A Cerveja Artesanal da Pandora

Fazer a própria cerveja é mais simples do que parece ser. Talvez nem tão simples para os mais preguiçosos, mas mais possível do que se possa imaginar. O processo da fabricação de cerveja artesanal não exige que seja feito em uma fábrica ou um laboratório. Uma sala com alguns utensílios exigidos e uma paciência de monge budista é o suficiente. Por isso, o mestre cervejeiro é um grande monge da cerveja. Possui as mesmas qualidades: paciência, sapiência e crença.

A Cerveja Pandora está aí para provar que é possível fazer cerveja em casa. Falando em provar, no outro sentido, vale a pena.

Não foi preciso alguém ter dito “se tu não gostas, faça melhor” para eles realmente fazerem. Eles são: André de Felippo Jr, Diogo Zanatta e Felipe Cristiano Ródio. O André é o mestre cervejeiro da Pandora. Ele disse que a ideia partiu em um dia de Natal em que estavam bebendo uma cerveja da qual não se lembra (Certo, quem se lembra qual foi a marca da cerveja de cada festa? Só se for aquela muito especial) e comentaram em como a cerveja comercial brasileira está com muito pouco sabor, focando mais a atividade na venda do que na qualidade. A ideia foi então sedimentada devido à qualidade da cerveja comercial brasileira, com o sabor bem abaixo do esperado para quem aprecia o sabor do malte e não só os efeitos alcoólicos da bebida. Quatro dias depois a Pandora iniciou a produção.

Por vontade própria, sem cursos e acompanhamentos de mestres cervejeiros, a Cerveja Pandora começou a ser produzida em uma sala nos fundos da casa de André, em Passo Fundo. As informações e os métodos foram retirados quase que inteiramente da internet através de textos e vídeos caseiros. Foi com o mestre cervejeiro da Bier Site que algumas sugestões e dicas foram aceitas para o início da produção, bem como a compra do primeiro malte.

Depois de terminada a primeira cerveja chegou a tão esperada degustação. “Estava estranho, mas continuamos bebendo, era a nossa cerveja”, dizem. Beberam mais um pouco até que foram atrás de uma opinião externa, de um ex-mestre cervejeiro da Brahma. A resposta foi essa: “Se o objetivo de vocês era fazer vinho, vocês estão quase lá”. Depois do inusitado episódio as cervejas começaram naturalmente a melhorar, através da experiência adquirida.

“A cerveja que a gente mais faz e que é das cervejas que tem mais sabor é a Strong Golden Ale. O ácool normal dela é de 8%. Depois fizemos algumas pilsen, umas duas ou três, que é o básico da cerveja. A pilsen é uma cerveja que só se cozinha em uma temperatura. Nas cervejas que levam mais de um malte tem-se que trabalhar com gradientes de temperatura”, explica André.

A Pandora, em suma, é uma união de três amigos apaixonados por cerveja e que fazem a própria cerveja para beber. Ao todo fizeram já 15 produções, sempre trabalhando entre 20 a 40 litros por vez. O somatório chega a 400 litros de cerveja já produzidos divididos em todos os tipos já experimentados, que são: Pilsen, Stout, Strong Golden Ale, München Helles, Belgian Blonde e uma nova em fase de testes, a Pale Ale.

 

A produção de cerveja artesanal exige um primeiro investimento: a compra de utensílios. No total, a Pandora calcula ter investido em torno de 3 mil reais. Esse montante foi gasto para a aquisição de panelas, termômetro, filtros, fogareiro, manômetro, sacarímetro e outros objetos menores. Desde que a receita seja posta em prática de maneira fiel e a assepsia seja garantida, o procedimento terá um bom resultado e a degustação será o bicho. O crucial é seguir as etapas e cronometrar o tempo exato de cada. A cerveja mais comum, a Pilsen é uma cerveja que é cozinhada em uma só temperatura. Os outros tipos de cerveja, que possuem mais de um tipo de malte na composição, são feitas com gradientes de temperatura especificados na receita.

Via de regra, o processo da cerveja artesanal é mais difícil em organizar as etapas do que encontrar ingredientes, por isso que a fabricação é possível de ser feita por qualquer pessoa e está em crescimento no país. Os ingredientes básicos da cerveja são: água, malte, lúpulo e fermento. Em algumas existem adições de ingredientes complementares, como é o caso da Strong Golden Ale, onde há o acréscimo de açúcar.

André explicou que existem quatro etapas no processo de fabricação da cerveja artesanal:

1. Brassagem

Consiste na extração do açúcar do malte e na fervura do lúpulo. É um processo bem demorado. É altamente recomendável fazer a braçagem degustando cervejas anteriormente produzidas. O malte deve ser fervido por duas horas para que a água capture bem seu teor. Logo após acontece uma filtragem para outra panela. O malte é retirado e o que sobra no outro recipiente é só o líquido. Só o processo de filtragem de uma panela de 40 litros dura em torno de 20 minutos. Neste momento, mesmo que com temperatura bem elevada, se percebe a primeira similaridade com a cerveja, a cor. Feita a filtragem o líquido volta para o fogo, dessa vez para adicionar os lúpulos. Mais um bom tempo de duração (quase duas horas) e mais cervejas recomendadas para acompanhar o processo.

2. Fermentação

Terminada a braçagem, é hora de levar o líquido à fermentação. Esta etapa é caracterizada por ser quando os levedos produzem o álcool. A cerveja então sai da panela grande e vai para um garrafão, geralmente aquelas bombas de 20 litros, onde permanece por 5 dias.

