Somos futebolistas. Somos malandros.

A manchete vista em um dos jornais diários hoje era essa: “Condenado, Genoino quer assumir vaga de deputado”. Não há dúvida que essa frase comprova de um modo escandaloso que, para a política brasileira, não existem barreiras para anseio nenhum, por mais que para isso devam ser usadas estratégias contrárias às ideias de ética e respeito.

Disse o presidente do PT, Fui Ralcão: “O Genoino é o suplente e vai assumir. Sem problema nenhum”. O deputado federal Carlinhos Ferreira, PT, fora eleito prefeito de São José dos Campos, cidade interiorana do estado de São Paulo. O suplente dessa vaga, como já de conhecimento: Genoino.

Independente das penas determinadas pelo STF a Genoino, os petistas farão o possível para que essa vaga seja preenchida da maneira como desejam. Essa atitude seria tomada pela má índole dos envolvidos ou por uma facilidade que a lei permite? A Lei da Ficha Limpa, uma das maiores vitórias da população dos últimos anos, não foi aplicada em 2010. Por essa razão, o PT sustenta que seu texto não deve ser usado para impedir a posse de Genoino, mesmo que seja divulgado e comprovado ao Brasil inteiro que o mesmo fora condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha pela maior instância julgadora do país. Passar por cima de tudo e de todos, albergados por novas brechas encontradas na reinterpretação da constituição de um país, e usadas por vaidade, orgulho ou egocentrismo, não deve ser motivo de esperteza, mas de falta de civilidade.

A capacidade de interpretação das leis para um lado maléfico e contrário à sociedade é enorme. A Constituição prova não ser democrática dessa forma, mas maleável aos interesses pessoais. Será mesmo o sistema que corrompe as pessoas? Ou as pessoas que procuram artifícios que possam se transformar em vantagens individuais?

Em tempo, torcedores vibram com gols de mão no futebol e pensam possuir razão, pois o juiz não viu. “Foi com a mão, mas o juiz não viu. Gol nosso”. O Brasil é apelidado poética e orgulhosamente de país do futebol e da malandragem.

De fato, politicamente, somos iguais ao que a alcunha significa. Somos futebolistas. Somos malandros. Queremos o resultado imediato e pessoal, independente se será justo para a maioria. Basta olharmos como são escolhidos os nossos parlamentares. Elegemos por interesse individual e não coletivo. “Se o Fonseca ganhar a eleição eu consigo um emprego na prefeitura e aí fico bem”. Ou ainda: “Vou votar no Orlando porque ele está distribuindo cestas básicas para a comunidade”.

O apelido é perfeito. Somos futebolistas e elegemos malandros.

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Igreja por fora, Boteco (ou mais) por dentro

Entrada Foto: Carmen Domínguez

Quem disse que as igrejas são só para fiéis certamente não é escocês. Em Glasgow uma peculiaridade arquitetônica são as igrejas neogóticas que se aposentaram para abrir as torneiras.

A cidade escocesa de Glasgow possui mais de 250 igrejas em todo o espaço urbano. Igrejas democráticas, para não-religiosos também, uma vez que só uma passada para conferir a arquitetura já surpreende os olhos. Em alguns casos, por dentro, surpreende mais ainda, mas não pelo aspecto religioso, e sim pela falta de.

Em virtude da decadência de fiéis religiosos escoceses nas últimas décadas, a Igreja Escocesa ficou sem saída. Deveria vender alguns de seus espaços, pois a demanda estava em queda livre e a proporção igreja/fiel cada vez mais baixa. Assim, algumas basílicas foram reformuladas e transformadas em espaços de lazer para a população. É um caso de conversão ao avesso, com as igrejas sendo convertidas em restaurantes, teatros e bares.

Na região da West End, de Glasgow, há dois bares tradicionalíssimos da cidade: Cottiers e Òran Mór. Estes dois bares, que antigamente eram igrejas, hoje é puro entretenimento para a cidade. O West End é um bairro boêmio e jovem, onde situa-se a Universidade de Glasgow. Reza a lenda que nunca foi visto uma quantidade tão grande de alunos rumando diretamente das aulas às igrejas.

