Sim, eu arreguei do Tubby!

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por Ingra Costa e Silva

Não é fácil ser mulher….

Já fomos queimadas, acusadas de bruxaria, oprimidas e até mortas pelo simples fato de termos uma vagina ao invés de (“que orgulho seria se tivéssemos”) um par de testículos. Apontadas como seres inferiores, com o cérebro menor e até como filha/amante do demônio. Fomos barradas de participar dos avanços políticos, da ciência, das artes e até da educação. Carimbadas como donas de casa, servidoras do marido e do lar.

Com o passar dos séculos, com a explosão do feminismo, muitas coisas mudaram. Hoje a gente vota, trabalha fora e pode até ser chefe! Mas o julgamento continua. As acusações nunca cessaram.

Todos os dias mulheres são mortas pelos companheiros e culpadas por isso (sim, culpadas por serem mortas!). Estupros acontecem e a vítima é obrigada a ouvir “mas ela pediu”.

“Teve vídeo de sexo rolando na internet? Bem feito, ninguém manda ser vadia” e ninguém nem sabe o nome do mau caráter que publicou a intimidade da parceira…

Eu poderia ficar horas divagando sobre o quanto somos oprimidas e sofremos pelo simples fato de ter uma boceta. Porém, o que me motivou a escrever isso foi o estouro do Tubby, um aplicativo que ainda não começou a funcionar mas já causa alvoroço e desespero nas garotas que usam o Facebook.

“Agora é a sua vez de saber se ela é boa de cama”
-Uhum bonitão, que baita avanço! Isso mudará sua vida!

O Tubby nada mais é que transformar num app o que acontece na vida real. É ter os rótulos que recebemos diariamente expostos em um aplicativo que pode ser acessado por qualquer garoto (porque isso é coisa de piá e não de homem).

Mais uma vez o sexo masculino tem o prazer de rotular as pessoas com quem dividiu a sua intimidade. Boqueteira, vadia, puta, vagabunda serão as hashtags mais leves que nossos queridos ex namorados, ficantes ou casos de uma noite irão compartilhar para que TODOS saibam o que você fez/faz/fará.

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“Mas Ingra, isso é uma resposta ao aplicativo Lulu, aonde eles também foram avaliados”.

A questão do Lulu como ferramenta social e de reflexão é algo muito delicado. É hipócrita reclamar de algo e tentar mudar agindo da mesma maneira. Ninguém é superior ao ponto de julgar o outro seja por sua vida sexual, cor, credo ou a porra que for. Nem homem e nem mulher tem esse direito, ninguém tem! Em minha opinião, bem de boa, mulher que avaliou ex no Lulu é uma baita virjona, mirim, juvenil.

Porque responder opressão oprimindo, é no mínimo, lamentável. -pra não dizer imbecil!-

E sim, eu arreguei do Tubby. Eu disse não a esse aplicativo opressor e misógino que nada mais é do que um lugar onde os homens possam nos julgar de acordo com nosso comportamento sexual.

Nem santas, nem putas: SOMOS LIVRES!

Saiba como deixar seu perfil fora do Tubby:

(Vai demorar, mas segue tentando que dá certo!)

1. acessar o site http://www.tubbyapp.com/ e clicar em “Remover perfil do app (para mulheres)” – o site está congestionado, porque felizmente já tem muita mulher fazendo isso, mas continue tentando até que apareça a mensagem “Xxx Xxx, você está descadastrada do Tubby”;

2. acesse “Configurações da Conta” (na rodinha dentada ali em cima, no canto direito do seu Facebook), depois “Aplicativos”, em seguida “Aplicativos usados por outras pessoas”. Ali, desmarque todas as categorias de informações que estão marcadas e clique em “Salvar alterações”;

3. exclua o aplicativo do seu Facebook, entrando novamente em “Configurações da Conta”, “Aplicativos”, e em seguida “Aplicativos usados por você”. Se lá estiver o “Tubby”, clique em cima do nome dele, utilize a opção “Denunciar o aplicativo” (ao Facebook, não ao Desenvolvedor). Por fim, clique em “Remover aplicativo” e depois em “Remover” na caixa que vai abrir.

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