Uma pessoa inspiradora em um evento inspirador. Em 2013, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado participou de uma conferência do TED, em Los Angeles, EUA. A apresentação, que durou cerca de 16 minutos, foi gravada em vídeo e pode ser conferida na íntegra.
Sebastião Salgado é renomado internacionalmente por seu trabalho na fotografia. Possui sete livros publicados e já fotografou mais de 100 países em diferentes projetos. Não existe faculdade de jornalismo que não explore o trabalho de Salgado nas disciplinas voltadas à fotografia. Se existe eu certamente não matricularia meu filho lá.
Só que nessa palestra Sebastião Salgado vai além da profissão que o realizou. O fotógrafo conta como quase morreu após fotografar tanta morte e como passou a se sentir responsável por outra tipo de morte além da humana: a morte da natureza.
Entre 1994 e 2000, Salgado fotografou Êxodos. O projeto se tornou um livro de grande sucesso, mas transtornou o fotógrafo. Ele diz ter visto muita morte e ter chegado a perder a fé na humanidade durante um tempo. Os episódios que o fotógrafo presenciou e registrou em Ruanda fizeram com que ele adoecesse e, para sobreviver, teve que tomar a decisão de parar de fotografar e voltar ao Brasil.
Atordoado com a fotografia, voltou à fazenda em que foi criado, em Aimorés, Minas Gerais, e encontrou a região completamente desmatada. Isso fez com que Salgado e sua esposa Lélia começassem uma nova missão: fazer a floresta nativa renascer naquela terra.
Para construir o desenvolvimento, o desenvolvimento brasileiro, destruímos muito de nossa floresta. Como vocês fizeram aqui, nos Estados Unidos, ou fizeram na Índia, em todos os lugares neste planeta. Para construir nosso desenvolvimento chegamos a uma enorme contradição em que destruímos tudo ao nosso redor. (Sebastião Salgado)
O reflorestamento da região resultou na criação do Instituto Terra, uma ONG ambiental fundada no local por Sebastião e Lélia Salgado. Mais que isso, o projeto inspirou Sebastião Salgado a voltar a fotografar. Foi o empurrão necessário e que mais tarde se tornaria Genesis, um projeto que fez o fotógrafo mudar o foco que havia norteado toda a sua carreira.
Nessa época, meu desejo não era mais fotografar apenas um animal que eu tinha fotografado em toda minha vida: nós. Queria fotografar os outros animais, fotografar as paisagens, fotografar a nós, mas nós no começo, no tempo em que vivíamos em equilíbrio com a natureza. (Sebastião Salgado)
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