Para começar quebrando alguns milhões de paradigmas e invencionices, o Budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, como qualquer outra doutrina, ideologia ou pensamento. E não, você não precisa virar um monge budista pra seguir os ensinamentos e ter uma vida mais plena.

Vale lembrar que o Budismo é composto por varias escolas (as antigas e as mais “modernets”), mas não irei me apegar em nenhuma delas. Usarei o conceito do Budismo Humanista, que nada mais é do que basear as ideias no exemplo de vida do Buda. Esse não é um novo tipo de Budismo, mas um incentivo para participarmos do mundo e sermos uma fonte de energia benéfica aos outros.

Dentre os ensinamentos que estudei, separei 5 conceitos, lições, pensamentos, ideologias, práticas e afins, que me ajudaram a perceber o mundo por uma nova perspectiva.

1. Atenção Plena (Samma-sati)

A atenção plena ou mindfulness é uma das práticas budistas que eu mais gosto e que mais entendo como necessária, visto a vastidão de informações e experiências que estamos sujeitos.

O mindfulness prega que devemos viver o momento presente aproveitando cada lição e experiência que ele pode nos oferecer. A pira é você estar consciente da sua respiração o que, automaticamente, lhe faz perceber que está vivo.

O velho hábito de segunda-feira chegar e já pensarmos na sexta, ou de mexermos no celular enquanto fazemos uma refeição, e um milhão de outras condutas, muitas vezes, inconscientes devem ser eliminadas, o que nos leva a viver mais intensamente cada situação.

Atenção Plena é simplesmente o estabelecimento da atenção, com plena consciência, no aqui e agora.

O texto “Lavando os pratos para lavar os pratos: consciência, presença e o milagre da vida na pia da cozinha” de Thich Nhat Hanh, ensina o conceito direitinho.

2. Respiração

A respiração é um dos fatores para alcançar a atenção plena e também parte da energia vital do nosso corpo. Quando de forma voluntária controlamos a nossa respiração, induzimo-nos a um estado de tranquilidade emocional e mental.

Sempre que o corpo estiver imóvel e a respiração controlada, a mente naturalmente se acalmará e posteriormente, depois de alguma prática — claro, esse estado de relaxamento e consciência nos ajuda na hora meditação de fato.

Como ainda não consigo fazer longos períodos de meditação, eu faço pequenas pausas diárias usando o Do nothing for 2 minutes e exercitando a respiração consciente.

3. Desapego

Essa palavra assusta algumas pessoas e já me assustou muito também. Mas, dentro desse conceito o desapego tem a função de nos deixar abertos a tudo, com intimidade e envolvimento verdadeiro com as coisas. É soltar aquilo que foi “pego” e mantido como “fixo”.

É levar uma vida de autocontrole, pureza, serviço altruísta, amor cósmico e desenvolver o hábito de exercitar o correto ponto de vista, correto pensar, correto sentir, correto agir, com correta atitude mental.

4. Ciclo da maldade

Tive umas das experiências mais plenas da minha vida nesse sentido. E a maior lição que aprendi é que nunca, jamais, devemos dar continuidade ao ciclo do mal.

Ódio respondendo ao ódio nunca acaba. Perdoar é uma das partes mais importantes do caminho para o autoconhecimento e da busca do fim do sofrimento.

No Budismo o perdão é trabalhado de forma múltipla, como através do desenvolvimento de metta (amor), de karuna (compaixão), e principalmente, do trabalho sobre a raiva.

“O perdão não é um cheque em branco que você dá a alguém que tenha feito algo errado, é sobre quebrar o ciclo de vingança”.

5. Karma

Por fim, diferente do que se acha e muito superior a maneira como aplicamos atualmente, o Karma é não substancialmente fatalismo. Ele vai além de justificar qualquer tipo de sofrimento ou injustiça que vivemos.

Na real ele opera como um feedback, diferente da máxima de que “se colhe o que se planta”, essa ideia mostra que tanto o passado, como o presente influenciam nas ações existentes e futuras.

“Quem você é?”, “De onde você veio?”, “O que você fez?” é igualmente importante ao que sua mente esta produzindo no momento presente. Se sua mente estiver sobre sofrimento e você continuar a pensar no sofrimento, esse feedback cármico continuará.

Ou seja, semeie e pense coisas boas/positivas/prosperas e o feedback cármico lhe trará melhores resultados.

É isso, namastê!