A arquitetura industrial do Centro Cultural Georges Pompidou de Paris

centro georges pompidou

Inserido em um momento de crise da arquitetura moderna, na década de 70, surgiu, apesar de bastante criticado, um dos marcos do início da pós-modernidade das artes.

O Centro Cultural Georges Pompidou (Centre national d’art et de culture Georges-Pompidou) é um complexo cultural fundado em 1977 na praça Beaubourg, no coração da cidade de Paris. Foi desenhado pelo renomado arquiteto italiano Renzo Piano e pelo arquiteto também italiano naturalizado britânico Richard Rogers.

O Centro Pompidou reúne em um só lugar um dos maiores museus do mundo, com a primeira coleção de arte moderna e contemporânea da Europa, uma grande biblioteca pública com mais de 2000 postos de trabalho, uma documentação completa sobre a arte do século XX, salas de cinema e shows, um instituto de pesquisa musical, áreas de atividades educativas, livrarias, um restaurante e um café.

centro georges pompidou
Foto: Jean-Pierre Dalbéra

Um dos símbolos da Paris contemporânea, o Centro Pompidou, um edifício tecnicista, aparenta ser uma “gigante e musculosa fábrica de cultura”.

Tecnologicamente avançado, o edifício resume-se a uma megaestrutura à qual foram acrescentados diversos módulos transparentes. Sua expressividade e tipologia referem-se à arquitetura industrial tanto nos espaços internos, que se assemelham a fábricas urbanas, quantos nos externos, cuja fachada lembra uma refinaria de petróleo, ou uma fábrica de produtos químicos.

O Centro Pompidou é um dos principais exemplos da arquitetura high-tech, uma tendência dos anos 70 e que continua a ser explorada até hoje.

A arquitetura high-tech utiliza os elementos tecnológicos como objetos estéticos, isto pode ser observado nas grandes tubulações aparentes (dutos de ar condicionado e outros serviços prediais)  e no sistema estrutural em aço por sua semelhança aos sistemas industriais.

centro georges pompidou
Foto: Jean-Pierre Dalbéra

O Centro de Artes e Cultura, dividido em cinco níveis,  foi projetado originalmente para receber 6000 visitantes por dia. Em 1997, foi feito um plano de ampliação dos espaços de exposições, além de mudanças estéticas.

Hoje o Centro tem cerca de 14 mil metros quadrados cobertos e um melhor fluxo de visitantes: cerca de 25.000 pessoas por dia.

Se você tem Iphone e/ou Ipad pode se preparar para a visita baixando na App Store o aplicativo gratuito e oficial do Centre Pompidou . O Centro Pompidou está aberto de quarta-feira a segunda-feira. O horário da exibição é das 11h00 às 21h00 e os ingressos para adultos variam de €12 a €10 dependendo do período e está próximo das estações do Metro: Rambuteau, Châtelet, Hotel de Ville e RER Châtelet-Les-Halles.

Site oficial: http://www.centrepompidou.fr/

centro georges pompidou
Foto: Rui Ornelas
centro georges pompidou
Foto: Phillip Capper
centro georges pompidou
Foto: Carles Tomás Martí
centro georges pompidou
Foto: Scarlet Green
centro georges pompidou
Foto: Edson Maiero

 

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Fotógrafos Viajantes – Os vencedores do concurso da National Geographic Traveler (2012)

A revista National Geographic Traveler, vertente do grupo NatGeo especializada em turismo, divulgou os vencedores do seu 24º concurso anual de fotografia. O concurso reuniu 12 mil fotos inscritas de 6.615 fotógrafos de 152 países diferentes. A publicação anunciou e disponibilizou em seu website as dez fotografias vencedoras escolhidas por uma equipe de jurados e a fotografia vencedora definida pelos leitores.

O prêmio principal foi para Cedric Houin que retratou uma mulher da tribo Kyrkyz, no Corredor de Wakha, uma das regiões mais remotas do Afeganistão. Na foto vemos um estilo ancestral de vida aliado ao uso de tecnologias modernas. Veja todas as fotos:

Butterfly
Foto: Cedric Houin
Local: Corredor de Wakha, Afeganistão
My Balloon
Foto: Vo Anh Kiet
Local: Moc Chau, Son La, Vietnã
Devotees
Foto: Andrea Guarneri
Local: Trapani, Sicília, Itália
Looking Into Another World
Foto: Fred An
Local: Portland, Oregon, EUA
Lost In Time – An Ancient Forest
Foto: Ken Thorne
Local: Avenue du Baobab, Morandava, Madagascar
Underwater Surf
Foto: Lucia Griggi
Local: Fiji
Bagan Bliss
Foto: Peter DeMarco
Local: Bagan, Myanmar
Old Men with Djellaba
Foto: SauKhiang Chau
Local: Chefchaouen, Marrocos
The Village of Gásadalur
Foto: Ken Bower
Local: Gásadalur, Ilhas Faroe
Swimming in the Rain
Foto: Camila Massu
Local: Lago Caburgua, Chile
Escolha dos leitores
Huset
Foto: Michelle Schantz
Local: Finnmark, Noruega

 

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AC/DC – Back in Black (1980)

back in black

“Se algo acontecer comigo eu gostaria que vocês chamassem esse cara, Brian Johnson, para o meu lugar”. Bon Scott disse isso aos amigos da banda após ter visto uma performance de Brian Johnson com a banda Geordie, em um pub na Inglaterra. Parecia que Bon Scott sabia o que estava dizendo, e após a sua morte, Brian Johnson foi chamado para uma audição. Brian Johnson foi, mas não sem chegar atrasado por ter ficado umas horas a mais jogando sinuca. Felizmente, para o estilo do AC/DC esse era um comportamento aceitável e a justificativa foi válida.