Cottiers

A igreja de Dowanhill, construída em em 1865 foi convertida no Cottiers em 1990. O nome é em homenagem a Daniel Cottier, arquiteto que desenhou a igreja. A edificação hoje comporta um bar, um restaurante e um teatro com 280 assentos, além de áreas externas com pátios e jardins com mesas.

Entrada Foto: Carmen Domínguez
Entrada
Foto: Carmen Domínguez
Bar
Foto: Site oficial
Área externa
Foto: Site oficial
Restaurante
Foto: Site oficial

Òran Mór

Em 2002, a igreja de Kelvindale também se converteu. Hoje se chama Òran Mór, inaugurado em 2004. Maior que o anterior, é um complexo que abriga dois bares, dois restaurantes, sala de jantar particular, uma casa noturna, um teatro e um auditório. É aberto ao público e disponível para festas e eventos privados. Mesmo com a mudança, uma tradição é mantida. Os sinos continuam batendo, mas apenas uma vez por ano: às 11 horas da manhã do dia 11 de novembro.

Entrada
Foto: Site Oficial
The Brasserie Restaurant
Foto: Site Oficial
Whisky Bar
Foto: Site Oficial
Um modesto casamento no Òran Mór
Foto: Site Oficial

 

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Bomba Atômica – Uma Perspectiva Diferente

O uso dessas bombas revolucionou o conceito de destruição, abriu os olhos da humanidade para o fato de que a autodestruição não é algo exclusivo da ficção científica e nos fez pensar até onde se pode ir para ganhar uma guerra. Os usos da energia radioativa são infinitos, tanto para o bem, quanto para o mal, justificativas não faltam. Bem-vindo à era nuclear.

“Está na natureza do ser humano procurar uma justificativa para as suas ações.”¹

É naturalmente fácil encarar o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki como algo abominável, até mesmo porque fomos formatados a pensar assim desde muito cedo, se é que se pode chamar de pensamento algo formatado.

Dentre as perspectivas contra o uso da vil bomba atômica na Segunda Guerra Mundial destacam-se: arma de destruição em massa; fundamentalmente imoral; a bomba atômica como crime de guerra; militarmente desnecessária; terrorismo estatal; indistinção entre civis e militares; uso contra um Japão sem programa nuclear desenvolvido; racismo e “desumanização”.

Até aí tudo igual ao mesmo blá blá blá de sempre. Mas, e se disséssemos que as bombas atômicas salvaram milhares milhões de vidas na Segunda Guerra Mundial? Obsceno.

Os nukes de Hiroshima e Nagasaki forçaram o Japão a render-se. O então Imperador Hirohito do Japão abdicou do seu status de divindade – sim, a grosso modo ele disse: “Bom… em face do ocorrido, não sou mais Deus” – e enviou seu ministro de assuntos estrangeiros, Mamoru Shigemitsu – covardão, não foi ele mesmo –, assinar a rendição a bordo do USS Missouri no Pacífico.

Em tempos de Segunda Guerra, morriam aproximadamente 1.300.000 pessoas por mês. Então, quanto antes o Japão – o último integrante do eixo – se rendesse, menos pessoas morreriam e menor seria o custo para as economias já em frangalhos ao redor do mundo. O problema era exatamente esse: o Japão render-se. Isso jamais havia ocorrido. Os japas, em toda a sua história, jamais haviam sido derrotado nos campos de batalha.

Além disso, junto com a devoção à divindade Imperador do sol nascente, o guerreiro japonês era marcado pelo rígido código de conduta descendente do lendário samurai, o Bushido – “o caminho do guerreiro”: “A flor de cerejeira é a primeira das flores, assim como o guerreiro é o primeiro dos homens”. Rendição = inconcebível.

