira confortável. Sabemos que na voz do esotérico-criador fica lindo, mas no corpo de outra alma a coisa perde em naturalidade, algo primordial para o som continuar saindo de maneira orgânica.

Mas sempre existe uma exceção para com essas benditas “regras” e mitos, algo que tive a honra de presenciar no último sábado, data em que o sempre versátil Zeca Baleiro resolveu reviver seus tempos de “cosplay de Zé Ramalho” e voltou para a capital paulista para promover o lançamento do DVD “Chão de Giz”, um gloriosos tributo ao mito paraibano.

Foto: Henrique Pimentel / Musicão
Foto: Henrique Pimentel / Musicão

Line Up:
Zeca Baleiro (vocal/violão/guitarra)
Tuco Marcondes (guitarra/vocal)
Fernando Nunes (baixo)
Pedro Cunha (samples/teclado/sintetizadores/acordeon)
Kuki Stolarski (bateria/percussão)

Me direcionei para esse show, pois vejo Zeca imerso num patamar completamente diferenciado dentro dessa cena MPBista. É engraçado que ninguém pode falar mal da MPB, algo que estimula essa cena leite com pêra que cultua o xarope do Cícero e a disconexa Mallu Magalhães, mas que não escuta Lenine e deixa o Baleiro encostado.

E isso é um dos maiores crimes que se pode cometer, afinal de contas só quem conhece sabe: Zé Ramalho é difícil, poético, único e fragmentado. Se decorar a letra pra desafinar no ônibus já é complicado, imagine decorar pra fazer o show só com esse repertório! É mais embaçado que passar no ITA.

Foto: Henrique Pimentel / Musicão
Foto: Henrique Pimentel / Musicão

São nuances regionais sublimes, logo, é necessário uma banda excelente, algo que Zeca descolou tranquilamente. O maranhense domina a viola com um talento mundano e creio que seu intelecto seja um dos poucos que comportem a grandiosidade do mestre que foi homenageado… Além de sentir e cantar e tocar, é necessário entender, e esse malandro manja do riscado

Foram duas horas de um glorioso show. Foi diferente ver o cidadão mais “na dele” do que o habitual, mas isso é algo que a música do paraibano invoca. O som é bastante complexo e as letras não possuem o humor ácido que estamos habituados quando vemos Zeca mandando temas do baleiro, logo, se você for sacar essa tour, saiba que o show será excelente, mas que ele só vai mandar “Telegrama” no bis e que o set será dominado pelo faraó de nossa MPB.

Vale ressaltar também que a voz do ato principal em primeiro plano é de uma versatilidade absoluta. Não existe ritmo que limite seu trabalho, algo que adicionou novo requinte ao som deste tributo, respeitando limites, mas adicionando o próprio DNA criativo do intérprete, sempre num misto de ousadia e humildade grandiosa.

Foto: Henrique Pimentel / Musicão
Foto: Henrique Pimentel / Musicão

É bacana saber que existem músicos com essa noção… Precisamos de caras que criem e que recriem, que sejam responsáveis por uma renovação e por outra “re-renovação”, revelando temas antigos para uma nova safra que pode não ter toda essa gama de contato com compositores donos de obras tão extensas.

Zeca não choveu no molhado em nenhum momento, muito pelo contrário, o cara ainda pegou sons de lado B do mestre e tirou onda, sempre contando com uma bela lotação e com uma platéia que conhecia muito do repertório do mestre que dançava com borboletas. Foi um dia pra quem tem approach, a jam foi high tech, com um baixão sem economizar no groove, momentos de vocalista indiano relembrando Shankar na promoção de um insight. Foi cool, os presentes saíram orgulhosos e o Zé foi eternizado nos vales do rio sagrado em virtude de seu savoir a fair que virou DVD.

Chineses constroem biblioteca na beira de uma praia deserta

Nas areias brancas de uma isolada praia na cidade de Qinhuangdao, leste da China, agora tem uma biblioteca pública. O projeto, do estúdio chinês Vector Architects, é uma quebra de paradigma. Bem estranho para nós que estamos acostumados com praias cheias de quiosques de bebidas, lanches e aluguéis de cadeiras.

De concreto e vidro, a biblioteca privilegia a visão interna toda para a paisagem marítima. De quebra, utiliza toda a luz natural como forma de iluminar os ambientes.