3. Carbonatação

Carbonatar é quando entra gás carbônico na cerveja. Isso ocorre com a cerveja já engarrafada. O envazamento deve ser feito de forma plenamente asséptica. As garrafas, usadas ou não, devem ser lavadas e iodadas para que bactérias não interfiram no processo e para que a cerveja não se torne um vinho (leia acima). Depois de engarrafada, a cerveja permanece carbonatando em temperatura ambiente. André explicou que a cerveja carbonata de acordo com seu tipo. “Uma Strong Golden Ale carbonata mais rápido que uma Stout, pela quantidade de gás”. Dessas garrafas todas, uma é selecionada como modelo e inserida em sua boca o manômetro, instrumento que fará a medição de gás. O ideal é que a pressão fique em 2,5 bar. Atingida esta medida a cerveja passa para a próxima fase. O tempo para a pressão ideal ser atingida varia de acordo com o tipo de cerveja. A Stout demora geralmente 12 dias e é uma das mais lentas a carbonarem.

 4. Maturação

A útlima fase é a mais longa. A maturação leva cerca de 15 a 20 dias. Basta acomodar as cervejas já engarrafadas em um ambiente refrigerado e esperar. Depois de maturada vêm a melhor fase da cerveja, aquela em que não só os mestres cervejeiros são hábeis a fazer e minha preferida, a degustação.

Stout: “É uma cerveja tipo ale escura. Os degustadores de cerveja dizem que ela tem tons de café, que se dá na verdade porque um de ela possui um dos maltes torrado. Ela possui um fundo mais defumado, mais tostado, que se dá em função disso. De regra é uma cerveja que tem menos espuma, porque carbonata menos e é uma cerveja de um teor alcoólico não muito elevado, normalmente 4%.”

Rótulo da Cerveja Pandora.
Arte: Daniel Faccio

Strong Golden Ale: “É uma cerveja em que o marcante dela é o alcool, que fica em torno de 9%. É uma cerveja mais forte, mais pesada e harmoniza bem com carnes. É uma cerveja mais marcante.”

Pilsen: “É o nosso chopp, é a que gente bebe  normalmente, a mais comum do Brasil. Ela é uma cerveja que harmoniza com quase tudo. A porcentagem dela fica em torno de 4%.”

Belgian Blonde: “É uma cerveja do tipo abadia. Ela tem um tom mais cítrico, tanto que em muita belgium blonde se coloca cascas de laranja. É uma cerveja que tem uma porcentagem de 7% de álcool.”

 Munich Helles: “É uma cerveja lager e com um sabor, como se diz, mais popular. Ela não é um sabor tão marcante, é um sabor normalmente apreciado por quem não é tanto dos gostos marcantes da cerveja artesanal, quem gosta mais do básico. Normalmente o teor alcoólico fica em 4%.”

André e Diogo no processo de filtragem

Durante o acompanhamento da fabricação da cerveja algumas foram consumidas. Por sorte haviam vários tipos em estoque ali disponíveis. Qualitativamente falando, tanto a Strong Golden Ale que é uma cerveja com mais corpo quanto uma Pilsen que é a tradicional, são mais alcoólicas e mais saborosas que as cervejas comerciais brasileiras. A cerveja artesanal possui essa característica do gosto, do aroma, de ser servida em uma temperatura não tão gelada. É um diferencial. Eu recomendo a Cerveja Pandora por ter sabor de cerveja e não de água com cevada, como estamos acostumados, e por não ter me dado dor de cabeça no dia seguinte, como também muitas vezes estamos acostumados.

Quem está disposto a provar a Cerveja Pandora pode fazer uma encomenda, desde que em pequena escala. Deixo aqui o contato telefônico do mestre cervejeiro da Pandora, o André: (54) 99359536.

Fim da matéria e das degustações

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“É o que as minhas criações fazem. Elas encontram a humanidade em Deus.”

Fantastic Four #511 (2004), Mark Waid e Mike Wieringo

– É o que as minhas criações fazem. Elas encontram a humanidade em Deus.

– Incrível.

– Pra dizer o mínimo.

– Me dêem licença um momento.

– Deus tem um telefone? Qual é o número? “1”?

– …aham… aham… e então eles estão na Cidade Proibida… a Selva Humana. Certo. De repente, o Pantera Negra pula do meio das árvores! Ok, vamos colocar o Surfista Prateado! Sim! Sim! Escreva e eu vou começar os designs!

– Quem… Quem ligou?

– Meu colaborador. ‘nuff said.

Fantastic Four #511 (2004), de Mark Waid e Mike Wieringo

Se ainda estivesse vivo, Jack Kirby, o Rei dos Quadrinhos, estaria completando 95 anos em 2012. Com sua criatividade praticamente ilimitada, Kirby criou ou co-criou mais de 400 personagens ao longo da carreira de ilustrador/roteirista/editor. Ao lado de Joe Simon, co-criou o Capitão América. Na lendária parceria com Stan Lee, co-criou Quarteto Fantástico, Hulk, X-Men, Thor, Homem de Ferro, Pantera Negra, Surfista Prateado, Dr. Destino, entre outros. O Rei criou, ainda, Darkseid, os Novos Deuses e o Quarto Mundo, partes importantes da mitologia do Universo DC. 18 anos após sua morte, suas contribuições aos quadrinhos seguem muito vivas.