Esses aspectos deveriam e foram considerados nos planos de invasão clássica traçados pelos aliados: bloqueio naval, supremacia aérea e desembarque. O plano definitivo recebia o nome de Operation Downfall.

 

Era o único plano “viável” em termos de custos em vidas humanas e, ainda assim, estimava uma perda mínima de um milhão de vidas de soldados americanos e 500.000 ingleses. Isso só no lado dos aliados e em caso de vitória. A conta japonesa superaria e muito esse número.

Assim, considerando as estimativas do plano Operation Downfall (1.250.000) e o equivalente japonês (1.250.000), teríamos um mínimo de dois milhões e meio de mortes em nome de uma guerra cujo fim já havia sido decretado – o Japão era o último dos Moicanos Samurais. Considere-se ainda que em algumas batalhas, como a de Stalingrado, as baixas – termo politicamente correto usado pelos governos para designar mortes – superavam a cifra do milhão para cada lado.

Nagasaki Foto: Corbis
Explosão em Nagasaki
Foto: Corbis

Já as explosões de Hiroshima e Nagasaki, combinadas, mataram 200 mil pessoas². Além dessas 200 mil pessoas, entre 1950 a 1990, aproximadamente 4.500 pessoas – Ok, esse número deve ser bem maior, então multiplique-o por cinco – foram diagnosticadas e mortas por câncer em decorrência daquelas explosões. Assim, acresça umas 30.000 pessoas nesse cálculo e teremos uma soma de aproximadamente 250.000 pessoas mortas, direta ou indiretamente pela Little Boy (Hiroshima) e pela Fat Man (Nagasaki).

Então, tendo tudo isso em vista, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, caso pessoas fossem e vivas estivessem, mereciam o prêmio Nobel da paz por terem salvado, ao menos, 2 ¼ milhões de pessoas.

Certamente não é um pensamento confortável de se ter. E tão certamente quanto, é o fato de que ao expressá-lo terás que enfrentar críticos espumando. Más, alguém já disse “Nenhum pastor, e só um rebanho! Todos querem o mesmo, todos são iguais: o que pensa de outro modo vai por seu pé para o manicômio”.³

Melhor mesmo é não ter guerra. Mas, vamos tentar uma perspectiva diferente.

 

Ps: todos os fatos narrados acima são de domínio público.

 

¹ Aleksandr I. Solzhenitsyn – O Arquipélago Gulag 1918-1956.

² http://www.atomicarchive.com/Docs/MED/med_chp10.shtml

³ Friedrich Nietzsche, Assim Falou Zaratustra.

 

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Clark Kent abandona o Planeta Diário

– A verdade é que em algum lugar do caminho, o negócio da notícia tornou-se a notícia. Crescendo em Smallville, eu acreditava que o jornalsimo era um ideal, tão digno quanto ser um policial, um bombeiro… Um professor ou um médico. Fui ensinado a acreditar que se podia usar palavras para mudar o curso de rios… Que até os segredos mais obscuros cairiam sob a dura luz do sol. Mas os fatos foram substituídos por opiniões. Informação foi substituída por entretenimento. Repórteres transformaram-se em estenógrafos. Eu não posso ser o único que fica enjoado ao pensar naquilo que se passa por notícia hoje.

Superman #13 (2012), de Scott Lobdell e Kenneth Rocafort

Se você não passou os últimos dias em uma caverna, longe da civilização – e de seu maior feito, a Internet –, possivelmente tenha ficado sabendo que o Superman abandonou o emprego de repórter que tinha no Planeta Diário desde os gibis dos anos 1940 – com alguns breves hiatos e um maior, nos anos 1970 e 1980, quando tornou-se repórter de TV e, eventualmente, âncora de telejornal da WGBS. Mas como e por que aquele que (mesmo não existindo de verdade) é, muito provavelmente, o jornalista mais famoso do mundo desistiu do jornalismo impresso?