Parece realmente interessante sentar por ali ao som das ondas e escolher um companheiro literário junto à calmaria do ambiente. Como forma de criar um espaço relaxante, silencioso e isolado, carros também não chegam até o prédio. Como a biblioteca está na beira da praia, apenas o acesso a pé é permitido.

A biblioteca tem salas de leitura, estudos e meditação, prateleiras com obras de estilos variados e um bar. O local, além de um centro de tranquilidade, se tornou também uma atração turística local. Confira como ficou o projeto na galeria abaixo:

 

Preconceito, Categorização e Estereótipos

A capacidade de respeitar diferenças socioculturais é um desafio ardiloso para a maioria das pessoas, que quase sempre preferem ceder às facilidades de seus preconceitos para fundamentar críticas, ideias e aconselhamentos.

O preconceito é um atalho de pensamento que nos permite assimilar informações mais rapidamente, contudo, de forma menos eficaz.

Todos nós somos preconceituosos; uns mais, outros menos. Mas, para as poucas pessoas que enxergam valor na diversidade, preconceito é apenas uma questão de escolha.

Preconceito de raça (racismo), nacionalidade, sexo, religião ou classe social: todos os tipos de discriminação se referem a visões preliminares (restritas) de pessoas, baseadas unicamente em suas filiações de grupo. Ou seja: preconceitos desconsideram o valor da subjetividade e individualidade das pessoas.

O filósofo alemão Nietzsche dizia que os seres humanos, discriminantes, fazem julgamentos precipitados por natureza:

“O homem é, antes de tudo, um animal que julga.”

Asiáticos são trabalhadores e estudiosos, técnicos de computação são nerds e introvertidos, pobres são ignorantes e subservientes, jovens cristãos são inocentes e virgens, headbangers são violentos e sádicos, americanos são individualistas e patriotas, alemães são frios e autoritários. Exemplos práticos de preconceito não faltam.

O problema é que, a cada vez que tentamos definir uma realidade, somos impedidos de fazê-lo por nossa perspectiva limitada e incapacidade de apreender todo o conhecimento relacionado a determinado assunto.

Não podemos ter acesso a uma verdade objetiva, pois o próprio conceito de verdade é subjetivo. No entanto, nós sempre desejaremos obter respostas para as nossas perguntas e, pela necessidade insaciável de respondê-las, muitas vezes acabamos recorrendo aos nossos pré-conceitos, o que nos limita ainda mais.

Infelizmente, preconceito não é algo que podemos ignorar, mas, felizmente, podemos evitá-lo o máximo que pudermos, dependendo do esforço empregado.

Preconceito é uma característica moral, mas também arbitrária. O lado bom disso é que sempre temos a oportunidade de não agirmos como tolos ou mesquinhos.

Categorização e estereótipos

Estereótipos são atribuições de características pessoais com base em comportamentos comumente praticados em um determinado grupo social.

Essa categorização prévia é um estigma que facilita na criação de uma imagem ou perfil pessoal, mas também leva à formação de crenças equivocadas (o que é mais provável de acontecer).

A tendência de categorizar (classificar as pessoas em categorias) é um fator natural da cognição humana. De fato, ter a habilidade de estimar é um diferencial importante.

Criamos conceitos ou estereótipos a fim de dar sentido às inúmeras complexidades que encontramos no ambiente e, caso não criássemos esses conceitos, a vida seria pleno caos.

Colocamos pessoas e coisas em categorias para distingui-las em grupos coexistentes, facilitando assim sua identificação (igual produtos reconhecidos por sua embalagem).

Muitas pesquisas no campo da Sociologia comprovam que, quando se trata de categorizar informações sobre as pessoas, elas tendem a minimizar as diferenças dentre os grupos, e exagerar as diferenças entre os grupos. É claro, cada um defende sua tribo.

As pessoas são propensas a avaliar mais negativamente uma pessoa de um grupo ao qual não pertencem, por questão de favoritismo. Como afirmou o cientista alemão Albert Einstein:

“Poucas pessoas são capazes de expressar opiniões que diferem dos preconceitos de seu ambiente social.”

O princípio do favoritismo é notável em qualquer grupo, sem exceção, pois toda pessoa sente uma obrigação moral de cumprir papéis sociais, de ser útil à sociedade, ter um lugar entre aqueles com as quais interesses são trocados.