Angus Young já disse em uma entrevista que a morte de Bon Scott foi o único momento em que pensou em deixar a banda. Mas tinha essa recomendação de Bon Scott, e por esse motivo a banda continuou viva. Resumindo, Bon Scott, mesmo morto, ajudou a perpetuar o AC/DC e fazer com que a banda mais rock’n’roll de todos os tempos continuasse fazendo shows ao redor do mundo até hoje.

Back in Black é uma homenagem ao ex-vocalista em vários sentidos. Da capa negra ao nome do disco “Back in Black”, passando por várias outras músicas com referências à morte de Bon Scott. É um disco histórico, com os riffs e as melodias criadas pelos irmãos Angus e Malcom Young sendo transformadas em hinos para várias gerações de rockeiros.

Em suma, Back in Black utiliza a mensagem do seu título. Quando todos pensaram que o AC/DC estava acabando com a morte de Bon Scott, eles voltaram e gravaram o seu melhor álbum.

Back in Black foi gravado primeiramente nas Bahamas, no Compass Point Studio, e finalizado no Electric Lady Studios, New York. Foi lançado pelo selo ATCO em 25 de julho de 1980 e produzido por Robert John Lange. O projeto gráfico do disco foi feito por Bob Defrin.

AC/DC – Back in Black – Faixa a Faixa

ouça no Eu Escuto
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1. Hell’s Bells

O primeiro som que se escuta de Back in Black é o bater dos sinos, condizente com o nome da faixa. O disco inicia com essa homenagem a Bon Scott. Definitivamente os sinos do inferno significa a morte do ex-vocalista. Gradativamente a música vai aumentando, com o rif de Angus, a guitarra base de Malcom em seguida, e por fim, aos poucos, a bateria, começando levemente pelos pratos, aumentando a intensidade com o bumbo até completar o ritmo inicial da música. Após o verso, o riff inicial volta para encorpar o refrão da música.

2. Shoot To Thrill

Algumas músicas não morrem com o tempo, mas ficam um pouco esquecidas. Mesmo assim, podem ser de certa forma relançadas. Quem conhece AC/DC não esquece de Shoot to Thrill, um dos grandes destaques desse fabuloso álbum. Mas quem não conhece ou conhece pouco a banda certamente passou a conhecer e a gostar mais de Shoot To Thrill ao assistir Homem de Ferro 2. Shoot to thrill, play to kill. Too many women with too many pills. Shoot to thrill, play to kill. I got my gun at the ready, gonna fire at will. Essa música é uma das melhores da banda, pois mesmo tendo sido lançada há mais de 30 anos mostrou ter poder suficiente para ser a trilha sonora de um sucesso de bilheteria hollywoodiano.

AC/DC - Hell's Bells

3. What Do You Do For Money Honey

A música com a forma mais pop do disco. Desde o verso até repetidos refrães e backing vocals. AC/DC sabe muito bem o que as pessoas podem fazer por dinheiro (principalmente as mulheres), por isso perguntam: What do you do for money honey? How do you get your kicks? What do you do for money honey? How do you get your licks?

4. Givin’ The Dog a Bone

Mais um daqueles riffs do AC/DC para acompanhar balançando a cabeça, do verso ao refrão. Uma letra com diversas conotações sexuais. She’s no Mona Lisa. She’s no Playboy star. But she’ll send you to heaven. Then explode you to Mars. She’s using her head again. I’m just giving the dog a bone.

5. Let Me Put My Love Into You

Começa vagarosamente, assim como Hell’s Bells, com a guitarra e a bateria numa lenta dinâmica. Segundos depois se solta. Mais AC/DC do que nunca. Mas todas as músicas são assim, não? Tem um baita riff que se destaca no pré-refrão. Don’t you struggle. Don’t you fight. Don’t you worry.’cause it’s your turn tonight. 

6. Back in Black

Talvez seja a música mais conhecida do ACDC. Os compassos marcados no chimbal são inconfundíveis, assim como a guitarra de Angus e a melodia vocal seguida por Brian Johnson. Impossível não conhecer esse riff, criado por Malcom Young, anos antes de a música ser lançada. O riff ficou guardado por um tempo até ser usado em Back in Black, por sugestão de Angus. Mesmo Bon Scott tendo escrito alguns versos, a música possui estrofes criadas após a tragédia, demonstrando respeito à Bon Scott. Forget the hearse, ‘cause I never die. I got nine lives, cat’s eyes. Abusing every one of them and running wild.

7. You Shook Me All Night Long

Outra música do AC/Dc que estourou no mundo inteiro. Um riff inicial marcante no começo e um dos melhores solos de Angus. É um dos hinos da banda, e quem conhece canta o refrão junto. Os versos começam com Brian Johnson cantando She was a fast machine, she kept her motor clean. Referência a dois itens básicos na vida de Brian Johnson, carros e mulheres. Foi o primeiro single do disco.