O humorístico The Onion já brincava, em julho, com a improbabilidade de um jornal como o Planeta Diário conseguir manter-se, nos dias de hoje, com “estabilidade financeira e relevância cultural”. Um depoimento fictício de um dono fictício de comic shop para o Onion diz: “As crianças folheiam uma cópia de Superman, reviram os olhos e já colocam de volta na prateleira. Elas só têm 9 ou 10 anos, mas já não estão admitindo um jornal diário próspero que todos consideram fonte de informação essencial, parece não ter problemas de moral no seu quadro de pessoal e não perdeu um níquel de receita de anúncios para sites agregadores”. Mas a verdade é que, com o relançamento de toda a linha de quadrinhos – e o reboot do universo ficcional – da DC Comics, o Planeta Diário mudou. Agora, é parte de um grande conglomerado midiático e, para sobreviver no incerto mercado do jornalismo diário impresso, parece ter mudado seus princípios editoriais.

E no novo Universo DC, Superman/Clark Kent também mudou bastante. Ele é um jovem impetuoso e idealista, que acredita na função social do jornalismo e está farto daquilo “que se passa por notícia hoje”.

“Ao invés de Clark ser essa fantasia desajeitada que o Superman coloca, nós iremos realmente ver Clark estabelecer-se nos próximos anos, sendo um cara que vai à Internet e às ondas radiofônicas e começa a propagar a verdade nua e crua”, disse o roteirista Scott Lobdell em entrevista ao USA Today.

Uma certa professora de jornalismo da UFRGS ficaria orgulhosa…

fragmentos9 – Fragmentos de genialidade (ou infâmia) da nona arte. Um quadrinho (ou sequência) de cada vez. Seleção arbitrária por nosso comitê (de uma só pessoa). Para mais, visite o tumblelog.

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Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo (2012)

Por Gabriely Santos

Esqueça os filmes apocalípticos em que todo mundo fica louco e, no fim, o mundo é salvo por heróis que desviam o asteróide e todo mundo fica feliz para sempre. Esqueça também os filmes em que o final compensa o filme todo, afinal, esses são, na maioria das vezes, ruim. Procura-se um amigo para o Fim do Mundo é diferente de tudo o que já foi criado no gênero: é um ‘acorda pra vida’ diferente.

Steve Carell é Dodge, um cara certinho e fiel que descobre duas semanas antes do mundo acabar que a esposa que o abandonou também o traía, e que o seu grande amor da juventude tinha tentado entrar em contato com ele. Isso tudo através da vizinha Penny (Keira Knightley), que acaba se oferecendo para ajudá-lo a reencontrar o seu amor perdido e, em troca, Dodge promete enviá-la para a Inglaterra para ver seus pais uma última vez.

procura-se um amigo para o fim do mundo

Na viagem, as pessoas que interagem com eles fazem do filme algo muito peculiar, tem o policial que prende por excesso de velocidade, as pessoas de uma festa que começam uma orgia, um ex-namorado de Penny, que nunca teve um namorado que amasse, e um reencontro de Dodge com o pai. Entre muitas outras coisas, inclusive talvez uma história de amor completamente inusitada. Ou não. Procura-se um amigo é algo que faz voce pensar com quem você gostaria de estar no fim do mundo e como a vida te surpreende se fosse, simplesmente, parar de se preocupar tanto com ela.

Título Original: Seeking a Friend for the End of the World
Diretor: Lorene Scafaria

Trailer:

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=m7FKVAuDv8M]

 

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The London Souls (2011)

Tash Neal (vocal e guitarra), Kiyoshi Matsuyama (vocal e baixo) e Chris St. Hilaire (vocal e bateria) são as almas de Londres, mas são nova-iorquinos. O power trio homenageia no nome e na sonoridade as bandas de Londres. Além de fazer suas músicas aos moldes de Cream, Led Zeppelin, Black Sabbath, The Who e Beatles, há uma influência mais nítida na banda, Jimi Hendrix. E não é só na aparência de Tash Neal, é sonora também.