Estereótipos facilitam o processo de tomada de decisões mas, de forma paradoxal, nos tornam mais imprecisos, cegos e estúpidos.

5 formas de evitar o preconceito

Levando em consideração um mundo diversificado e multicultural, é de fundamental importância para as pessoas compreender as formas de reduzir o preconceito em todas as suas facetas.

Bob Marley sempre dizia:

“O preconceito é uma cadeia de onde nunca chegaremos a lugar nenhum.”

Para aqueles que estão dispostos a sair de suas próprias prisões mentais, aqui estão cinco boas formas de evitar o preconceito:

1. Não torne o preconceito algo pessoal

Quando alguém diz algo ofensivo ou intrusivo, a mais comum (e pior) coisa a fazer é reagir defensivamente. Uma resposta defensiva dá poder às palavras da outra pessoa, fazendo ela presumir que há alguma verdade nelas.

Em meio à acusações ou atribuições negativas, a autodefesa é uma reação quase inevitável. Porém, quanto mais defensivamente reagimos, mais confiante a outra pessoa se torna. Preconceitos, como ofensas, só surtem efeito quando há resistência.

Mesmo que uma manifestação preconceituosa nos pareça um tanto pessoal, ela só será capacitada se reagirmos de forma contrária ou hostil.

2. Invista em relacionamentos intergrupais

Em condições favoráveis, o convívio regular com pessoas de vários grupos pode atenuar a motivação preconceituosa em cada um desses grupos.

Experiências positivas com pessoas de grupos diferentes enfraquecem a influência do preconceito, pois essas vivências promovem maior aproximação e intimidade com outras pessoas, amenizando a necessidade de elas recorrerem a informações estigmatizadas ou estereótipos.

3. Exercite a humildade

Ser humilde não é ser menos que alguém, é saber que não somos mais do que ninguém. Muito do preconceito vem do orgulho, que, não bem canalizado, se transforma em arrogância, inimiga da humildade e sócia do preconceito.

Para uns, humildade é uma incompatibilidade de caráter. Para outros, é um valor enobrecedor que ajuda a combater o preconceito.

4. Conte suas histórias

Contar histórias é a melhor forma de exercer empatia e gerar respostas emocionais nas pessoas. Uma vez que elas se envolvem e participam de suas experiências, tendem a positivar suas opiniões e julgamentos.

Por trás de cada rosto existe uma história e, sem antes conhecê-la, qualquer pré-conceito é infundado.

5. Viaje

Viajar amplia nossas maneiras de pensar, o que contribui para a libertação da dependência de estereótipos. Viajar faz com que aprimoremos habilidades como complacência, resiliência e criatividade.

Pessoas que buscam ser mais compreensivas e flexíveis conseguem mais facilmente exonerar seus modelos mentais ultrapassados. Sendo assim, padrões de pensamento são sempre atualizados, e os estigmas, enfraquecidos.

George R.R. Martin comentou sobre o efeito borboleta em Game Of Thrones

TEM SPOILER, MEU! SE LIGA!

Parece que alguns fãs de Game Of Thrones estão chiando com a adaptação da série da HBO.

O que não falta na internet hoje é reclamação sobre como os fatos originais estão mudando, principalmente no sexto capítulo da quinta temporada, em que uma cena de violência sexual – que não acontece originalmente nos livros – foi ao ar.

Essa não é a primeira vez que os fãs mais fechados da literatura se revoltam com a dramatização, mas o fato é que já havia sido anunciado que coisas diferentes dos livros iriam acontecer na televisão, incluindo mortes de personagens.

O próprio George R.R. Martin escreveu em seu blog que recebeu incontáveis mensagens pedindo satisfação ou que ele fizesse alguma coisa. Então, o escritor respondeu a todos.

Traduzi três trechos. O original pode ser lido aqui.

1. Quantos filhos teve Scarlett O’Hara? Três, no livro. Um, no filme. Nenhum, em vida real: ela era um personagem de ficção, nunca existiu. O seriado é o seriado, os livros são os livros; duas formas diferentes de contar a mesma história.

2. Têm havido diferenças entre os livros e a série desde o primeiro episódio da primeira temporada. E, desde então, eu venho falado sobre o efeito borboleta. Pequenas mudanças que se tornam maiores mudanças que se tornam enormes mudanças. 