Nesta seqüência, Mark Waid e Mike Wieringo fazem uma bela homenagem a Kirby. Após o Dr. Destino tomar o controle do corpo do Coisa, forçando o Sr. Fantástico a matar seu amigo, o Quarteto vai ao “céu” para tentar trazer o sobrinho favorito da Tia Petúnia de volta. Lá, o grupo encontra o próprio Deus, que é ninguém mais, ninguém menos que Jack “The King” Kirby. Após bater um papo cabeça com os heróis e deixar tudo-bem-agora, Deus-Kirby ainda entrega um presente ao Quarteto, um sketch com “um final feliz”.

Publicado originalmente em fragmentos9 – Fragmentos de genialidade (ou infâmia) da nona arte. Um quadrinho (ou sequência) de cada vez. Seleção arbitrária por nosso comitê (de uma só pessoa). Para mais, visite o tumblelog.

 

Disponível na Livraria Saraiva (clique na capa):

Smith, Paul; Wieringo, Mike; Waid, Mark

 

 

 

 

 

 

Burj Khalifa, a 828 metros do chão

burj khalifa

Com ilhas artificiais, hotéis arrojados e shoppings luxuosos, é difícil chamar a atenção em Dubai. Talvez um contraste entre prédios gigantes, o deserto e residências mais humildes ao fundo.

Mas arquitetonicamente falando o que mais se destaca em Dubai é um arranha-céu que pode ser visto a até 95 quilômetros de distância: o Burj Khalifa, a mais alta construção já feita pelo homem, consegue se destacar na paisagem desta cidade de superlativos. É conhecido como a “Pirâmide moderna”.

A construção tem 828 metros de altura distribuídos em 163 andares. Sua grandeza fica ainda mais evidente se comparada a outras construções famosas. O Burj Khalifa ultrapassa em mais de 200 metros o segundo prédio mais alto do mundo, o Makkah Royal Clock Tower Hotel, construído em janeiro de 2012 na Arábia Saudita.

É tão alto que a diferença de temperatura entre o solo pode variar em até 8ºC, tendo em média 46°C no solo e 38°C no topo. Um estudo com base em dados de satélite foi realizado para reduzir essa discrepância climática em seu interior. O topo do prédio é constituído por torres de comunicação.

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Vista do Burj
Foto: Karim Sahib – AFP/Getty Images

Chamado de Burj Dubai durante toda a obra – que em árabe significa a Torre de Dubai – o arranha-céu teve o nome modificado para Burj Khalifa no dia da inauguração, 4 de janeiro de 2010, em homenagem ao presidente dos Emirados Árabes, Khalifa Nahyan.

A torre desenhada pela norte-americana Skidmore, Owings e Merrill (SOM) custou, aproximadamente, US$ 1,5 bilhões de dólares e levou quase seis anos para ser concluída, envolvendo 380 engenheiros. Foram utilizados 330 mil m³ de concreto, 31.400 mil toneladas de aço e 28 mil painéis de vidros.

O edifício tem 57 elevadores, que trafegam a uma velocidade média de 10 m/s. Três deles são rápidos, parando apenas, além do térreo e do topo, nos andares 43, 76 e 123 – pisos estratégicos para mudanças de elevadores.

burj khalifa
Outra vista do Burj

O Burj ainda possui um dos maiores sistemas de recuperação de água condensada do mundo, o que significa o aproveitamento de até 20 piscinas olímpicas de água por ano, além de ter uma das maiores pressões de água refrigerada já usada em um edifício. A água é aproveitada para a irrigação dos jardins e áreas verdes.

É também cercado por um parque de 11 hectares, decorado com vegetação característica e fontes iluminadas que à noite fazem um show à parte. O parque inclui ainda um passeio ao longo do lago Dubai, espaços ao ar livre, restaurante, bosques, playground, área de jogos e piscinas.

Por fim, junto ao Burj Khalifa, está o Armani Hotel Dubai, primeiro hotel do mundo projetado e desenvolvido por Giorgio Armani. Cada detalhe do hotel tem a assinatura de Armani, com estilo italiano e pisos de mármore de eramosa.

A mobília é feita sob medida em “Zebrawood” e pessoalmente projetada conforme as necessidades dos clientes.

Armani Hotel Dubai
Suíte embaixador do hotel
Exterior, já muito alto
Elevadores
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Burj Khalifa
Imagine uma criança apertando todos os botões
burj khalifa
Foto: Karim Sahib – AFP/Getty Images

Vídeo mostrando o Burj Khalifa do topo:

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O dia em que Beatles e Elvis Presley tocaram juntos

John Lennon em 1975 lembrou: “Havia uma pessoa nos Estados Unidos que nós realmente estávamos querendo conhecer, essa pessoa era Elvis Presley“. Nós simplesmente o idolatrávamos. A primeira vez que escutei Heartbreak Hotel eu mal pude ouvir o que estava sendo dito. Foi uma experiência auditiva que me deixou de cabelos em pé. Nós nunca tínhamos escutado um americano cantar daquele jeito. Eles sempre cantavam como Sinatra”.

Quando os Beatles foram pela primeira vez a Hollywood, em 1964, milhares de fãs queriam ficar frente a frente com o fab four. Além dos fãs, estrelas como Dean Martin e Frank Sinatra haviam expressado o desejo de encontrar os Beatles, porém quem eles gostariam de conhecer era ele, The King. Entretanto, esta tentativa foi frustrada na primeira visita aos Estados Unidos. Foi só em 27 de agosto de 1965 que o sonho de conhecer o Rei se tornou realidade. E mesmo assim, não foi fácil, foram três dias de planejamento para que o encontro fosse realizado em Bel Air. Elvis havia acabado de filmar Blue Hawaii e estava  em uma casa alugada em Bel Air, junto com seus homens, a máfia de Memphis. Perto das 10 da noite eles chegaram. George Harrison relembra: “Nós chegamos em frente a uns portões grandes e alguém disse, ‘estamos indo ver o Elvis’, então nós caímos rindo fora da limusine”.