London Souls gravaram um dos melhores discos de 2011, demonstrando extrema maturidade para uma banda em seu primeiro trabalho. Os três músicos revezando os vocais mostram um artifício importante para uma banda, levando variedade e belas harmonias às composições.

Uma surpreendente fonte de rock’n’roll, blues e british invasion. Das 13 músicas, 9 foram gravadas no Abbey Road Studios, em Londres e ao vivo, demonstrando que o power trio tem uma sintonia inquestionável. O produtor do disco, Ethan Johns, é conhecido por ter produzido os dois primeiros discos do Kings of Leon, ou seja, os melhores.

Foi lançado oficialmente em 12 de julho de 2011. O álbum recebeu ótimas críticas, mas por algum injustificável motivo não estourou no mundo. Mais um mistério do universo musical.

Faixa a Faixa
ouça todas no Eu Escuto 

1. Intro

Sun, shine on me. Essa é a frase de abertura cantada em harmonia pela banda.

2. She’s So Mad

40 segundos depois da introdução começa a empolgação do disco com She’s So Mad, puramente Jimi Hendrix. She didn’t have to break your heart in two, I know it’s trouble but it’s true.

3.Someday

Mais uma vez London Souls começam soando como um dos seus ídolos, Jimi Hendrix, mas depois do riff inicial o ritmo muda e a música se torna um reggae. Soa estranho ler isso, mas soa bem ouvir a música. Repleta de mudanças rítmicas e de andamento, é um dos pontos altos do disco. Come on back, we’re gonna have a lot of good times, it’s gonna get much better, you know you’ll start to feeling fine.

4.She’s In Control

Cantando em falsete por Kiyoshi na maior parte da música, possui alguns toques de funk e um final espetacular com St. Hilaire encarnando Keith Moon até terminar em fade out. Take your time with a young girls heart, because it breaks so easily.

5.Future Life

St. Hilaire deixa o ritmo da música quebrado com os outros instrumentos se encaixando em perfeita sintonia nas batidas. Baixo e guitarro não se perdem em meio às constantes e sutis viradas da bateria. Músicas como essa servem para perceber quanto de entrosamento há numa banda. Future Life prova que os três London Souls estão na mesma frequência.

6. Old Country Road

Música pertinente com o título. Algumas sacadas de country, com uma guitarra muitíssimo bem trabalhada e uma bateria em ritmo estático durante a música mostrando a ótima técnica de St. Hilaire com a caixa. Perto do final há uma mudança de ritmo e intervalos que são bem preenchidos pelo silêncio de algum ou outro instrumento, habilidade muito bem desenvolvida em mais de uma música. Got to make my way back home, old country road.

7. Six Feet

A primeira balada com violão dos London Souls. Dedilhados e um clima acústico que acalma um pouco após uma primeira euforia desenfreada. Há vários traços de Beatles aqui.

8.Stand Up

Uma das mais empolgantes e pungentes músicas do disco. Um The Jimi Hendrix Experience revisitado.

9. Easier Said Than Done

Quando tudo está indo no básico do trio, guitarra, baixo e bateria, sem mudar o ritmo todos os instrumentos são substituídos por um piano, que acompanha com um violão de fundo o vocal. Essa mudança ocorre na metade da música, antes de voltar ao normal. Demais. I know it’s gonna be easier said than done.

10. I Think I Like It

Turn it up. Essa frase no fundo é dita bem no início da música, enquanto os instrumentos ainda estão vagarosamente aquecendo a introdução, abafados. Segundos depois guitarra, baixo e bateria explodem começando a música em mais um ritmo firme. You’re crazy but I think I like it.

11. Dizzy

Uma balada maravilhosa com mellotron. Mais uma vez lembra os Beatles com um toque de Strawberry Fields Forever na introdução. There’s no cure for the young, canta Matsuyama em uma das belas frases da música. I don’t know who you are, but I know what you’re thinking.

12. Under Control

Um rock’n’roll simples, direto e com uma ponte que destaca mais uma vez todo o talento do Neal na guitarra e a perfeita sintonia que a banda possui nas pausas e dinâmicas.