8. Have a Drink On Me

A fórmula do AC/DC, o começo com a guitarra seguido da bateria com aumento gradativo da dinâmica se repete. Em Have a Drink On me não é diferente. E, como dizem, em time que está ganhando não se mexe. E assim, o AC/DC continua ganhando em mais uma dedicada a Bon Scott. O título autoexplica o motivo.

AC/DC San Francisco

9. Shake a Leg

Enquanto Malcom e Young deixam as notas soarem, Brian Johnson canta despretensiosamente. Escute bem que o final do primeiro verso vai lembrar Whole Lotta Rosie quando some o instrumental e só o vocal permanece. Idle juvenile on the street, on the street. Who is kicking everything with his feet, with his feet. Fighting on the wrong side of the law, of the law. Don’t kick, don’t fight, don’t sleep at night. It’s shake a leg.

10. Rock’n’Roll Ain’t Noise Pollution

Uma característica introdução com um riff que seria usado posteriormente também no refrão. Nesse caso o riff não só se repete no refrão como imita a melodia vocal. Quando se escuta a introdução da música o  cérebro ligeiramente liga o som às frases: Rock’n’roll ain’t nose pollution. Rock ‘n’ roll ain’t gonna die. A música possui uma introdução falada que Brian Johnson diz ter sido improvisada na hora.

Hey there all you middle men
Throw away your fancy clothes
And why you out there sittin’ on a fence
So get off your arse and come down here
Cause rock ‘n’ roll ain’t no riddle man
To me it makes good good sense

Rock’n’Roll ain’t noise polluytion é a prova de que o AC/DC estava vivo e afim de continuar fazendo rock’n’roll, independente dos críticos. É um ode ao rock’n’roll.

Back in Black

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Mosaicos de músicos feitos com CD’s

A agência de publicidade TBWA promoveu uma campanha antipirataria intitulada Piracy. Mirco Pagano e Moreno de Turco utilizaram CD’s para criar mosaicos de músicos já falecidos. Foram 6500 mídias e mais de 200 horas de trabalho para completar o projeto. Mais do que homenagear ídolos musicais, a prerrogativa é a de que estes músicos foram de certa forma “derrubados pela pirataria”. Ao menos isso é o que diz a campanha, que esquece completamente que estes artistas antecederam a era dos discos piratas e do compartilhamento de arquivos, além de terem sido muito bem sucedidos comercialmente.

O primeiro erro é temporal. A campanha foca na pirataria física, na aquisição de CD’s piratas e não necessariamente no compartilhamento pela internet. Em entrevista à NME, Pagano diz: “Somente CD’s originais nos permitem entender quem são e como estes artistas se tornaram ícones universais. Um porta CD cheio de CD’s piratas criaria um falso artista.” Muito bem que a pirataria é errada. Porém hoje em dia é mais fácil encontrar alguém cheio de arquivos MP3 em um pendrive do que alguém carregando porta CD’s com discos falsos.

O segundo erro da campanha é utilizar CD’s para criarem um mosaico de artistas que começaram a carreira musical ainda quando não existia tal tecnologia, na era do vinil. Os CD’s começaram a ser comecializados em 1982. Elvis Presley morreu em 1977. Jim Morrison morreu em 1971. Em outras palavras, Elvis, Morrison e outros artistas da campanha jamais lançaram um CD enquanto estiveram vivos. O que foi lançado destes artistas e está no mercado hoje são reedições em novo formato e materiais póstumos. E mesmo assim a agência crê que essa é uma forma de conscientizar as pessoas contra os “males” da pirataria. Sentido? Isso não existe.

O terceiro erro, que é casado com o segundo, é apelar para ídolos falecidos. Os artistas que sofrem com a pirataria são os que estão em atividade hoje. De todos os homenageados, nenhum perdeu dinheiro ou status por terem suas músicas pirateadas ou compartilhadas na internet. Muito pelo contrário, o que receberam do público foi notoriedade e respeito de uma nova geração.

Ao menos os mosaicos ficaram legais. Esteticamente foi uma ideia muito interessante e que seria melhor aproveitada sem as justificativas preguiçosas e rasas. Veja como, artisticamente, é genial:

Vídeo da campanha:

[vimeo vimeo.com/20884785]

 

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Angeli ilustra “O Incrível Mensalão”

O cartunista Angeli, criador de notórios personagens de histórias em quadrinhos como Rê BordosaSkrotinhos e Walter Ego, fez mais uma. A série: “O Incrível Mensalão – A história do super-escândalo que abalou o mundo político e fez tremer o governo Lula”, publicada pela Folha de São Paulo.

O roteiro da série foi escrito por Mario Cesar Carvalho, repórter especial da Folha. As ilustrações contam como surgiu o maior esquema de corrupção do país, atualmente em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Veja:

 

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A Cerveja Artesanal da Pandora

Fazer a própria cerveja é mais simples do que parece ser. Talvez nem tão simples para os mais preguiçosos, mas mais possível do que se possa imaginar. O processo da fabricação de cerveja artesanal não exige que seja feito em uma fábrica ou um laboratório. Uma sala com alguns utensílios exigidos e uma paciência de monge budista é o suficiente. Por isso, o mestre cervejeiro é um grande monge da cerveja. Possui as mesmas qualidades: paciência, sapiência e crença.