John Lennon achou que o encontro seria um segredo. “Mas os fãs e a imprensa imaginaram. A ideia de um encontro entre Elvis e os Beatles simplesmente apavorou muita gente… Elvis nos recebeu tranquilamente e nos levou a uma grande e circular sala. Eu notei que Paul, George e Ringo estavam nervosos, como eu também estava. Aquele era o cara que idolatrávamos por anos. Ele era uma lenda e nunca foi fácil encontrar lendas”.

De primeira, os Beatles ficaram sem palavras. Paul, John e Ringo sentaram ao lado de Elvis e George sentou com as pernas cruzadas, no chão. Depois de um tempo Elvis tentou quebrar o silêncio e fazer com que os quatro rapazes se sentissem em casa. “Se vocês vão ficar aqui só olhando para mim eu vou para a cama”, disse. “Não queria que isso acabasse com um bando de súditos visitando o rei. Achei que íamos relaxar, conversar sobre música e tocar um pouco”.

Essa pareceu uma ideia maravilhosa para os Beatles. Lennon relembra “era tudo o que queríamos”. Depois de um tempo Elvis disse “alguém pegue as guitarras”. Um dos homens de Elvis buscou rapidamente e em segundos três instrumentos tinham sido plugadas nos amplificadores na sala. Elvis estava com um baixo e Lennon disse que Elvis não era muito familiarizado com este instrumento, então Paul explicou algumas coisas que Elvis poderia fazer. George, de início, manteve-se ocupado apenas olhando para o instrumento. Depois de um tempo tocaram You’re my world de Cilla Black. Depois tocaram That’s Alright (Mama), Blue Suede Shoes e I Feel Fine, com Paul improvisando no piano. Todos estavam se divertindo, apenas Ringo estava um pouco aborrecido, olhando para os músicos e batendo com as mãos na cadeira. “Que pena termos deixado a bateria em Memphis”, disse Elvis.

 

Limusine dos Beatles em frente a casa de Elvis

Por volta das 2 da manhã, os Beatles foram embora. Levaram consigo discos do Elvis, um coldre de arma com um cinto de couro em ouro e uma luminária de mesa, cortesias do Rei. John: “Enquanto estávamos prontos para sair, Paul disse, ‘Elvis, gostaríamos que você e os outros caras viessem ao lugar onde estaremos amanhã à noite.’ ‘Bem, vamos, ver’, Elvis respondeu. ‘Eu não sei se poderei, mas obrigado da mesma forma’. Ele riu e apertou nossas mãos. Foi o senso de humor de Elvis que grudou em minha mente. Ele gostava de rir e fazer os outros rirem também. Isto aconteceu porque eu novamente imitei a voz de Peter Sellers enquanto caminhávamos até a porta. Eu disse, obrigado pela música, Elvis, e vida longa ao Rei”.

 

Fontes das citações:
The Beatles, A Biografia. Bob Spitz
The Beatles – 10 years that shooked the world. Mojo Music Magazine.

 

Vídeo sobre o encontro retirado do Anthology. (Aqui, Ringo, Paul e George dizem que apenas John tocou com Elvis. Com tudo que já li sobre os Beatles, acredito que essa declaração foi uma brincadeira, assim como foi quando eles dizem depois que Ringo jogou futebol com Elvis).

 

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T. Rex – Electric Warrior (1971)

T. Rex - Electric Warrior (1971)

Marc Bolan, guitarrista e vocalista cabeludo do T. Rex, um dos mais icônicos intérpretes do rock’n’roll inglês. Lançou Electric Warrior em 1971, no auge do T. Rex, logo após a banda ter evoluído de um duo denominado Tyranossaurus Rex e amplificado seu som.

Electric Warrior é cheio de baladas sensuais, uma percussão bem encaixada com os ritmos, várias declarações de amor a garotas, glamrock, blues e referências interplanetárias, como Cosmic Dancer, Monolith e Planet Queen. Marc Bolan não foi tão extravagante quanto David Bowie, mas ambos possuem suas semelhanças dentro do glamrock. Os dois foram produzidos pelo mesmo cabeça, Tony Visconti, americano erradicado na Inglaterra.

Com o glamrock na roupa e na cara, Bolan deixou muitas mulheres o querendo muito com sua voz e seus sussuros. Morreu na noite de 16 de setembro de 1977 em um acidente de carro. Acompanham Bolan: Mickey Finn na percussão, Stevie Currie no baixo e Bill Legend na bateria.

O álbum foi lançado pelo selo Fly no Reino Unido. Nos Estados Unidos foi lançado pela Reprise, selo de Frank Sinatra, comprado posteriormente pela Warner. A produção é de Tony Visconti e o projeto gráfico do álbum é da Hipgnosis.

Levou uma gatinha pra casa? Então coloca Electric Warrior no som que o resultado é tão garantido como um vinho francês.

T. Rex – Electric Warrior (1971) – Faixa a Faixa

*ouça no Eu Escuto

1. Mambo Sun

Sem mudar o ritmo do começo ao fim, com a mesma batida, uma guitarra com um timbraço imitando a melodia no solo e uma certeira letra sobre “sou louco por ti” ou coisa que o valha. Escute essa música e fique com a melodia marcante dos “for you, uhh, you, uhh” na cabeça. De fato, a primeira frase e o primeiro verso já marcam. Beneath the bebop moon I want to croon with you. Beneath the Mambo Sun. I got to be the one with you.