13. The Sound

Muito John Bonham a bateria que abre a música. Os riff são algo entre Wolfmother, Led Zeppelin e Jimi Hendrix. Cheio de solos, pausas e dinamismo, é uma música que fecha o disco muito bem. Na ponte há uma boa pitada de Whole Lotta Love. O final, em  compasso 3/4, é uma valsa-rock.

As Mulheres da Guerra

Alison Baskersville mostra um lado da guerra pouco explorado pelos meios. Aqui não há homens mutilados, homens mortos, homens acompanhados de rifles. Enfim, não há homens. Fotojornalista e ex-oficial da RAF, Alison permaneceu durante seis semanas na província de Helmand, no Afeganistão para fotografar mulheres.

O projeto, encomendado pela pela Legião Britânica, capta o cotidiano das mulheres na zona de guerra, em um fascinante behind the scenes. Em entrevista ao periódico The Mirror, a fotojornalista diz não querer destacar alguma excepcionalidade das mulheres por estarem em zonas de conflito, mas mostrar o elemento humano de ser um soldado do sexo feminino.

Ela pode não querer destacar diferenças entre homens e mulheres em uma guerra, mas esse bem elaborado trabalho o faz por si próprio.

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Show supresa dos Rolling Stones em Paris

Foto: Getty Images

Sorte não é poder ver os Rolling Stones em Copacabana, sem gastar um centavo, ao lado da praia e empacotado com tanta gente ao redor. Sorte é assistir os Rolling Stones, também empacotado, mas dividindo a sensação só com 599 pessoas em um show surpresa.

No norte de Paris há um bar de rock que nunca será o mesmo, O Le Trabendo. Um bar que proporcionou na noite de 25 de outubro de 2012 uma apresentação dos Rolling Stones para 600 pessoas. O show foi anunciado no mesmo dia através do twitter oficial da banda. Pessoas correram até um único local que venderia os ingressos, uma loja de disco no centro de Paris, para assistir a um show íntimo, sem longas filas, seguranças por toda parte e distância abismal do público ao palco. Não foi de graça, mas foi. Pagar 15 euros (40 reais) para ver os Rolling Stones bem de perto não é uma despesa, é um ganho. É como ver a banda da tua cidade no bar que você vai todo o fim de semana. Mas com uma catastrófica diferença, são os Rolling Stones. E aí?

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

Veja o setlist:

Route 66
It’s Only Rock and Roll
Shattered
When The Whip Comes Down
Champagne and Reefer
Doom and Gloom
Miss You
Tumbling Dice
Start Me Up
Midnight Rambler
Jumping Jack Flash
Brown Sugar

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O Hotel da Casa da Árvore

casa na árvore

Bart Simpson tem uma casa na árvore. Outros tantos seriados, americanos ou não, para adolescentes ou não, levaram a privacidade da estrutura para dentro das cenas. Mas eu nunca tive uma casa na árvore. E você também nunca teve uma casa na árvore, a não ser que seja parte dos 0,0001% da população brasileira, estrangeiro ou macaco.

Só que a casa da árvore que imaginei era tradicional, de madeira e com escada pelo tronco da árvore. Claro que em seu interior haveria mais objetos do que seu tamanho poderia comportar. Seria cheio de gibis, videogames, doces e bonecos dos comandos em ação, mas seria comum por fora. Não uma casa de espelhos. Nem um disco voador. Ou um ninho de pássaros. Muito menos uma sauna.

Essas casas da árvore são para adultos e estão disponíveis para hospedagem. É o Tree Hotel,  localizado em um vilarejo de aproximadamente 600 habitantes chamado Harads, e próximo ao rio Lule, na Suécia. O lugar é ermo e, principalmente no inverno, gélido. Estamos falando aqui do norte da Suécia.

