Dizem que o maior vício dos dias atuais é a informação. Eu sofro disso. Tenho mais abas abertas do que tempo disponível para lê-las. O resultado: passo mais tempo abrindo e fechando janelas no navegador do que necessariamente lendo. Meu Pocket está com mais de 200 artigos que eu achei que são interessantes e que um dia, quando eu tiver tempo, deverei ler. Tão interessantes que salvei para abrir depois. Meu Facebook, com a mais ou menos nova ferramente de salvar links para ler depois, também. Tenho 50 links para ler desde novembro de 2014. Meus favoritos do Chrome está um caos. Pastas de cultura, música, arte, arquitetura, fotografia, esporte, política, tecnologia, gatinhos, gifs, memes, humor, vídeos, programação, tirinhas, tumblrs e o escambau. Será que um dia vou ler tudo isso?

Como resistir a toneladas de informação e novos links que surgem em todas as timelines de todas as redes sociais que possuo conta? 11 documentários para assistir durante o carnaval. 8 resoluções de ano novo que você deve cumprir. 14 hábitos saudáveis que empreendedores de sucesso possuem. 62 fáceis receitas para você que mora sozinho e não sabe cozinhar bem. 13 memoráveis apresentações do Grammy. 28 métodos infalíveis para não perder o foco. 92 fotografias para não perder a fé na humanidade. 291 fotografias para perder a fé na humanidade. 12 jogos para matar sua produtividade. 16 contas no Instagram que todo apaixonado por viagens deve seguir. E assim vai.

É tanta informação que já nem sei mais o que é relevante e o que não é. Nem o que devo ler e o que devo deixar de lado. A capacidade de a gente poder escolher o que consumir é louvável. Mesmo que isso seja cada vez mais difícil. Quanto mais informação consumo menos eu entendo das coisas. Menos eu aprendo. Mais eu esqueço. Posso abrir 783 links por dia, mas só vou lembrar mesmo de algumas dezenas. Quando muito.

A vida na internet me deixa assim. Sei de tudo que acontece em 140 caracteres. Os filtros não funcionam, sempre há uma distração para foder com todo o planejamento. O excesso de informação está maquiando o que realmente importa e é tão clichê falar que Huxley estava certo. Mas na real, ele estava certo pra caralho.

A partir de hoje vou consumir a informação na hora. Abrir menos abas e só salvar artigos para ler depois se eu realmente não puder verificar no exato momento em que ele é oferecido para mim. Essa promessa não será cumprida. Estou condenado. Escravo confesso em querer saber de tudo e, por isso, pagar o preço em não saber de nada. Gostei dessa última frase, preciso twittar isso.