2. Cosmic Dancer

Uma balada sensacional. Com violões, backing vocals e guitarras estranhas inseridas no meio do ritmo. Mais um belo trabalho também da percussão e da bateria que seguram o ritmo da música sem a tornar cansativa. Is it wrong to understand, the fear that dwells inside a man? What’s it like to be a loon? I liken it to a balloon.

3. Jeepster

Um rock depois do soturno. Jeepster é uma metáfora de um carro atrás de outro, o Jeepster atrás do Jaguar, o americano atrás do inglês. Just like a car you’re pleasing to be hold. I’ll call you Jaguar if I may be so bold ‘cos you’re my baby, ‘cos you’re my love. Oh girl I’m just a jeepster for your love. É uma metáfora na época em que o T. Rex estava tentando o sucesso do outro lado do Atlântico.

 

4. Monolith

Outra balada, com excepcionais e afinados backing vocals acompanhando toda a música. Bolan começa com um solo de guitarra e a música segue em ritmo moderado com riffs intercalando nos fins dos versos. Shallow all the actions of the children of men. Fogged was their vision since the ages began. Apesar de não haver sensualidade explícita na letra, há de sobra nas guitarras de Bolan. Pode imaginar aquela gata tirando a roupa durante o solo da música, ou toda ela.

5. Lean Woman Blues

Aqui uma canção de blues sobre uma mulher. Coisa básica, não? Não. E não porque o Bolan canta demais, e no ritmo de blues ele passa uma sensação de vai-e-vem com a guitarra. Mesmo fazendo o básico, aqui o T. Rex se diferencia. Lean love. All you give to me is lean love. I’m like a beggar in the sand with the sky in my hand and I’m blue.

6. Get It On (Bang a Gong)

A música mais famosa do T. Rex. Claramente roubada depois pelo Oasis em Cigarettes and Alcohol (o riff é idêntico). Bang a Gong é uma faixa puro rock’n’roll na classe. Mais uma vez Bolan fala sobre carros e sobre mulheres na mesma música. You’re built like a car, you’ve got a hub cap diamond star halo. You’re built like a car, oh yeah. You’re an untamed youth that’s the truth with your cloak full of eagles. You’re dirty sweet and you’re my girl. Get it on é acompnhada de um piano de  Blue Weaver e um solo de saxophone gravado por Ian McDonald. Foi o único hit do T. Rex a chegar nos Estados Unidos.

7. Planet Queen

Uma mesma característica dá início a essa música. Um swing com violão, bateria, percussão e baixo. Quando entra o vocal, entra imediatamente os conhecidos backing vocals de faixas anteriores.Bolan visitou outros planetas certamente ao compor essa música. Well it’s all right. Love is what you want. Flying saucer take me away. Give me your daughter. E nesse outro planeta certamente pegou gente.

8. Girl 

Girl começa com violão e voz e canta para três seres do universo, dividido em versos. Primeiro, Deus. Segundo, Garota. E, por último, Garoto. Oh girl, electric witch you are limp in society’s ditch. You are visually fine .Oh yes you are but mentally dying. Bolan volta nessa música ao formato acústico de seu antigo projeto, o Tyrannosaurus Rex.

9. The Motivator 

The Motivator segue nos mesmos ritmos das mais dançantes músicas do T. Rex (Jeepster e Get It On). É um pouco parecida e por isso é boa demais. O destaque é para as guitarras de Bolan, sempre na calma, na manha. I love the way you walk, don’t you know you’re a cool motivator. Love the way you walk.

10. Life’s a Gas

Aqui uma das canções mais verdadeiras de Bolan. Uma balada sobre a vida e sobre como ele a enxerga. Soa sincera e bonita, devagar e calma. No it really doesn’t matter at all. Life’s a gas. I hope it’s gonna last.

11. Rip Off

A derradeira faixa de Electric Warrior começa com uma contagem. E depois rock’n’roll. Termina bem o disco, com bastante destaque às percussões e aos saxophones, que finalizam a música junto com um piano transformando a música num clima, mais uma vez, lunar. É também a letra mais comprida de Electric Warrior, uma música nervosa sem repetições de frases. Rocking in the nude I’m feeling such a dude, it’s a rip-off. Dancing in the dark with the tramps in the Park, it’s a rip-off. Such a rip-off.

O Fotojornalismo de Alfred Eisenstaedt

Alfred Eisenstaedt

Em 24 de agosto de 1995 morreu Alfred Eisenstaedt, um mestre do fotojornalismo.

Fotógrafo da revista norte-americana Life entre 1935 e 1972, teve mais de 2500 fotos publicadas, sendo 90 imagens selecionadas para a capa.

O olhar fotográfico aguçado de Eisenstaedt imortalizou diversas imagens durante o século passado. A mais icônica é a foto de um marinheiro americano beijando uma enfermeira na Times Square, Nova York, em 14 de agosto de 1945, data da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Ainda que a fotografia mais famosa de Eisenstaedt seja de duas pessoas simples e desconhecidas, sua carreira foi marcada por capturar imagens de renomadas personalidades mundiais.

Através de suas lentes fotografou o encontro entre Hitler e Mussolini em Veneza (1934) e, entre outras personalidades, John F. Kennedy, Marilyn Monroe, Albert Einstein, Ernest Hemingway, Martin Luther King e Sophia Loren.