A Cerveja Pandora está aí para provar que é possível fazer cerveja em casa. Falando em provar, no outro sentido, vale a pena.

Não foi preciso alguém ter dito “se tu não gostas, faça melhor” para eles realmente fazerem. Eles são: André de Felippo Jr, Diogo Zanatta e Felipe Cristiano Ródio. O André é o mestre cervejeiro da Pandora. Ele disse que a ideia partiu em um dia de Natal em que estavam bebendo uma cerveja da qual não se lembra (Certo, quem se lembra qual foi a marca da cerveja de cada festa? Só se for aquela muito especial) e comentaram em como a cerveja comercial brasileira está com muito pouco sabor, focando mais a atividade na venda do que na qualidade. A ideia foi então sedimentada devido à qualidade da cerveja comercial brasileira, com o sabor bem abaixo do esperado para quem aprecia o sabor do malte e não só os efeitos alcoólicos da bebida. Quatro dias depois a Pandora iniciou a produção.

Por vontade própria, sem cursos e acompanhamentos de mestres cervejeiros, a Cerveja Pandora começou a ser produzida em uma sala nos fundos da casa de André, em Passo Fundo. As informações e os métodos foram retirados quase que inteiramente da internet através de textos e vídeos caseiros. Foi com o mestre cervejeiro da Bier Site que algumas sugestões e dicas foram aceitas para o início da produção, bem como a compra do primeiro malte.

Depois de terminada a primeira cerveja chegou a tão esperada degustação. “Estava estranho, mas continuamos bebendo, era a nossa cerveja”, dizem. Beberam mais um pouco até que foram atrás de uma opinião externa, de um ex-mestre cervejeiro da Brahma. A resposta foi essa: “Se o objetivo de vocês era fazer vinho, vocês estão quase lá”. Depois do inusitado episódio as cervejas começaram naturalmente a melhorar, através da experiência adquirida.

“A cerveja que a gente mais faz e que é das cervejas que tem mais sabor é a Strong Golden Ale. O ácool normal dela é de 8%. Depois fizemos algumas pilsen, umas duas ou três, que é o básico da cerveja. A pilsen é uma cerveja que só se cozinha em uma temperatura. Nas cervejas que levam mais de um malte tem-se que trabalhar com gradientes de temperatura”, explica André.

A Pandora, em suma, é uma união de três amigos apaixonados por cerveja e que fazem a própria cerveja para beber. Ao todo fizeram já 15 produções, sempre trabalhando entre 20 a 40 litros por vez. O somatório chega a 400 litros de cerveja já produzidos divididos em todos os tipos já experimentados, que são: Pilsen, Stout, Strong Golden Ale, München Helles, Belgian Blonde e uma nova em fase de testes, a Pale Ale.

 

A produção de cerveja artesanal exige um primeiro investimento: a compra de utensílios. No total, a Pandora calcula ter investido em torno de 3 mil reais. Esse montante foi gasto para a aquisição de panelas, termômetro, filtros, fogareiro, manômetro, sacarímetro e outros objetos menores. Desde que a receita seja posta em prática de maneira fiel e a assepsia seja garantida, o procedimento terá um bom resultado e a degustação será o bicho. O crucial é seguir as etapas e cronometrar o tempo exato de cada. A cerveja mais comum, a Pilsen é uma cerveja que é cozinhada em uma só temperatura. Os outros tipos de cerveja, que possuem mais de um tipo de malte na composição, são feitas com gradientes de temperatura especificados na receita.

Via de regra, o processo da cerveja artesanal é mais difícil em organizar as etapas do que encontrar ingredientes, por isso que a fabricação é possível de ser feita por qualquer pessoa e está em crescimento no país. Os ingredientes básicos da cerveja são: água, malte, lúpulo e fermento. Em algumas existem adições de ingredientes complementares, como é o caso da Strong Golden Ale, onde há o acréscimo de açúcar.

André explicou que existem quatro etapas no processo de fabricação da cerveja artesanal:

1. Brassagem

Consiste na extração do açúcar do malte e na fervura do lúpulo. É um processo bem demorado. É altamente recomendável fazer a braçagem degustando cervejas anteriormente produzidas. O malte deve ser fervido por duas horas para que a água capture bem seu teor. Logo após acontece uma filtragem para outra panela. O malte é retirado e o que sobra no outro recipiente é só o líquido. Só o processo de filtragem de uma panela de 40 litros dura em torno de 20 minutos. Neste momento, mesmo que com temperatura bem elevada, se percebe a primeira similaridade com a cerveja, a cor. Feita a filtragem o líquido volta para o fogo, dessa vez para adicionar os lúpulos. Mais um bom tempo de duração (quase duas horas) e mais cervejas recomendadas para acompanhar o processo.

2. Fermentação

Terminada a braçagem, é hora de levar o líquido à fermentação. Esta etapa é caracterizada por ser quando os levedos produzem o álcool. A cerveja então sai da panela grande e vai para um garrafão, geralmente aquelas bombas de 20 litros, onde permanece por 5 dias.