O Tree Hotel foi inspirado no filme sueco The Tree Lover (Trädälskaren, em sueco), de Jonas Selberg Augustsen. Com a ajuda de importantes arquitetos escandinavos, o Tree Hotel possui design peculiar, com os quartos todos suspensos de 4 a 6 metros do solo. Além da natureza e da tranquilidade há também a vista do rio (que eles juram que é sensacional).

O contraste do hotel está no design, tanto interior como exterior e o seus arredores. São quartos moderníssimos em meio à natureza, mostrando um casamento entre raiz e tecnologia. Os quartos foram construídos sem causar danos à natureza. Afinal, construindo um quarto em cima de árvores permite que a vegetação se mantenha intacta. O piso dos quartos é de madeira pura, sem nenhum químico. Para iluminar, apenas lâmpadas LED de baixo consumo.

Quartos

The Cabin
Quarto com 24m² para até duas pessoas, com cama de casal, banheiro e terraço. É uma cápsula entre duas árvores com ótima vista para o vale do rio Lule. 

 

The Mirrorcube
Uma experiência. O Mirrorcube fica camuflado entre as árvores, com paredes espelhadas refletindo o entorno da floresta. É tão perfeito que até previne acidentes com pássaros. Os vidros são revestidos com filme infravermelho, cor invisível para os humanos, mas nítida para as aves. 

 

The Bird’s Nest
O maior contraste entre natureza e tecnologia. Por fora nada mais que a aparência de um grande ninho de pássaro, feito com galhos de árvores. Por dentro, confortáveis dois quartos, sala de estar e banheiro, espaço suficiente para quatro pessoas.

 

The UFO
A prova de que OVNIs existem e estão na Terra. O OVNI surgiu após a ideia de criar algo que destoasse com o ambiente. O quarto é para quatro pessoas. São dois andares em um espaço total de 30m².

 

The Tree Sauna
Sauna a vapor com acomodação para até 8 pessoas com acesso à banheira de hidromassagem. Assim é fácil morar na floresta.


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Herói

Triste e abatido, ele encara seu império sendo despedaçado por bombas e soldados. Segura a cabeça entre as mãos; contém uma lágrima que tenta lhe escapar. Sua vida escapa-lhe pelos poros, junto ao suor, amargo pela derrota. Seu coração partido bate em sincronia com os projéteis disparados e as bombas que finalizam seu sonho, pedaço por pedaço.

Contra tudo e contra todos conseguiu construir seu império; seu sonho de liberdade foi realizado à custa de muito sangue e desgraça. Império de seus sonhos, que agora é despedaçado pela chuva de fogo.

Ele se levanta e caminha pela sala. Pela janela observa o seu povo sendo cruelmente esmagado. O homem mais respeitado e temido pelos adversários de sua época, reduzido a um mero e impotente espectador.

Uma última olhada para sua mesa, que de tantos planos bem sucedidos participou. Seu tapete, que tantas conferências históricas sediou.

Não falta muito agora. Ainda lhe resta a opção de morrer como um herói! “Jamais me pegarão vivo!”, é o pensamento mais coerente que sua mente consegue produzir no momento.

Um último aperto de mão para aqueles que bravamente lhe acompanharam. Lágrimas de seus aliados. Pedidos desesperados, para que reconsidere sua decisão. De joelhos, uma mulher lhe implora para que não os abandone; agarrada a sua farda chora desesperada, suplica que o sonho não seja abandonado.

Ele volta a seus aposentos. A hora chegou. Amanhã milhares chorarão sua morte, outros milhões comemorarão.

Um soldado em prantos para á porta e dá o aviso.

-O Führer está morto!

Palavras podem arrancar lágrimas pelo destino do maior tirano da história, como podem destituir verdadeiros heróis, como Ghandi, de toda a sua glória e bondade.

Palavras podem decidir o início de uma guerra, como podem decidir seu fim.

Palavras podem compor a mais bela poesia, como podem criar uma sentença de morte.

Palavras podem conceder a liberdade a milhares de pessoas, como podem confiscar-lhe esse direito.

O poder das palavras, metáforas e pontos de vista, é mais forte do que qualquer poder militar.

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