Marilyn Monroe e Alfred Eisenstaedt
Marilyn Monroe e Alfred Eisenstaedt

Relembre algumas fotos icônicas de Alfred Eisenstaedt

Alfred Eisenstaedt
Times Square, 1945
Alfred Eisenstaedt
Joseph Goebbels, Genebra, 1933
Alfred Eisenstaedt
Winston Churchill, Liverpool, 1951
Alfred Eisenstaedt
Hitler e Mussolini, Veneza, 1934
Alfred Eisenstaedt
Hiroshima em 1956
Alfred Eisenstaedt
Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer, 1947
Alfred Eisenstaedt
Marilyn Monroe, 1953
Alfred Eisenstaedt
Teatro alla Scala, Milão, 1934
Alfred Eisenstaedt
O garçom Rene Breguet, Saint-Moritz, 1932
Alfred Eisenstaedt
John F. Kennedy e a filha, Caroline, Hyannisport, Massachusetts, 1960
Alfred Eisenstaedt
Sophia Loren, 1964
Alfred Eisenstaedt
Bette Davis, 1938
Alfred Eisenstaedt
Mussolini na Piazza San Marco, Veneza, 1934
Alfred Eisenstaedt
Martin Luther King e Kenneth Kaunda, Birmingham, Alabama, 1960

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XI Festival Internacional de Folclore de Passo Fundo

O festival internacional de folclore de Passo Fundo chegou este ano à décima primeira edição. As ótimas fotos abaixo foram registradas pelo fotógrafo Diogo Zanatta em apresentações no Circo da Cultura e em desfiles na rua Morom.

 

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R.I.P. Joe Kubert

DC Special #5

Joe Kubert

Eu sou Joe Kubert – e estas duas páginas contêm alguns dos personagens de quadrinhos que eu tive o prazer de “trazer à vida” através da mídia das revistas em quadrinhos. As cartas que recebi de todos vocês aí fora serviram para estimular meu amor básico por desenhar – ilustrar uma história imaginativa –, por desenvolver e comunicar uma HQ empolgante para vocês, os leitores!

Tentei recriar as figuras seguinte no mesmo estilo em que as desenhei originalmente – vários e vários anos atrás. Mas… Até onde me consta, esses personagens nunca vão envelhecer!

(…)

Mas tudo isso foi ontem… Hoje, um novíssimo tipo de revista chegou às bancas! Seu título: Firehair. É nossa tentativa de indetificar o presente… Através do passado… Seguindo as aventuras cheias de emoção de um garoto branco que é criado pelos índios das grandes planícies no início dos anos 1800.

*Nota: Não perca Firehair. Se você gostou de qualquer trabalho meu no passado… Creio que apreciará este!

DC Special #5 (1969), de Joe Kubert

R.I.P. Joe Kubert (18/09/1926 – 12/08/2012)

Joe foi um dos grandes mestres dos quadrinhos. Ao longo de uma duradoura e bem sucedida carreira, desenhou (além de escrever e editar) diversos personagens, como Sargento Rock, Tarzan e Gavião Negro, além de criar vários outros, como Tor (o homem pré-histórico, não o deus nórdico do trovão). Mas o vasto legado que Kubert deixa vai bem além das contribuições como criador de HQs: em 1976, ele fundou a Joe Kubert School of Cartoon and Graphic Art, primeira – e até hoje uma das principais – escola superior de arte sequencial dos Estados Unidos. Por lá, passaram nomes importantes da indústria dos quadrinhos, como Alex Maleev, Tim Truman, Amanda Conner, Tom Raney, Rags Morales, Steve Lieber, Scott Kolins, Stephen Bissette, Shane Davis, Rick Veitch, Karl Kesel, além dos filhos de Joe – e astros dos desenhos –, Adam e Andy Kubert.

fragmentos9 – Fragmentos de genialidade (ou infâmia) da nona arte. Um quadrinho (ou sequência) de cada vez. Seleção arbitrária por nosso comitê (de uma só pessoa). Para mais, visite o tumblelog.

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The Doors (1967), o primeiro álbum

The Doors (1967)

Em 1965 Jim Morrison já tinha fugido de casa, já tinha uma tentativa frustrada na escola de cinema e achava que não sabia cantar. Acontece que pra fazer história no rock não precisa necessariamente cantar bem, basta ser bastante original. E assim Jim Morrison foi salvo de ter sido só mais um indigente americano.

Com uma excelente visão sobre sentimentos e uma gigantesca capacidade de transpor estes sentimentos em palavras, Jim Morrison formou The Doors junto com o tecladista Ray Manzarek, o guitarrista Rob Krieger e o baterista John Densmore.

O nome é profundamente inspirado na obra de Aldous Huxley, As Portas da Percepção, e da mesma forma a mensagem que a banda procurou passar, a de transgredir, de viver sem limites, sem medo do pensamento.

The Doors é The Doors por causa de Jim Morrison, não há duvida nisso. Isso pode ser notado logo na capa do primeiro disco. Um Jim Morrison protagonizado na foto com os três músicos ao fundo.

Apesar de ser o personagem principal, os coadjuvantes músicos não poderiam ter sido outros. Bateria, teclado e guitarra encontraram uma sintonia perfeita para os poemas cantados e a voz grave de Morrison.

Ray Manzarek utiliza bastante o teclado para fazer o som do baixo, instrumento inexistente nas apresentações ao vivo. Porém, algumas músicas foram gravadas com o auxílio do baixo elétrico no estúdio. E é uma linha melhor que a outra. Todas as linhas de baixo do The Doors se encaixam perfeitamente com os teclados, as guitarras, a percussão e a voz de Morrison.