3. Carbonatação

Carbonatar é quando entra gás carbônico na cerveja. Isso ocorre com a cerveja já engarrafada. O envazamento deve ser feito de forma plenamente asséptica. As garrafas, usadas ou não, devem ser lavadas e iodadas para que bactérias não interfiram no processo e para que a cerveja não se torne um vinho (leia acima). Depois de engarrafada, a cerveja permanece carbonatando em temperatura ambiente. André explicou que a cerveja carbonata de acordo com seu tipo. “Uma Strong Golden Ale carbonata mais rápido que uma Stout, pela quantidade de gás”. Dessas garrafas todas, uma é selecionada como modelo e inserida em sua boca o manômetro, instrumento que fará a medição de gás. O ideal é que a pressão fique em 2,5 bar. Atingida esta medida a cerveja passa para a próxima fase. O tempo para a pressão ideal ser atingida varia de acordo com o tipo de cerveja. A Stout demora geralmente 12 dias e é uma das mais lentas a carbonarem.

 4. Maturação

A útlima fase é a mais longa. A maturação leva cerca de 15 a 20 dias. Basta acomodar as cervejas já engarrafadas em um ambiente refrigerado e esperar. Depois de maturada vêm a melhor fase da cerveja, aquela em que não só os mestres cervejeiros são hábeis a fazer e minha preferida, a degustação.

Stout: “É uma cerveja tipo ale escura. Os degustadores de cerveja dizem que ela tem tons de café, que se dá na verdade porque um de ela possui um dos maltes torrado. Ela possui um fundo mais defumado, mais tostado, que se dá em função disso. De regra é uma cerveja que tem menos espuma, porque carbonata menos e é uma cerveja de um teor alcoólico não muito elevado, normalmente 4%.”

Rótulo da Cerveja Pandora.
Arte: Daniel Faccio

Strong Golden Ale: “É uma cerveja em que o marcante dela é o alcool, que fica em torno de 9%. É uma cerveja mais forte, mais pesada e harmoniza bem com carnes. É uma cerveja mais marcante.”

Pilsen: “É o nosso chopp, é a que gente bebe  normalmente, a mais comum do Brasil. Ela é uma cerveja que harmoniza com quase tudo. A porcentagem dela fica em torno de 4%.”

Belgian Blonde: “É uma cerveja do tipo abadia. Ela tem um tom mais cítrico, tanto que em muita belgium blonde se coloca cascas de laranja. É uma cerveja que tem uma porcentagem de 7% de álcool.”

 Munich Helles: “É uma cerveja lager e com um sabor, como se diz, mais popular. Ela não é um sabor tão marcante, é um sabor normalmente apreciado por quem não é tanto dos gostos marcantes da cerveja artesanal, quem gosta mais do básico. Normalmente o teor alcoólico fica em 4%.”

André e Diogo no processo de filtragem

Durante o acompanhamento da fabricação da cerveja algumas foram consumidas. Por sorte haviam vários tipos em estoque ali disponíveis. Qualitativamente falando, tanto a Strong Golden Ale que é uma cerveja com mais corpo quanto uma Pilsen que é a tradicional, são mais alcoólicas e mais saborosas que as cervejas comerciais brasileiras. A cerveja artesanal possui essa característica do gosto, do aroma, de ser servida em uma temperatura não tão gelada. É um diferencial. Eu recomendo a Cerveja Pandora por ter sabor de cerveja e não de água com cevada, como estamos acostumados, e por não ter me dado dor de cabeça no dia seguinte, como também muitas vezes estamos acostumados.

Quem está disposto a provar a Cerveja Pandora pode fazer uma encomenda, desde que em pequena escala. Deixo aqui o contato telefônico do mestre cervejeiro da Pandora, o André: (54) 99359536.

Fim da matéria e das degustações

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“É o que as minhas criações fazem. Elas encontram a humanidade em Deus.”

Fantastic Four #511 (2004), Mark Waid e Mike Wieringo

– É o que as minhas criações fazem. Elas encontram a humanidade em Deus.

– Incrível.

– Pra dizer o mínimo.

– Me dêem licença um momento.

– Deus tem um telefone? Qual é o número? “1”?

– …aham… aham… e então eles estão na Cidade Proibida… a Selva Humana. Certo. De repente, o Pantera Negra pula do meio das árvores! Ok, vamos colocar o Surfista Prateado! Sim! Sim! Escreva e eu vou começar os designs!

– Quem… Quem ligou?

– Meu colaborador. ‘nuff said.

Fantastic Four #511 (2004), de Mark Waid e Mike Wieringo

Se ainda estivesse vivo, Jack Kirby, o Rei dos Quadrinhos, estaria completando 95 anos em 2012. Com sua criatividade praticamente ilimitada, Kirby criou ou co-criou mais de 400 personagens ao longo da carreira de ilustrador/roteirista/editor. Ao lado de Joe Simon, co-criou o Capitão América. Na lendária parceria com Stan Lee, co-criou Quarteto Fantástico, Hulk, X-Men, Thor, Homem de Ferro, Pantera Negra, Surfista Prateado, Dr. Destino, entre outros. O Rei criou, ainda, Darkseid, os Novos Deuses e o Quarto Mundo, partes importantes da mitologia do Universo DC. 18 anos após sua morte, suas contribuições aos quadrinhos seguem muito vivas.