3. Quanto maior vai se tornando a série, maiores as borboletas se tornam. E agora nós atingimos um ponto em que o bater de asas da borboleta está causando tempestades, como a que aconteceu em meu email.

Parece que George R.R. Martin deu a letra e está aprovando os episódios que a HBO está produzindo. O dono de tudo está concordando, o que deixa você, fã, fiel leitor e estudioso de Westeros, sem saída a não ser se ajoelhar a ele.

Para quem leu os livros e está acompanhando a série, fica a vantagem de saber uma versão alternativa de um universo que, de tão grandioso, qualquer pequena mudança pode gerar esses tornados.

Para quem só está assistindo na televisão, fica a curiosidade despertada em saber o que acontece também nos livros. Que são longos e podem assustar quem não está acostumado com uma leitura diária, mas que são envolventes o suficiente para você perder o medo de começar. Recomendo!

O verdadeiro retrato de Shakespeare?

É sempre complicado comprovar a veracidade de imagens que representam personalidades históricas. Antes da fotografia, os retratos feitos por ilustradores da época é que resultariam na imagem eterna de determinada pessoa. A responsabilidade nos traços é imensa.

Com o dramaturgo mais famoso da história não é diferente. Mas, parece que agora, o verdadeiro rosto de William Shakespeare foi finalmente revelado. E com provas contundentes.

Quem fez a descoberta foi o historiador Mark Griffiths. O rosto de Shakespeare, segundo o Griffiths, está representado na capa de um livro de botânica de 1598 (The Herball or Generall Historie of Plantes, do horticultor John Gerard). A capa está abaixo.

o verdadeiro retrato de shakespeare livro

Este é o primeiro e único retrato de Shakespeare feito quando o escritor ainda estava vivo. De acordo com o historiador, que estudou a imagem durante cinco anos, há indícios sobre a veracidade de sua tese codificados no desenho que representa o escritor. No detalhe, sob o desenho, há um brasão. De acordo com os estudos de Griffiths:

retrato de shakespeare detalhe código

1. O “4E” significa quartere em latim o que, numa tradução literal, poderia dizer “agitar” (em inglês, to Shake)
2. Uma lança, que em inglês significa “spear”.
3. Um “W” que representa William
4. “OR” é uma expressão heráldica que significa ouro e também representa o brasão de família de Shakespeare.

Toda a história sobre a descoberta – incluindo outros pontos do código, além dos quatro acima – está dissecada e publicada em uma edição especial da revista Country Life. Mark Hedges, editor da publicação, afirma que essa é a descoberta literária do século. Abaixo a capa da edição especial:

o verdadeiro retrato de shakespeare capa country life

A tese, no entanto, não convenceu a todos. Michael Dobson, diretor do Shakespeare Institute da  Universidade de Birmingham, não enxergou o que o historiador diz ter encontrado. Em uma entrevista ao Guardian, resumiu: “É um homem de toga, segurando uma espiga de milho em uma mão e uma fritillaria na outra”.

Há um mistério muito grande sobre a vida e obra de William Shakespeare. O poeta, escritor e dramaturgo viveu na Inglaterra entre 1564 e 1616. Sua fisionomia vem sendo pesquisada e explorada há mais de quatrocentos anos. Todos os retratos abaixo já foram de Shakespeare, por exemplo. Você arriscaria apostar em quem está certo?

Shakespeare-retratos

Metá Metá EP 2015

Enquanto aguardamos pelo terceiro disco de estúdio do Metá Metá, uma das bandas mais especiais, brilhantes e diferenciadas que a cena brasileira nos brindou em tempos recentes, o trio segue embalado e vai rumo a terceira tour européia. Mas para provar que os músicos envolvidos também se solidarizam com a espera dos fãs, a banda disponibilizou um aperitivo para o terceiro disco com um EP gravado na véspera do embarque para mais uma visita aos pólos desenvolvidos.

Metá Metá TurnÊ Europeia (1)

Temos aqui cerca de 10 minutos de um som que para variar é formidável. O trio é de uma criatividade soberba e o EP espanta pela alta qualidade instrumental uma vez mais. O primeiro tema, ”Atotô”, criação de Kiko Dinucci, foi gravado originalmente por ele e Juçara no ano de 2007 para o disco ”Padê”.