The Doors foi uma banda sem baixista com ótimos baixistas de estúdio e um ótimo Ray Manzarek na chefia. Neste primeiro disco os créditos da gravação dos baixos são para Larry Knechtel.

Capa do álbum

O disco foi gravado em Hollywood, na Sunset Sound Recorders em agosto de 1966 e lançado em janeiro de 1967 pelo selo Elektra. Foi produzido por Paul A. Rothchild. O projeto gráfico é de William S. Harvey.

The Doors (1967) – Faixa a Faixa

Disponível para ouvir no Eu Escuto

1. Break On Through (To The Other Side)

As primeiras batidas do disco, meio jazz ou bossa nova, já envolvem. Logo segue um repetitivo riff que permeia por toda a música, um refrão em forma de “faça o que eu digo” (break on trough to the other side) e um característico solo de teclado de Ray Manzarek. É uma música que corresponde ao ideal da banda, de abrir as portas da percepção (Aldous Huxley seria um grande fã). Foi censurada por conter na letra a frase “she gets high”. Break on Through é uma das músicas que desperta o robô Curiosity, enviado neste ano de 2012 para Marte pela Nasa. You know the day destroys the night. Night divides the day.Tried to run, tried to hide. Break on through to the other side.

2. Soul Kitchen

O teclado inicial de Soul Kitchen é o cartão de visita dessa segunda música. A bateria é a responsável por uma mudança sutil de ritmo que segue durante a música, uma característica clara do The Doors. A guitarra de Rob Krieger complementa com sintonia os teclados de Manzarek. Let me sleep all night in your soul kitchen. Warm my mind near your gentle stove.Turn me out and I’ll wander, baby. Stumblin’ in the neon groves.

3. Crystal Ship

A hipnotizante terceira faixa Crystal Ship tem um interlúdio de teclado do cão, poesia na voz e um acompanhamento digno de uma sessão qualquer de relaxamento. Como várias músicas do The Doors, parece uma poesia adaptada, com um acompanhamento musical e com todas as metáforas dignas de Jim Morrison. Before you slip into unconsciousness I’d like to have another kiss. Another flashing chance at bliss. Another kiss. Another kiss.

4. Twentieth Century Fox

Nessa faixa aparece muito bem o jeito característico de tocar guitarra de Rob Krieger. É atordoante se ouvido sem os outros instrumentos musicais acompanhando-o. Morrison canta para uma mulher fashion e insensível. Uma alusão também à companhia de cinema e televisão, a Fox. She’s the queen of cool. And she’s the lady who waits. Since her mind left school. It never hesitates. She won’t waste time on elementary talk.

jim morrison

5. Alabama Song (Whisky Bar) (Bertlot Brecht, Kurt Weill)

Uma canção de 1927 com elementos de blues e foxtrot regravada pelo The Doors. A combinação com a sonoridade da banda foi de absoluto sucesso e Alabama Song até parece uma canção original do The Doors. Afinal, Jim Morrison gostava muito de um whisky. Além dos teclados, Ray Manzarek toca marxophone na música, aquele som estranho que se destaca no fim de cada frase cantada por Morrison. Well, show me the way to the next whiskey bar. Oh, don’t ask why. Oh, don’t ask why.

6. Light My Fire

Não vou falar nada. É a música mais famosa do The Doors e todo mundo reconhece o solo de teclado inicial, seja quando toca no rádio ou no songpop. Mentira, falo sim. Quem compôs a música foi Rob Krieger, apenas na guitarra. O teclado só veio a ser composto depois. Tem duas boas histórias sobre essa música. A primeira, no famoso programa de TV de Ed Sullivan. Sendo atração principal do show, Ed Sullivan pediu que o The Doors não proferisse a frase “girl, we couldn’t get much higher”, por achar inapropriado para a audiência. Todos concordaram, mas na hora Jim Morrison cantou a música sem alterar a original. A segunda história é que a música foi vendida para um comercial de TV sem o consentimento de Jim Morrison, que era integralmente contrário a esse tipo de comercialização. A atitude causou a ira de Jim Morrison que se sentiu traído pela banda e desencadeou diversas discussões internas.  You know that it would be untrue. You know that I would be a liar. If I was to say to you. Girl, we couldn’t get much higher. Come on baby, light my fire.

7. Back Door Man (Willie Dixon)

Outra regravação muito bem sucedida. O clássico blues de Willie Dixon é ditado pelo ritmo do teclado de Manzarek durante toda a música. É uma versão de tirar o chapéu de uma música sem vergonha. Backdoor man significa na cultura sulista americana um homem que tem um caso com uma mulher casada enquanto o marido está no trabalho. You men eat your dinner, eat your pork and beans. I eat more chicken than any man ever seen. I’m a back door man. The men don’t know, but the little girl understand.

8. I Looked At You

Uma das mais simples músicas do The Doors. Uma letra que fala sobre sintonias, cumplicidades e semelhanças. I looked at you. You looked me. I smiled at you. You smiled at me.

The Doors

9. End of the Night

Outra música de começo, meio e fim hipnotizantes. Tipico The Doors, com um teclado atordoante e uma obsessão ao falar sobre a noite. Take the highway to the end of the night. End of the night. End of the night. Take a journey to the bright midnight. End of the night. End of the night. Foi B-Side de Break On Through.

