Você está conversando com uma pessoa quando percebe que ela desliza a mão para o bolso/bolsa, saca o celular e foca os olhos e os dedos no aparelho. Ou você é essa pessoa. Tanto faz, essa cena é tão comum que entrou para o arquivo de exemplos mais óbvios para se iniciar um texto sobre tecnologia, comportamento e/ou redes sociais. Opa!
Quem usa o celular além da conta, não se dá conta. É trivial, comum, um hábito enraizado na mente. Você acorda com o despertador do celular e já o usa para ler e-mails, chegar notificações no feice ou assistir aquele vídeo engraçado no whatsapp que te mandaram durante a madrugada. Isso quando você não acorda durante a noite, pois deixou a internet ligada. É, tem dessas.
Pois então, mesmo usando o celular feito o ar, você já parou pra pensar quanto tempo você passa olhando para essa linda e interativa telinha HD?
Não? Então provavelmente você ainda não viu aquele vídeo todo poético que foi massivamente compartilhado nas redes sociais nos últimos dias e que já possui mais de 30 milhões de visualizações. É esse aqui:
O uso massivo de celulares pelas pessoas abriu não só a possibilidade de produzir vídeos bonitos como também de aplicativos que ajudam as pessoas a conter o vício. Essa é uma das premissas do app Break Free, recém lançado e que mostra em números e gráficos o quanto o celular é presente em sua vida.
O BreakFree controla quanto tempo você gasta utilizando outros apps, a frequência com que você destrava o celular e quanto tempo você gasta fazendo/recebendo chamadas telefônicas. O app calcula esse tempo e coloca o usuário em uma escala de vício. Ao falar em vício, é justo mostrar esse estudo da agência Flurry, que mostra o incrível aumento no uso diário de apps. Dá uma olhada no gráfico abaixo:
O BreakFree é parcialmente grátis. Para ter acesso a todas as suas funções é preciso gastar $ 1,99 na Google Play. A versão para iOS está sendo programada e logo deve estar disponível.
Nós queremos fazer com que as pessoas percebem que a companhia humana é melhor que a companhia do telefone. (Mrigaen Kapadia, fundador do BreakFree)
Todavia, o prolífico mercado dos apps já está bem munido dessa ideia. Existem outros aplicativos que já foram lançados e que também podem ser usados para medirmos quanto tempo a gente passa agarrado ao smartphone como My Mobile Day, The 25th Hour e Mental.
É legal ter uma noção do impacto que os celulares têm em nossas vidas e obter resultados de forma analítica. Agora, que é irônico medir o vício em smartphones por meio de um app de smartphones não há dúvida alguma. O melhor é que a nossa consciência nos diga quando é a melhor hora de sair um pouco da smartprisão e produzir / trabalhar / contar uma piada / conversar no bar / transar / prestar atenção no trânsito / etc. Porém, para quem não tem esse controle, a tentativa pode ser válida.
PS: Durante os 30 minutos de produção desse texto entrei 1 vez no Facebook, 1 vez no Twitter e recebi 3 notificações de mensagens no WhatsApp. Nisso, recebi um alerta do BreakFree dizendo que eu estava passando muito tempo no WhatsApp. E então deletei o BreakFree, aplicativo chato da porra!