Nesta seqüência, Mark Waid e Mike Wieringo fazem uma bela homenagem a Kirby. Após o Dr. Destino tomar o controle do corpo do Coisa, forçando o Sr. Fantástico a matar seu amigo, o Quarteto vai ao “céu” para tentar trazer o sobrinho favorito da Tia Petúnia de volta. Lá, o grupo encontra o próprio Deus, que é ninguém mais, ninguém menos que Jack “The King” Kirby. Após bater um papo cabeça com os heróis e deixar tudo-bem-agora, Deus-Kirby ainda entrega um presente ao Quarteto, um sketch com “um final feliz”.

Publicado originalmente em fragmentos9 – Fragmentos de genialidade (ou infâmia) da nona arte. Um quadrinho (ou sequência) de cada vez. Seleção arbitrária por nosso comitê (de uma só pessoa). Para mais, visite o tumblelog.

 

Disponível na Livraria Saraiva (clique na capa):

Smith, Paul; Wieringo, Mike; Waid, Mark

 

 

 

 

 

 

Burj Khalifa, a 828 metros do chão

burj khalifa

Com ilhas artificiais, hotéis arrojados e shoppings luxuosos, é difícil chamar a atenção em Dubai. Talvez um contraste entre prédios gigantes, o deserto e residências mais humildes ao fundo.

Mas arquitetonicamente falando o que mais se destaca em Dubai é um arranha-céu que pode ser visto a até 95 quilômetros de distância: o Burj Khalifa, a mais alta construção já feita pelo homem, consegue se destacar na paisagem desta cidade de superlativos. É conhecido como a “Pirâmide moderna”.

A construção tem 828 metros de altura distribuídos em 163 andares. Sua grandeza fica ainda mais evidente se comparada a outras construções famosas. O Burj Khalifa ultrapassa em mais de 200 metros o segundo prédio mais alto do mundo, o Makkah Royal Clock Tower Hotel, construído em janeiro de 2012 na Arábia Saudita.

É tão alto que a diferença de temperatura entre o solo pode variar em até 8ºC, tendo em média 46°C no solo e 38°C no topo. Um estudo com base em dados de satélite foi realizado para reduzir essa discrepância climática em seu interior. O topo do prédio é constituído por torres de comunicação.

burj khalifa
Vista do Burj
Foto: Karim Sahib – AFP/Getty Images

Chamado de Burj Dubai durante toda a obra – que em árabe significa a Torre de Dubai – o arranha-céu teve o nome modificado para Burj Khalifa no dia da inauguração, 4 de janeiro de 2010, em homenagem ao presidente dos Emirados Árabes, Khalifa Nahyan.

A torre desenhada pela norte-americana Skidmore, Owings e Merrill (SOM) custou, aproximadamente, US$ 1,5 bilhões de dólares e levou quase seis anos para ser concluída, envolvendo 380 engenheiros. Foram utilizados 330 mil m³ de concreto, 31.400 mil toneladas de aço e 28 mil painéis de vidros.

O edifício tem 57 elevadores, que trafegam a uma velocidade média de 10 m/s. Três deles são rápidos, parando apenas, além do térreo e do topo, nos andares 43, 76 e 123 – pisos estratégicos para mudanças de elevadores.

burj khalifa
Outra vista do Burj

O Burj ainda possui um dos maiores sistemas de recuperação de água condensada do mundo, o que significa o aproveitamento de até 20 piscinas olímpicas de água por ano, além de ter uma das maiores pressões de água refrigerada já usada em um edifício. A água é aproveitada para a irrigação dos jardins e áreas verdes.

É também cercado por um parque de 11 hectares, decorado com vegetação característica e fontes iluminadas que à noite fazem um show à parte. O parque inclui ainda um passeio ao longo do lago Dubai, espaços ao ar livre, restaurante, bosques, playground, área de jogos e piscinas.

Por fim, junto ao Burj Khalifa, está o Armani Hotel Dubai, primeiro hotel do mundo projetado e desenvolvido por Giorgio Armani. Cada detalhe do hotel tem a assinatura de Armani, com estilo italiano e pisos de mármore de eramosa.

A mobília é feita sob medida em “Zebrawood” e pessoalmente projetada conforme as necessidades dos clientes.

Armani Hotel Dubai
Suíte embaixador do hotel
Exterior, já muito alto
Elevadores
burj khalifa
Burj Khalifa
Imagine uma criança apertando todos os botões
burj khalifa
Foto: Karim Sahib – AFP/Getty Images

Vídeo mostrando o Burj Khalifa do topo:

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O dia em que Beatles e Elvis Presley tocaram juntos

John Lennon em 1975 lembrou: “Havia uma pessoa nos Estados Unidos que nós realmente estávamos querendo conhecer, essa pessoa era Elvis Presley“. Nós simplesmente o idolatrávamos. A primeira vez que escutei Heartbreak Hotel eu mal pude ouvir o que estava sendo dito. Foi uma experiência auditiva que me deixou de cabelos em pé. Nós nunca tínhamos escutado um americano cantar daquele jeito. Eles sempre cantavam como Sinatra”.