10. Take it as it comes

Apesar de simples, é uma letra que revela a personalidade de Jim Morrison, de experimentar todos os sentimentos, bons ou ruins. Time to live. Time to lie. Time to laugh. Time to die .Take it easy, baby. Take it as it comes. Don’t move too fast if you want your love to last. You’ve been movin’ much too fast. Viver o dia de hoje, sem pressa, sem preocupações com o dia seguinte, característico Morrison. Foi escrita após Morrison assistir uma palestra de Maharishi Mahesh Yogi, mundialmente conhecido como o guru dos Beatles.

11. The End

A última música é o começo do rock teatro. É um ode, uma opera, um épico. É em The End que Jim Morrison se revela. A música é cheia de significados, mas, sobretudo, fala sobre a vida e sobre a morte, e sobre tudo também. A subjeção é enorme a quantidade de interpretações possíveis é vasta, basta imaginar. Em uma apresentação em 1966 Jim Morrison foi vaiado. Com a cabeça cheia de ácido ele cantou “Father, I want to kill you. Mother, I want to fuck you”. Depois disso o The Doors foi demitido do Whisky a Go Go, tradicional club de Los Angeles onde eram os músicos residentes. This is the end, beautiful friend. This is the end, my only friend, the end. Of our elaborate plans, the end. Of everything that stands, the end. No safety or surprise, the end. I’ll never look into your eyes again. Can you picture what will be? So limitless and free? Desperately in need of some stranger’s hand in a desperate land. A música é um transe. É pra encerrar o disco e por tocar de novo, nem que seja só a The End.

O Preço de um Protesto

Foto: Kerim Okten/EPA

A Rússia se tornou mais do que o país da vodka, agora é o país onde o protesto é ilegal. Músicos que protestam em canções são agora encarcerados. Em síntese, uma manifestação artística dissidente aos ideais políticos do presidente Vladimir Putin é um crime. Rapidamente a descarada tentativa de censura trafegou pelos mais variados lugares da internet e tornou-se uma causa mundial. Manifestantes que prezam pela liberdade de expressão de todo o mundo estão indo à frente da embaixada russa de seus países para protestaram contra a decisão autoritária, retrógrada e ignorante do país.

Em um mundo informatizado, a tentativa de censura é o caminho mais curto para a rejeição a um governo por um povo que clama por democracia. O governo russo acredita que ao impedir o Pussy Riot de se manifestar, mantendo as integrantes presas, irá assustar seus dissidentes para que os mesmos não ajam contra o seu ideal de governo. É uma descarada tentativa de limitar o senso crítico de um país, impedindo-os de refletir, colocando-se acima do poder em uma confortável posição de dono da verdade, capaz de definir o que será veiculado e o que não será permitido.

Banda punk russa
Foto: AFP/Getty Images

Ao contrário dos pensamentos retrógrados de Putin e da Igreja Ortodoxa, o mundo agora apoia Pussy Riot mais do que nunca. Talvez se a manifestação fosse ignorada, as ativistas não ficassem tão famosas. No máximo haveria destaque no próprio país. Com a repercussão e a decisão intolerante do sistema judiciário russo, que negou que testemunhas a favor das rés dessem seus depoimentos, as embaixadas russas do mundo todo começaram a lotar de manifestantes. E o que Putin temia está acontecendo. Pussy Riot agora possuem seguidores ao redor do globo, e já são tratadas como heroínas enjauladas em um país antidemocrático.

A associação russa de advogados já tinha publicado uma carta aberta assinada por 25 advogados declarando que a performance do Pussy Riot na catedral não constituía crime. Porém, não adiantou. Três integrantes do grupo foram sentenciadas a 2 anos de prisão. O crime? “Hooliganismo” e ódio religioso.

Religião
Pussy Riot interpretando Punk Prayer

Contextualizando

As ativistas feministas intituladas Pussy Riot subiram ao altar da catedral de Cristo Salvador de Moscou em fevereiro deste ano e, com balaclavas, interpretaram uma música identificada como Punk Prayer, uma reza punk. A música denuncia pejorativamente as relações do governo com a Igreja Ortodoxa. Como Putin não enxerga separação entre o Estado e a Igreja Ortodoxa, o processo foi claramente beneficiado aos “ofendidos”, por meio de ninguém menos que o patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa. A Igreja ainda não entendeu, mas as ativistas continuam ressaltando: A música é de caráter político, não religioso.

Refrão da “reza”:

Santa Maria, Virgem
Destitua Putin, destitua Putin
Santa Maria, Virgem
Seja uma feminista, seja uma feminista

Veja o vídeo:

Parabéns ao governo russo, que está sendo estereotipado como defensor da censura e antidemocrático. Graças à intransigência do sistema judicial, o reconhecimento das ativistas do Pussy Riot tornou-se internacional. O jornal britânico The Guardian editou um vídeo com imagens da condenatória performance e dos protestos do movimento Free Pussy Riot e publicou na internet dia 17 de agosto, ajudando a divulgar o novo single da banda, chamado Putin Lights Up the Fires. O refrão diz:

O país está indo para as ruas com ousadia
O país está indo dizer adeus ao regime
O país é uma cunha de feminista
E Putin vai deixar o rebanho

Vídeo:

Além de Madonna (foto abaixo), ofereceram apoio ao Pussy Riot: Paul McCartneyRed Hot Chili Peppers, Patti Smith, Sting e certamente muitos outros. A boa notícia? Bono Vox não está envolvido (ao menos nessa o rei do ativismo não quis aparecer). Acompanhe tudo de perto em http://freepussyriot.org/.

Free Pussy Riot
Madonna em Zurique

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