Comprei um kindle há pouco mais de um ano. Foi até em uma black friday, lembro. E desde o primeiro dia em que bati os os olhos no leitor digital meus hábitos de leitura mudaram.

Comecei a ler mais com o kindle. Sempre fui avesso a leituras em computadores. Todos os livros que consegui ler por intermédio de um monitor eu só o fiz pois eram obras sensacionais – O Estrangeiro, A Revolução dos Bichos e A Sangue Frio foram assim. Foi mais pelo envolvimento e curiosidade do que conforto e satisfação. Meus olhos doíam, minhas costas também, mas consegui. Gostei tanto que acabei comprando os livros depois de ter lido. Concluí que só lendo é que percebemos o quanto podemos ser idiotas.

Voltando ao kindle, me impressionei como a leitura se tornou confortável e rápida. O kindle tradicional não emite luz, portanto não há aquele brilho que machuca nossos olhos. Também é possível sublinhar trechos, marcar pontos de leitura, acessar dicionário, tradutores e, o mais importante, pesquisar trechos ou palavras-chave dentro da publicação. A tela de e-ink foi desenvolvida para simular a leitura em papel e a autonomia da bateria do dispositivo deixa celulares e tablets passando vergonha. Dependendo do tempo de leitura diária, o parelho pode ficar até um mês sem a necessidade de ser carregado.

O faturamento com vendas em e-books no Brasil cresceu 225% no último ano. Tudo isso em virtude da facilidade em comprar um livro pelo site (ou no caso do kindle até diretamente do próprio dispositivo) e ter a oportunidade de ler de imediato. Você pode até fazer questão de querer comprar o livro da forma como ele é, mas talvez você não tenha essa possibilidade sempre que deseja. Talvez você more no município de Serra da Saudade, o menor do Brasil, e não tenha acesso aos últimos lançamentos em uma livraria – ou sequer a um grande acervo. Talvez você não segure a ansiedade de esperar o livro chegar pelo correio. Ou talvez a única forma de ler uma determinada publicação seja digitalmente, uma vez que esse mercado está em constante crescimento.

O kindle é um dispositivo democrático. Se em formatos físicos é mais fácil segurar uma versão de bolso de O Velho e o Mar do que qualquer volume de As Crônicas de Gelo e Fogo, digitalmente essa diferença não existe. É tudo no mesmo aparelho. Quem já adormeceu lendo e derrubou um livro de capa dura na cara sabe qual é a vantagem que estou falando aqui.

Curioso que mesmo com o hábito de ler no kindle, não deixei de comprar edições físicas. Isso é algo que não consigo desapegar. Além de ajudarem a decorar minha estante, o folhear de uma página e o cheiro do livro despertam prazeres em mim. Porém, em algumas semanas vou viajar de férias e não levarei meia dúzia de livros na mochila, levarei uma centena em um dispositivo que pesa menos de duzentas gramas. Essa facilidade é sensacional.

novo kindle

Em novembro foi lançado um novo kindle sensível ao toque. Dentre algumas novas funções, a tela sensível ao toque é de longe a maior novidade. O leitor está disponível para venda no site da Amazon.

A tela sensível ao toque deixa ainda mais fácil o uso de diversas funcionalidades como dicionário, marcadores, mudança de página, compartilhamento, dentre outros. A tela antirreflexo garante experiência de leitura como no papel. Mesmo sob a luz forte do sol, o e-reader proporciona conforto para seus olhos como se você estivesse na sala da sua casa.

Existem também outros modelos, como o Kindle Paperwhite e o Kindle Paperwhite 3G, ambos com iluminação. Além de uma resolução um pouco melhor do que o tradicional (212 ppi contra 167 ppi), essa é a única vantagem dos modelos luminosos. É útil para ler em viagens noturnas, em cavernas e quando falta luz em casa – o que pode quebrar o tédio brilhantemente. Sem trocadilhos, por favor, não foi proposital.