Quando os Beatles foram pela primeira vez a Hollywood, em 1964, milhares de fãs queriam ficar frente a frente com o fab four. Além dos fãs, estrelas como Dean Martin e Frank Sinatra haviam expressado o desejo de encontrar os Beatles, porém quem eles gostariam de conhecer era ele, The King. Entretanto, esta tentativa foi frustrada na primeira visita aos Estados Unidos. Foi só em 27 de agosto de 1965 que o sonho de conhecer o Rei se tornou realidade. E mesmo assim, não foi fácil, foram três dias de planejamento para que o encontro fosse realizado em Bel Air. Elvis havia acabado de filmar Blue Hawaii e estava  em uma casa alugada em Bel Air, junto com seus homens, a máfia de Memphis. Perto das 10 da noite eles chegaram. George Harrison relembra: “Nós chegamos em frente a uns portões grandes e alguém disse, ‘estamos indo ver o Elvis’, então nós caímos rindo fora da limusine”.

John Lennon achou que o encontro seria um segredo. “Mas os fãs e a imprensa imaginaram. A ideia de um encontro entre Elvis e os Beatles simplesmente apavorou muita gente… Elvis nos recebeu tranquilamente e nos levou a uma grande e circular sala. Eu notei que Paul, George e Ringo estavam nervosos, como eu também estava. Aquele era o cara que idolatrávamos por anos. Ele era uma lenda e nunca foi fácil encontrar lendas”.

De primeira, os Beatles ficaram sem palavras. Paul, John e Ringo sentaram ao lado de Elvis e George sentou com as pernas cruzadas, no chão. Depois de um tempo Elvis tentou quebrar o silêncio e fazer com que os quatro rapazes se sentissem em casa. “Se vocês vão ficar aqui só olhando para mim eu vou para a cama”, disse. “Não queria que isso acabasse com um bando de súditos visitando o rei. Achei que íamos relaxar, conversar sobre música e tocar um pouco”.

Essa pareceu uma ideia maravilhosa para os Beatles. Lennon relembra “era tudo o que queríamos”. Depois de um tempo Elvis disse “alguém pegue as guitarras”. Um dos homens de Elvis buscou rapidamente e em segundos três instrumentos tinham sido plugadas nos amplificadores na sala. Elvis estava com um baixo e Lennon disse que Elvis não era muito familiarizado com este instrumento, então Paul explicou algumas coisas que Elvis poderia fazer. George, de início, manteve-se ocupado apenas olhando para o instrumento. Depois de um tempo tocaram You’re my world de Cilla Black. Depois tocaram That’s Alright (Mama), Blue Suede Shoes e I Feel Fine, com Paul improvisando no piano. Todos estavam se divertindo, apenas Ringo estava um pouco aborrecido, olhando para os músicos e batendo com as mãos na cadeira. “Que pena termos deixado a bateria em Memphis”, disse Elvis.

 

Limusine dos Beatles em frente a casa de Elvis

Por volta das 2 da manhã, os Beatles foram embora. Levaram consigo discos do Elvis, um coldre de arma com um cinto de couro em ouro e uma luminária de mesa, cortesias do Rei. John: “Enquanto estávamos prontos para sair, Paul disse, ‘Elvis, gostaríamos que você e os outros caras viessem ao lugar onde estaremos amanhã à noite.’ ‘Bem, vamos, ver’, Elvis respondeu. ‘Eu não sei se poderei, mas obrigado da mesma forma’. Ele riu e apertou nossas mãos. Foi o senso de humor de Elvis que grudou em minha mente. Ele gostava de rir e fazer os outros rirem também. Isto aconteceu porque eu novamente imitei a voz de Peter Sellers enquanto caminhávamos até a porta. Eu disse, obrigado pela música, Elvis, e vida longa ao Rei”.

 

Fontes das citações:
The Beatles, A Biografia. Bob Spitz
The Beatles – 10 years that shooked the world. Mojo Music Magazine.

 

Vídeo sobre o encontro retirado do Anthology. (Aqui, Ringo, Paul e George dizem que apenas John tocou com Elvis. Com tudo que já li sobre os Beatles, acredito que essa declaração foi uma brincadeira, assim como foi quando eles dizem depois que Ringo jogou futebol com Elvis).

 

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T. Rex – Electric Warrior (1971)

T. Rex - Electric Warrior (1971)

Marc Bolan, guitarrista e vocalista cabeludo do T. Rex, um dos mais icônicos intérpretes do rock’n’roll inglês. Lançou Electric Warrior em 1971, no auge do T. Rex, logo após a banda ter evoluído de um duo denominado Tyranossaurus Rex e amplificado seu som.

Electric Warrior é cheio de baladas sensuais, uma percussão bem encaixada com os ritmos, várias declarações de amor a garotas, glamrock, blues e referências interplanetárias, como Cosmic Dancer, Monolith e Planet Queen. Marc Bolan não foi tão extravagante quanto David Bowie, mas ambos possuem suas semelhanças dentro do glamrock. Os dois foram produzidos pelo mesmo cabeça, Tony Visconti, americano erradicado na Inglaterra.

Com o glamrock na roupa e na cara, Bolan deixou muitas mulheres o querendo muito com sua voz e seus sussuros. Morreu na noite de 16 de setembro de 1977 em um acidente de carro. Acompanham Bolan: Mickey Finn na percussão, Stevie Currie no baixo e Bill Legend na bateria.