A banda aproveitou para registrar esses temas, pois muitos deles entraram na rota de set list para shows só que nunca tinha sido devidamente gravados. E ”Atotô” entra com o time no topo de seu jogo. O baixo vem cavalgando, o sax ronrona e a voz da senhorita Marçal segue absolutamente cristalina, sempre em meio a mudanças de tempo, peso e melodia, surpreendendo o ouvinte pelo equilíbrio de força e sutileza em meio a mais uma dose de lírica poética.

”Me Perco Nesse Tempo” foi o som que mais surpreendeu. Trata-se de uma jam registrada pelo grupo brasileiro ”As Mercenárias”, evidenciado uma nova faceta no grupo do workaholic Thiago França e deixando claro como o som do grupo não possui nenhuma amarra dentro de questões estéticas, até com Punk os caras mostram feeling.

meta_ep_capa_alta

E a maneira que o sax trabalha nesse som particularmente é bela. É praticamente um metal que emula pedais em puro frenesi free Jazz, sempre elementar dentro de uma imersão de ruídos, bateria bem na linha Ramones da força e linhas vocais raivosas com a parceiro de Kiko e Juçara.

Finalizando o tira teima com ”Cadê as Armas”, Metá Metá na essência com o samba de Douglas Germano e a revolução da MPB silenciosa, sem frescura, com experimentação sonora e nenhum pingo de frescura vanguardista, rumando para o novo e mostrando que o futuro é lindo e acústico.

Se em 10 minutos o nível é assim, com um Full de mais de meia hora os ouvintes vão precisar sentar! Coisa linda, sonzeira fina, baixem aqui e escutem logo abaixo enquanto aguardam a finalização do download!

‘Chatô, O Rei do Brasil’: antes 20 anos tarde do que nunca?

‘Chatô, O Rei do Brasil’ já é um marco no cinema nacional ainda antes de ser lançado. Não muito pela obra em si, mas por tudo o que a envolve.

O filme começou a ser produzido há 20 anos e tardou tanto não por ser uma produção que exige esse tempo, como Boyhood, por exemplo. A demora foi por erro de cálculo mesmo. Em miúdos é um filme sobre uma época passada, gravado em uma época passada e lançado no futuro com delay. Emblemático!

Começou em 1995, quando o então astro da Globo Guilherme Fontes recebeu 8,6 milhões de reais de leis de incentivo à cultura para começar a produzir a cinebiografia do magnata das comunicações Assis Chateaubriand. O longa seria baseado no livro homônimo, lançado pelo escritor Fernando Morais um ano antes. No elenco, astros globais como Marco Ricca, Paulo Betti, Andréa Beltrão, Leandra Leal, Letícia Sabatella, Gabriel Braga Nunes e Eliane Giardini. Na direção, tentou convencer Francis Ford Coppola a assumir, dizendo que Chatô seria o Cidadão Kane brasileiro. Não conseguiu e acabou ficando ele mesmo com a direção.

Só que o projeto foi andando devagar, quase parando, e suspeitas foram levantadas. O cineasta foi acusado de desvio de dinheiro público e condenado a pagar indenizações. Em novembro de 2014, por exemplo, o Tribunal de Contas da União determinou que Guilherme Fontes devolvesse à Ancine um valor que, corrigido para os dias de hoje, gira em torno de R$ 71 milhões, além de duas multas no valor de R$ 2,5 milhões cada.

A acusação é refutada (óbvio que é) pelo cineasta e por seu advogado. Em uma entrevista recente à revista Status, Guilherme Fontes diz que as cenas foram filmadas em 1999, 2002 e 2004, e que não havia finalizado o filme pois faltava uma verba para a trilha sonora e computação gráfica. Diz também que foi incriminado por fiscais bandidos do governo e que os tubarões do cinema nacional o prejudicaram por ser um novato à frente de um grande projeto.

Enfim, toda essa enrolação de vinte anos para fazer o filme e as batalhas judiciais é o que faz com que ele seja um marco para o cinema brasileiro. Agora, sobre o filme em si, é preciso duvidar. O primeiro trailer do filme foi divulgado por Fernando Morais e, segundo o escritor, ele não está finalizado. Uma ironia da ironia?

Não se pode julgar um filme pelo trailer, mas assista abaixo, tente entender algo e tente dar uma nota razoável para as atuações, principalmente de Marco Ricca (Assis Chateaubriand) e Paulo Betti (Getúlio Vargas), interpretações dignas de novela nacional.

 

Últimos posts