O álbum foi lançado pelo selo Fly no Reino Unido. Nos Estados Unidos foi lançado pela Reprise, selo de Frank Sinatra, comprado posteriormente pela Warner. A produção é de Tony Visconti e o projeto gráfico do álbum é da Hipgnosis.

Levou uma gatinha pra casa? Então coloca Electric Warrior no som que o resultado é tão garantido como um vinho francês.

T. Rex – Electric Warrior (1971) – Faixa a Faixa

*ouça no Eu Escuto

1. Mambo Sun

Sem mudar o ritmo do começo ao fim, com a mesma batida, uma guitarra com um timbraço imitando a melodia no solo e uma certeira letra sobre “sou louco por ti” ou coisa que o valha. Escute essa música e fique com a melodia marcante dos “for you, uhh, you, uhh” na cabeça. De fato, a primeira frase e o primeiro verso já marcam. Beneath the bebop moon I want to croon with you. Beneath the Mambo Sun. I got to be the one with you.

2. Cosmic Dancer

Uma balada sensacional. Com violões, backing vocals e guitarras estranhas inseridas no meio do ritmo. Mais um belo trabalho também da percussão e da bateria que seguram o ritmo da música sem a tornar cansativa. Is it wrong to understand, the fear that dwells inside a man? What’s it like to be a loon? I liken it to a balloon.

3. Jeepster

Um rock depois do soturno. Jeepster é uma metáfora de um carro atrás de outro, o Jeepster atrás do Jaguar, o americano atrás do inglês. Just like a car you’re pleasing to be hold. I’ll call you Jaguar if I may be so bold ‘cos you’re my baby, ‘cos you’re my love. Oh girl I’m just a jeepster for your love. É uma metáfora na época em que o T. Rex estava tentando o sucesso do outro lado do Atlântico.

 

4. Monolith

Outra balada, com excepcionais e afinados backing vocals acompanhando toda a música. Bolan começa com um solo de guitarra e a música segue em ritmo moderado com riffs intercalando nos fins dos versos. Shallow all the actions of the children of men. Fogged was their vision since the ages began. Apesar de não haver sensualidade explícita na letra, há de sobra nas guitarras de Bolan. Pode imaginar aquela gata tirando a roupa durante o solo da música, ou toda ela.

5. Lean Woman Blues

Aqui uma canção de blues sobre uma mulher. Coisa básica, não? Não. E não porque o Bolan canta demais, e no ritmo de blues ele passa uma sensação de vai-e-vem com a guitarra. Mesmo fazendo o básico, aqui o T. Rex se diferencia. Lean love. All you give to me is lean love. I’m like a beggar in the sand with the sky in my hand and I’m blue.

6. Get It On (Bang a Gong)

A música mais famosa do T. Rex. Claramente roubada depois pelo Oasis em Cigarettes and Alcohol (o riff é idêntico). Bang a Gong é uma faixa puro rock’n’roll na classe. Mais uma vez Bolan fala sobre carros e sobre mulheres na mesma música. You’re built like a car, you’ve got a hub cap diamond star halo. You’re built like a car, oh yeah. You’re an untamed youth that’s the truth with your cloak full of eagles. You’re dirty sweet and you’re my girl. Get it on é acompnhada de um piano de  Blue Weaver e um solo de saxophone gravado por Ian McDonald. Foi o único hit do T. Rex a chegar nos Estados Unidos.

7. Planet Queen

Uma mesma característica dá início a essa música. Um swing com violão, bateria, percussão e baixo. Quando entra o vocal, entra imediatamente os conhecidos backing vocals de faixas anteriores.Bolan visitou outros planetas certamente ao compor essa música. Well it’s all right. Love is what you want. Flying saucer take me away. Give me your daughter. E nesse outro planeta certamente pegou gente.

8. Girl 

Girl começa com violão e voz e canta para três seres do universo, dividido em versos. Primeiro, Deus. Segundo, Garota. E, por último, Garoto. Oh girl, electric witch you are limp in society’s ditch. You are visually fine .Oh yes you are but mentally dying. Bolan volta nessa música ao formato acústico de seu antigo projeto, o Tyrannosaurus Rex.

9. The Motivator 

The Motivator segue nos mesmos ritmos das mais dançantes músicas do T. Rex (Jeepster e Get It On). É um pouco parecida e por isso é boa demais. O destaque é para as guitarras de Bolan, sempre na calma, na manha. I love the way you walk, don’t you know you’re a cool motivator. Love the way you walk.

10. Life’s a Gas

Aqui uma das canções mais verdadeiras de Bolan. Uma balada sobre a vida e sobre como ele a enxerga. Soa sincera e bonita, devagar e calma. No it really doesn’t matter at all. Life’s a gas. I hope it’s gonna last.

11. Rip Off

A derradeira faixa de Electric Warrior começa com uma contagem. E depois rock’n’roll. Termina bem o disco, com bastante destaque às percussões e aos saxophones, que finalizam a música junto com um piano transformando a música num clima, mais uma vez, lunar. É também a letra mais comprida de Electric Warrior, uma música nervosa sem repetições de frases. Rocking in the nude I’m feeling such a dude, it’s a rip-off. Dancing in the dark with the tramps in the Park, it’s a rip-off. Such a rip-off.

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